20 de julho de 2011

JUDAS PRIEST - SAD WINGS OF DESTINY (1976)



Sad Wings Of Destiny é o segundo álbum de estúdio da banda inglesa de Heavy Metal Judas Priest. Seu lançamento ocorreu em 23 de março de 1976. A produção ficou a cargo de Jeffery Calvert, Max West e da própria banda. Foi gravado de entre novembro e dezembro de 1975 no Rockfield Studios, no País de Gales.

O Judas Priest é uma banda que se originou também da cidade de Birmingham, na Inglaterra, igual ao Black Sabbath, os pioneiros do estilo Heavy Metal. A banda foi fundada em 1970 pelo guitarrista Kenneth Downing (K.K.) e o baixista Ian Hill.

Em 1974, a banda gravou seu primeiro álbum, Rocka Rolla. Vários problemas técnicos ocorreram durante a gravação do álbum, deixando-o com uma qualidade muito baixa para o lançamento.

Além disso, o produtor escolhido para o álbum foi Rodger Bain, que trabalhou nos três primeiros álbuns do Black Sabbath. Mas Bain acabou tomando decisões para Rocka Rolla que deixaram os membros do Judas Priest bastante descontentes.

Bain retirou do álbum canções que eram das preferidas do público da banda, como “Tyrant”, “Genocide” e “The Ripper”. Mais que isso, decepou “Caviar And Meths” de dez para apenas dois minutos.

Como resultado disso, a banda entra em estúdio quase dois anos depois do lançamento de Rocka Rolla para gravar seu segundo álbum participando bem mais da produção do que viria a se tornar Sad Wings Of Destiny.

As mudanças começam já na arte da capa do álbum, uma das mais, se não a mais, belas capas do Judas Priest. Patrcik Woodroffe foi o encarregado de fazê-la, com a imagem de um anjo caído em chamas. Ficou conhecida, obviamente, como Fallen Angel.

As canções que ficaram de fora do primeiro álbum acabaram entrando em Sad Wings Of Destiny, além da produção ser consideravelmente melhor, com a qualidade sonora bastante superior à do primeiro álbum.

No primeiro álbum, o Judas Priest ainda seguia os passos das bandas mais antigas no quesito sonoridade. Em Sad Wings Of Destiny, a banda começa a desenhar e dar os primeiros passos para uma sonoridade inovadora.

O guitarrista Glenn Tipton havia entrado na banda semanas antes do lançamento de Rocka Rolla e assim, embora creditado como compositor, deu pouca contribuição na concepção do primeiro álbum. A banda ainda não havia tido tempo para explorar as possibilidades musicais em se ter dois guitarristas, o que começa a ser desenvolvido em ‘Sad Wings’.

Já neste álbum, o Judas Priest mostrou que buscava a sua identidade musical, tentado inovar a partir da base que já existia. Criatividade sempre foi um dos fortes da banda e no seu segundo álbum eles já começavam a demonstrar isso.

“Prelude” abre o álbum com Glenn Tipton ao piano e prepara o ouvinte para “Tyrant”, uma faixa que apresenta um ótimo riff, bem pesado e em um ritmo veloz. Os vocais de Halford estão precisos como de costume.  Os solos são ótimos e empolgantes, combinando perfeitamente com a canção. A banda Overkill gravou um bom cover de “Tyrant”.

“Genocide” começa com um riff ótimo, cadenciado, mas repleto de ritmo. O vocal de Halford é cantado em notas bem altas, mas o destaque da faixa vai mesmo para a dupla de guitarristas, que fazem uma ótima combinação. O solo ao final da faixa é inspirado. Realmente uma das melhores faixas do álbum. “Genocide” tem uma curiosidade: cita o nome do próximo álbum do Priest, Sin After Sin.

“Epitaph” é uma faixa inusitada da discografia da banda, mostrando a versatilidade do Judas Priest. A música conta com Glenn Tipton ao piano e não possui qualquer som de guitarras. A interpretação de Rob Halford é perfeita, dando intensidade à música, muitas vezes com coros de vozes ao fundo, semelhante ao que o Queen fazia muito bem. Ótima faixa, bem diferente.

O grande destaque do álbum é mesmo “Victim Of Changes”.  A canção é um épico com quase oito minutos.

O riff principal da música é contagiante, um dos mais marcantes da história do Heavy Metal. Na metade da faixa ela sofre uma transformação em sua sonoridade, em um estilo bastante semelhante ao que o Black Sabbath realizava em suas canções.

