R.E.O. Speedwagon é o álbum de estreia da banda
norte-americana de mesmo nome, ou seja, REO Speedwagon. Seu lançamento oficial
ocorreu em outubro de 1971, com as gravações acontecendo entre o ano anterior e
1971, primordialmente no Connecticut Recording Studios Inc. Os produtores foram
Paul Leka e Bill Rose III e o selo responsável foi o Epic.
O REO Speedwagon é uma banda que fez bastante
sucesso comercial no início da década de oitenta, fazendo músicas que fundiam o
rock com uma forte veia pop. Neste post se mostrará o início do grupo, que
mostrava uma veia mais voltada para o Rock Progressivo e o Hard Rock.
No outono de 1966 , Neal Doughty adentrou o curso de
engenharia elétrica da Universidade de Illinois em Champaign , no mesmo Estado,
entrando como calouro. Em sua primeira noite, ele encontrou outro estudante,
Alan Gratzer.
Eles logo começaram uma banda de rock. Gratzer era
um baterista desde os tempos do colégio e estava tocando em um grupo local nos
fins de semana, enquanto Doughty havia aprendido algumas músicas dos Beatles no
piano de seus pais.
Alan Gratzer |
Doughty começou a seguir em torno da banda de
Gratzer, eventualmente participando em uma ou duas músicas. Pouco tempo depois,
o guitarrista Joe Matt chamou o líder da banda de Gratzer e disse que ele, o
baterista Gratzer e o baixista Mike Blair haviam decidido deixar a banda e
começar uma nova com Doughty.
Eles fizeram uma lista de músicas para aprenderem
durante as férias de verão enquanto Doughty conseguiu um emprego para comprar o
seu primeiro teclado. Em seu órgão Farfisa, ele aprendeu "Light My
Fire", do The Doors, nota por nota.
Os membros voltaram para a faculdade no outono de
1967, e tiveram seu primeiro ensaio antes das aulas começarem. Eles nomearam a
banda de REO Speedwagon, baseados no REO Speed Wagon, um caminhão que Doughty
havia estudado na história do transporte e cujas iniciais são as de seu
fundador Ransom E. Olds.
Ao invés de pronunciar REO como uma única palavra
como a empresa fez, eles escolheram por soletrar o nome com as letras
individuais, sendo cada uma delas pronunciadas.
Em seu início o grupo tocava covers em bares do
campus, festas de fraternidade e eventos universitários. A primeira formação
era composta por Doughty nos teclados, Gratzer na bateria e vocais, Joe Matt na
guitarra e vocal e Mike Blair no baixo e vocais.
Na primavera de 1968, Terry Luttrell tornou-se o vocalista
e Bob Crownover e Gregg Philbin substituíram Matt e Blair, respectivamente.
Marty Shepard tocou trompete e Joe McCabe tocava sax neste momento até que McCabe teve que se mudar para a Southern Illinois University.
Crownover tocou guitarra para o grupo até o verão
de 1969, quando Bill Fiorio o substituiu. Também passou pelo posto de
guitarrista Steve Scorfina compondo com a banda e se apresentando ao vivo,
antes de ser substituído por Gary Richrath no final de 1970.
Gary Richrath |
Richrath era um guitarrista e compositor prolífico que
trouxe material original para a banda, incluindo a canção "Ridin' the
Storm Out". Com Richrath a bordo, a popularidade regional da banda cresceu
tremendamente.
A banda assinou contrato com a Epic Records em
1971. Paul Leka, um produtor de discos da Costa Leste, trouxe a banda para seu
estúdio de gravação em Bridgeport, Connecticut, onde gravaram material original
para o seu primeiro álbum. A formação da banda consistia em Richrath, Gratzer,
Doughty, Philbin e Luttrell.
A capa do álbum apresenta a frente do caminhão REO
Speed Wagon, em uma sacada bem inteligente. Vamos às faixas:
GYPSY WOMAN’S PASSION
A primeira música do álbum já mostra que o som da
banda é bastante influenciado pela levada norte-americana do Blues, mas ao
mesmo tempo, o grupo tinha um pezinho no Hard Rock. A guitarra é bastante presente,
assim como os teclados de Doughty. Um começo bastante promissor.
