11 de setembro de 2013

FOREIGNER - FOREIGNER (1977)


NÃO DEIXE DE CURTIR A PÁGINA OFICIAL DO BLOG NO FACEBOOK:
http://www.facebook.com/rockalbunsclassicos

Foreigner é o álbum de estreia da banda homônima ao álbum, ou seja, o Foreigner. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 8 de março de 1977 com as gravações ocorrendo durante o mês de novembro de 1976, nos estúdios Record Plant, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo da dupla John Sinclair e Gary Lyons, com auxílio dos membros do grupo Mick Jones e Ian McDonald. O selo responsável foi o Atlantic.

O Foreigner é um grande nome do Rock and Roll. Como será visto no post, desde o seu álbum de estreia o grupo foi um enorme sucesso. Seu surgimento se deu a partir do ano de 1976.



O guitarrista inglês Mick Jones já era um músico experiente quando fundou o Foreigner. Ele começou sua carreira musical no início dos anos 1960 como membro da banda Nero and The Gladiators, que fez um par de singles com alguma repercussão na parada britânica em 1961.

Após o fim da banda, Jones trabalhou como compositor e músico auxiliar para artistas como Sylvie Vartan e Johnny Hallyday, para quem ele escreveu muitas canções, incluindo "Je suis né dans la rue" e "À tout casser" (que apresentava Jimmy Page na guitarra).

Foi então que ele se juntou a Gary Wright, ex-Spooky Tooth, para formar o Wonderwheel. Em 1973, Jones e Wright reformaram o Spooky Tooth, e, mais tarde, Jones tornou-se membro do Leslie West Band. Ele também tocou guitarra nos álbuns Wind of Change (1972) do Peter Frampton, e Dark Horse (1974) de George Harrison.

O outro membro fundador do Foreigner foi outro inglês, o guitarrista Ian McDonald. Em 1969, ele estava na formação inicial do mítico grupo King Crimson, que gravou seu primeiro álbum In the Court of the Crimson King.

Mick Jones


McDonald e o baterista Michael Giles partiram e formaram uma banda que lançou apenas um álbum intitulado McDonald and Giles. Ele reapareceu no King Crimson em 1974 e destinado a se reunir à banda como membro efetivo, mas não teve a oportunidade de fazê-lo devido à decisão de Robert Fripp para destituir o grupo.

Já em 1976, Mick Jones e Ian McDonald se reúnem e decidem formar uma nova banda. Para isto, eles convidam um norte-americano para ser o vocalista: Lou Gramm.

Gramm era o vocalista da banda americana Black Sheep e com eles gravou 2 álbuns de estúdio, Black Sheep (1974) e Encouraging Words (1975).

Foi no início de 1976 que Gramm conheceu Mick Jones, quando este estava em Rochester (EUA) com o Spooky Tooth e Lou Gramm lhe entregou uma cópia do primeiro álbum do Black Sheep.

Com Mick Jones e Ian McDonald como guitarristas e Lou Gramm de vocalista, a banda começava a tomar forma. Os novos membros surgiriam logo em seguida. O baterista convidado foi Dennis Elliott, Al Greenwood como tecladista e Ed Gagliardi como baixista.

Lou Gramm


Faltava um nome ao conjunto. E foi Mick Jones que surgiu com a ideia do nome Foreigner (estrangeiro em inglês). Segundo Jones, não importava em que país estivessem, 3 membros do grupo sempre seriam estrangeiros: ele (Jones), Elliott e McDonald eram ingleses e Gramm, Greenwood e Gagliardi eram norte-americanos.

Com tantas estrelas em um mesmo ‘time’, não foi difícil para o Foreigner conseguir um acordo com a Atlantic Records.

Ainda em 1976, a banda já se reunia no estúdio The Record Plant para começar a gravação do seu primeiro álbum, que seria homônimo ao grupo.

A capa é simples, uma imagem dos membros da banda. Lançado em março de 1977, o álbum Foreigner seria um tremendo sucesso.

