Homenagem aos 40 anos de lançamento deste álbum
Machine Head é o sexto álbum de estúdio da banda inglesa Deep Purple. Seu lançamento oficial se deu no mês de março do ano de 1972, sendo que as gravações do mesmo ocorreram entre os dias 6 e 21 de dezembro de 1971, no Grand Hotel, em Montreux, na Suíça. A produção ficou a cargo da banda, com o auxílio do lendário Martin Birch.
A MKII, a segunda formação do Deep Purple, que era constituída por Ian Gillan nos vocais, Ian Paice na bateria, Roger Glover no baixo, Jon Lord nos teclados e o incrível guitarrista Ritchie Blackmore. Foi concebida por este para dar uma direção à musicalidade do grupo mais voltada para o rock pesado.
Formação MKII:
O objetivo de Blackmore começou a ser conquistado com o lançamento do single “Black Night” (1970) – Top Ten na parada britânica – e o álbum lançado naquele mesmo ano, In Rock (do qual já tratamos no blog, aqui:
Com os ótimos trabalho e repercussão de ambos, o Deep Purple sentiu que estava no caminho certo, lançando o ótimo álbum Fireball, de 1971, que atingiu o topo da parada britânica de álbuns. O single lançado para promover o álbum, a faixa homônima ao mesmo, “Fireball” ficou com a 15ª posição da parada britânica de singles.
A também excelente canção “Strange Kind of Woman”, que não saiu no lançamento original de Fireball, mas foi gravada durante as sessões de gravação do próprio, foi lançada como single e ficou com a 8ª posição da parada britânica.
Fireball é um álbum que segue a linha do Rock mais pesado (associado aos primórdios do Heavy Metal e Hard Rock), embora seja um tanto quanto mais experimental que seu predecessor, o excepcional In Rock. O fato de atingir o topo da parada britânica é demonstrativo da qualidade do trabalho, assim como o pouco tempo de permanência na posição – em comparação com In Rock – indica uma variação da sonoridade.
Blackmore sentiu essa variação e não ficou assim tão satisfeito com os resultados musicais de Fireball. Musicalmente, o guitarrista queria que o próximo álbum fosse mais direto e ainda mais pesado e com esse espírito já começou a compor canções para um futuro disco.
Assim, poucos dias após o lançamento de Fireball, Blackmore já começava a compor um riff extraordinário para uma canção, em resposta a um repórter que o perguntou como era a forma com que o grupo compunha suas canções. Em um ônibus a caminho de Portsmouth, para um show, Blackmore criou o riff do que se tornaria “Highway Star”.
Ritchie Blackmore:
Em maio de 1971, o Deep Purple fez um show em um local chamado Montreux Casino, na Suíça. O Casino era uma grande arena construída em um complexo que continha cassinos, restaurantes e outros tipos de entretenimentos facilmente acessíveis, os quais agradaram bastante o grupo britânico.
Outras grandes bandas da época como Led Zeppelin, Black Sabbath e Pink Floyd haviam se apresentado, também, no local. Como o Casino fechava para reformas durante o inverno europeu, a banda decidiu reservar o local durante esse período para realizarem a gravação de seu novo álbum, usando para isto o estúdio móvel utilizado pelos Rolling Stones.
Assim, a banda reserva tanto o Casino, quanto hotel e o estúdio móvel para a gravação do que se tornaria Machine Head.
Pouco antes disso, o Deep Purple foi obrigado a cancelar uma turnê pela América do Norte, pois o vocalista Ian Gillan acabou contraindo hepatite. Entusiasmados pelo projeto do novo álbum, a banda ignora o período de recuperação recomendado a Gillan por seu médico e em dezembro de 1971 o grupo parte para a Suíça para gravar o novo trabalho.
Ian Gillan:
A banda chegou à Suíça em 3 de dezembro de 1971, sendo que ainda havia uma última apresentação no Montreux Casino antes de seu fechamento para reformas, no dia 4 de dezembro, quando Frank Zappa se apresentou no local.
