20 de agosto de 2012

SCORPIONS - BLACKOUT (1982)



Homenagem aos 30 anos de lançamento do álbum Blackout

Blackout é o oitavo álbum de estúdio da banda alemã Scorpions. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 29 de março de 1982, com sua gravação ocorrendo entre a segunda metade de 1981 e o início do ano subsequente. A produção ficou a cargo do conceituado produtor Dieter Dierks, sendo lançado na Europa pelo selo EMI e, nos Estados Unidos, pelo selo Mercury.



No início de 1980, o Scorpions assistia à sua popularidade crescer vertiginosamente. O grupo colhia os frutos de seu sexto álbum de estúdio, o excepcional Lovedrive (1979), que continha excelentes canções como “Love You Sunday Morning”, “Always Somewhere” e “Holiday”.

Logo após o lançamento de Lovedrive, o Scorpions decide ficar com o guitarrista Michael Schenker (irmão de Rudolf) e o qual havia gravado os solos de "Another Piece Of Meat", "Coast To Coast" e "Lovedrive". Claro, Michael Schenker participou dos primórdios do grupo antes de deixa-los para ingressar na banda inglesa UFO. Assim, o conjunto demite o guitarrista Matthias Jabs.

Rudolf Schenker:


Entretanto, durante a turnê que promovia Lovedrive, os velhos abusos de Michael Schenker com o álcool voltam a dar as caras, impedindo-o que se apresentasse durante vários shows. Assim, o Scorpions convida Jabs de volta ao grupo para substituir Michael em uma destas ocasiões, acabando com a substituição de Matthias a Michael Schenker em Abril de 1979.

Com uma formação que contava com Klaus Meine nos vocais, Rudolf Schenker e Matthias Jabs nas guitarras, Francis Buchholz no baixo e Herman Rarebell na bateria, o Scorpions gravaria boa parte de seus álbuns de maior sucesso comercial.

Em 1980, é lançado o sétimo álbum de estúdio do grupo, Animal Magnetism.

O álbum foi sucesso comercial, trazendo canções clássicas do grupo como “Make It Real” e “The Zoo”, além de outras excelentes faixas como “Lady Starlight” e "Twentieth Century Man".

Entretanto, a exaustiva turnê que se seguiu após o lançamento de Animal Magnetism trouxe um grande problema para o Scorpions: uma de suas marcas registradas, a incrível voz de Klaus Meine, estava ameaçada devido a problemas com a garganta do vocalista.

A banda começa a trabalhar nas composições de seu oitavo álbum de estúdio e durante o início das gravações, Meine perde completamente a voz.

Assim, descobriu-se que o vocalista do grupo necessitaria de uma intervenção cirúrgica em suas cordas vocais e o seu próprio futuro enquanto cantor foi colocado em dúvidas. Entretanto, Meine se submete à cirurgia.

Para a continuidade das gravações do novo álbum, o Scorpions convida o vocalista norte-americano Don Dokken (que seria, futuramente, o líder da banda Dokken) para gravar as linhas vocais das músicas que estavam sendo compostas.

O guitarrista Rudolf Schenker decide que o grupo esperaria o tempo que fosse necessário pela recuperação de Klaus Meine e as linhas vocais gravadas por Don Dokken nunca foram lançadas pelo grupo e não estão presentes no resultado final do trabalho.

Anos depois, em entrevista, Klaus Meine disse que a decisão de Rudolf em aguardá-lo foi decisiva para que ele se sentisse confiante e seguisse firme no tratamento para se recuperar.

Felizmente, Klaus Meine se recuperou perfeitamente e conseguiu completar as gravações do álbum. Nenhum sinal de fraqueza foi demonstrado em sua voz e a resposta ao álbum foi a melhor possível.

Klaus Meine:


Blackout teve a arte de sua capa com uma imagem que é, na realidade, um autorretrato do artista austríaco Gottfried Helnwein. O guitarrista Rudolf Schenker, inclusive, se caracteriza como a imagem da capa no videoclipe de “No One Like You”.

Inclusive, as camisetas da banda com a capa de Blackout são das mais populares entre os fãs do Scorpions.

BLACKOUT

Abre o álbum sua faixa homônima, “Blackout”.

