12 de agosto de 2011

AC/DC - LET THERE BE ROCK (1977)


Let There Be Rock é o quarto álbum de estúdio da banda australiana de rock chamada AC/DC. Foi lançado em 21 de março de 1977 na Austrália e em 23 de junho do mesmo ano internacionalmente. A produção ficou a cargo da dupla que produziu alguns álbuns da banda, Harry Vanda e George Young, irmão mais velho de Angus e Malcolm.

O álbum foi gravado entre janeiro e fevereiro de 1977, no Albert Studios, em Sidnei, na Austrália.

Em 1976, o AC/DC assinou contrato com a grande gravadora Atlantic Records e começou a excursionar extensivamente na Europa em busca de obter sucesso internacional. A banda iniciou uma grande turnê no Reino Unido, chamada “Lock Up Your Daughters Summer Tour”.

Nesta época a banda ganhou muita experiência no palco, pois foi banda de abertura de diversos outros grandes conjuntos no momento: Black Sabbath, Aerosmith, KISS e Blue Öyster Cult. Dessa forma, com suas apresentações explosivas, o AC/DC foi formando uma base sólida de fãs na Inglaterra.

Ainda em 1976, a banda teve seu primeiro lançamento internacional, um álbum que trazia uma compilação entre o primeiro e o segundo álbuns lançados na Austrália: respectivamente, High Voltage e T.N.T. (ambos de 1975). Na verdade, apenas “Little Lover” e “She’s Got Balls” foram lançadas no álbum High Voltage, as demais eram originalmente do álbum T.N.T.

O nome da compilação também foi High Voltage e, até hoje, já vendeu mais de três milhões de cópias.

Mais tarde, ainda no ano de 1976, a banda lança o álbum Dirty Deeds Done Dirt Cheap. O álbum foi lançado com versões diferentes, novamente, na Austrália e internacionalmente. A versão australiana continha o clássico “Jailbreak”, enquanto a versão internacional possuía a canção “Rocker”, presente no álbum T.N.T. original.

Dirty Deeds Done Dirt Cheap conseguiu bastante repercussão na Europa e, em especial, no Reino Unido, e propiciou ao AC/DC obter um público cada vez maior e gradualmente a imprensa britânica associou a banda ao movimento Punk.

Neste momento, a formação da banda contava com Angus Young na guitarra solo, Malcolm Young na guitarra base, Phil Rudd na bateria, Mark Evans no baixo e o fantástico Bon Scott nos vocais.

Esta formação entra em estúdio no início de 1977 para gravar seu próximo trabalho de estúdio, o que veio a se tornar Let There Be Rock.

Logo após gravarem o álbum, o baixista Mark Evans deixa a banda, alegando divergências pessoais com o guitarrista Angus Young.

Um dos managers do AC/DC na década de setenta, Richard Griffiths, disse que Mark Evans era um cara muito bom. O próprio Mark disse depois que os tempos no AC/DC foram ótimos e que ele está de acordo com tudo que ocorreu, inclusive com sua demissão.

Let There Be Rock foi o ultimo álbum do AC/DC a contar com o baixista Mar Evans.

Seu substituto foi o baixista Cliff Williams, que permanece na banda até os dias de hoje.

A capa da versão australiana conta com a imagem do braço da guitarra com os dedos de Chris Turner, da banda Buffalo. Já a versão internacional possui em sua arte da capa uma imagem da banda em um palco.

Há diferença entre o lançamento de Let There Be Rock na versão australiana e na versão internacional. A australiana conta com a música “Crasbody In Blue”, enquanto a versão internacional substitui a referida faixa pelo clássico “Problem Child”, já lançada em Dirty Deeds Done Dirt Cheap, de 1976.

Abre o álbum a excelente faixa “Go Down”, contando com um grande riff por parte dos irmãos Young. A atuação de Bon Scott também dispensa comentários, um clássico. O solo por parte de Angus é ótimo e inspirado. A música não é das mais tocadas nos shows, uma pena.

A segunda faixa é outro clássico, “Dog Eat Dog”. É mais uma faixa com outro riff clássico e é mais cadenciada em comparação com a faixa anterior. O maior destaque da faixa vai para a ótima atuação do vocalista Bon Scott.

“Dog Eat Dog” foi lançada como single apenas na Austrália. Foi incluída na turnê Black Ice Tour e permaneceu no set list até 2010, quando foi substituída por “High Voltage”.

