Metal Health é o terceiro álbum de estúdio da banda
norte-americana chamada Quiet Riot. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 11
de março de 1983, através do selo Sony. A direção ficou sob a responsabilidade
de Spencer Proffer. As gravações ocorreram no The Pasha Music House, em
Holywood, na Califórnia, durante o ano de 1982.
Um breve resumo da história do Quiet Riot será
apresentado antes de se focar no próprio álbum alvo deste post.
Em meados dos anos 1970, o Quiet Riot era uma das
mais famosas bandas ‘underground’ da cidade de Los Angeles. Eles eram muito
conhecidos no circuito de clubes noturnos da cidade, nos quais, por diversas
vezes, tocaram juntamente com o Van Halen, antes de quaisquer uma delas se
associarem a alguma gravadora.
Como tocaram muitas vezes juntos, é possível notar
semelhanças entre os estilos dos guitarristas Randy Rhoads e Eddie Van Halen.
Entretanto, o Quiet Riot não conseguia ser capaz de obter um contrato com
alguma gravadora nos Estados Unidos.
No ano de 1977, o grupo conseguiu um contrato com a
gravadora Sony, mas os álbuns que foram garantidos no supracitado acordo seriam
(e de fato foram) lançados apenas no Japão.
A banda era formada pelo vocalista Kevin DuBrow, o
genial guitarrista Randy Rhoads, o baixista Kelly Garni e o baterista Drew
Forsyth.
Com esta formação é gravado e lançado o álbum de
estreia do Quiet Riot, homônimo ao conjunto, apenas no Japão.
Nesta época, tensões entre o vocalista DuBrow e o
baixista Kelly Garni já aumentavam e provocavam dificuldades no ambiente do
grupo.
Kevin DuBrow
Já em 1978, saiu o segundo disco da banda,
simplesmente chamado de QR II. O lançamento, mais uma vez, ficou restrito
apenas ao Japão. Neste momento, o ódio entre DuBrow e Garni estava em seu ápice
e resultou na saída do baixista.
Segundo Garni, este ódio foi minando o ambiente e
prejudicando o talento de Randy Rhoads do grupo. Anos depois, DuBrow afirmou
que foi muito frustrante ter um dos melhores guitarristas do mundo no conjunto
e ser incapaz de se aproveitar do talento dele para estourarem.
Rudy Sarzo foi o substituto de Kelly Garni, sendo
creditado e fotografado como baixista da banda em QR II, mesmo tendo entrado no
grupo após a conclusão da gravação do disco.
Já era o ano de 1979 quando o incrível guitarrista
do Quiet Riot, Randy Rhoads, fez um teste para entrar na futura banda de Ozzy
Osbourne, que o teria contratado imediatamente. Depois o baixista Rudy Sarzo
também deixaria o grupo para adentrar o grupo do madman.
Sarzo afirmou depois que, como ninguém esperava que
o Quiet Riot fosse ser refeito naquele momento, muitos riffs e canções que
seriam do grupo desfeito acabaram nos álbuns de Ozzy Osbourne. Como Rhoads
imaginou que nunca os usaria novamente, acabou oferecendo-os a Ozzy que
modificou as letras.
O maior exemplo disto seria “Suicide Solution”, que
no Quiet Riot seria chamada “Force Of Habit”.
De acordo com DuBrow, a partida de Randy Rhoads do
Quiet Riot "não atrapalhou a banda, mas encerrou-a".
DuBrow e Forsyth seguiram em frente com a adição do
guitarrista Greg Leon e o ex-baixista do grupo Suite 19, Gary Van Dyke.
Durante o período entre os anos de 1980 e 1982, a
banda mudou seu nome para 'DuBrow' e também fez shows com o ex-baterista do
grupo Gamma, Skip Gillette. Em 1982, o guitarrista Carlos Cavazo e o baterista
Frankie Banali também haviam sido recrutados por DuBrow.
Randy Rhoads morreu em um acidente de avião
enquanto estava em turnê com Ozzy Osbourne, em março de 1982. Após isto, Rudy
Sarzo também acabou por deixar a banda de Ozzy.
