Montrose é o álbum de estreia da banda
norte-americana de mesmo nome, ou seja, o Montrose. Seu lançamento oficial
ocorreu no dia 17 de outubro de 1973 pelo selo Warner Bros. A produção do disco
ficou a cargo do conhecido produtor Ted Templeman. O trabalho foi gravado no Sunset
Sound Recorders, em Hollywood, na Califórnia.
Antes de focar-se na história do primeiro álbum da
banda Montrose, far-se-á uma breve pausa para se contar o início de carreira do
fundador do grupo, o saudoso guitarrista Ronnie Montrose.
Ronnie nasceu em San Francisco, no Estado da
Califórnia, nos Estados Unidos. Como sua mãe era originária do Estado
norte-americano do Colorado, Ronnie Montrose passou a maior parte de sua
infância neste Estado.
Por volta dos 16 anos de idade, Ronnie deixou sua
casa no Colorado para seguir seu sonho de ter uma carreira musical. Acabou
passando a maior parte de sua vida com base na Baía de San Francisco.
Em 1969, ele iniciou uma banda chamada Sawbuck com
o baixista Bill Church. Enquanto ele estava envolvido com o processo de
gravação daquilo que poderia ter sido o álbum de estreia do Sawbuck, o produtor David
Rubinson conseguiu uma audição do guitarrista com Van Morrison.
Ronnie acabou conseguindo o trabalho e tocou no
álbum de Van Morrison de 1971, Tupelo Honey (produzido por Ted Templeman),
chegando a gravar a música “Listen To The Lion” durante a mesma sessão de
gravações, mas somente lançada no álbum de 1972, Saint Dominic’s Preview.
Ronnie tocou brevemente com o cantor Bozz Scaggs
antes de se juntar ao Edgar Winter Group. Ele tocou guitarra, guitarra acústica
de 12 cordas e bandolim no terceiro álbum do grupo, lançado em 1972, They Only
Come Out at Night. O disco continha grandes sucessos como “Free Ride” e
“Frankenstein”.
Depois disso, Ronnie Montrose decidiu que era hora
de formar uma banda própria.
A primeira versão do grupo, ainda sem nome,
continha o guitarrista Ronnie Montrose, o vocalista então desconhecido Sammy
Hagar (na época, Sam Hagar), o baixista Bill Church e o baterista Denny Carmassi.
Sammy Hagar:
Hagar e Carmassi trabalharam juntos em bandas
covers do circuito da área da Baía de San Francisco e acabaram sendo
recrutados. Já o baixista Bill Church era conhecido de Ronnie desde os tempos
do Sawbuck e das gravações com Van Morrison e Ted Templeman.
Aliás, esta conexão de Montrose com Ted Templeman
foi muito útil ao grupo. Ted acabou ouvindo as “fitas demo” do conjunto,
providenciando à banda um contrato com a Warner Bros.
Foi o próprio Ted Templeman que proporcionou
a primeira exposição do Montrose. A banda, ainda sem nome e oficialmente
anunciada como 'Ronnie Montrose e Amigos ", fez sua primeira aparição
pública em 21 de abril de 1973 através de um programa de rádio de 45 minutos,
na KSAN FM, no show de Tom Donahue.
A transmissão nunca foi lançada oficialmente, mas
acabou ganhando grande circulação como um bootleg, ajudando a promover o grupo.
A transmissão contou com 10 canções, gravadas no estúdio Record Plant, em
Sausalito, consistindo em todo o futuro álbum de estreia do Montrose (exceto a
faixa Space Station No. 5) e mais 3 canções nunca lançadas, “Roll Me Nice”,
“You’re Out Of Time” e “Roll Over Beethoven”.
Montrose:
A capa é bastante simples, com uma fotografia dos
membros da banda. Agora, tratar-se-á, faixa a faixa, o trabalho do álbum Montrose.
Para as gravações do álbum, Ronnie Montrose usou
principalmente uma Gibson Les Paul, um amplificador Fender Bandmaster, e uma
caixa de efeito Big Muff.
ROCK THE NATION
A primeira faixa de Montrose é “Rock The Nation”.
Um forte e marcante riff de guitarra é a marca
característica da canção “Rock The Nation”. O álbum é aberto por uma música bem
impactante e, ao mesmo tempo, contagiante. Um típico Hard Setentista. Os vocais
de Sammy Hagar são ótimos e a seção rítmica funciona de maneira convincente.
Ótima composição!
As letras são bastante simples, em um tom jovem de
diversão e celebração:
Been a long education
But my homework is done
I'm gonna
Rock the Nation
Just-a wanna have fun, yeah!
