Wings
of Tomorrow é o segundo álbum de estúdio da banda sueca chamada
Europe. Seu lançamento oficial aconteceu em 24 de fevereiro de 1984,
através do selo Hot Records. As gravações se deram no Polar
Studios, em Estocolmo, na Suécia, entre 1983 e 1984. O produtor foi
Leif Mases.
O
Europe é uma banda que está profundamente associada à cena do Hard
Rock oitentista, muito por conta do álbum The Final Countdown, de
1986. Mas o Blog, desta feita, optou por abordar o grupo em um
momento anterior a seu ápice de sucesso mundial.
A
primeira encarnação do conjunto foi batizada de Force e veio ao
mundo em 1979, em uma localidade chamada Upplands Väsby, em
Estocolmo, na Suécia.
Sua
formação contava com o vocalista e tecladista Joey Tempest, o
guitarrista John Norum, o baixista Peter Olsson e o baterista Tony
Reno.
Nas
palavras de Tempest: "Eu me lembro quando começamos a Force e
estávamos tocando covers, durante os ensaios, porque nós só
queríamos aprender nossos instrumentos, como todas as bandas”.
Pouco
tempo depois, Tempest começou a trazer material próprio para os
ensaios do Force e assim a banda iniciou a produção de suas
próprias composições.
A
banda enviou várias demos para gravadoras, mas os integrantes foram
informados de que, se quisessem serem divulgados, teriam que cortarem
os cabelos e cantarem em sueco.
Joey Tempest |
Dois
anos depois, o baixista Peter Olsson deixou a banda e foi substituído
por John Levén. Poucos meses se passaram para que Levén ingressasse
na banda do guitarrista Yngwie Malmsteen, o Rising Force, e o
ex-baixista do Malmsteen, Marcel Jacob, juntasse-se ao Force.
Isso
só durou três meses: Leven, aparentemente, teve conflitos com
Malmsteen, e, portanto, ele e Jacob trocaram de lugares novamente.
A
história do grupo começa a mudar em 1982, quando a namorada de
Tempest coloca o Force em um concurso de talentos sueco de nome
Rock-SM. Competindo contra 4000 bandas, eles vencem o
concurso, graças a duas canções: "In the Future to Come"
e "The King Will Return". O prêmio foi um contrato com a
gravadora Hot Records.
Além
disso, Tempest ganhou o prêmio individual para Melhor Vocalista e
Norum venceu o prêmio de Melhor Guitarrista.
Pouco
antes do concurso, o Force mudou seu nome para Europe. Tempest
foi quem sugeriu o nome: “Depois de lançar Made in Japan
(1972), o Deep Purple fez
o Made in Europe (1976), que talvez não seja tão bom quanto
o primeiro, mas ouvimos os dois. E é daí que eu retiro o nome
Europe. Foi muito engraçado quando eu disse aos rapazes, John Leven
e John Norum, sobre a minha ideia para o nome da banda naquela
noite”.
Segundo
Tempest, o grupo originalmente se chamou Force por conta do álbum
Force It (1975), da lendária banda britânica UFO, uma das
reconhecidas influências do Europe. Mas, naquela altura, Yngwie
Malmsteen já estava em ação com o Rising Force e os nomes
semelhantes certamente não ajudariam.
Já
como Europe, o grupo lança seu primeiro trabalho, autointitulado, em
14 de março de 1983.
John Norum |
O
álbum teve boa repercussão na Suécia, atingindo a 8ª posição na
parada de sucessos local. Nele estão boas faixas como “The King
Will Return”, “Children of this Time” e “Seven Doors Hotel”;
esta última, atingiu o Top 10 da parada japonesa.
Naquele
mesmo ano, o Europe já se reuniria no Polar Studios, em Estocolmo,
para as gravações de seu segundo álbum de estúdio, o qual se
tornaria Wings of Tomorrow.
Com
a produção de Leif Mases, o trabalho apresentaria um Europe ainda
mais consistente. A capa, trabalho de Peter Engberg, apresenta uma
ave com penas metálicas.