“Victim Of Changes” possui as principais características que fariam o Judas Priest uma banda inovadora no cenário musical: um grande vocalista como Rob Halford cantando notas altíssimas, a linha de baixo que é contínua ao riff principal, bateria marcante, solos precisos com bastante técnica e feeling e um dueto de guitarra muito inspirado.

A faixa é resultado da mistura de duas outras que a precederam. “Red Light Lady” era uma música que Halford compôs quando estava em sua antiga banda, Hiroshima, e “Whiskey Woman”, música do Judas Priest quando seu vocalista era Al Atkins, que não chegou a gravar nenhum álbum com a banda.

A banda alemã Gamma Ray gravou um cover de “Victim Of Changes”.

“The Ripper” é uma faixa com menos de três minutos, mas mesmo assim se tornou um clássico do Judas Priest, pois possui um riff muito marcante. Contribui para o sucesso da faixa a forma como Halford interpreta a letra e o ótimo solo, mesmo curto.

Bandas como Iced Earth e Mercyful Fate fizeram versões da faixa “The Ripper”.

“Dreamer Deceiver” conta com um ritmo bem lento e cadenciado que se estende ao longo da música. A voz de Rob Halford está próxima da perfeição e traz grande emoção à faixa. Os solos são repletos de feeling e se casam perfeitamente à sonoridade da canção. Faixa belíssima! A banda inglesa Skyclad fez uma versão da canção.

Sad Wings Of Destiny foi o último álbum que o Judas Priest gravou sob contrato com uma pequena e independente gravadora britânica, a Gull Records. Apesar da boa repercussão do disco, a banda sofreu com o pequeno apoio financeiro por parte da gravadora.

Assim sendo, a banda rompeu o contrato com a Gull Records e acabou assinando com uma gravadora maior, a Columbia Records. Mas, em consequência, perdeu os direitos dos dois primeiros álbuns de estúdio e de todas as demos gravadas sob o contrato com a Gull Records. Com o tempo, a própria banda foi adquirindo os direitos ‘perdidos’.

Em alguns relançamentos do álbum, os lados A e B do álbum original foram colocados em ordem invertida. Embora no álbum original a primeira música seja “Victim Of Changes”, na contracapa “Prelude” é registrada como a primeira faixa.

Formação:
Rob Halford: Vocal
K.K. Downing: Guitarra
Glenn Tipton: Guitarra, Piano
Ian Hill: Baixo
Alan Moore: Bateria

Faixas:
01. Prelude (Tipton) - 2:02
02. Tyrant (Halford/Tipton) - 4:28
03. Genocide (Halford/Downing/Tipton) - 5:51
04. Epitaph (Tipton) - 3:08
05. Island of Domination (Halford/Downing/Tipton) - 4:32
06. Victim of Changes (Al Atkins/Halford/Downing/Tipton) - 7:47
07. The Ripper (Tipton) - 2:50
08. Dreamer Deceiver (Al Atkins/Halford/Downing/Tipton) - 5:51
09. Deceiver (Halford/Downing/Tipton) - 2:40

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/judas-priest/

Opinião do Blog:
O Judas Priest é uma das bandas mais importantes na história do Heavy Metal. Lançou muitos álbuns memoráveis e alguns dos maiores e mais conhecidos clássicos do estilo foram gravados pela banda.

Sad Wings Of Destiny é um álbum importante tanto pelo fato de ser muito bom quanto pelo que ele representa. O álbum possui o embrião do Heavy Metal moderno, da sonoridade que o Judas foi desenvolvendo e influenciou diversas bandas, notadamente as bandas da New Wave Of British Heavy Metal.

Nele a banda começou a explorar as possibilidades sonoras em possuir dois guitarristas. Os “duetos” de guitarra, marca registrada do som do Judas, começaram a ser melhores desenvolvidos neste lançamento. Também, a forma como Halford canta as músicas, quase sempre alcançando notas muito altas.

Além disso, é o álbum que possui “Victim Of Changes”, um dos grandes clássicos da banda. Álbum obrigatório para fãs de um Heavy Metal de qualidade.

Vídeos Relacionados:

 Victim Of Changes, ao vivo


The Ripper, ao vivo


Dreamer Deceiver

3 comentários:

  1. Também estou no aguardo do show, vai ser foda!

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  2. Judas Priest também está entre as bandas de que gosto muito, especialmente de Sad Wings até Painkiller. Não curto muito o Rocka Rolla, embora ache "Run of the Mill" muito legal.

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  3. Não sei cara, acho que Rocka Rolla não tem nada a ver com o estilo verdadeiro do JP, e acho também que o primeiro disco realmente "válido" deles é o Sad Wings, do qual não curto muito hoje. Ouvi este disco poucas vezes, depois me desencantei dele.

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