BAD MOTOR SCOOTER
A segunda canção do álbum de estreia do Montrose é
“Bad Motor Scooter”.
A segunda faixa é aberta com um som que simula uma
motocicleta em arrancada. O riff inicial é novamente forte, pesado, mas desta
vez bem mais cadenciado. Em alguns momentos da canção, o ritmo é acelerado e os
pouco mais de 3 minutos da música flertam brilhantemente com esta oscilação de
velocidade. O solo incrivelmente marcante e os vocais precisos e talentosos de
Sammy Hagar formam um trabalho excepcional. Brilhante!
A canção também conta com letras simples, com o
sentimento de uma pessoa que sente falta de outra. A moto a que a canção se
refere pode ser interpretada como a precariedade de uma relação juvenil:
Ooh, the last I seen your face
I swore that no one would take your
place
Now since you've been gone I've been
feelin' bad, yeah
I'd come out to your place (but)
I'm afraid of your dad. So you...
Ride, ride, ride
Come on baby, ooh yeah
Crank it on
up!
“Bad Motor Scooter” é uma das mais conhecidas canções
do Montrose, revelando-se um dos clássicos do grupo e presença garantida em
seus shows.
Quando a banda estava gravando o álbum, tanto a
banda quanto o produtor Ted Templeman não ficaram satisfeitos com a gravação da
canção, achando que faltava um “algo a mais” a “Bad Motor Scooter”.
Foi Ronnie Montrose, com a afinação da guitarra em
um chamado “Open D” quem conseguiu compor o som que foi incorporado à abertura
e ao final da faixa. Nos shows com a formação original do Montrose, Sammy Hagar
era quem o reproduzia nas apresentações do conjunto.
Aliás, Hagar foi quem compôs a canção e manteve-a em
seu repertório mesmo quando estava em carreira solo, incluindo-a em uma
coletânea lançada em 2004 chamada The Essential Red Collection. Mesmo no
Chickenfoot, o supergrupo do qual Hagar tem tomado parte atualmente, “Bad Motor
Scooter” costuma aparecer no set list.
SPACE STATION #5
A terceira canção do trabalho é “Space Station #5”.
Os primeiros 50 segundos da canção simulam os sons
de uma estação espacial, comuns em filmes e séries de TV de ficção científica
que abordam o tema. O riff da canção impressiona pela sua intensidade, típico
do Rock da década de 70 e, simultaneamente, por seu incrível brilhantismo. Os
vocais de Hagar são excelentes e esta é uma das grandes canções da história do
grupo. Genial!
As letras são bem legais e sugerem um tom de mudança
e desejo de futuro que será positivo:
I remember when it was so clear
We were young but the memory still
remains
To pick fruit from a tree, fish from
the seas
Now nothin's left here but the
stains
But I can't cry no more, can only be
glad
That there's other places we can be
If the time suites you right I'm
leaving tonight
Come fly away with me!
I DON’T WANT IT
A quarta faixa do álbum de estreia do Montrose é “I
Don’t Want It”.
Um riff bem agressivo e pesado, flertando com o
Heavy Metal, é a marca da canção “I Don’t Want It”. A bateria de Denny Carmassi
também está mais agressiva nesta música, compondo um excelente ritmo para a
faixa. Sammy canta de maneira mais agressiva e o solo transborda feeling. Outra
excelente canção do trabalho.
As letras apresentam um claro significado de
decepção amorosa:
I gave love a chance and it shit
back in my face
And I just quit my job makin'
toothpicks out of logs
You know it's gettin' thin when your
friends turn you in
Better sock away your bread, there's
worse times ahead
GOOD ROCKIN’ TONIGHT
“Good Rockin’ Tonight” é a quinta música do álbum
Montrose.
A canção tem um riff simples e contagiante, sendo
bastante empolgante. Trata-se de um Blues Rock tocado de forma bem rápida e com
bastante inspiração, com maior destaque para a guitarra de Ronnie Montrose, que
esbanja feeling.
Na verdade, “Good Rockin’ Tonight” é uma versão cover
de uma composição escrita e lançada por Roy Brown, um Blues que antecipava alguns
elementos do Rock And Roll. Esta versão do Montrose serviu de inspiração para a
que foi lançada pelos ingleses do Diamond Head.
ROCK CANDY
A sexta faixa de Montrose é um grande clássico, “Rock
Candy”.
Um belo trabalho de bateria de Denny Carmassi abre
a canção, que dá espaço para um excepcional riff de Montrose, com bastante peso
e inspiração, mas desta vez um pouco mais cadenciado. Um Hard Rock de primeira
qualidade, com traços de Heavy Metal, formando uma excelente composição. Sammy
Hagar dá uma interpretação incrível à música, contribuindo decisivamente para a
qualidade final do trabalho.