DuBrow conversou com Sarzo e pediu-lhe para tocar
em uma faixa chamada "Thunderbird", a qual seria uma homenagem a Randy
Rhoads.
A formação do grupo continha DuBrow nos vocais,
Sarzo no baixo, Cavazo na guitarra e Banali na bateria. O ambiente foi ótimo e
muito divertido e o que era para ser apenas uma faixa acabou se tornando metade
de um álbum.
Rudy Sarzo
O baixista da banda anterior chamada DuBrow foi demitido
para dar lugar a Sarzo na nova formação do conjunto.
Houve alguma incerteza sobre se esta encarnação da
banda deveria ser nomeada como DuBrow ou Quiet Riot, mas, no final, decidiram-se
por Quiet Riot, pois, apesar de Randy Rhoads não estar na mesma, o espírito
original da banda estava de volta, nas palavras de Rudy Sarzo.
Em setembro de 1982, com a ajuda do produtor
Spencer Proffer, eles assinaram com a CBS Records nos Estados Unidos e completaram
a gravação do álbum que se chamaria Metal Health.
O trabalho foi lançado em 11 de março de 1983. Esta
foi a estreia norte-americana do Quiet Riot, uma vez que seus dois álbuns
anteriores, QR e QR II, até hoje, não foram lançados na América do Norte,
apesar do sucesso posterior do grupo.
METAL HEALTH
Abre o álbum a canção homônima ao mesmo, “Metal
Health”.
Guitarras bem fortes já dão as caras bem no início
da faixa. O riff é ótimo e contagiante, bem típico do clima do Hard Rock
norte-americano dos anos oitenta. Com o passar da música o ritmo vai se
intensificando, com mais peso e força. Os vocais são excelentes e o solo de
Carlos Cavazo é ótimo.
As letras são bem simples e falam da cultura
Headbanger:
Bang your head
Metal health will drive you mad
Bang your head
Metal health will drive you mad
Muitas vezes a canção é registrada como “Bang Your
Head” ou mesmo como “Metal Health (Bang Your Head) – ou ainda o inverso.
O videoclipe feito para promover a música teve
intensa reprodução por parte da MTV norte-americana, com o mesmo acontecendo
nas rádios.
Lançada como single, alcançou a 37ª posição na
parada dos Estados Unidos e a 45ª colocação em sua correspondente no Reino
Unido. Foi eleita a 35ª melhor música de Heavy Metal de todos os tempos em um
top 40 do canal VH1.
A faixa é um clássico do grupo e está presente no
filme de 1984 Footloose – e no seu ‘remake’ de 2011.
CUM ON FEEL THE NOIZE
A
segunda canção do álbum é “Cum On Feel The Noize”.
A bateria forte de Banali e a intensa voz de DuBrow
abrem a música de maneira interessante e contagia bastante. As guitarras são
muito marcantes e com a dose certa de peso. O refrão é grudento – no melhor
sentido – fazendo o ouvinte se lembrar da faixa por dias seguidos. Excelente trabalho
da banda.
As letras são em tom de diversão juvenil:
Come on, feel the noise
Girls rock your boys
We'll get wild, wild, wild,
Wild, wild,
wild
Na realidade, “Cum On Feel The Noize” é uma versão
cover da canção de mesmo nome gravada anteriormente pela banda Slade, lançada
originalmente em 1973. Acabou se tornando o maior sucesso da carreira do Quiet
Riot.
Curiosamente, depois ficou se sabendo que o Quiet
Riot pediu autorização aos empresários do Slade para regravarem e lançarem “Cum
On Feel The Noize” depois de já a terem efetivamente a gravado.
Tanto o videoclipe quanto a execução da música nas
rádios fizeram com que o álbum Metal Health explodisse nos Estados Unidos,
atingindo o topo da parada norte-americana. A canção chegou à 5ª posição da
parada norte-americana de singles.
DON’T WANNA LET YOU GO
A terceira música de Metal Health é “Don’t Wanna
Let You Go”.
Quebrando um pouco o ritmo inicial, a terceira
canção do trabalho apresenta um ritmo mais suave, lento e cadenciado, com Kevin
DuBrow cantando de maneira um tanto quanto mais pausada. A velocidade mais
devagar dá uma conotação de balada à faixa. Mas o resultado final é bem
interessante. O solo esbanja feeling.
