Homenagem
aos 30 anos de lançamento do álbum Blackout
Blackout é o oitavo álbum de estúdio da banda alemã
Scorpions. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 29 de março de 1982, com sua
gravação ocorrendo entre a segunda metade de 1981 e o início do ano
subsequente. A produção ficou a cargo do conceituado produtor Dieter Dierks,
sendo lançado na Europa pelo selo EMI e, nos Estados Unidos, pelo selo Mercury.
No início de 1980, o Scorpions assistia à sua
popularidade crescer vertiginosamente. O grupo colhia os frutos de seu sexto
álbum de estúdio, o excepcional Lovedrive (1979), que continha excelentes
canções como “Love You Sunday Morning”, “Always Somewhere” e “Holiday”.
Logo após o lançamento de Lovedrive, o Scorpions
decide ficar com o guitarrista Michael Schenker (irmão de Rudolf) e o qual
havia gravado os solos de "Another Piece Of Meat", "Coast To
Coast" e "Lovedrive". Claro, Michael Schenker participou dos
primórdios do grupo antes de deixa-los para ingressar na banda inglesa UFO.
Assim, o conjunto demite o guitarrista Matthias Jabs.
Rudolf Schenker:
Entretanto, durante a turnê que promovia Lovedrive,
os velhos abusos de Michael Schenker com o álcool voltam a dar as caras,
impedindo-o que se apresentasse durante vários shows. Assim, o Scorpions
convida Jabs de volta ao grupo para substituir Michael em uma destas ocasiões, acabando
com a substituição de Matthias a Michael Schenker em Abril de 1979.
Com uma formação que contava com Klaus Meine nos
vocais, Rudolf Schenker e Matthias Jabs nas guitarras, Francis Buchholz no
baixo e Herman Rarebell na bateria, o Scorpions gravaria boa parte de seus
álbuns de maior sucesso comercial.
Em 1980, é lançado o sétimo álbum de estúdio do
grupo, Animal Magnetism.
O álbum foi sucesso comercial, trazendo canções
clássicas do grupo como “Make It Real” e “The Zoo”, além de outras excelentes
faixas como “Lady Starlight” e "Twentieth Century Man".
Entretanto, a exaustiva turnê que se seguiu após o
lançamento de Animal Magnetism trouxe um grande problema para o Scorpions: uma
de suas marcas registradas, a incrível voz de Klaus Meine, estava ameaçada
devido a problemas com a garganta do vocalista.
A banda começa a trabalhar nas composições de seu
oitavo álbum de estúdio e durante o início das gravações, Meine perde
completamente a voz.
Assim, descobriu-se que o vocalista do grupo
necessitaria de uma intervenção cirúrgica em suas cordas vocais e o seu próprio
futuro enquanto cantor foi colocado em dúvidas. Entretanto, Meine se submete à
cirurgia.
Para a continuidade das gravações do novo álbum, o
Scorpions convida o vocalista norte-americano Don Dokken (que seria,
futuramente, o líder da banda Dokken) para gravar as linhas vocais das músicas
que estavam sendo compostas.
O guitarrista Rudolf Schenker decide que o grupo
esperaria o tempo que fosse necessário pela recuperação de Klaus Meine e as linhas
vocais gravadas por Don Dokken nunca foram lançadas pelo grupo e não estão
presentes no resultado final do trabalho.
Anos depois, em entrevista, Klaus Meine disse que a
decisão de Rudolf em aguardá-lo foi decisiva para que ele se sentisse confiante
e seguisse firme no tratamento para se recuperar.
Felizmente, Klaus Meine se recuperou perfeitamente
e conseguiu completar as gravações do álbum. Nenhum sinal de fraqueza foi
demonstrado em sua voz e a resposta ao álbum foi a melhor possível.
Klaus Meine:
Blackout teve a arte de sua capa com uma imagem que
é, na realidade, um autorretrato do artista austríaco Gottfried Helnwein. O
guitarrista Rudolf Schenker, inclusive, se caracteriza como a imagem da capa no
videoclipe de “No One Like You”.
Inclusive, as camisetas da banda com a capa de
Blackout são das mais populares entre os fãs do Scorpions.
