The Last In Line é o segundo álbum de estúdio da
carreira-solo do vocalista Ronnie James Dio. Seu lançamento oficial aconteceu
no dia 13 de julho de 1984, pelos selos Vertigo/Warner Bros. As gravações
ocorreram naquele ano, no estúdio Caribou Ranch, no Colorado, Estados Unidos. O
próprio Dio foi o responsável pela produção do disco.
O Blog, em seus primórdios, já tratou do álbum de
estreia do Dio, o clássico Holy Diver. Abaixo, o link a quem se interessar:
Para a turnê de Holy Diver, Dio sentiu a
necessidade de transformar sua banda em um quinteto com a adição de um
tecladista. O escolhido foi Claude Schnell.
Já para o trabalho de composição e gravação do
próximo álbum, Schnell já estava contratado como o quinto membro da banda.
Os demais membros permaneciam os mesmos, formando
um grande grupo: Vivian Campbell nas guitarras, Jimmy Bain no baixo, Vinny
Appice na bateria e, evidentemente, o baixinho Ronnie James Dio nos vocais.
Vivian Campbell
Ser o sucessor de um álbum em nível estratosférico
como Holy Diver (1983), não seria nada fácil para nenhum trabalho. Mas Dio não
se esmoreceu com o desafio e passou a se voltar para tamanho desafio tão logo a
turnê de seu predecessor se encerrou.
Na verdade, o baixinho, inteligentemente, acabou
por seguir a mesma fórmula que funcionou no disco anterior.
Primeiramente, manteve o mesmo time que compôs e
gravou Holy Diver, com a já adição do supracitado tecladista.
Em segundo lugar, também permaneceu no posto de
produtor do trabalho, fator que acabou catalisando o resultado de maneira muito
eficiente.
Vinny Appice
Em seguida, Dio manteve a mesma sonoridade do álbum
anterior, um Heavy Metal tradicional até o talo, com as composições servindo
como base para favorecer o brilho da voz de um dos ícones do vocal no Heavy
Metal em todos os tempos.
Até a arte da capa manteve a linha do disco
anterior: possui uma tonalidade das cores bem semelhantes à de Holy Diver e
conta com o demônio Murray, a mascote da banda.
Como foi dito, dificilmente, para qualquer conjunto
existente, manter o nível de um disco como o clássico Holy Diver. Mas, como
será mostrado, o resultado de The Last In Line, surpreende.
WE ROCK
Abre o disco o clássico “We Rock”.
Um riff veloz e preciso dá as cartas do primeiro
trabalho do álbum. “We Rock” apresenta o melhor do Heavy Metal tradicional:
peso, rapidez e muita melodia. Desnecessário dizer que os vocais de Ronnie
James Dio estão praticamente perfeitos. Ótimo início.
Na letra, Dio conta uma história sobre descobertas
e esperança:
We pray to someone
But when it's said
And done it's really all the same
With just a different name
So many voices
All giving choices
If we listen they will say
Oooh,we can find the way
But we'll sail on sing a song carry
on
“We Rock” é um grande sucesso da carreira-solo de
Dio, sendo a canção que muitas vezes fechava seus shows.
Lançada como single, atingiu a 42ª posição da
parada britânica desta natureza.
THE LAST IN LINE
Homônima ao álbum, o clássico “The Last In Line” é
a segunda faixa do álbum.
O início suave e melódico de “The Last In Line”
pode até enganar o ouvinte, induzindo-o a pensar que se trata de uma balada.
Mas logo os pesos da guitarra e bateria, juntamente à voz potente de Dio,
demonstram que o Heavy Metal está de volta. Desta vez a canção, embora continue
pesada, aposta em um ritmo mais lento e cadenciado. Brilhante construção.
A letra também conta uma história que envolve
magia, conhecimento e a disputa entre bem e mal:
We're all born upon the cross
The throw before the toss
You can release yourself
But the only way is down
“The Last In Line” não foi lançada como single no
Reino Unido, mas apenas nos Estados Unidos e outros países como a Holanda, por
exemplo. Nos EUA, conseguiu a 10ª posição na parada de singles.