“Blackout” apresenta um ritmo rápido e forte, uma canção bem direta. Isto é conseguido, em boa parte, graças ao riff, contagiante e veloz na medida certa. Na primeira faixa já percebemos que Klaus Meine estava recuperado, sendo sua atuação decisiva para o sucesso alcançado pela música. Um excelente início para o trabalho.

Liricamente, a canção remete a alguém que perdeu a memória, como o próprio nome sugere:

I realize I missed a day
But I'm too wrecked to care anyway
I look around and see this face
What the hell have I lost my taste



CAN’T LIVE WITHOUT YOU

A segunda faixa do álbum é um grande sucesso da banda, a ótima “Can’t Live Without You”.

A música começa com Klaus Meine fazendo uma contagem até 4, quando, então, um ótimo riff, pesado, mas cadenciado – e cheio de melodia – entra em cena e embala toda a canção. Riff este que, no refrão, acompanha perfeitamente os vocais de Meine dando um efeito muito contagiante. O solo é repleto de feeling. Excelente faixa!

A canção é uma grande homenagem aos fãs do grupo, como a estrofe abaixo deixa bem claro:

You stand in front of the band
With all those scarves in your hands
I see you play imaginary guitars
You people shaking your heads
Right till the end of the set
You really turn me on wherever we are

“Can’t Live Without You” foi lançada como single para promover o álbum Blackout, alcançando a 63ª posição da parada britânica e, também, a 17ª posição da parada correspondente na França.



A canção foi bastante executada na turnê de promoção ao álbum, mas não participa tanto do set list mais atual.



NO ONE LIKE YOU

A terceira faixa de Blackout é mais um grande clássico do grupo alemão, “No One Like You”.

Em um álbum no qual a banda transborda inspiração nas composições, “No One Like You” é aberta com guitarras dobradas, em um riff espetacular, fazendo uma excepcional introdução. Na sequencia, há uma parte bem melódica e suave, na qual se destacam os vocais de Meine. O refrão aposta novamente no peso, combinando com uma linha vocal um pouco mais agressiva. Enfim, uma das grandes músicas do Scorpions.

As letras apostam em uma temática mais romântica, como demonstra o inspirado refrão:

There's no one like you
I can't wait for the nights with you
I imagine the things we'll do
I just wanna be loved by you

Segundo Meine e Rudolf Schenker, autores da canção, ela foi originalmente criada em alemão, mas a banda optou por lança-la mesmo em inglês. Mas ambos afirmaram que muito do significado foi perdido durante a “tradução”.

“No One Like You” foi lançada como single para promoção do álbum. Atingiu a 65ª posição da parada norte-americana de álbuns, alcançando a 64ª posição na sua correspondente britânica e, ainda, a 49ª posição na parada canadense.



No videoclipe de “No One Like You” é que o guitarrista Rudolf Schenker se fantasiou como a imagem do artista Gottfried Helnwein presente na arte da capa do álbum. Algumas cenas do clipe foram filmadas na prisão de Alcatraz, em São Francisco, Estados Unidos.

Como virou um clássico da banda, a canção está presente em muitas coletâneas lançadas pelo Scorpions, assim como em álbuns ao vivo.

Há uma versão cover lançada pela banda norte-americana Lagwagon. Está presente em games como Guitar Hero e Rock Revolution, além de ser trilha de episódio da série de TV Supernatural.



YOU GIVE ME ALL I NEED

A quarta canção de Blackout é a ótima “You Give Me All I Need”.

A música tem uma introdução com linhas bem suaves e melódicas, muito inspiradas. O riff principal da canção, embora apresente o típico peso do Hard Rock oitentista, é repleto de uma bela melodia. O refrão é novamente empolgante, com muito ritmo e Meine repete o nome da faixa com ênfase. O solo é novamente excelente!

As letras têm temática romântica, em tom de alguém que sente falta de outra pessoa e quer reconciliação:

Let's try again
There's still romance
We'll start a new life, take a chance
There are so many ways
Please don't forget it any day



NOW!

A quinta faixa de Blackout é “Now!”.

“Now!” é a menor faixa de Blackout, com pouco mais de 2 minutos e meio. Possui um ritmo forte e pesado, apresentando o melhor do estilo Hard Rock do Scorpions. Bem direta, seu riff veloz embala toda a canção, contando com um ótimo solo.