FEELS LIKE THE FIRST TIME

Abre o álbum um dos clássicos da banda “Feels Like The First Time”.

Já no início da faixa pode ser sentida uma das características principais da banda: o toque suave e cheio de melodia que compõe parte do riff. Lou Gramm acompanha o riff com sua bela voz, preenchendo a canção com muita emoção. As vozes dobradas no refrão contribuem para cativar o ouvinte. Excelente música!

As letras são uma homenagem apaixonada a uma mulher:

I have waited a lifetime, spent my time so foolishly
But now that i found you, together we'll make history
And I know that it must be the woman in you, that brings out the man in me
I know i can't help myself, you're all my eyes can see



Lançada como single, foi um tremendo sucesso. Atingiu a sensacional 4ª posição da parada norte-americana de singles. Está presente no game Guitar Hero: Warriors Of Rock. Presença garantida nos shows do grupo até hoje.



COLD AS ICE

Outro clássico do conjunto é a segunda faixa do álbum de estreia do Foreigner, “Cold As Ice”.

Um teclado repleto de melodia e suavidade dá o toque inicial em “Cold As Ice” e é praticamente acompanhado apenas pela bela voz de Lou Gramm. Depois o tocante riff da canção toma conta, repleto de intensidade, mesmo sendo leve. O ritmo continua suave durante toda a música e envolve o ouvinte, com direito a vozes dobradas, guitarras bem presentes e o teclado bastante envolvente.

A letra é simples, em tom de rompimento amoroso:

I've seen it before, it happens all the time
You're closing the door, you leave the world behind
You're digging for gold, you're throwing away
A fortune in feelings, but someday you'll pay

Lançada como single, também foi um tremendo sucesso do Foreigner. Chegou à brilhante 6ª posição da parada norte-americana e à 24ª da parada britânica. É presença obrigatória nos shows do grupo.



Várias bandas e artistas diversos fizeram versões para “Cold As Ice”, por exemplo Jay Z, Supertramp e M.O.P.  Está presente no game Rock Band 3.



STARRIDER

A terceira canção de Foreigner é “Starrider”.

O clima suave e tocante continua no álbum. O início de “Starrider” é acústico, sendo embalado de maneira cativante pelas linhas vocais. No refrão o peso aumenta apenas o tanto para torna-lo mais forte e marcante, reforçado por vozes dobradas. Mas o que torna a faixa especial são suas belíssimas linhas melódicas.

A letra conta as memórias de um viajante do espaço, em uma construção bastante nostálgica:

And ever on I sailed Celestial ways
And in the light of my years
Shown the rest of my days



HEADKNOCKER

“Headknocker” é a quarta faixa do trabalho.

A canção começa com o clima do Hard Setentista, tornando-a a mais “pesada” até então. O riff é simples, forte e empolgante, aumentando o ritmo da música. Lou Gramm a canta da melhor maneira possível, construindo uma faixa excelente.

A letra é simples e mostra a rebeldia rock:

He's got an old fender strat
Plays behind his back
While he sings out Louie, Louie
He's a backseat mauler
A barroom brawler
I think he's gonna blacken your eye
If that don't teach you a lesson



THE DAMAGE IS DONE

A quinta música do álbum é “The Damage Is Done”.

O clima mais melancólico domina “The Damage Is Done”. Há uma influência bluesy que a enche de sentimento, de forma suave e repleta de melodia. A partir de sua metade, o ritmo acelera e se intensifica, mas sempre de maneira leve e com lindas melodias.

A letra fala do fim de um relacionamento:

Will you miss me
When I leave you behind?
Will you tell your friends
I treated you unkind?
Well it's over now, and I'm on the run
I don't want you, the damage is done



LONG, LONG WAY FROM HOME

Mais um clássico do Foreigner está em seu álbum de estreia: “Long, Long Way From Home”.

