*Post sugerido e dedicado ao grande amigo Igor Breda
We’re An American Band é o sétimo álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Grand Funk Railroad. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 15 de julho de 1973, com a produção sob responsabilidade de Todd Rundgren (o qual trabalhou com Badfinger e Meat Loaf, entre outros). Foi gravado entre 12 e 15 de junho de 1973, no Criteria Studios, em Miami, na Flórida, nos Estados Unidos.
O grupo, com o nome de Grand Funk Railroad, foi formado em 1969. O guitarrista, tecladista e vocalista Mark Farner e o baterista e vocalista Don Brewer eram parte de uma banda chamada Terry Knight and The Pack. Eles se juntaram ao baixista Mel Schacher, que era de outra banda, chamada Question Mark & The Mysterians.
Terry Knight, do “The Pack”, era ex-companheiro de banda de Farner e Brewer, mas desta vez não se uniu a eles para ser um dos músicos e acabou se tornando o manager do conjunto. Knight havia tentado ser músico, além do The Pack, lançou-se em uma carreira como cantor romântico, nas quais não se saiu bem sucedido. Além de ter sido DJ de uma rádio, Knight possuía muitos contatos interessantes no meio musical.
O nome foi uma brincadeira com a ferrovia Grand Trunk Western Railroad, que atravessava a cidade natal da banda, Flint, no Michigan.
Em 1969, a banda participa do Atlanta Pop Festival, sendo muita bem recebida pelo público do festival, sendo convidada a fazer mais participações nos dois dias seguintes. Estas participações renderam ao grupo um contrato com a gravadora Capitol Records.
Ainda em 1969, mais precisamente em agosto daquele ano, a banda lança seu primeiro álbum de estúdio, On Time, que possuía uma característica interessante, pois na gravação, o instrumento mais audível era o baixo, atitude pouco usual na época. Embora o real motivo seja desconhecido, muitos dão crédito para esta gravação não convencional o fato do baixista Mel Schacher ser o músico mais talentoso do grupo.
Em dezembro de 1969, a banda lança seu segundo álbum de estúdio, Grand Funk (também conhecido como “The Red Album”). Sua produção, desta vez, usou o método convencional, concentrando mais o áudio na guitarra de Mark Farner. No trabalho consta um cover de “Inside Looking Out”, do The Animals.
Em julho de 1970 a banda lança seu terceiro álbum de estúdio, Closer To Home. No álbum está o clássico “I'm Your Captain (Closer to Home)”, que foi sucesso na parada de singles dos Estados Unidos. Produzido por Terry Knight, o álbum alavancou a venda dos álbuns anteriores, com todos os 3 vendendo acima de 1 milhão de cópias em 1970. Uma intensa campanha de marketing foi realizada para promover o trabalho, com a banda investindo muito dinheiro nesta empreitada.
Em novembro de 1970, a banda aproveita o sucesso comercial dos álbuns de estúdio e lança um álbum ao vivo, Live Album, um grande sucesso junto ao público, atingindo a 5ª posição da parada norte-americana de álbuns.
Em 1971, a banda lançou mais dois álbuns de estúdio. Além disso, o grupo consegue quebrar um recorde que pertencia aos Beatles: conseguiu esgotar os ingressos para uma apresentação no Shea Stadium, em Nova Iorque (antiga casa do time de baseball New York Mets), em menos de 72 horas, comprovando o grande sucesso que o Grand Funk se tornou na época.
Survival foi o quarto álbum de estúdio, lançado em abril de 1971, com produção de Terry Knight. Em novembro de 1971 sai o quinto álbum de estúdio, E Plubirus Funk, que é outro sucesso e o último com a produção de Terry Knight. Na contracapa do disco, há uma comemoração pelo fato acima citado no Shea Stadium.
Todos estes seis primeiros álbuns do Grand Funk Railroad acima mencionados, acabaram se tornando grandes sucessos comerciais e de público, fato claramente demonstrado pela vendagem dos álbuns e, como bom exemplo, o esgotamento quase instantâneo dos ingressos no show em Nova Iorque. Entretanto, os críticos musicais teciam pesadas críticas ao grupo em suas resenhas.
Ainda no final de 1971, a banda passa a ficar insatisfeita com a forma como Terry Knight estava os dirigindo, especialmente na questão financeira. O grupo decide demitir Knight, dando início a uma prolongada batalha judicial, fazendo com que a banda abandonasse o nome Railroad, ficando apenas como Grand Funk.