As letras são bem simples, em tom de celebração:

Teach me to fly
Wanna stay high
I have to live it up before I die
Nightlife and booze
Girls to choose
Are you ready, baby come on let's cruise

“Now!” foi lançada como single, mas não conseguiu atingir as principais paradas de sucesso do gênero.



DYNAMITE

A sexta faixa do álbum é “Dynamite”.

“Dynamite” é outra faixa mais pesada do trabalho, com seu Hard Rock vigoroso que por vezes dá uma flertada com o Heavy Metal mais clássico. O riff é direto, pesado, com boa dose de velocidade. Os vocais de Meine são fortes e empolgantes, especialmente no refrão. Outra vez o solo esbanja feeling. Uma canção excelente!

As letras têm outra vez uma conotação de celebração:

Kick your ass to heaven
With rock'n'roll tonight
I'll make this night a special one
Make you feel allright



ARIZONA

A sétima faixa de Blackout é “Arizona”.

“Arizona” apresenta um riff com boas doses de peso, mas, desta vez, a banda aposta em um ritmo um pouco mais cadenciado. Os vocais de Meine se casam perfeitamente com o embalo da canção – no que o Scorpions é mestre. Um Hard Rock típico com doses extras de empolgação, formando uma música muito especial!

“Arizona” também possui uma temática romântica:

Loved her in her car
Took me to the stars
Babe, we went nuts all the way
Loved her on the moon
Morning came too soon
She got me high and loose, loose, loose



CHINA WHITE

A oitava canção do álbum é “China White”.

A música apresenta um ritmo mais lento, com um riff cadenciado e pesado que é a base de toda canção. Este ritmo se estende por quase 7 minutos, tornando-a a faixa mais longa de Blackout. Os excelentes vocais de Meine e o peso da guitarras se destacam em mais um grande trabalho do conjunto no álbum!

Desta vez o Scorpions aposta em uma letra com temática pacifista:

How long will it take
To make the world a flaming star
How long will it take
Till they will stop their senseless wars
How long will it take
Till everybody will understand
That we need
That we need to fill our hearts with the love again

O guitarrista Rudolf Schenker gravou dois solos diferentes para “China White” e foi incapaz de escolher um deles para o lançamento do álbum. Assim, as versões norte-americana e inglesa apresentam solos com alterações em “China White” – embora sejam mínimas.



WHEN THE SMOKE IS GOING DOWN

A nona e última faixa de Blackout é “When The Smoke Is Going Down”.

Com linhas de guitarra muito melódicas e suaves, “When The Smoke Is Going Down” é uma linda balada como o Scorpions se notabilizou em compor durante toda sua carreira. Os vocais de Klaus Meine estão, mais uma vez, brilhantes, cansando-se perfeitamente com o ritmo suave da canção. Excepcional música!

As letras apresentam um tom de nostalgia e melancolia:

This is the place where I belong
I really love to turn you on
I've got your sound still in my ears
While your traces disappear
I climb the stage again this night
Cause the place seems still alive
When the smoke is going down

Embora trate-se de uma canção muito acima da média, “When The Smoke Is Going Down” foi lançada como single, mas não atingiu a parada de sucessos desta natureza.



Considerações Finais

Desde seu lançamento no ano de 1982, Blackout se tornou um enorme sucesso para o Scorpions, tanto de crítica, quanto de público, sendo o álbum preferido de boa parte dos fãs do grupo alemão.

Na época de seu lançamento, Blackout rapidamente se consolidou, também, como um grande sucesso comercial e foi, naquele momento de seu lançamento, o maior sucesso comercial do conjunto e, embora superado por álbuns posteriores, ainda permanece como um dos mais bem sucedidos álbuns do Scorpions.

Uma boa amostra do sucesso de Blackout foi o fato do álbum atingir a excelente 10ª posição na parada norte-americana de álbuns, ficando na 11ª posição na sua correspondente britânica. Na França, o trabalho chegou ao 1º lugar!

Responsável por aumentar consideravelmente a popularidade do grupo através do mundo, Blackout permitiu ao Scorpions se apresentar diante um público de 375 mil pessoas no segundo dia do US Festival, em San Bernardino, na Califórnia, em 1983.



Com a transmissão ao vivo do festival pela MTV norte-americana, a banda ganhou ainda mais exposição junto ao público ianque.