A temática da música é sobre a liberdade:
And nobody knows where we're going
too far, yeah
Something was sure or we gotta do,
oh hey!
Maybe we got no direction. Said we
got no place to go, no no.
She shoved all our batch end; am I
just a big wad blow? Yeah yeah
Gypsy woman's passion, said I'm not
gonna let you go
What'd I say, anyway, let's get on
with it!
157 RIVERSIDE AVENUE
Um dos grandes sucessos do grupo é a segunda canção
do trabalho. Com um ritmo contagiante, a melodia empolga qualquer um. “157
Riverside Avenue” continua com a mesma pegada Blues da faixa anterior, mas com
os teclados dando um verdadeiro show. Faixa emblemática do início da carreira
do REO Speedwagon.
A letra é simples fazendo uma ode à Riverside
Avenue:
It's over, Miss Lena, we're leaving.
Such a pleasant stay, I must say.
So nice, so easy, we hate to say
goodbye to you
At 157
Riverside Avenue.
A música se refere ao endereço da banda na cidade
de Westport, Connecticut, onde o grupo ficou para a gravação do disco. Embora
não tenha sido lançada como single, é a canção de maior sucesso do grupo
presente em seu álbum de estreia.
“157 Riverside Avenue” se tornou obrigatória nos
shows da banda, frequentemente sendo tocada e expandida, com solos de teclado e
guitarra. Um clássico!
ANTI-ESTABLISHMENT MAN
A terceira faixa do trabalho mantém o ritmo
estabelecido no início do disco. Mas desta vez, a pegada do grupo está um pouco
mais cadenciada, boa parte por conta de um riff muito interessante. A guitarra de Richrath é o grande destaque da
música.
A letra tem um tom de crítica aos governantes
americanos, incluindo uma mensagem anti guerra (Vietnã):
I'm tired of your treating
All of my children the same
Everywhere!
Spending all that money
On a stupid war in Vietnam
(When we need it at home)
LAY ME DOWN
A quarta canção do disco possui uma levada um pouco
mais calma, aproximando-se do que seria considerada uma balada. A voz de
Luttrell se encaixa bem com a parte instrumental da música, formando uma boa
composição, mas nada de extraordinário.
A letra tem uma clara conotação de decepção
amorosa:
I lied to myself
Tried to believe in you
But it's hard to rely on the ghost
of someone you hardly even knew
You bring things out
Just to bring me down
Then you twist them about and shove
'em in my face
Til my eyes can't see any good
Yeah!
SOPHISTICATED LADY
A música começa com um ritmo bastante acelerado,
com um riff muito interessante, com a dose certa de força e velocidade.
Novamente é possível sentir a forte presença do teclado de Doughty, fazendo uma
ótima parceria com a guitarra de Richrath, a qual brilha intensamente. Um dos
pontos mais elevados do trabalho!
A letra da música se refere a uma mulher culta, mas
que não conhece as coisas práticas da vida:
Educated lady with your college
degree,
Amazes me why you just can't see
Learned ev'rything from your books
on the shelf,
But no one ever taught you how to
think for yourself
“Sophisticated Lady” foi lançada como single para
promover o disco e atingiu a modesta 122ª posição na principal parada
norte-americana desta natureza.
FIVE MEN WERE KILLED TODAY
A levada da canção é bem tranquila e calma, com uma
pegada bastante suave. A voz de Luttrell acaba sendo o maior destaque na
música, pois se casa perfeitamente com a parte instrumental, transmitindo um
tom de questionamento. Composição bem interessante.
A letra segue uma linha de questionamento:
Five men were killed today,
Leaving five wives as widows
Six men they tried to kill
Maybe one will live to raise his son
I've tried so hard
To tell you what went wrong
Been fighting for so many years
For something so very wrong
When will men ever learn
That happiness is his to be earned?
PRISON WOMEN
“Prison Women” é a menor faixa do álbum e, desta
maneira, é bastante direta. Conta com um ritmo bastante envolvente, seguindo a
linha do Blues Rock. É uma música simples, mas bastante animada.