BREATHLESS
“Breathless” é a terceira música do trabalho.
Outro riff bem pesado é a marca de “Breathless”.
Dio emprega uma interpretação bem forte, acompanhando o ritmo da canção. O peso
está presente em uma construção que se apresenta em uma velocidade não tão acelerada. Boa
faixa.
A letra confronta o desejo de conhecimento com o
medo do que se pode se tornar:
You said a single word
No one really heard
It's always
worse at night
'cause when the darkness kills the
light
I SPEED AT NIGHT
“I Speed At Night” é a quarta canção do álbum.
Como o próprio nome sugere, “I Speed At Night”
aposta em um ritmo mais veloz e rápido. O riff é pesado e intenso, mas com a
tradicional melodia que Dio sempre empregou em suas composições por toda sua
carreira. Faixa interessante, com um ótimo solo por parte de Campbell.
As letras são simples e demonstram um espírito de
aventura:
My demons they seem to disappear no
vision
I only see to hear
Protection
I never needed none direction just
nowhere near the sun
ONE NIGHT IN THE CITY
A
quinta faixa de The Last In Line é “One Night In The City”.
O riff principal da canção é empolgante, pois
possui na medida exata peso, melodia e intensidade. O ritmo é mais cadenciado e
Dio a canta de maneira exímia, proporcionando um dos melhores momentos do
disco. O casamento entre a voz do cantor e a guitarra de Vivian Campbell é
espetacular. Ponto altíssimo do trabalho!
A letra conta a história de dois personagens: Johnny
e a princesa Sally:
But one child went away and one
child stayed to play for one night in the city
One night looking pretty yeah one
night in the city one night touching pretty
But chains don't make a wall and
dreams lay where they fall
Dark is never night when dreams make
up the light one night in the city
EVIL EYES
Sexta
música de The Last In Line é “Evil Eyes”.
A canção aposta em um riff bem rápido e simples,
sendo bem direta. Um Heavy Metal bem típico dos anos oitenta, contando com um
solo inspirado de Vivian Campbell. O maior destaque, como sempre, é a inspirada
interpretação de Dio.
A letra mistura magia e maldição:
Yes evil eyes
Oh those eyes
Hide in the night time turn out the
light
They'll see you anyway
MYSTERY
A sétima faixa do trabalho é “Mystery”.
“Mystery” começa com teclados mais presentes e
dando a melodia base da canção. O riff é ótimo, repleto de sonoridade em uma linha
entre o Heavy Metal e o Hard Rock, o qual faz desta música única dentro do
álbum. Outro ótimo momento do disco.
Outra vez a letra aposta em uma temática que
envolve magia e mistério:
We are lightning we are flame and we
burn at the touch of a spark
When there's the fire but no one
sees the there's only the dark
Just imagine will you try I can see
that you've opened your mind
Silver linings can disappear but
they always shine
Lançada como single, atingiu boas posições nas duas
principais paradas desta natureza: 20ª posição nos Estados Unidos e 34ª colocação
no Reino Unido.
EAT YOUR HEART OUT
A oitava música do disco é “Eat Your Heart Out”.
Esta é outra faixa do trabalho que soa bastante
direta ao ouvinte. O riff é pesado e com um ritmo mais lento, cadenciado. A
interpretação de Dio é também um pouco mais “agressiva”, acompanhando a parte
instrumental. Mais um bom solo de Vivian Campbell.
A letra demonstra um espírito de decepção e
vingança:
And all the promises of springtime
Turned to lies so cold
But I'm stronger than you know and
I've come to let you go
EGYPT (THE CHAINS ARE ON)
A
nona – e última – música de The Last In Line é “Egypt (The Chains Are On)”.
A derradeira faixa do álbum é também a mais extensa
do trabalho. Apresenta um riff sensacional por parte de Campbell, que aposta
novamente no peso e no ritmo mais arrastado, que funciona de maneira
impressionante nesta construção. Dio tem uma interpretação magnífica, cantando
de maneira belíssima e transmitindo muita emoção.