Formação:
Klaus Meine – Vocal
Matthias Jabs – Guitarra, Backing Vocal
Rudolf Schenker – Guitarra, Backing Vocal
Francis Buchholz – Baixo
Herman Rarebell – Bateria, Percussão, Backing Vocal

Faixas:
01. Blackout (Schenker/Meine/Rarebell/Sonja Kittelsen) - 3:49
02. Can't Live Without You (Schenker/Meine) - 3:47
03. No One Like You (Schenker/Meine) - 3:57
04. You Give Me All I Need (Schenker/Rarebell) - 3:39
05. Now! (Schenker/Meine/Rarebell) - 2:35
06. Dynamite (Schenker/Meine/Rarebell) - 4:12
07. Arizona (Schenker/Rarebell) - 3:56
08. China White (Schenker/Meine) - 6:59
09. When the Smoke Is Going Down (Schenker/Meine) - 3:51

Letras:
Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/scorpions/

Opinião do Blog:
Blackout é tido para muitos fãs do Scorpions – como citado anteriormente – como o melhor álbum de toda a discografia do grupo alemão.

Fato é que desde o lançamento de Lovedrive (1979), a banda já havia voltado sua sonoridade para um estilo mais acessível, um Hard Rock típico dos anos 80 e característico dos Estados Unidos.

Entretanto, isto acabou produzindo álbuns de categoria incrível. Blackout é um dos grandes discos da década de oitenta. E, não custa dizer, que o Scorpions é um dos gigantes da história do Rock mundial.

Em Blackout, a banda demonstra grandes de suas qualidades na composição de canções. Há canções em que o conjunto aposta em um Hard mais direto e veloz, como em “Blackout” e “Now!”.

Em outras, o Hard Rock continua com riffs pesados, mas mais cadenciados, casando-se espetacularmente com a incrível voz de Klaus Meine. Isto pode ser ouvido nas excepcionais “Can’t Live Without You” e “No One Like You”.

Há ainda a mais ‘Heavy Metal Clássico’, lembrando a fase setentista da banda, como “China White”. E, como o Scorpions é uma das melhores bandas de todos os tempos em compor baladas, não poderia faltar uma: a ótima “When The Smoke Is Going Down”.

Enfim, Blackout é um álbum excelente, muito acima da média normal. Se você não conhece, vá correndo buscar um modo de ouvi-lo, pois é um dos álbuns clássicos do Blog.

7 de agosto de 2012

SKID ROW - SKID ROW (1989)



Skid Row é o álbum de estreia da banda norte-americana homônima ao disco, o Skid Row. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 24 de Janeiro de 1989, sendo que sua gravação ocorreu no ano anterior. A produção ficou a cargo do excelente produtor Michael Wagener, o qual foi o guitarrista original da banda alemã Accept. O álbum saiu sob o selo Atlantic.

O início do Skid Row pode ser datado no ano de 1986 quando o baixista Rachel Bolan e o guitarrista Dave “The Snake” Sabo decidiram formar uma banda. Para isso recrutariam outro guitarrista, Scotti Hill, o baterista Rob Affuso e o vocalista Matt Fallon.



Já no início de 1987 ocorre uma alteração que seria fundamental para o sucesso do grupo. Sai o vocalista Matt Fallon e, em seu lugar, entra o vocalista canadense Sebastian Philip Bierk, melhor conhecido como Sebastian Bach.

Sebastian Bach foi “descoberto” quando cantou no casamento do fotógrafo Mark Weiss, sendo convidado pelos membros do grupo para se juntar a eles no Skid Row. Inicialmente, Bach rejeitou o convite, mas mudou de ideia quando ouviu as fitas demo das canções “18 And Life” e “Youth Gone Wild”. Ele enviou para o Skid Row uma fita demo cantando a música “Saved By Love”.

Sebastian Bach:


A banda adora o material enviado por Bach, eles se juntam e começam a se apresentarem pelos clubes noturnos do nordeste dos Estados Unidos, principalmente na região de Nova Jérsei.

Jon Bon Jovi e Dave Sabo eram amigos desde muito tempo. O frontman do grupo Bon Jovi havia acabado de formar uma editora chamada Underground Music Company e estava à procura de novos talentos. Quando jovens, Jon e Sabo concordaram que, se um deles conseguisse alcançar o sucesso, ajudaria o outro.