A menor faixa do disco é um dos grandes clássicos do grupo. Ela é rápida, com uma pegada Hard bem presente, tendo certo peso e andamento mais veloz. O riff é bastante empolgante e a forma como Gramm a canta contribui decisivamente para o sucesso da música. Outro excelente momento do álbum.

A letra se refere a alguém que deixa uma cidade pequena para tentar o sucesso em Nova Iorque e a solidão que acaba sentindo.

It was a Monday, a day like any other day
I left the small town for the apple in decay
It was my destiny, it's what's we needed to do
They were telling me, I'm telling you



Foi o terceiro e último single lançado para promover o trabalho e conseguiu a 20ª posição da parada desta natureza nos Estados Unidos. Presença marcante nos shows do grupo.



WOMAN OH WOMAN

A sétima música do álbum é “Woman Oh Woman”.

O ritmo continua bastante tocante no álbum com a faixa “Woman Oh Woman”. Seu início embalado por linhas suaves e extremamente tocantes acompanhadas por uma interpretação sensível e precisa constroem uma linda balada.

A letra fala em tom romântico, confrontando amores real e ideal:

Woman oh woman
Don't bury me alive
Just make me feel I've the right to survive
Woman oh woman
I hope that you can see
This is nothing like our love was meant to be
Love was meant to be



AT WAR WITH THE WORLD

A oitava faixa de Foreigner é “At War With The World”.

O Hard Setentista está de volta na oitava canção do disco. O riff é forte, pesado e com uma pegada Hard Rock a qual é impossível não se contagiar sendo fã do estilo. Mais para o meio da música ela se torna mais cadenciada, mas sem perder seu peso original e sua pegada marcante. Lou canta maravilhosamente. Excepcional composição!

A letra é ótima e mostra uma alegoria usando a guerra, mas que pode ser interpretada como alguém buscando aceitação:

I'm at war with the world
That's the way it must be
I'll fight while I can
To put an end to this misery



FOOL FOR YOU ANYWAY

“Fool For You Anyway” é a nona canção do trabalho.

A suavidade volta ao disco com sua nona música. “Fool For You Anyway” é uma balada que possui as características linhas melódicas do Foreigner e lembra, um pouco, as faixas semelhantes que a banda Free fazia com maestria. O solo é bonito e o clima tocante, em outra linda composição.

A letra mostra o sofrimento por amor:

Well I cried for you so long
My river of tears ran dry
And I tried to be so strong
But grew weaker as time went by



I NEED YOU

A décima – e última – faixa do álbum é “I Need You”.

A derradeira canção do trabalho traz um ritmo forte, pesado e cadenciado ao disco, com um riff que chega fortemente aos ouvidos de quem aprecia a música. Tudo é feito com toque de muita melodia, mas a pegada Hard Setentista é nítida. “I Need You” fecha o trabalho com chave de ouro.

A letra é simples e demonstra alguém se apaixonando perdidamente:

Many is the time I've cursed the Lord's creations
Ah but you touched my hand
I loved this new sensation
It was very strange, what a change
Of you I did not tire
So call on me, my heart's on fire



Considerações Finais

Lançado em março de 1977, o álbum homônimo à banda Foreigner foi um estrondoso sucesso, especialmente se for levado em conta o fato de ser um disco de estreia.

Catapultado por três singles que atingiram o top 20 da parada norte-americana (“Feels Like The First Time”, “Cold As Ice” e “Long, Long Way From Home”), o álbum atingiu a excelente 4ª posição da principal parada norte-americana de álbuns.

Mais que isso, permaneceu no Top 20 da supracitada parada de álbuns durante um ano! Um tremendo feito.

Foi também 9º lugar na parada canadense de álbuns e 1º na correspondente norueguesa. A turnê que sucedeu o lançamento do disco também foi bem sucedida, tanto que o segundo disco de estúdio já foi lançado no ano seguinte (Double Vision, de 1978).