Todos os planos do Deep Purple começaram a ruir quando, durante o show de Frank Zappa, uma pessoa da audiência incendiou o local com uma espécie de sinalizador. Embora não tenha vítimas fatais, o fogo colocou o Montreux Casino abaixo, com o Deep Purple assistindo a tudo de camarote. Inclusive, uma fotografia do incêndio chegou a ser colocada no encarte do álbum Machine Head.
O dono do Montreux Casino, Claude Nobs, alocou o Deep Purple em um local que se chamava The Pavilion. Nele, Ritchie Blackmore chega a gravar um riff que se chamou “Title No. 1”, o qual foi batizado pelo baixista Roger Glover de “Smoke On The Water”, que ele pensou ser um ótimo nome para uma canção sobre drogas. Entretanto, Ian Gillan iria a escolher para descrever os acontecimentos no Montreux Casino.
The Pavilion se mostrou um local impraticável. Os moradores do entorno do local ficavam irados com o barulho que a banda produzia, acionando a polícia local para evitar que o grupo continuasse com as gravações. Embora os roadies do grupo tivessem conseguido impedir os policiais de entrarem no local, o Deep Purple acabou sendo expulso do The Pavilion.
Nos arredores de Montreux, o Purple conseguiu encontrar um local chamado Grand Hotel, com o estúdio móvel ficando estacionado na entrada principal e o grupo montando a base de gravação no final de um dos corredores do edifício, próximo ao saguão principal. Com colchões e outros equipamentos, a banda construiu uma espécie de isolamento acústico, que forçava a todos a se moverem por entre quartos e varandas para chegarem até o estúdio móvel para ouvirem o resultado da gravação.
Isto se mostrou tão dificultoso que os próprios músicos resolveram parar de ficarem se movendo para ouvirem as gravações, preferindo permanecerem gravando até se satisfazerem com o que haviam conseguido.
Além das 7 faixas do álbum, uma outra canção também foi gravada durante o período, “When A Blindman Cries”, que não entrou no trabalho final, sendo lançada como lado B do single “Never Before”. A canção também seria incluída em relançamentos posteriores de Machine Head.
HIGHWAY STAR
Um dos melhores riffs da história do Rock and Roll abre o mítico álbum do Deep Purple: a incrível “Highway Star” é a primeira faixa do disco!
Difícil destacar algum detalhe em separado, pois a música é praticamente perfeita. Os vocais de Ian Gillan se casam perfeitamente com toda a canção, bastante potente e agressivo. A seção rítmica composta por Paice e Glover faz um trabalho ótimo.
O riff criado pelo extraordinário Ritchie Blackmore é incrível, perfeitamente condizente com o desejo do guitarrista de fazer música pesada e agressiva. Certamente, influenciou inúmeros guitarristas que surgiriam depois, além de ser um marco no desenvolvimento do estilo Heavy Metal.
A canção possui ótimos solos tanto do guitarrista Blackmore quanto do tecladista Jon Lord.
Como dito anteriormente, “Highway Star” surgiu em uma viagem da banda para se apresentar na cidade inglesa de Portsmouth. Um repórter perguntou ao grupo como era o trabalho de composição das canções pelo Deep Purple.
Em resposta, Ritchie Blackmore pegou um violão e começou a dedilhar um riff, que se repetia intermitentemente, com Ian Gillan esboçando linhas vocais. Mais tarde, no show de Portsmouth, a banda já executaria a canção em uma versão um pouco mais refinada.
“Highway Star” se tornou um grande clássico do Deep Purple, praticamente sempre presente nas apresentações do grupo após seu lançamento em Machine Head. Por muito tempo foi a canção que abria os concertos.
O solo de guitarra foi eleito o 15º melhor pela revista Guitar World na eleição "100 Greatest Guitar Solos".