O manager do Bon Jovi, Doc McGhee assinou com o Skid Row e assegurou-o um contrato com o selo Atlantic em 1988 e o grupo foi até o estado norte-americano de Winsconsin para gravar o seu primeiro álbum de estúdio. A produção ficaria com o ex-guitarrista do Accept, Michael Wagener.

O Skid Row seria a banda de abertura para a turnê do Bon Jovi a qual promovia o álbum New Jersey.

Jon Bon Jovi questionou o lendário guitarrista Gary Moore se ele gostaria de ceder os direitos do nome Skid Row para a jovem banda norte-americana. Nos anos 60, houvera um grupo irlandês com este mesmo nome e o guitarrista teria aceitado a cessão pelo preço de 35 mil dólares.

Segundo Sebastian Bach, a história teria sido esta: "Quando (Skid Row) assinou com a Atlantic, Gary Moore ouviu falar sobre isso e disse que poderíamos ter o nome por US $ 35.000 dólares. Tivemos que pagar Gary Moore 35 mil dólares para usar o nome, e por isso, como uma banda, acabamos comprando o nome de Gary Moore. Estávamos todos felizes em fazê-lo, pois é um grande nome para uma banda. Lembro-me de dizer: 'Uau, isso é um monte de dinheiro, mas temos que fazê-lo!”

Entretanto, outros membros do grupo original irlandês contestam esta versão dos fatos.

Dave "The Snake" Sabo:


O Skid Row assinou um acordo de publicidade com Jon Bon Jovi e o guitarrista de sua banda, Richie Sambora. Na verdade, o grupo Skid Row acabou tendo muitos contratos de publicidade com o Bon Jovi os quais foram se tornando motivos para problemas uma vez que o grupo foi se tornando mais bem-sucedido comercialmente.

Com o passar do tempo, Richie Sambora concordou em devolver sua parte dos direitos de publicidade ao Skid Row.

O Skid Row acabou participando do show Moscow Peace Festival Concert, que surgiu com a finalidade de manter o manager Doc McGhee fora da cadeia, já que o mesmo enfrentava acusações de tráfico de entorpecentes. Assim, alguns grupos os quais McGhee e seu irmão gerenciavam tomaram parte no concerto.

Entretanto, nomes de peso como Bon Jovi e Motley Crue acabaram por demitir o manager da gerência de seus grupos.

Lançado em Janeiro de 1989, Skid Row foi um sucesso quase instantâneo.

BIG GUNS

Abre o álbum a faixa “Big Guns”.

A música traz um típico riff de Hard Rock norte-americano, com uma boa pegada com inspiração no Heavy Metal clássico. Este riff se estende por toda a canção, mantendo-a com um ritmo forte e contagiante. Os vocais de Bach são bem agressivos. Um excelente começo para o trabalho. O solo é muito bom.

As letras são simples e falam de um homem que se envolve com uma garota:

She got the big guns, pointed at my heart,
Bang bang shooting like a firing squad
Big guns, Took me by surprise,
She got my lovin' reachin' for the sky



SWEET LITTLE SISTER

A segunda faixa do álbum é “Sweet Little Sister”.

A música traz um riff um pouco mais veloz que o da faixa anterior, mas mantendo uma pegada Hard/Heavy muito interessante. Os vocais de Bach são muito bons, lembrando os de bandas do chamado “Glam Metal”.

As letras continuam sendo simples, referindo-se a uma ‘má’ garota:

I know a thing or two about sweet little sister
Her mama kill her if she knew what she do,
She's my sweet little sister She'll love ya black and blue,
Sweet little sister Mona Lisa with a new tattoo,
She's my sweet little, sweet little sister



CAN’T STAND THE HEARTACHE

A terceira faixa do álbum é “Can’t Stand The Heartache”.

A terceira música do trabalho mantém o ritmo do álbum Skid Row. O riff é novamente pesado e contagiante, mantendo o sentido de empolgação do disco como um todo. O refrão é um pouco mais melódico e os trabalhos de Bach nos vocais mostram seu talento como vocalista. Uma canção muito boa, com um excelente solo!

As letras falam de alguém que sofre por amor:

Can't stand the heartache, So bleeds the red, red rose
Time heals a broken heart,
But that's just the way it goes
Can't stand, I can't stand the heartache



PIECE OF ME

A quarta faixa de Skid Row é “Piece Of Me”.