BLACKOUT
Abre o álbum sua faixa homônima, “Blackout”.
“Blackout” apresenta um ritmo rápido e forte, uma
canção bem direta. Isto é conseguido, em boa parte, graças ao riff, contagiante
e veloz na medida certa. Na primeira faixa já percebemos que Klaus Meine estava
recuperado, sendo sua atuação decisiva para o sucesso alcançado pela música. Um
excelente início para o trabalho.
Liricamente, a canção remete a alguém que perdeu a
memória, como o próprio nome sugere:
I realize I missed a day
But I'm too wrecked to care anyway
I look around and see this face
What the hell have I lost my taste
CAN’T LIVE WITHOUT YOU
A segunda faixa do álbum é um grande sucesso da
banda, a ótima “Can’t Live Without You”.
A música começa com Klaus Meine fazendo uma
contagem até 4, quando, então, um ótimo riff, pesado, mas cadenciado – e cheio
de melodia – entra em cena e embala toda a canção. Riff este que, no refrão,
acompanha perfeitamente os vocais de Meine dando um efeito muito contagiante. O
solo é repleto de feeling. Excelente faixa!
A canção é uma grande homenagem aos fãs do grupo,
como a estrofe abaixo deixa bem claro:
You stand in front of the band
With all those scarves in your hands
I see you play imaginary guitars
You people shaking your heads
Right till the end of the set
You really turn me on wherever we
are
“Can’t Live Without You” foi lançada como single
para promover o álbum Blackout, alcançando a 63ª posição da parada britânica e,
também, a 17ª posição da parada correspondente na França.
A canção foi bastante executada na turnê de
promoção ao álbum, mas não participa tanto do set list mais atual.
NO ONE LIKE YOU
A terceira faixa de Blackout é mais um grande
clássico do grupo alemão, “No One Like You”.
Em um álbum no qual a banda transborda inspiração
nas composições, “No One Like You” é aberta com guitarras dobradas, em um riff
espetacular, fazendo uma excepcional introdução. Na sequencia, há uma parte bem
melódica e suave, na qual se destacam os vocais de Meine. O refrão aposta
novamente no peso, combinando com uma linha vocal um pouco mais agressiva.
Enfim, uma das grandes músicas do Scorpions.
As letras apostam em uma temática mais romântica,
como demonstra o inspirado refrão:
There's no one like you
I can't wait for the nights with you
I imagine the things we'll do
I just wanna be loved by you
Segundo Meine e Rudolf Schenker, autores da canção,
ela foi originalmente criada em alemão, mas a banda optou por lança-la mesmo em
inglês. Mas ambos afirmaram que muito do significado foi perdido durante a
“tradução”.
“No One Like You” foi lançada como single para
promoção do álbum. Atingiu a 65ª posição da parada norte-americana de álbuns,
alcançando a 64ª posição na sua correspondente britânica e, ainda, a 49ª
posição na parada canadense.
No videoclipe de “No One Like You” é que o
guitarrista Rudolf Schenker se fantasiou como a imagem do artista Gottfried
Helnwein presente na arte da capa do álbum. Algumas cenas do clipe foram
filmadas na prisão de Alcatraz, em São Francisco, Estados Unidos.
Como virou um clássico da banda, a canção está
presente em muitas coletâneas lançadas pelo Scorpions, assim como em álbuns ao
vivo.
Há uma versão cover lançada pela banda
norte-americana Lagwagon. Está presente em games como Guitar Hero e Rock
Revolution, além de ser trilha de episódio da série de TV Supernatural.
YOU GIVE ME ALL I NEED
A quarta canção de Blackout é a ótima “You Give Me
All I Need”.
A música tem uma introdução com linhas bem suaves e
melódicas, muito inspiradas. O riff principal da canção, embora apresente o
típico peso do Hard Rock oitentista, é repleto de uma bela melodia. O refrão é
novamente empolgante, com muito ritmo e Meine repete o nome da faixa com
ênfase. O solo é novamente excelente!
As letras têm temática romântica, em tom de alguém
que sente falta de outra pessoa e quer reconciliação:
Let's try again
There's still romance
We'll start a new life, take a chance
There are so many ways
Please don't forget it any day
NOW!