Várias bandas fizeram versões para “Highway Star”, citando como exemplo nomes como Dream Theater, Type O Negative e Metal Church. Também aparece em games como Rock Band e Rock Evolution, além do clássico jogo Rock ‘N’ Roll Racing, de Mega Drive e Super Nintendo. Também fazia parte da trilha sonora do seriado That ’70s Show.
Por fim, Ritchie Blackmore disse que quando compôs a canção sua inspiração, e desejo, era que a mesma soasse como uma canção de Johann Sebastian Bach.
MAYBE I’M A LEO
A segunda canção de Machine Head é “Maybe I’m a Leo”.
A canção tem um ritmo mais cadenciado, especialmente quando comparada à primeira faixa do trabalho. Percebe-se sua forte influência de Blues em sua composição. Mais uma vez, o solo de Ritchie Blackmore é ótimo, assim como o realizado por Jon Lord nos teclados.
Difícil não ressaltar o clima que Ian Gillan consegue empreender à canção, sendo sua forma de cantar responsável direta pelo sucesso da faixa junto aos fãs. Simplesmente genial!
Roger Glover diz que o riff de “Maybe I’m a Leo” surgiu quando ele ouviu (e adorou) a canção de John Lennon chamada “How Do You Sleep?” e a forma como ela era construída. Leo (leão) é uma referência ao signo do zodíaco Leão, sendo que o vocalista Ian Gillan é o único membro do Deep Purple que pertence ao mesmo.
“Maybe I’m a Leo” foi bastante tocada na turnê que seguiu ao lançamento de Machine Head, entretanto, acabou não sendo presença constante nos shows da banda.
Paul Gilbert fez uma versão cover da música, no álbum Smoke on the Water, a Tribute to Deep Purple.
PICTURES OF HOME
A terceira canção de Machine Head é a ótima “Pictures Of Home”.
A faixa começa com uma ótima introdução de bateria realizada por Ian Paice. Logo após surge mais um genial e furioso riff criado pelo mestre Ritchie Blackmore, pesado e cheio de inspiração. O refrão é excelente e contagiante, cantado magistralmente por Ian Gillan. Faixa excepcional!
Blackmore disse que a influência para compor o riff de “Pictures Of Home” veio de uma estação de rádio de ondas curtas que ele ouvia quando a compunha, segundo o guitarrista, “provavelmente da Bulgária”.
Já as letras, foram inspiradas por problemas como paranoia de estúdio e o estado ruim de ficar doente em casa, sendo escritas por Ian Gillan. É citada como a canção preferida de Jon Lord no que se refere ao álbum Machine Head.
Foi a única música de Machine Head que não foi executada ao vivo na turnê de divulgação do álbum, que seguiu ao lançamento do mesmo. O genial, mas genioso, guitarrista Ritchie Blackmore se recusava a tocar a canção.
Em 1994, quando o mesmo foi substituído pelo ótimo guitarrista Steve Morse, “Pictures Of Home” passou a fazer parte do set list do Deep Purple várias vezes, inclusive sendo a canção de abertura dos shows.
NEVER BEFORE
A quarta faixa do álbum é “Never Before”.
A faixa começa com um ritmo bem cadenciado, mas que logo dá lugar a um riff bem mais acelerado e bem criativo. Outra vez a guitarra de Blackmore em parceria com o teclado de Jon Lord se destacam. Gillan tem mais uma performance perto da perfeição.
“Never Before” foi lançada como single para promover Machine Head e, como dito anteriormente, possuía a balada “When A Blindman Cries” como lado B. Atingiu a 35ª posição da parada britânica de singles.
A faixa foi muito executada nos shows da turnê que o Deep Purple fez para promover o álbum, logo após seu lançamento. Depois disso, raramente era tocada nos shows do grupo, voltando a aparecer no ‘set list’ com maior frequência na ‘recente’ era, já com Steve Morse na guitarra.