A letra é simples e em tom de brincadeira:
Strumming down the river, the
moonlight would shiver
Are hurting me with dance in my eyes
I’m on the other side, they’re gonna
have them videos
Back and back to their side
Like tears to a mouse, a biting to a
clam
I was tracking to the opposite shore
A passion from a dead man, playing,
burning, biting
Life from
limping eyes, yeah
DEAD AT LAST
A oitava – e última – faixa do disco de estreia do
REO Speedwagon é “Dead At Last”. Com mais de 10 minutos, possui algumas
mudanças de ritmo e andamento, mas é a canção mais diferente do trabalho. Deixa
de lado a influência Bluesy, abraçando mais firmemente o Hard Rock setentista.
Pessoalmente, foi impossível ouvi-la e não me lembrar do incrível Deep Purple.
Excelente forma de se encerrar o álbum.
A letra é curtíssima e tem outra vez um chamado à
liberdade:
'Cos I'll start by working, while
we're calling a kind of dead
Torn by the curtains of our building
shows no less...aaaahh!!!
Considerações Finais
O álbum R.E.O. Speedwagon não causou nenhuma grande
repercussão após seu lançamento, não conseguindo alcançar nenhuma das
principais paradas de sucesso nem mesmo dos Estados Unidos.
O disco acabou atraindo mais atenção quando a banda
explodiu verdadeiramente, em especial na década de oitenta e alguns fãs
procuraram os trabalhos anteriores do grupo.
“157 Riverside Avenue” acabou se tornando um
clássico do Rock setentista norte-americano, ganhando ampla circulação nas
emissoras de rádio daquele país. Como foi dito, é presença obrigatória nos
shows da banda.
Pouco tempo após o lançamento do álbum, já no
início de 1972, o vocalista Terry Luttrell deixou o REO Speedwagon, sendo
substituído por Kevin Cronin, que gravaria o segundo álbum do grupo naquele mesmo
ano.
Formação:
Terry Luttrell - Vocal
Gary Richrath - Guitarra
Gregg Philbin - Baixo
Neal Doughty - Teclados
Alan Gratzer – Bateria
Faixas:
01.
Gypsy Woman's Passion (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 5:17
02.
157 Riverside Avenue (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 3:57
03.
Anti-Establishment Man (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 5:21
04.
Lay Me Down (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 3:51
05.
Sophisticated Lady (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 4:00
06.
Five Men Were Killed Today (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 3:00
07.
Prison Women (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 2:36
08.
Dead at Last (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 10:08
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o
acesso a: http://www.azlyrics.com/r/reospeedwagon.html
Opinião do
Blog:
O REO Speedwagon tem o seu nome sempre associado ao
Rock com pegada bastante Pop (ou AOR), surgido no fim dos anos 70 e início dos
anos 80, já que o grupo fez um sucesso enorme com seus álbuns lançados naquele
período.
O Blog, entretanto, preferiu apontar o disco de
estreia da banda, muito menos badalado, o qual possui uma identidade sonora
completamente diferente do som que a mesma faria alguns anos mais tarde.
Aqui o conjunto apostou nas raízes da música
norte-americana, fundamentalmente no Blues Rock e acertando em cheio. Flertam
deliberadamente com o Hard Rock, produzindo um trabalho que contagia e empolga
na mesma sintonia.
Os músicos fazem ótimos papéis nas composições.
Terry Luttrell canta de maneira diversificada pelas faixas, competentemente.
Gary Richrath brilha com sua guitarra, bem como Neal Doughty nos teclados (o
grande destaque do álbum). A seção rítmica é presente e responsável direta pela
qualidade das músicas.
As letras são boas, algumas vezes simples, mas abordam
temáticas jovens e outras vezes questionadoras.
Sem dúvidas, o grande clássico do disco é mesmo a
excelente “157 Riverside Avenue” que por si só, já valeria o álbum. Mas não é
apenas isto: há as ótimas “Anti-Establishment Man”, “Sophisticated Lady” e “Gypsy
Woman's Passion”; além da intrigante e envolvente “Dead At Last”, a qual foge
totalmente da proposta do disco, mas o encerra de maneira primorosa.
Enfim, o álbum de estreia do REO Speedwagon é um
ótimo momento do nascente Hard Rock norte-americano, mas com uma pegada bem
mais bluesy. Com excelentes canções, é extremamente bem recomendado pelo Blog.
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