“Piece Of Me” continua com a proposta da banda em fundir o Hard Rock com Heavy Metal, desta vez apostando em um riff mais lento, cadenciado, mas com o devido peso. As guitarras estão bastante inspiradas, abusando da distorção. O solo é dos melhores. Mais uma ótima canção do trabalho.

A letra da música faz menção a um sujeito com hábitos pouco ortodoxos:

Caught a lonely lady,
She's crying on a cigarette
I got nasty, nasty habits,
And that's all she's gonna get from me



18 AND LIFE

Um dos maiores clássicos do Skid Row é a quinta faixa de Skid Row. É “18 And Life”.

Com um riff pesado, inspirado e marcante, “18 And Life” traz uma canção bem forte, fazendo com maestria a fusão entre passagens bem lentas e melódicas com outras em que o peso das guitarras é significativo. Bach interpreta a faixa com precisão, fazendo dos vocais um show à parte. Uma canção muito acima da média!

As letras contam a história de Rick, um jovem que foi condenado à prisão perpétua por matar acidentalmente um amigo. A canção, composta por Dave Sabo, foi inspirada após o guitarrista ler um artigo em um jornal o qual contava esta história:

Ricky was a young boy, he had a heart of stone
Lived nine to five and worked his fingers to the bone
Just barely out of school, came from the edge of town
Fought like a switchblade so no one could take him down
He had no money, oooh no good at home
He walked the streets as a soldier and he fought the world alone
And now it's

“18 And Life” foi lançada como single para promover o álbum Skid Row.



Atingiu a 4ª posição na parada de singles norte-americana, atingindo a 12ª posição em sua correspondente no Reino Unido.

“18 And Life” foi um enorme sucesso desde seu lançamento. Somente o single, alcançou a marca de 500 mil cópias vendidas somente nos Estados Unidos, em setembro de 1989.

O canal VH1 elegeu a música como a 60ª colocada em sua lista de melhores canções de Hard Rock de todos os tempos, provando que não se trata de uma faixa qualquer. Obviamente virou obrigatória nas apresentações do Skid Row desde então, tomando partes em coletâneas lançadas pelo grupo.

Até mesmo o vocalista Sebastian Bach incluiu uma versão de “18 And Life” em seu álbum ao vivo Bring 'Em Bach Alive! (1999), parte de sua carreira solo. A música está presente em um dos jogos da série Guitar Hero.



RATTLESNAKE SHAKE

A sexta faixa do álbum é “Rattlesnake Shake”.

A canção apresenta um riff bem interessante, com uma forte pegada Hard Rock, que perdura por toda a música. Os vocais de Bach se casam perfeitamente com o ritmo da faixa, compondo um ótimo trabalho. O refrão é muito bom, com um coro de vozes fazendo o fundo.

Shake, shake, shake it like a rattlesnake
Boom, boom baby out go the lights
Shake, shake, shake it like a rattlesnake
Staying up late doing the rattlesnake shake



YOUTH GONE WILD

A sétima faixa de Skid Row é “Youth Gone Wild”.

Um clássico Hard Rock oitentista, com certa pegada Heavy Metal, é o que nos traz “Youth Gone Wild”, graças ao ótimo riff da canção. Os vocais de Bach estão precisos e fortes e combinam perfeitamente com o ritmo da música. O refrão empolga e o solo é muito bom, mesmo sendo mais curto.

A letra tenta trazer um espírito de rebeldia juvenil:

They call us problem child,
We spend our lives on trial,
We walk an endless mile - we are the Youth Gone Wild
We stand and we won't fall - we're one and one for all
The writing's on the wall - we are the Youth Gone Wild

“Youth Gone Wild” foi o primeiro single lançado para promover o álbum de estreia do Skid Row. Embora o álbum fosse um tremendo sucesso, o single alcançou a modesta 99ª posição da parada desta natureza nos Estados Unidos. Apesar, também, do videoclipe feito para a música ter recebido exaustiva exibição naquele país.



Mesmo assim, “Youth Gone Wild” acabou se tornando uma canção querida pelos fãs da banda. Foi relançada como lado B do single Delivering The Goods (cover do Judas Priest encontrado no EP B-Side Ourselves) e que atingiu a 22ª posição da parada britânica de singles.