“Never Before” também foi a primeira música para a qual foi feito um videoclipe promocional pelo Deep Purple, o único nos anos setenta.
SMOKE ON THE WATER
Simplesmente, “Smoke On The Water” é a quinta faixa de Machine Head.
A canção se inicia com um dos riffs mais emblemáticos da história do Rock, o qual é acompanhado pelo teclado de Jon Lord que é ‘plugado’ a um amplificador Marshal, soando bem aproximado a uma guitarra.
Os solos são perfeitos e se encaixam de maneira perfeita com a estrutura da canção. A atuação de Ian Gillan é fundamental para o sucesso obtido pela música.
“Smoke On The Water” foi a única música que não foi gravada no Grand Hotel, apenas os vocais de Ian Gillan. A parte instrumental já havia sido tocada nas sessões no The Pavilion. O título da canção é atribuído a Roger Glover, pois o baixista teve um sonho dias após ao incêndio no The Casino, mais precisamente com a fumaça vinda do fogo e que cobriu o lago Genebra.
A letra de “Smoke On The Water” relata os fatos ocorridos durante a noite de 4 de dezembro de 1971 e a dificuldade do Deep Purple para realizar as gravações de Machine Head. Há referências ao estúdio móvel dos Rolling Stones, ao Hotel e até mesmo a Claude Nobs, o “Funky Claude”.
A canção se tornou o maior clássico do Deep Purple e um hino do Rock And Roll. Certamente é um dos riffs de guitarra mais conhecidos de todos os tempos, até mesmo para as pessoas que não são fãs do estilo.
No documentário Classic Albums – Machine Head, feito pela TV inglesa, Jon Lord e Ritchie Blackmore brincam com o fato de que o guitarrista, criador do riff, só voltou a tocar a canção na entonação encontrada em Machine Head muitos anos depois. Blackmore conta que percebeu Lord tocando “de maneira diferente a sua” durante uma apresentação, e, após o show, foi lhe perguntar o porquê. Lord disse ao guitarrista que era a forma como eles gravaram o álbum e, então, Blackmore concluiu que “venho tocando a música ‘erradamente’ por anos”.
Curiosamente, “Smoke On The Water” foi lançada como single apenas um ano depois do lançamento de Machine Head. Atingiu a 21ª posição da parada de singles britânica, mas conquistou a 4ª posição na sua correspondente norte-americana. Apenas o single da canção vendeu 1 milhão de cópias. A demora em lançar-se a canção como single se explica pelo fato de que os membros do Deep Purple nunca acreditaram que a música se tornasse um ‘hit’.
A revista Rolling Stone colocou “Smoke On The Water” como a 434ª colocada na lista de “The 500 Greatest Songs of All Time”. Já em listas do canal de televisão VH1, ficou com a 37ª posição da lista “40 Greatest Metal Songs” e na 11ª posição da "100 Greatest Hard Rock Songs". Já para a Q magazine, a música foi a 12ª na lista de “100 Greatest Guitar Tracks”.
Até mesmo o riff de “Smoke On The Water” foi reconhecido como sendo genial ficando na 4ª posição da lista de “Top 20 Greatest Guitar Riffs Ever” feita pela Total Guitar Magazine.
Um clássico como este obviamente se tornou obrigatório nas apresentações do grupo com o passar dos anos. Nos shows, havia uma sessão de improvisos durante a execução da canção, protagonizado por ‘duelos’ entre Ritchie Blackmore e Jon Lord. Outras tantas vezes, Ian Gillan modificava partes da letra da música.
Incontáveis e inúmeras são as versões cover existentes para “Smoke On The Water”. Há uma versão feita para a campanha de caridade ‘Rock Aid Armenia’, que conta com músicos do quilate de Ian Gillan, Ritchie Blackmore, Brian May, David Gilmour, Bruce Dickinson, Tony Iommi, Keith Emerson, Chris Squire, Roger Taylor, Paul Rodgers, Bryan Adams e Alex Lifeson.