A letra é em claro clima de romance:
Don't wanna let you go
Not gonna get far from me
Don't wanna let you go
Your special your one of a kind
(so...)
Don't wanna
let you go
Some things
money can't buy
SLICK BLACK CADILLAC
“Slick Black Cadillac” é a quarta faixa do disco.
Um riff bem pesado e rápido é a marca registrada da
canção. Os vocais de DuBrow estão bem agressivos e são auxiliados por um ótimo
trabalho de backing vocals no refrão. A música tange o Heavy Metal clássico,
com excelente trabalho de guitarras.
As letras são bem simples e reflete o espírito
juvenil:
My machine is making headlines
It gives me love and everything
It's like an institution of
revolution
It feels all
right
Feels all
right
Na verdade, “Slick Black Cadillac” é uma regravação
de uma canção do próprio Quiet Riot lançada em 1978 no seu segundo álbum de
estúdio, o QR II.
Lançada como single, atingiu a 32ª posição da
parada norte-americana de álbuns.
LOVE’S A BITCH
A quinta faixa do álbum é “Love’s A Bitch”.
Uma introdução que mescla uma melodia acústica com
vocais bem longos de DuBrow marcam o início da canção. Este ritmo dura por
cerca de um minuto. Após isto, as guitarras aparecem com mais peso e força, com
certa intensidade – sempre presente no refrão. Entretanto, a melodia suave e a
cadência se mantêm por toda a música.
O tom da letra é de decepção amorosa:
Like a cat with diamond eyes
Love's power it can hypnotize
Done me in (ha)
More than twice
She'll make you think that it's over
night
Your all alone in a room that's
wrong
Your body
shakes
Your feet are
cold
BREATHLESS
“Breathless” é a sexta música de Metal Health.
A velocidade do riff e os agudos de DuBrow estão de
volta na sexta canção do disco. A guitarra tem um peso que fica bem próximo do
Metal Clássico e o ritmo é o típico da sonoridade oitentista. Empolgante, “Breathless”
é uma faixa interessante.
Outra vez, a letra possui conotação de flerte
romântico:
Inside-out, that's how she turns my
head
All my doubts are never put to bed
She's got me runnin' blind, never
think I'll find sanity (oh)
RUN FOR COVER
“Run For Cover” é a sétima música do álbum.
A música já começa com todo o poder e fúria do
Heavy/Glam Metal norte-americano dos anos oitenta. O riff tem boa dose de peso
e velocidade, mas sem soar demasiadamente clichê. O refrão é muito bom e
funciona bem. Pode ser apontada tranquilamente como um dos pontos altos do
disco.
A letra é simples e em tom de liberdade:
I'm gonna take my leave
I wanna plant my seed
Don't let it shock you hold tight,
hold tight
BATTLE AXE
A oitava faixa do trabalho é “Battle Axe”.
Com menos de 2 minutos, “Battle Axe” é a menor
canção do álbum Metal Health. Trata-se de uma música instrumental, contando
apenas com a guitarra de Carlos Cavazo.
LET’S GET CRAZY
“Let’s Get Crazy” é a nona música do disco.
Um riff com fortíssimo flerte no Heavy Metal Tradicional
abre a canção e a conduz por toda a sua extensão. Os vocais de DuBrow voltam a
ficar bem presentes e marcantes. O ritmo não é tão veloz, com a banda optando
mais pela cadência, mas sem perder o peso. Lembra o AC/DC oitentista. Ponto
altíssimo do trabalho!
A letra tem forte conteúdo sexual:
Wanna kiss your lips, not the ones
on your face
Your innocent jive is really out of
place (yeah)
In need of assistance
A dog for my bone
Ain't no way tonight I go home alone
THUNDERBIRD
A décima – e última – faixa de Metal Health é “Thunderbird”.
Com sons bem tocantes e suaves, embasados por uma
lindíssima melodia, “Thunderbird” é uma tocante canção. Os vocais de DuBrow
estão mais sutis e se casam de maneira belíssima com o ritmo da música. No
refrão, o trabalho dos backing vocals estão muito bem colocados, contribuindo
de maneira decisiva para o sucesso final do trabalho. O solo é incrível.