Estima-se que o álbum Foreigner já superou a casa de 5 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Dennis Elliott – Bateria
Ed Gagliardi – Baixo
Lou Gramm – Vocal
Al Greenwood – Teclado
Mick Jones – Guitarra, Vocal em “Starrider”
Ian McDonald – Guitarra

Faixas:
01. Feels Like the First Time (Jones) – 3:49
02. Cold as Ice (Jones/Gramm) – 3:19
03. Starrider (Greenwood/Jones) – 4:01
04. Headknocker (Gramm/Jones) – 2:58
05. The Damage Is Done (Jones/Gramm) – 4:15
06. Long, Long Way from Home (Jones/Gramm/McDonald) – 2:53
07. Woman Oh Woman (Jones) – 3:49
08. At War with the World (Jones) – 4:18
09. Fool for You Anyway (Jones) – 4:15
10. I Need You (Gramm/Jones) – 5:09

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/foreigner/

Opinião do Blog:
Muitos fãs de Rock torcem o nariz para bandas que usam e abusam de sonoridades mais suaves e “melosas”. O fato é que o Foreigner é um dos grupos que fizeram sua identidade musical nesta linha.

Mas tudo na banda é construído com extremo bom gosto. Suas canções mais populares são, em sua maioria, baladas ou algo bem próximo a isto. Contudo, simultaneamente, tudo é construído de maneira belíssima, com a leveza e a sutileza necessária para não soar piegas ou fútil.

O Foreigner não é apenas isto. Há, também, músicas que têm ótima pegada Hard Rock, especialmente aquele feito nos anos setenta.

Formado por músicos experientes e de muita qualidade, as composições do Foreigner, conforme foi dito, esbanjam talento. Não há momentos desnecessários, firulas técnicas ou exageros, tudo é muito bem emendado e construído de maneira a contribuir exclusivamente com a sonoridade das canções.

Ian McDonald e Lou Gramm esbanjam talento e precisão. Os teclados de Al Greenwood também transbordam bom gosto. A cozinha formada por Gagliardi e Elliott é exata e não compromete. E ainda temos Mick Jones que trouxe todo o talento e a bagagem de anos na música, sendo o principal compositor do conjunto.

No seu álbum de estreia, o Foreigner dá uma aula de composição: temos 3 ‘hits’ de sucesso indiscutível: “Feels Like The First Time”, “Cold As Ice” e “Long, Long Way From Home”. A pegada Hard também aparece nas ótimas “Headknocker”, “At War With The World” e “I Need You”.

Em termos de letras, o grupo apostou quase sempre na temática romântica, mas nada que comprometa a qualidade do trabalho. O bom gosto também prevalece neste ponto.

Tem-se aqui um dos grandes álbuns de estreia do Rock (sua posição na parada norte-americana e o número de cópias vendidas falam por si sós). Além disto, as composições são ótimas, não há músicas de enchimento neste trabalho.


O Foreigner é uma grande banda e de qualidade inquestionável, a qual certamente aparecerá novamente no Blog. E o seu álbum de estreia é extremamente recomendado por este que vos escreve!

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Respostas
    1. Obrigado pelo comentário, Rafael. Então, não sei quando, mas o Foreigner vai retornar ao Blog, pois adoro a banda. É só ficar ligado.

      Excluir
  3. Eu conheci o Foreigner por meio do "4" e do "Agent Provocateur", e em ambos os casos por causa das baladas ("Waiting for a Girl Like You" e "I Want to Know What Love Is"). Quando finalmente tive a oportunidade de ouvir os dois primeiros álbuns, especialmente este, fiquei muito surpreso pelo fato do som ter mais peso nas guitarras e ser mais rocker do que os que já conhecia. O fato de a banda dar mais espaço para seus excelentes músicos neste álbum já é suficiente para dar-lhe mais destaque. Enfim, o Foreigner foi um grande sucesso - e merecido.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu não tenho muitos problemas com a fase "AORzenta" da banda, mas eu prefiro esta primeira, menos polida e mais "suja". Acho que eles produziam música radiofônica, mas com muita personalidade, especialmente nos 2 primeiros discos.

      Excluir