Vamos
às faixas:
STORMWIND
Um ótimo e inspirado riff abre "Stormwind". A faixa caminha na tênue linha entre o Hard Rock e o Heavy Metal, embora a pegada mais predominante seja do primeiro. A guitarra de John Norum predomina, acompanhando a boa interpretação de Joey Tempest.
A
letra possui temática romântica:
I
like to wake up in the morning unaware
Of the fact that you are calling me
To ask me if I want to be
Someone who you could love and always care for
Of the fact that you are calling me
To ask me if I want to be
Someone who you could love and always care for
A
faixa foi um dos singles retirados de Wings of Tomorrow, mas não
obteve maior repercussão em termos de paradas de sucesso.
SCREAM
OF ANGER
Já em "Scream of Anger", o ouvinte perceberá que há influência da NWOBHM na sonoridade do Europe. O clima aqui é urgente, com a banda apostando em um andamento rápido, com o ritmo bastante veloz, especialmente oferecido pela seção rítmica. Bom momento do álbum.
A
letra remete a desesperança:
I
won't live to see tomorrow
There won't be another breath
None of them will ever sorrow
Those who sentenced me to death
There won't be another breath
None of them will ever sorrow
Those who sentenced me to death
A
banda sueca Arch Enemy fez uma versão para “Scream of Anger”.
OPEN
YOUR HEART
Neste momento o Europe "põe o pé no freio", desacelerando o ritmo do disco até então. A velocidade cai brutalmente e a terceira faixa do trabalho apresenta uma melodia leve e lenta, mas ao mesmo tempo de bom gosto. A velha fórmula de o peso aumentar durante o refrão é usada e, novamente, funciona de maneira eficiente. Boa atuação de Joey Tempest.
A
letra possui temática sobre um relacionamento amoroso:
Days
filled with joy
And days filled with sorrow
I don't know just what to do
Am I happy today
Am I lonely tomorrow
Everything depends on you
And days filled with sorrow
I don't know just what to do
Am I happy today
Am I lonely tomorrow
Everything depends on you
“Open
Your Heart” foi outro single proveniente do álbum, mas também não
obteve maior repercussão em termos de paradas de sucesso.
No
álbum Out of This World, de 1988, lançado após a banda estourar
internacionalmente, o Europe regravou “Open Your Heart”, mudando
partes da letra original e novamente apostando em lançá-la como
single, o qual alcançou a modesta 86ª colocação na principal
parada britânica.
É
da versão de 1988 o videoclipe da música, dirigido por Jean
Pellerin e Doug Freel.
TREATED
BAD AGAIN
Em um ritmo bastante cadenciado e lento, a quarta faixa do trabalho demonstra um Europe em uma faceta mais pesada. O ótimo trabalho de John Norum faz a diferença na composição, com sua guitarra se apresentando de maneira infernal. O solo por volta dos 2 minutos e meio é saboroso. Ótima canção.
A
letra fala sobre comportamento:
Hey
girl don't come to me and ask me for a helpin' hand
Cause by the way things seem to be,
I would never ever understand
When he comes to you, you always take him back
Hey girl just wait and see, you're bound to have a heart attack
Cause by the way things seem to be,
I would never ever understand
When he comes to you, you always take him back
Hey girl just wait and see, you're bound to have a heart attack
APHASIA
Já nesta curta canção instrumental, John Norum demonstra sua habilidade na guitarra, com uma composição que lembra passagens instrumentais de bandas como o Iron Maiden. Faixa divertida.
“Aphasia”
é a única composição solitária de John Norum a aparecer em um
álbum do Europe. A banda sueca HammerFall fez uma versão para a
mesma.
WINGS
OF TOMORROW
A faixa-título apresenta o Europe apostando novamente na região do Hard/Heavy, combinando-os de maneira inteligente. O andamento da música é mais cadenciado, possuindo um refrão essencialmente melódico. Conta com um dos melhores solos de guitarra de John Norum no disco.