Em 1972, a banda contrata o tecladista Craig Frost como membro permanente do conjunto. Frost já era conhecido de Farner e Brewer desde os tempos do ‘The Pack’ e também gravou e excursionou com o Grand Funk Railroad como músico adicional. Mesmo assim, ele não era a primeira escolha do grupo, que havia tentado a contratação de Peter Frampton, mas este estava envolvido com a produção de um disco solo.
Com a nova formação, a banda lança seu sexto álbum de estúdio, Phoenix, em setembro de 1972. Frost trouxe novo estilo para a sonoridade da banda, contribuindo com influências de rhythm & blues, além de um estilo mais pop.
Para o novo álbum, a banda estava tentando refinar mais seu som, assim sendo, asseguraram um músico veterano e experiente para trabalhar como produtor. Este era Todd Rundgren, que contribuiria para o sétimo álbum de estúdio do Grand Funk Railroad, We’re An American Band.
A capa já traria uma grande novidade: o nome da banda fora ‘encurtado’ para apenas Grand Funk (devido à batalha judicial com Knight), sendo que o nome Railroad não aparece em nenhum lugar do álbum.
Havia também quatro adesivos, dois vermelhos e dois azuis, incluídos com o disco e que apresentavam o logotipo da banda. Outra curiosidade era a instrução acima do número do lado do álbum recomendando ao ouvinte que apreciasse o trabalho no volume máximo.
Um dos grandes clássicos da banda abre o álbum, a faixa homônima ao disco, “We’re An American Band”. A música conta com um riff muito bom e possui um ritmo simples, mas bastante contagiante. Também está presente um ótimo solo. Brewer faz os vocais principais da canção, enquanto, normalmente, ficavam a cargo Farner.
Composta pelo baterista Don Brewer, suas letras retratam uma espécie de autobiografia da banda, detalhando a turnê mais recente e as performances energéticas do grupo ao vivo. Também retrata viagens e uma festinha com quatro groupies na cidade de Omaha, no Nebrasca. Na música, “sweet sweet Connie” é uma menção à famosa groupie Connie Hamzy.
O crítico Dave Marsh afirmou no livro The Hart Of Rock And Soul que a inspiração para Brewer compor a canção veio da turnê que o Grand Funk realizava com a banda inglesa Humble Pie. Após um show em 1973, as duas bandas foram beber juntas em um bar e se deu início a uma discussão sobre os méritos do rock norte-americano versus o rock britânico.
O baterista Don Brewer começou a citar os heróis do rock dos Estados Unidos, como Jerry Lee Lewis, Little Richard e Elvis Presley, finalizando, gritou a frase: “We’re An American Band!”. Na manhã seguinte, Brewer escreveu a canção.
A música está presente em alguns comerciais nos Estados Unidos, em alguns filmes, seriados e videogames. Bandas como Poison e Autograph já gravaram versões do clássico do Grand Funk.
Lançada como single, foi um sucesso absoluto. Alcançou a primeira posição da parada norte-americana de singles. Ficou na 99ª posição da eleição realizada pelo canal musical VH1 das 100 melhores músicas de Hard Rock de todos os tempos.
Outro riff bastante interessante e empolgante é a marca registrada da segunda canção do trabalho, “Stop Lookin’ Back”. A faixa apresenta um excelente trabalho de Craig Frost nos teclados e bons solos de Farner.
A terceira faixa do álbum é “Creepin’”. A música possui mais de sete minutos e quebra um pouco o ritmo do trabalho, por não ser uma canção curta e direta como as anteriores. Mas, ao mesmo tempo, é uma faixa mais cadenciada que apresenta excelente trabalho por parte de todos os músicos, ótimos vocais, bons solos e teclados muito inspirados. Certamente uma das melhores do álbum, excepcional música.
A quarta faixa do álbum, “Black Licorice”, retorna ao ritmo inicial do trabalho. É mais uma canção que conta com um riff bem simples e direto e bom trabalho nos vocais. Outra vez os teclados de Carig Frost se destacam bastante, muito inspirados! Outra ótima faixa.
A quinta faixa do álbum é “The Railroad”. É uma balada excelente, muito forte e marcante. O refrão é muito bonito e conta com ótimo trabalho de Mark Farner na guitarra, especialmente no solo. Certamente uma das melhores canções presentes no trabalho.
“Ain’t Got Nobody” é a sexta faixa de We’re An American Band e se trata de outra canção mais rápida e direta. Possui um bom refrão e um ritmo contagiante. “Walk Like A Man” segue o mesmo ritmo da faixa anterior, mas é uma canção mais marcante, com a guitarra mais forte e vocais mais impactantes. Outra excelente faixa do álbum.