A terceira faixa é um dos maiores clássicos da banda e da história do Rock And Roll, a faixa homônima ao álbum, “Let There Be Rock”. Conta com um dos mais inspirados e conhecidos riffs da história do rock, bem rápido e pesado.

A letra é uma ficção sobre o nascimento do Rock And Roll, pegando como base o verso de uma música de Chuck Berry, “Roll Over Beethoven”, que diz: “tell Tchaikovsky the news”. Assim, a canção brinca com o fato de que Tchaikovsky recebeu a notícia e tenha espalhado às massas o nascimento do rock, fazendo-o crescer.

Foi lançada como single, o qual continha “Problem Child” no lado b. O videoclipe é um clássico, gravado em uma igreja, contando com Bon Scott vestido de padre e os demais membros da banda como coroinhas, com Angus portando uma auréola, hilário. De acordo com os irmãos Young, Scott se machucou no salto que ele dá durante o clipe. Foi uma das primeiras aparições de Willians como baixista da banda.

“Let There Be Rock” desde seu lançamento é presença obrigatória nos shows da banda, mesmo após a morte de Scott. Ao vivo, é comumente a faixa em que Angus Young faz um longo solo sem acompanhamento.

A quarta faixa do álbum é “Bad Boy Boogie”, outra bem conhecida dos fãs da banda. Só para variar possui um riff contagiante e ótima atuação de Scott nos vocais. Esporadicamente a música entra no set list da banda, mesmo depois da morte de Bon. O solo de Angus Young é muito bom, uma faixa excelente.

“Overdose” é a quinta faixa do álbum na versão australiana. Possui uma introdução mais tranquila e bem simples que por volta do primeiro minuto evolui para mais um inspirado riff dos irmãos Young. Mais uma ótima canção com um bom solo de Angus.

“Crabsody In Blue” é a sexta faixa da versão australiana de Let There Be Rock”, um excelente blues rock, ao melhor estilo que o AC/DC também faz na clássica “The Jack”. Conta com um ótimo solo por parte de Angus Young e a atuação de Bon Scott é simplesmente perfeita, afinal, ele tinha um grande dom para interpretar este tipo de canção.

“Problem Child” é a quinta faixa da versão internacional – “Overdose” é a sexta – e como foi dito anteriormente, é uma faixa que foi lançada no álbum anterior, Dirty Deeds Done Dirt Cheap. É outra canção clássica do AC/DC, quase sempre presente no set list da banda ao longo dos anos. Possui um ótimo riff e ótimo solo, outra excelente música. Não está presente na versão australiana.

Provando que o álbum é tão bom quanto fosse uma coletânea, a sétima faixa, em qualquer versão, é outro clássico, “Hell Ain’t A Bad Place To Be”. A música possui um riff clássico, que é facilmente reconhecível nos primeiros segundos quando é tocada. Ótima interpretação, ótimo solo, excelente música, uma das melhores da carreira da banda.

Fechando ambas as versões, a oitava faixa é mais um clássico do rock: “Whole Lotta Rosie”. A introdução da faixa, com um riff marcante, por si só já é um clássico. Talvez seja a faixa que contenha os melhores e mais inspirados solos da carreira de Angus Young, absolutamente fantásticos!

A letra da música conta um caso do vocalista Bon Scott, segundo o mesmo verídico, com uma mulher oriunda da Tasmânia, daqueles que duram apenas uma noite. O caso teria ocorrido no Freeway Gardens Motel, em Melbourne. Já no início da música, Scott, nada cavalheiro, descreve as medidas da garota (42"-39"-56") e ainda cita o seu peso (nineteen stone, ou seja, algo perto de 120 quilos). Entretanto, Scott afirmava categoricamente que Rosie teria sido uma das melhores amantes que ele teve.

A música foi lançada como single, atingindo apenas a 36ª posição da parada britânica, mas a 5ª posição na Holanda.

Vários covers para a canção foram feitos, contando com bandas de grande envergadura. Uma das versões ao vivo mais famosas é a do Guns ‘N’ Roses, mas nomes como WASP e a famosa banda de Thrash Metal norte-americana, o Anthrax, também já fizeram versões da música.

Nas apresentações ao vivo do AC/DC, “Whole Lotta Rosie” é presença obrigatória e geralmente é acompanhada de uma enorme boneca inflável nas devidas proporções da Rosie original. É, também, uma das músicas cantadas por Brian Johnson em seu teste para entrar como sucessor de Scott no AC/DC.