A canção acabou sendo utilizada em arenas esportivas nos Estados Unidos, notadamente quando o time de Hóquei no Gelo, Chicago Blackhawks, adentra sua arena, o United Center. É usada como trilha sonora dos melhores momentos do Futebol Americano na ESPN dos Estados Unidos.

Algumas bandas fizeram cover para “Youth Gone Wild”, como Sign, Norther e a banda sueca HammerFall. Também é possível encontra-la em diversos games como Guitar Hero e Rock Revolution.



HERE I AM

A oitava faixa de Skid Row é “Here I Am”.

“Here I Am” mantém o forte ritmo do álbum, com uma boa pegada Hard Rock. O riff é simples, mas marcante. Os vocais de Bach continuam sendo um destaque também nesta faixa, variando entre mais calmos e pouco mais agressivos. O solo é bastante inspirado, um dos melhores de todo disco.

As letras falam de um homem interessado em uma garota:

She broke a million hearts
On 2nd Avenue
With her German cigarettes
And designer attitude
What can u do?
No, no, no, what can I do
My love's been goin' blind
Since the first time I laid eyes on you



MAKIN’ A MESS

A nona canção do disco é “Makin’ A Mess”.

“Makin’ A Mess” é mais pesada e conta com um riff consideravelmente mais rápido que das faixas anteriores. A bateria também está mais veloz, em um ótimo trabalho de Rob Affuso. Os vocais de Bach fazem nova excelente aparição, construindo a faixa com mais “cara Heavy Metal” de todo o álbum.

As letras da música contam uma divertida história:

T-bone Billy just a singin' the blues
Caught his lady with another man
Lit up a smoke and did some talkin'
With the back of his hand
She started shakin', started losing her mind
But he was kicking back and playing it cool



I REMEMBER YOU

A décima faixa de Skid Row é uma das mais conhecidas da história do grupo, a balada “I Remember You”.

A canção começa bem calma em uma bela melodia e a voz de Bach fazendo um excepcional trabalho ao cantar mais suavemente. “I Remeber You” oscila entre momentos mais suaves e outros em que as guitarras estão mais marcantes e fortes. Os vocais estão praticamente perfeitos, construindo uma excelente música. Um clássico!

As letras têm clara conotação romântica, como o refrão deixa bem evidente:

Remember yesterday, walking hand in hand
Love letters in the sand - I remember you
Through the sleepless nights, through every endless day
I'd wanna hear you say - I remember you

Lançada como o terceiro single retirado do álbum de estreia do Skid Row, “I Remember You” foi um sucesso gigantesco. Atingiu a excelente 6ª posição da parada norte-americana de singles e a também ótima 36ª posição de sua correspondente britânica.



A canção se tornou um clássico do grupo e, também, obrigatória nos shows. Em 2003, já com outro vocalista à frente do Skid Row, Johnny Solinger, a banda gravou uma nova versão da canção, batizada de “I Remember You Two”, presente no álbum Thickskin, lançado naquele ano.

A música apareceu em vários programas de televisão de bastante sucesso nos Estados Unidos. Apenas por exemplo, cita-se: Reunion, Comedy Central, South Park e Friday Night Lights.

A banda The Ataris fez uma versão cover de “I Remember You”.

Por fim, em uma entrevista de 2007, Sebastian Bach lembra-se do sucesso que a canção fez e da repercussão que tinha nos bailes durante a época de seu lançamento: "'I Remember You' was the #1 prom song in the United States of America in the year 1990....You talk about making memories! Literally the whole country of America did their prom dance to 'I Remember You' one year, and that's a real heavy memory to beat."



MIDNIGHT/TORNADO

A décima-primeira e última faixa de Skid Row é “Midnight/Tornado”.

O início da faixa é bastante pesado, com um riff mais encorpado e um pequeno solo bem inspirado. O refrão é muito bom e o ritmo segue bem próximo ao Heavy Metal até o fim da canção. Esta é ‘Midnight’. O último minuto é apenas uma música instrumental e esta é ‘Tornado’.

As letras falam de alguém em busca de um amor mais intenso:

When the clock strikes midnite
I'm on the prowl of love
When the clock strikes midnite
The time is right to call you ou



Considerações Finais

Como foi dito anteriormente, o álbum Skid Row foi um enorme sucesso comercial. O álbum atingiu a excelente 6ª posição da parada norte-americana de discos, atingindo a 30ª posição na sua correspondente britânica. Ainda esteve na 8ª posição no Canadá e na 12ª na Austrália.