Várias bandas já fizeram versões para o clássico, por exemplo, nomes como Sepultura, Angra e Santana, entre muitos outros.
Quando os membros do Deep Purple seguiram em projetos diferentes, a canção fez parte do repertório de alguns deles. Ritchie Blackmore costumava executar a faixa em suas apresentações com o Rainbow e, mais raramente, no Blackmore’s Night.
Ian Gillan tocava “Smoke On The Water” mais regularmente, chegando a fazer uma versão mais ao estilo Jazz, quando tocava em um projeto solo no estilo musical nos anos setenta. Também fazia parte do set list de sua ótima banda Gillan e, até mesmo, durante o ano que esteve junto com o Black Sabbath, sendo uma das poucas canções cover que o grupo de Tony Iommi tocou ao vivo em sua história.
Seu uso em diferentes mídias é notório, sendo em shows de Televisão, filmes e seriados. Também em videogames, especialmente nas séries Guitar Hero e Rock Band.
LAZY
“Lazy” é a sexta faixa do álbum Machine Head.
“Lazy” se inicia com uma bela introdução feita nos teclados pelo genial Jon Lord. O riff principal da canção é excelente, carregado da melhor influência possível da música Blues. Uma das características marcantes da canção são os intercâmbios entre o guitarrista Ritchie Blackmore e o tecladista Lord, tanto na parte instrumental da canção quanto nos solos.
A música é a mais longa de Machine Head. Nas apresentações ao vivo durante os anos setenta, a canção era estendida até mais de 10 minutos, com Blackmore improvisando partes da Swedish Rhapsody #1, de Hugo Alfvén, durante seu solo.
Já na versão mais atual do Deep Purple, a canção é tocada com os arranjos tradicionais encontrados no álbum Machine Head. Blackmore também incluía partes de “Lazy” quando estava no Rainbow, normalmente quando seu grupo executava “Man On The Silver Mountain”.
A faixa acabou se tornando mais uma das preferidas entre os fãs do Deep Purple, estando quase sempre presente nos shows do grupo.
SPACE TRUCKIN’
Fecha o álbum Machine Head sua sétima faixa, “Space Truckin’”.
“Space Truckin’” é mais um clássico do Deep Purple. Sua introdução é clássica, intercalando o teclado de Jon Lord e batidas bem fortes da bateria de Ian Paice – que está excelente em toda a faixa. Blackmore criou um riff vigoroso, marcante e bem rápido para a canção. Simplesmente genial.
A atuação de Ian Gillan é soberba, uma aula de interpretação. Gillan abusa de vocais fortes, mesclando-os com seus clássicos agudos ao final da canção! As letras remetem a uma viagem espacial e o riff principal, segundo Blackmore, foi inspirado no tema da clássica série de TV Batman.
Em suas versões ao vivo, a banda costumava fazer várias improvisações dentro da faixa, intercalando partes de diferentes outras canções dentro de “Space Truckin’”. Durante a década de setenta, era comum Ritchie Blackmore incluir partes da música “Fools”, do álbum Fireball (1971) durante seu solo na canção.
Nesta mesma época, “Space Truckin’” era a canção que costumeiramente fechava os shows. Era também durante sua execução em que Blackmore costumava a pisar em sua guitarra ou arremessa-la para o alto – incluindo o famoso incidente no festival California Jam, de 1974, no qual atingiu uma câmera de TV e acabou explodindo seu amplificador.
É encontrada em diferentes mídias, como games da série Rock Band e no filme Lords Of Dogtown, de 2005. Bandas como Dream Theater, Overkill e Ministry, entre outras, fizeram versões para o clássico do Deep Purple.
Quem já assistiu a um show do Deep Purple sabe a energia que se espalha pelo ambiente quando a canção é executada. Impressionante!