A quinta faixa de Blackout é “Now!”.
“Now!” é a menor faixa de Blackout, com pouco mais
de 2 minutos e meio. Possui um ritmo forte e pesado, apresentando o melhor do
estilo Hard Rock do Scorpions. Bem direta, seu riff veloz embala toda a canção,
contando com um ótimo solo.
As letras são bem simples, em tom de celebração:
Teach me to fly
Wanna stay high
I have to live it up before I die
Nightlife and booze
Girls to choose
Are you ready, baby come on let's
cruise
“Now!” foi lançada como single, mas não conseguiu
atingir as principais paradas de sucesso do gênero.
DYNAMITE
A sexta faixa do álbum é “Dynamite”.
“Dynamite” é outra faixa mais pesada do trabalho,
com seu Hard Rock vigoroso que por vezes dá uma flertada com o Heavy Metal mais
clássico. O riff é direto, pesado, com boa dose de velocidade. Os vocais de
Meine são fortes e empolgantes, especialmente no refrão. Outra vez o solo
esbanja feeling. Uma canção excelente!
As letras têm outra vez uma conotação de celebração:
Kick your ass to heaven
With rock'n'roll tonight
I'll make this night a special one
Make you feel
allright
ARIZONA
A sétima faixa de Blackout é “Arizona”.
“Arizona” apresenta um riff com boas doses de peso,
mas, desta vez, a banda aposta em um ritmo um pouco mais cadenciado. Os vocais
de Meine se casam perfeitamente com o embalo da canção – no que o Scorpions é
mestre. Um Hard Rock típico com doses extras de empolgação, formando uma música
muito especial!
“Arizona” também possui uma temática romântica:
Loved her in her car
Took me to the stars
Babe, we went nuts all the way
Loved her on the moon
Morning came too soon
She got me high and loose, loose,
loose
CHINA WHITE
A oitava canção do álbum é “China White”.
A música apresenta um ritmo mais lento, com um riff
cadenciado e pesado que é a base de toda canção. Este ritmo se estende por
quase 7 minutos, tornando-a a faixa mais longa de Blackout. Os excelentes
vocais de Meine e o peso da guitarras se destacam em mais um grande trabalho do
conjunto no álbum!
Desta vez o Scorpions aposta em uma letra com
temática pacifista:
How long will it take
To make the world a flaming star
How long will it take
Till they will stop their senseless
wars
How long will it take
Till everybody will understand
That we need
That we need to fill our hearts with
the love again
O guitarrista Rudolf Schenker gravou dois solos
diferentes para “China White” e foi incapaz de escolher um deles para o
lançamento do álbum. Assim, as versões norte-americana e inglesa apresentam
solos com alterações em “China White” – embora sejam mínimas.
WHEN THE SMOKE IS GOING DOWN
A
nona e última faixa de Blackout é “When The Smoke Is Going Down”.
Com linhas de guitarra muito melódicas e suaves, “When
The Smoke Is Going Down” é uma linda balada como o Scorpions se notabilizou em
compor durante toda sua carreira. Os vocais de Klaus Meine estão, mais uma vez,
brilhantes, cansando-se perfeitamente com o ritmo suave da canção. Excepcional
música!
As letras apresentam um tom de nostalgia e
melancolia:
This is the place where I belong
I really love to turn you on
I've got your sound still in my ears
While your traces disappear
I climb the stage again this night
Cause the place seems still alive
When the smoke is going down
Embora trate-se de uma canção muito acima da média,
“When The Smoke Is Going Down” foi lançada como single, mas não atingiu a
parada de sucessos desta natureza.
Considerações
Finais
Desde seu lançamento no ano de 1982, Blackout se
tornou um enorme sucesso para o Scorpions, tanto de crítica, quanto de público,
sendo o álbum preferido de boa parte dos fãs do grupo alemão.
Na época de seu lançamento, Blackout rapidamente se
consolidou, também, como um grande sucesso comercial e foi, naquele momento de
seu lançamento, o maior sucesso comercial do conjunto e, embora superado por
álbuns posteriores, ainda permanece como um dos mais bem sucedidos álbuns do
Scorpions.