A
letra fala sobre mudança e esperança:
You
must be dreaming
Or going out of your mind
There's no way of changing
The world over one night
Or going out of your mind
There's no way of changing
The world over one night
“Wings
of Tomorrow” também tem uma versão cover feita pela banda Arch
Enemy.
WASTED
TIME
Novamente a influência da NWOBHM é bastante palpável na musicalidade do Europe, especialmente na introdução de "Wasted Time", em que o trabalho do baixista John Leven é excelente, imprimindo impressionante peso à canção. Pesada, intensa e pulsante, uma das melhores composições do álbum.
A
temática da letra é sobre o bem e o mal:
Blood's
been spilled throughout all times
We should know better since we've been around
There's been changes there's no denyin'
But in what direction is good sense flying
We should know better since we've been around
There's been changes there's no denyin'
But in what direction is good sense flying
LYIN'
EYES
"Lyin' Eyes" também aposta em um ritmo mais acelerado e um andamento bem veloz. A seção rítmica opera freneticamente e o resultado instrumental é perfeitamente acompanhado pela voz de Joey Tempest, o qual atua de maneira eficiente.
A
letra fala sobre decepção e vingança:
I
wish you'd move and then I know I'd be satisfied
Can't you see I'm on the edge,
Can't you see I'm on the edge,
I
can't look down
Is it me who's lost and never found
Is it me who's lost and never found
“Lyin'
Eyes” foi um single lançado anteriormente ao álbum, ainda em
dezembro de 1983 e que não repercutiu em termos de paradas de
sucesso. A versão da canção encontrada em Wings of Tomorrow possui
a letra um pouco diferente a daquela original de 1983.
DREAMER
Os teclados de Tempest ficam bem mais evidentes na introdução de "Dreamer", a qual coloca a banda em um ritmo mais leve e lento novamente. O refrão é levemente mais intenso, mas a tônica da composição é mesmo a suavidade. O ponto mais alto acaba mesmo sendo a atuação de Joey Tempest.
A
letra é sobre solidão:
He
is down by the riverside
Late one night
He's tryin' to count the stars
In each of the signs
Late one night
He's tryin' to count the stars
In each of the signs
“Dreamer”
foi outro single retirado do disco, mas que fora lançado apenas no
Japão. Sem maiores repercussões.
DANCE
THE NIGHT AWAY
A décima - e última - faixa de Wings of Tomorrow é "Dance The Night Away". Com um riff que remete imediatamente ao Deep Purple, a canção final do disco é bastante rápida e intensa, mas, simultaneamente, repleta de melodia e energia. Fecha o álbum de maneira bem eficiente.
A
letra possui sentido de flerte romântico:
Well,
I can dance the night away
There's nothin' else that I want to d
O I can dance the night away
There's no one else that I want but you
There's nothin' else that I want to d
O I can dance the night away
There's no one else that I want but you
Considerações
Finais
Em
termos das principais paradas de sucesso, Wings of Tomorrow passou em
branco. Conquistou a 20ª posição na de sua terra natal, a Suécia.
Mesmo
assim, o álbum é bem importante na carreira do Europe.
Por
exemplo, o single "Open Your Heart" despertou o interesse
da CBS Records, que ofereceu ao grupo um contrato internacional em
1985.
“Eu
acho que um dos álbuns mais importantes para a banda foi Wings of
Tomorrow”, afirmou Tempest, o qual completou: “Estávamos
aprendendo como escrever canções e John começou a tocar algum
material realmente legal na guitarra. Nós nos tornamos uma banda
melhor e foi um bom período para a banda”.
O
tecladista Mic Michaeli foi logo recrutado para tocar nos shows e se
tornou um membro oficial da banda pouco tempo depois.