Considerações Finais
Machine Head foi praticamente um sucesso imediato. O álbum acabou por solidificar, definitivamente, o Deep Purple entre os maiores nomes do Rock And Roll de todos os tempos. Um grande clássico.
Machine Head voou diretamente para o topo da parada britânica em apenas sete dias após seu lançamento, onde permaneceu por duas semanas, retornando a esta posição meses depois. Na parada norte-americana, atingiu a 7ª posição, mas permaneceu na parada por mais de 2 anos!!!!
Críticos musicais têm Machine Head em alta conta, como exemplo, Eduardo Rivadavia, do Allmusic, que o cita como um dos álbuns essenciais para o Hard Rock. Já a revista Kerrang! o colocou na 35ª posição da sua lista de “100 Greatest Heavy Metal Albums of All Time”, de 1989.
Quando Machine Head foi lançado, era o sétimo álbum do Deep Purple (seis de estúdio e mais um, ao vivo com a orquestra de Londres), em apenas três anos e meio que o grupo havia estado junto.
Após o lançamento do disco, a banda saiu em turnê, excursionando exaustivamente. Foram cerca de quatro turnês apenas na América do Norte, e mais uma no Japão, a qual deu origem ao álbum ao vivo Made in Japan (1972), um LP duplo. Pensado como um lançamento apenas para o público japonês, a banda assistiu ao grande sucesso de Made In Japan quando lançado no resto do mundo (16º lugar na parada britânica e 6º lugar na parada norte-americana).
Somente no primeiro ano de lançamento de Machine Head, o álbum vendeu mais de 2 milhões de cópias.
Extra – When A Blindman Cries
Quase impossível falar de Machine Head sem citar a canção que ficou “de fora” do álbum clássico, “When A Blindman Cries”. Para tanto, pede-se licença ao leitor do blog para se fazer um “enxerto” de outro texto no qual já falei da canção, disponível aqui:
“When A Blindman Cries” é uma canção do Deep Purple, creditada a todos os membros da banda como compositores.
Originalmente, ela foi lançada apenas como o lado B do single “Never Before”. A canção foi composta e gravada durante as sessões de gravação do álbum mais conhecido e bem sucedido da banda, Machine Head, de 1972.
Era uma das canções que faria parte do álbum clássico, mas o guitarrista Ritchie Blackmore nunca gostou da música, vetando sua inclusão no álbum. Enquanto Ritchie esteve na banda, o Deep Purple nunca a executou em suas apresentações ao vivo (exceto em poucas ocasiões, quando Blackmore esteve doente e não pode subir ao palco ou sendo substituído por outro guitarrista).
A primeira ocorreu em 1972, em Quebec, no Canadá, quando Blackmore foi substituído por Randy California, do Spirit. A outra foi quando Joe Satriani substituiu o guitarrista na The Battle Rages On Tour, em novembro de 1993.
Após a saída de Blackmore em definitivo do Deep Purple, a banda voltou a executar a canção em seus shows. Se originalmente a faixa tinha pouco mais de 3 minutos, acabou sendo ‘reinventada’ pelo guitarrista Steve Morse, passando a pouco mais de 7 minutos, incluindo um novo e belo solo – entretanto, prefiro a versão original.
Assim, vários lançamentos ao vivo da banda, já com Morse na guitarra, contêm a faixa. Ian Gillan também executava a canção em apresentações na sua carreira fora do Deep Purple.
Vídeo:
Em relançamentos mais recentes do álbum Machine Head, algumas destas versões já incluem “When A Blindman Cries” como bônus.
Em uma turnê de 2004, o grupo executava o álbum Machine Head na íntegra, bem como, nas turnês mais recentes, várias músicas do álbum fazem parte do set list do grupo.