A oitava faixa e que encerra o álbum é “Loneliest Rider”. A música apresenta um riff mais pesado e cadenciado, mas, simultaneamente, muito forte. O refrão é, mais uma vez, muito bom. É uma ótima forma de encerrar o trabalho, com outra grande canção.
We’re An American Band alcançou o segundo lugar da parada de sucesso norte-americana de álbuns, a Billboard, e também foi o responsável por popularizar o tradicional logotipo da banda.
Com o trabalho do produtor Todd Rundgren, tornando o som da banda mais “comercial e acessível”, o álbum foi o primeiro a receber comentários positivos por parte dos críticos especializados em música.
A turnê de divulgação foi um sucesso total, com estádios lotados e o público dos Estados Unidos contagiado pelo grupo. Os shows possuíam um enorme telão que apresentava imagens da banda previamente gravadas tocando em estúdio ou apenas se divertindo.
Formação:
Mark Farner – Guitarra, Teclado, Vocal
Don Brewer – Bateria, Percussão, Vocal
Mel Schacher – Baixo
Craig Frost – Teclado
Faixas:
01. We're an American Band (Brewer) – 3:27
02. Stop Lookin' Back (Brewer/Farner) – 4:52
03. Creepin' (Farner) – 7:02
04. Black Licorice (Brewer/Farner) – 4:45
05. The Railroad (Farner) – 6:12
06. Ain't Got Nobody (Brewer/Farner) – 4:26
07. Walk Like a Man (Brewer/Farner) – 4:05
08. Loneliest Rider (Farner) – 5:17
Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/grand-funk-railroad/
Opinião do Blog:
O Grand Funk Railroad é uma banda muito importante para o cenário musical dos Estados Unidos no início da década de setenta.
Em uma época em que a música era dominada pelos grandes nomes britânicos como Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath, o Grand Funk Railroad foi a primeira ‘poderosa resposta genuinamente’ norte-americana no cenário do Hard Rock. E a banda verdadeiramente tinha orgulho em ostentar esta bandeira.
Mais uma vez provando que os críticos especializados em música, no mínimo, têm sérias dificuldades em entenderem propostas musicais – para não se dizer que não entendem é nada faz muito tempo – o público dos Estados Unidos ‘abraçou’ a banda desde seus primórdios enquanto os álbuns possuíam resenhas sempre depreciativas.
We’re An American Band apresenta o grupo com uma sonoridade mais madura e ainda mais acessível ao público, sendo o responsável por conquistar definitivamente os Estados Unidos. Canções como a faixa-título, “Stop Lookin’ Back”, “The Railroad” e “Loneliest Rider” são exemplos de composições de Hard Rock de primeira qualidade.
Excelente álbum, apresentando uma banda competente e inspirada, obrigatório para fãs de Rock & Roll de ótima qualidade.
Vídeos Relacionados:
We're an American Band, ao vivo
Stop Lookin' Back
Black Licorice, ao vivo
The Railroad
Contato: rockalbunsclassicos@hotmail.com
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ResponderExcluirGrande Daniel! Arrepiei! Ótimo post, excelente disco, incomparável banda. Muito bom mesmo! Abraço!
ResponderExcluirMuito obrigado, pessoal. Valeu!
ResponderExcluirUm dos meus favoritos do Grand Funk, e uma das maiores bobagens que fiz - vi o LP americano original em vinil amarelo escuro transparente, com capa em papel laminado dourado, encarte e tudo o mais, e não comprei, mesmo tendo o dinheiro para isso. Foi a famosa escolha: levava este ou "Two for the Show" do Kansas, na edição regular, e escolhi este último. Pelo menos o Kansas eu ouvi até quase gastar...
ResponderExcluirEste é o único post que eu fiz de um disco que eu não tenho. Só fiz porque foi um grande amigo que pediu e estava no início do site. Depois disso eu nunca mais escrevi (no site) sobre álbuns que eu não tenho. Nunca parei pra ouvir a banda direito.
ExcluirAcho que os três primeiros discos, este e o Good Singin' Good Playin', são o que o Grand Funk fez de melhor. Os dois duplos ao vivo dos anos 70, Live Album e Caught in the Act também merecem uma conferida, o primeiro pela energia da banda, o segundo para ver como eles evoluíram.
ResponderExcluirOpa, obrigado pelas dicas, amigo.
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