Uma boa amostra do sucesso de Blackout foi o fato
do álbum atingir a excelente 10ª posição na parada norte-americana de álbuns,
ficando na 11ª posição na sua correspondente britânica. Na França, o trabalho
chegou ao 1º lugar!
Responsável por aumentar consideravelmente a
popularidade do grupo através do mundo, Blackout permitiu ao Scorpions se
apresentar diante um público de 375 mil pessoas no segundo dia do US Festival,
em San Bernardino, na Califórnia, em 1983.
Com a transmissão ao vivo do festival pela MTV
norte-americana, a banda ganhou ainda mais exposição junto ao público ianque.
Formação:
Klaus
Meine – Vocal
Matthias
Jabs – Guitarra, Backing Vocal
Rudolf
Schenker – Guitarra, Backing Vocal
Francis
Buchholz – Baixo
Herman
Rarebell – Bateria, Percussão, Backing Vocal
Faixas:
01.
Blackout (Schenker/Meine/Rarebell/Sonja Kittelsen) - 3:49
02.
Can't Live Without You (Schenker/Meine) - 3:47
03.
No One Like You (Schenker/Meine) - 3:57
04.
You Give Me All I Need (Schenker/Rarebell) - 3:39
05.
Now! (Schenker/Meine/Rarebell) - 2:35
06.
Dynamite (Schenker/Meine/Rarebell) - 4:12
07.
Arizona (Schenker/Rarebell) - 3:56
08.
China White (Schenker/Meine) - 6:59
09.
When the Smoke Is Going Down (Schenker/Meine) - 3:51
Letras:
Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/scorpions/
Opinião do
Blog:
Blackout é tido para muitos fãs do Scorpions – como
citado anteriormente – como o melhor álbum de toda a discografia do grupo
alemão.
Fato é que desde o lançamento de Lovedrive (1979),
a banda já havia voltado sua sonoridade para um estilo mais acessível, um Hard
Rock típico dos anos 80 e característico dos Estados Unidos.
Entretanto, isto acabou produzindo álbuns de
categoria incrível. Blackout é um dos grandes discos da década de oitenta. E,
não custa dizer, que o Scorpions é um dos gigantes da história do Rock mundial.
Em Blackout, a banda demonstra grandes de suas
qualidades na composição de canções. Há canções em que o conjunto aposta em um
Hard mais direto e veloz, como em “Blackout” e “Now!”.
Em outras, o Hard Rock continua com riffs pesados,
mas mais cadenciados, casando-se espetacularmente com a incrível voz de Klaus
Meine. Isto pode ser ouvido nas excepcionais “Can’t Live Without You” e “No One
Like You”.
Há ainda a mais ‘Heavy Metal Clássico’, lembrando a
fase setentista da banda, como “China White”. E, como o Scorpions é uma das
melhores bandas de todos os tempos em compor baladas, não poderia faltar uma: a
ótima “When The Smoke Is Going Down”.
Enfim, Blackout é um álbum excelente, muito acima
da média normal. Se você não conhece, vá correndo buscar um modo de ouvi-lo,
pois é um dos álbuns clássicos do Blog.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirGostaria de corrigir o comentário que fiz anos atrás nesta postagem: Blackout é, na minha opinião, o melhor trabalho do Scorpions, a obra máxima da lendária banda alemã e um dos meus 5 preferidos de sua discografia (ocupando o primeiro posto basicamente), e corrigindo novamente o que eu disse antes, não acho seu sucessor Love at First Sting uma porcaria. Só acho que o aclamado disco do Scorpions de 1984 está um degrauzinho abaixo de Blackout e de outros álbuns de sua discografia que eu curto muito.
ResponderExcluirEu tenho meus próprios motivos para não gostar do LAFS, quem gostou na época gostou, e também quem não gostou não gostou, mas é aquilo que eu agora venho sempre defendendo: "tudo começa pelo respeito!" Só ressalto que ainda vai demorar um bocado para reconhecer todos os méritos deste álbum como um todo...
Isso aí, meu caro Igor, o país está precisando (muito) de respeito e tolerância! Saudações!
ExcluirMuito obrigado pela vossa generosidade, chefe!
Excluir