Ao
mesmo tempo, Tony Reno foi despedido por causa de sua falta de
motivação e por alegadamente faltar aos ensaios. O baixista Peter
Olsson afirma, também, que Reno teria sido substituído nos álbuns
por uma bateria eletrônica. Para o seu lugar foi recrutado Ian
Haugland.
Em
1985, o Europe registrou a trilha sonora do filme On the Loose
(1985) e que lhes deu o
hit "Rock the Night".
Alguns
meses mais tarde, Joey Tempest foi convidado a escrever uma canção
para o projeto de caridade sueco chamado Swedish Metal Aid.
Ele compôs “Give a Helping Hand”, contando com as maiores
estrelas do rock e metal do país escandinavo.
A
renda obtida com as vendas do single, que foi produzido pelo
guitarrista do Easy Action, Kee Marcello, foi doada às pessoas
famintas da Etiópia.
Em
1986, o Europe conquistaria o mundo com seu álbum de maior sucesso,
The Final Countdown.
Formação:
Joey
Tempest - Vocal, Violões, Teclados
John
Norum - Guitarras, Backing Vocal
John
Levén - Baixo
Tony
Reno - Bateria
Faixas:
01.
Stormwind (Tempest) – 4:31
02.
Scream of Anger (Tempest/Jacob) – 4:06
03.
Open Your Heart (Tempest) – 4:10
04.
Treated Bad Again (Tempest) – 3:46
05.
Aphasia (Norum) – 2:32
06.
Wings of Tomorrow (Tempest) – 3:59
07.
Wasted Time (Tempest) – 4:10
08.
Lyin' Eyes (Tempest) – 3:47
09.
Dreamer (Tempest) – 4:28
10.
Dance the Night Away (Tempest) – 3:35
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/europe/
O Europe é um dos nomes mais conhecidos da cena musical da Suécia, país com uma forte tradição de bandas reconhecidas internacionalmente, indo do Pop do ABBA até o Heavy Metal mais extremo do Dissection.
O Europe conquistaria o sucesso internacional com seu álbum seguinte ao aqui apresentado, The Final Countdown, o qual surgiria em 1986. Mas o Blog apontou para um momento anterior da banda em que ela ainda buscava sua identidade musical.
Composta por bons músicos, o Europe apresenta uma coleção de composições bem executadas. Joey Tempest canta de maneira convincente, John Leven comanda a seção rítimica e John Norum é o destaque individual do álbum, para o Blog, com seus riffs e solos sempre apresentados de modo competente.
As letras estão na média comum. Valem uma conferida para que o leitor tire suas próprias conclusões.
Caminhando entre o Hard Rock e o Heavy Metal, o Europe passeia por estes estilos sempre de maneira competente. Tudo é feito com bom gosto e o resultado final é auxiliado por uma produção que acaba funcionando.
"Stormwind" é uma típica canção do Hard Rock oitentista, com uma pegada daquilo que o Rainbow fez naquela época. Já "Scream of Anger" é bem mais Heavy Metal, com a devida referência ao seu tempo.
A banda também aposta em baladas, as quais se apresentam de maneira convincente, mesmo que não sejam absolutamente brilhantes. O Blog prefere "Dreamer" a "Open Your Heart".
Mas as melhores do álbum para o Blog são a pesada e cadenciada "Treated Bad Again", composição que o Mötley Crüe assinaria com facilidade. E "Wasted Time", com uma profunda e inconfundível pegada NWOBHM.
O Europe conquistaria o mundo com outro tipo de sonoridade, abusando dos sintetizadores e fugindo da proposta apresentada em Wings of Tomorrow. Mesmo assim, o álbum aqui apresentado aponta uma banda que buscava sua identidade e acabou lançando um disco com boas canções e que pode agradar os amantes do estilo Hard Rock/Heavy Metal. Vale uma ouvida!
Grande Banda Solos Incriveis!
ResponderExcluirSim, banda muito boa, gosto bastante dela.
ExcluirEsse álbum é fantástico!
ResponderExcluirPessoalmente, faz parte do meu top 10 de todos os tempos. Álbum perfeito.
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