A letra conta uma história fantástica:
In the land of the lost horizon
Where the queen lies dark and cold
And when the stars won't shine
Then the
story's told yeah
Considerações
Finais
Como foi dito, não deve ter sido muito fácil fazer
o sucessor de Holy Diver.
Em termos de parada de sucessos, The Last In Line
superou seu antecessor: 23ª posição na parada norte-americana de álbuns com a
excepcional 4ª colocação na sua correspondente britânica. Ainda abocanhou o 6º lugar
na parada sueca.
A recepção da crítica também foi positiva, tanto na
época quanto posteriormente. The Last In Line foi colocado na 372ª colocação de
uma lista de The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time, criada pela
revista Rock Hard, em 2005.
Após 6 meses de seu lançamento, o álbum já havia
superado a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
Formação:
Ronnie
James Dio – Vocal
Vivian
Campbell – Guitarra
Jimmy
Bain – Baixo
Claude
Schnell - Teclado
Vinny Appice – Bateria, Percussão
Faixas:
01.
We Rock (Dio) - 4:36
02.
The Last in Line (Bain/Campbell/Dio) - 5:40
03.
Breathless (Campbell/Dio) - 4:04
04.
I Speed at Night (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 3:22
05.
One Night in the City (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 5:15
06.
Evil Eyes (Dio) - 3:38
07.
Mystery (Bain/Dio) - 3:46
08.
Eat Your Heart Out (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 3:49
09.
Egypt (The Chains Are On) (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 6:57
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o
acesso a: http://letras.mus.br/dio/
Opinião do
Blog:
Ronnie James Dio atingiu o ápice de sua carreira-solo
já no seu álbum de estreia, o extraordinário Holy Diver. Isto deixou uma árdua
tarefa após sua divulgação, a qual seria, compor e gravar o seu sucessor.
Quase 30 anos depois, pode-se dizer que Dio fez com
sucesso a missão. The Last In Line é um trabalho muito bom.
Evidentemente, não possui o brilho do anterior, já
que este era um álbum estratosférico. Mas mesmo assim, o disco aqui analisado
tem o seu valor.
Dio apostou na manutenção do estilo do trabalho
prévio. A temática das letras é bastante semelhante, assim como a estrutura da
parte instrumental. Até o número de canções é o mesmo: nove.
O Heavy Metal tradicional é o estilo proposto. Dio,
desnecessário dizer, tem uma atuação inspirada e somente isto já valeria a
audição do trabalho.
Vivian Campbell nos presenteia com um ótimo
trabalho nas guitarras, com bons riffs e solos. Bain é preciso no baixo, e
Appice demonstra todo seu talento na bateria. Schnell também faz corretamente
sua missão.
Em termos de composição, The Last In Line não tem a
mesma força do brilhante Holy Diver. Aqui, temos sim ótimas canções como “We
Rock”, a brilhante “One Night In The City”, “Egypt” e a faixa-título. Todas
apresentam Dio em sua melhor forma.
As outras faixas oscilam em boas composições como “Evil
Eyes” e outras apenas medianas, como “Eat Your Heart Out”.
Mesmo assim, o Blog recomenda (e muito) a audição
atenta do segundo trabalho solo de um dos maiores vocalistas da história da
música, o saudoso Ronnie James Dio.
Obrigado pelas dicas, amigo. Abraço pra você também!
ResponderExcluirConheci o Dio por meio do "Live Evil" do Black Sabbath, e imediatamente me tornei fã da sua voz!! Eventualmente o amigo que me emprestou o disco falou a respeito da carreira solo do cara, e fui atrás - comprei justamente "Last in Line", em LP nacional bem chocho, sem encarte e com vários defeitos de prensagem. Mas o disco me pegou de primeira, e se tornou o meu disco favorito do Dio - posição que ocupa até hoje, perdendo apenas para os dois primeiros do Rainbow e para o "Heaven and Hell" num hipotético ranking da carreira do Ronnie James. Estou torcendo para que seja relançado em box set também!!
ResponderExcluirEu conheci a carreira solo do Dio com o Holy Diver, o qual é um daqueles discos do coração. Mas eu gosto bastante do The Last in Line e da carreira solo dele em geral. Abraço!
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