Excelente!
A letra, assim como toda a faixa, é uma grande
homenagem ao então falecido ex-guitarrista do grupo, Randy Rhoads:
When all is said
All is done
Still I live
And carry on
Don't look back
But think of me
We'll meet
again
Fly away (oh)
Considerações
Finais
Catapultado pelo enorme sucesso de “Metal Health” e
“Cum On Feel The Noize” – em especial desta segunda faixa – o álbum acabou
sendo um sucesso comercial estrondoso, especialmente nos Estados Unidos.
O álbum Metal Health acabou atingindo a magnífica 1ª
posição da parada norte-americana de álbuns. Também acabou com a 5ª posição de
sua correspondente canadense. Foi o primeiro disco considerado de Heavy Metal a
atingir o topo da parada dos Estados Unidos!
Embora alguns críticos não tenham, há época,
percebido a qualidade do disco, com algumas críticas pesadas, o álbum Metal
Health acabou se tornando um grande clássico do Hard/Heavy mundial.
Para promoção do disco, a banda saiu em turnê na
qual fazia a abertura dos shows do Black Sabbath em sua turnê em que divulgava
o álbum Born Again (1983), entre outubro de 1983 e março de 1984.
Estima-se que Metal Health tenha superado a marca
de 6 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
Formação:
Kevin DuBrow - Vocal
Carlos Cavazo - Guitarra, Backing Vocals
Rudy Sarzo- Baixo, Sintetizador
Frankie Banali - Bateria, Backing Vocals
Faixas:
01.
Metal Health (Bang Your Head) (DuBrow/Cavazo/Banali/Cavazo) - 5:16
02.
Cum on Feel the Noize (Noddy Holder/Jim Lea) - 4:51
03.
Don't Wanna Let You Go (DuBrow/Cavazo) - 4:42
04.
Slick Black Cadillac (DuBrow/Randy Rhoads) - 4:12
05.
Love's a Bitch (DuBrow) - 4:11
06.
Breathless (DuBrow/Cavazo) - 3:51
07.
Run for Cover (DuBrow/Cavazo) - 3:38
08.
Battle Axe (Cavazo) - 1:38
09.
Let's Get Crazy (DuBrow) - 4:08
10.
Thunderbird (DuBrow) - 4:43
Letras:
Para o conteúdo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/quiet-riot/
Opinião do
Blog:
O Quiet Riot teve em sua formação original um dos
mais virtuosos e talentosos guitarristas de todos os tempos no Heavy Metal:
Randy Rhoads.
O talentoso Rhoads acabou falecendo muito jovem,
enquanto estava na banda de Ozzy Osbourne e jamais viu o sucesso comercial de
seus antigos companheiros: entretanto, sem nenhuma intenção, acabou
contribuindo indiretamente para o sucesso do Quiet Riot, pois, sua morte, fez
com que o grupo se reunisse novamente.
Metal Health foi o ponto mais alto da carreira do
Quiet Riot, tanto comercialmente – a 1ª posição na parada norte-americana é
contundente prova deste fato – quanto musicalmente. A versão de “Cum On Feel
The Noize”, do Slade, é o grande sucesso da carreira do grupo.
Rudy Sarzo e Frankie Banali formam uma cozinha
competente. O mesmo pode ser dito das guitarras de Carlos Cavazo, muito
inspirado, mesmo sem tocar o brilhantismo de Rhoads. Kevin DuBrow é um
vocalista talentoso e principal compositor do conjunto.
“Metal Health”, “Run For Cover” e “Slick Black
Cadillac” são excelentes faixas e mostram do que o álbum e a banda foram
capazes. Destaque primordial para a belíssima homenagem a Rhoads, a linda “Thunderbird”.
Metal Health é um álbum que merece destaque na
discografia de qualquer fã de Hard/Heavy. Recomenda-se ao leitor várias
audições deste brilhante trabalho!
Condition Critical até que é bom, mas não tão excelente quanto o álbum anterior...
ResponderExcluir