Até mesmo os críticos receberam bem o trabalho de estreia do Skid Row. O Allmusic considerou o álbum consistente, tanto em melodias quanto em composição. Com a Sputnikmusic, a avaliação foi positiva, detalhando o trabalho como uma consistente fusão entre pop, rock e metal.

O álbum permitiu que a banda fizesse seu primeiro show no Reino Unido, fazendo a abertura para o Bon Jovi, em uma apresentação no Milton Keynes Bowl. Em sequência, outro show de enorme sucesso no Marquee Club, em Londres.

Cerca de 3 meses depois, o Skid Row voltou ao Reino Unido para se apresentar como banda de apoio à turnê do Motley Crüe que promovia seu álbum clássico Dr. Feelgood. Depois, seguiu em uma excursão como banda principal, também na qual obteve sucesso, e que culminou com uma apresentação na lendária casa Hammersmith Odeon, em Londres.



Um incidente infeliz ocorreu na turnê. No dia 27 de dezembro de 1989, enquanto a banda fazia a abertura para o Aerosmith, em Springfield, Massachusetts, Sebastian Bach foi atingido por uma garrafa arremessada por alguém da plateia. Bach, furioso, atirou a garrafa de volta ao público atingindo uma garota. Não satisfeito, pulou no meio da multidão, procurando agredir o idiota que arremessou a garrafa contra ele. Isto pode ser visto no Vídeo lançado pela banda chamado Oh Say Can You Scream, de 1990.

Somente nos Estados Unidos, o álbum Skid Row já ultrapassou a casa de 5 milhões de cópias vendidas.

Formação:
Rob Affuso – Bateria e Percussão
Sebastian Bach – Vocal
Rachel Bolan – Baixo, Backing Vocals
Scotti Hill – Guitarra
Dave "The Snake" Sabo – Guitarra, Backing Vocals

Faixas:
01. Big Guns (Bolan/Hill/Sabo/Affuso) - 3:36
02. Sweet Little Sister (Bolan/Sabo) - 3:10
03. Can′t Stand the Heartache (Bolan) - 3:24
04. Piece of Me (Bolan) - 2:48
05. 18 and Life (Bolan/Sabo) - 3:50
06. Rattlesnake Shake (Bolan/Sabo) - 3:07
07. Youth Gone Wild (Bolan/Sabo) - 3:18
08. Here I Am (Bolan/Sabo) - 3:10
09. Makin′ a Mess (Bach/Bolan/Sabo) - 3:38
10. I Remember You (Bolan/Sabo) - 5:10
11. Midnight / Tornado (M. Fallon/Sabo) - 4:17

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.mus.br/skid-row/

Opinião do Blog:
Nem sempre o sucesso comercial de um álbum é a medida correta para aferir sua qualidade musical. Mas o disco em questão não entra neste caso.

O álbum de estreia da banda Skid Row foi um grande sucesso comercial – assim como a banda o era no início da década de 1990. A banda arrastava uma considerável legião de fãs onde quer que ia.

Analisando o seu primeiro trabalho, o que se houve é música bastante consistente. A banda pode não ter trazido nenhuma inovação musical, mas sua fusão de Hard Rock com algumas (ótimas) pitadas de Heavy Metal são uma ótima pedida para quem curte este tipo de som tão característico dos anos oitenta.

Muitas músicas chegam a ter boa dose de peso. “Big Guns”, “Makin’ A Mess” e “Midnight/Tornado” são bons exemplos do que se afirma. Isto sem falar na clássica “Youth Gone Wild”.

Em Skid Row, a banda homônima apresenta sempre vocais muito precisos e talentosos do mais que competente vocalista Sebastian Bach. Merece destaque, também a boa dupla de guitarristas, Dave Sabo e Scotti Hill, com as guitarras sempre com o peso e timbre corretos. Os riffs das canções são grandes destaques do álbum, sendo quase sempre muito inspirados. Também os trabalhos do baixo e da bateria ajudam no sucesso das canções.

Por fim, basta dizer que não é qualquer disco que possui canções como os clássicos “18 And Life” e “I Remember You”, que dispensam maiores comentários. Álbum muito bem recomendado pelo Blog.