Formação:
Ritchie Blackmore – Guitarra
Ian Gillan – Vocal
Roger Glover – Baixo
Ian Paice – Bateria, Percussão
Jon Lord – Teclado
Faixas:
01. Highway Star (Blackmore/Gillan/Glover/Paice/Lord) - 6:05
02. Maybe I'm a Leo (Blackmore/Gillan/Glover/Paice/Lord) - 4:51
03. Pictures of Home (Blackmore/Gillan/Glover/Paice/Lord) - 5:03
04. Never Before (Blackmore/Gillan/Glover/Paice/Lord) - 3:56
05. Smoke on the Water (Blackmore/Gillan/Glover/Paice/Lord) - 5:40
06. Lazy (Blackmore/Gillan/Glover/Paice/Lord) - 7:19
07. Space Truckin' (Blackmore/Gillan/Glover/Paice/Lord) - 4:31
Letras:
Opinião do Blog:
Falar de Machine Head é algo que não chega a ser muito difícil, pois se está falando de um dos melhores álbuns de todos os tempos, não importa qual estilo musical se esteja se referindo. Machine Head impressiona por várias razões diferentes.
A primeira delas é a dificuldade que o grupo teve para gravar um álbum dessa qualidade. Desde os contratempos com a locação inicial, o incêndio e as mudanças de locais consecutivas que, pelo menos, serviriam de inspiração para o grupo.
Outro motivo é a qualidade extraordinária das canções. A ‘cozinha’ formada por Ian Paice e Roger Glover faz um trabalho brilhante e consistente por todo álbum. Jon Lord está soberbo, tanto em seus solos inspirados quanto nos ‘duetos’ e ‘duelos’ com Ritchie Blackmore. E este é outro motivo para se impressionar com Machine Head.
O guitarrista do Deep Purple está simplesmente genial – o que é uma redundância em se tratando de Blackmore – produzindo riffs magníficos, aliando, como poucos, peso, velocidade e melodia, sempre em favor da música. Nos solos, Blackmore esbanja feeling e musicalidade, muitas vezes apostando na simplicidade.
Também tem-se um Ian Gillan em seus melhores momentos. Diversificando seus vocais, em certos momentos agressivos, em outros mais ‘bluesy’, ou mesmo abusando de agudos (como em “Space Truckin’”), o vocalista do Deep Purple é um show à parte em todas as faixas do álbum.
Juntando-se tudo isto, temos um álbum com clássicos do calibre de “Highway Star”, “Lazy” e “Space Truckin’”, verdadeiros hinos do conjunto britânico. Se não já fosse o bastante, ainda há “Smoke On The Water”, possivelmente, se não o mais, um dos mais reconhecidos e aclamados riffs (e também toda a canção) da história da música.
Machine Head influenciou um sem número de bandas que surgiram após seu lançamento em 1972. É um álbum que determinou os gêneros nascentes do Hard Rock e Heavy Metal e, também, colocou o Deep Purple como uma das maiores bandas da história do Rock.
Se você não conhece este álbum, vá urgentemente procurá-lo. É obrigatório para fãs do Rock and Roll!
Isso não foi uma resenha, isso foi um tratado histórico completo de uma das grandes obras-primas do rock em todos os tempos, criada por uma das melhores bandas de todos os tempos também. Ouvi recentemente o disco todo mais a "When a Blind Man Cries" e achei foderástico do início ao fim. Sem mais o que dizer. Deep Purple rules!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário extremamente generoso, meu caro Igor. Muito obrigado mesmo. São estes momentos que motivam que continue com o Blog, buscando sempre melhorar. Grande abraço!
ExcluirPra você também, cara!
Excluirparei pra ouvir o album hoje pela manha e comecei a pesquisar sobre a gravação, formação e tudo q-ue envolveu a gravação desse clássico. Acabei encontrando a sua excelente resenha.
ResponderExcluirparabéns por essa belíssima abordagem sobre esse magnífico álbum!
Opa, muito obrigado pelos elogios! Valeu mesmo!
ExcluirExcelente resenha que esgotou todos os aspectos deste extraordinário disco.
ResponderExcluir