Let There Be Rock alcançou boa posição na parada britânica de álbuns, ficando com a 17ª posição. Já nos Estados Unidos, a banda permanecia ignorada até aquele momento, atingindo a modestíssima 154ª posição.

Mas já em 1977 a banda faria sua primeira apresentação nos Estados Unidos, quando o diretor de uma rádio do Michigan (AM 600 WTAC), Peter C. Cavanaugh, convidou a banda para tocar no Capitol Theater, em Flint, Michigan. A banda abriu seu show com “Live Wire” e fechou com "It's a Long Way to the Top (If You Wanna Rock 'n' Roll)".

Formação:
Bon Scott - Vocal
Angus Young – Guitarra Solo
Malcolm Young – Guitarra Base, Backing Vocals
Mark Evans - Baixo, Backing Vocals
Phil Rudd - Bateria, Percussão

Faixas*:
01. Go Down (Young/Young/Scott) - 5:33
02. Dog Eat Dog (Young/Young/Scott) - 3:35
03. Let There Be Rock (Young/Young/Scott) - 6:07
04. Bad Boy Boogie (Young/Young/Scott) - 4:28
05. Overdose (Young/Young/Scott) - 6:09
06. Crabsody in Blue (Young/Young/Scott) - 4:45
07. Hell Ain't a Bad Place to Be (Young/Young/Scott) - 4:15
08. Whole Lotta Rosie (Young/Young/Scott) - 5:22

*Foi levado em conta o lançamento da versão australiana para os dados das faixas. Na versão internacional, “Overdose” é a faixa número 06, sendo a faixa número 05 “Problem Child” e ficando ausente a faixa “Crabsody in Blue”. A título de informação:

09. Problem Child (Young/Young/Scott) – 5:24

Letras:
Para o conetúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/ac-dc/

Opinião do Blog:
Let There Be Rock é um dos melhores álbuns da discografia do AC/DC e um grande clássico do Rock And Roll, sem sombra de dúvidas.

Se levar-se em conta o lançamento da versão australiana, cinco das oito músicas presentes no disco são tocadas com frequência nas apresentações da banda: “Dog Eat Dog”, “Let There Be Rock”, “Bad Boy Boogie”, “Hell Ain’t A Bad Place To Be” e “Whole Lotta Rosie”. Seis, se você contar “Problem Child”, presente na versão internacional e muito comum nos shows da banda.

Sem contar o fato de que “Let There Be Rock” e “Whole Lotta Rosie” serem grandes clássicos do AC/DC, as quais não deixaram de ser tocadas ao vivo nem mesmo com o falecimento de Bon Scott. Aliás, é uma das melhores canções da era Bon na voz do competente Brian Johnson, na nossa humilde opinião.

Bem, não há muito o que se discutir. Um álbum cheio de ótimas músicas, tocado por uma ótima banda, mais que recomendados. É botar para rolar e curtir!

Vídeos Recomendados:

Let There Be Rock


Bad Boy Boogie, ao vivo


Hell Ain't A Bad Place To Be, ao vivo


Whole Lotta Rosie, ao vivo, com Brian Johnson e a boneca inflável gigante:



Contato: rockalbunsclassicos@hotmail.com


4 comentários:

  1. Se foi... faz 31 anos já, ele morreu muito cedo! Um dos vocalistas mais carismáticos e talentosos da história.

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  2. Como eu disse em outra oportunidade, não sou muito fã do AC/DC em seus primórdios, com a voz do finado Bon Scott, mas respeito a memória dele e as pessoas que gostam desta fase do grupo australiano. Sempre dei preferência ao Brian Johnson e os discos que a banda gravou de Back in Black (1980) pra frente.

    Porém, estou dando uma conferida neste e em outros discos do AC/DC pré-Back in Black pra ver se chego num acordo mais amigável. Outra coisa que eu não posso deixar de constatar é que me dá uma tristeza enorme ver hoje o AC/DC se matando com o vocalista Axl Rose (Guns 'n Roses) em seus shows ao vivo... Não acho que tenha ou tem algo a ver com o bom e velho grupo australiano de sempre... VOLTA BRIAN JOHNSON!!!

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    1. Obrigado pelo comentário, meu caro Igor. AC/DC é uma das minhas bandas preferidas. Recomendo fortemente a fase Bon Scott, em particular, Highway to Hell, de 1979.

      Agora, este AC/DC sem Malcolm Young e Brian Johnson e com o Axl Rose, não me convenceu. Enfim...

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    2. Realmente não tem nada a ver mesmo, cara. Valeu a dica.

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