O refrão é cantado de maneira empolgante:
But you're rock candy baby
Hard, sweet and sticky
Rock candy
baby
Hard, sweet
and sticky
“Rock Candy” se tornou uma das mais famosas canções
do Montrose. Composta por todos os membros da banda na época, Sammy Hagar
acabou sempre a incluindo em sua carreira solo, lançando-a como lado B do
single “Little White Lie”, ou mesmo em álbuns ao vivo.
A introdução de bateria feita por Carmassi na faixa
foi, segundo Ronnie, inspirada na introdução que o lendário baterista John
Bonham faz em “When The Levee Breaks”, do álbum IV, do Led Zeppelin.
Sammy Hagar declarou certa vez: "“Rock Candy”
é como um padrão para bandas como Def Leppard ou The Cult. Ao longo dos anos,
quem quis fazer uma ‘jam’ comigo, quis tocar “Rock Candy” - Chad Smith, Joe
Satriani, Matt Sorum, Slash. Lemmy, do Motörhead, veio até mim em um show na Inglaterra,
e o que ele disse? 'Fucking Rock Candy, mate.”
Covers da canção foram feitos por diversas bandas
como BulletBoys (para o filme Wayne’s World – Quanto mais idiota melhor), Dixie
Witch, Lee Aaron e LA Guns. É trilha do filme The Stoned Age e da série de TV
My Name Is Earl.
ONE THING ON MY MIND
A sétima
música do álbum é “One Thing On My Mind”.
A canção tem um riff pesado, mas com uma excelente
pegada Bluesy, que confere um ritmo muito contagiante à faixa. Contribui também
para este aspecto a forma como a música é interpretada pelo vocalista Sammy
Hagar, brilhantemente. O solo esbanja feeling e é um dos melhores do trabalho.
Excelente canção!
As letras são bastante simples e falam sobre um
casal se divertindo:
And baby there's only one thing on
my mind
We're gonna have a good time
We're gonna let it all unwind
I'll foot the bill and have some fun
if you will
MAKE IT LAST
A oitava – e última – faixa do álbum Montrose é “Make
It Last”.
Mais uma vez Ronnie Montrose transpira inspiração
logo no início da canção com notáveis linhas de guitarra. Peso e feeling são
as marcas desta bela faixa e o casamento com a intensa interpretação de Hagar,
formam a combinação perfeita. A seção rítmica faz um trabalho muito bem feito,
dando a base exata para o que a música se propõe. Linda canção, com um solo
belíssimo!
As letras de “Make It Last” fazem uma inferência de
como é quando se quer ter mais idade do que se tem, sendo assim, uma metáfora
de envelhecer:
At the time, I wanted to be
twenty-one
It seemed the right age for havin'
fun
But when I got there I was still too
young
And twenty-five seemed to be the one
O Van Halen tocava “Make It Last” quando era ainda
uma banda do circuito de pubs de Los Angeles.
Considerações
Finais
O álbum de estreia do Montrose não causou impacto
no momento inicial de seu lançamento. A modestíssima 133ª posição da parada
norte-americana de álbuns é uma prova deste fato, embora músicas como “Rock
Candy” e “Bad Motor Scooter” tenham recebido considerável divulgação das
rádios.
Muito disto foi devido ao tratamento que a banda
Montrose recebeu da gravadora Warner Bros. Com nomes do Hard Rock no seu cast
como Deep Purple e The Doobie Brothers, o selo considerou o Montrose como uma
banda redundante, não lhe dando a devida atenção.
A verdade é que o álbum atravessou o Atlântico – na
Alemanha foi lançado com uma capa diferente e sob o nome “Rock The Nation” – e acabou
conquistando a 43ª posição da parada britânica, ultrapassando a casa de 1
milhão de cópias vendidas.
Melhor que isto, o álbum acabou influenciando
jovens músicos ingleses que acabariam por fazer covers de diversas canções do
trabalho antes e depois da fama de seu grupo – o Iron Maiden. Tanto que a banda
Montrose é constantemente citado como uma das grandes influências para a lenda
do Heavy Metal mundial.
O Iron Maiden gravou uma versão da canção “Space
Station #5” que foi lançada como lado B do single “Be Quick Or Be Dead”.
Com o passar do tempo, tanto a banda como o álbum
Montrose se tornaram reconhecidos por fãs e críticos. A mídia especializada
cita o grupo como a “resposta americana para o Led Zeppelin” e alguns
consideram o álbum Montrose como o primeiro álbum norte-americano de Heavy Metal.
A revista Kerrang! elegeu o álbum Montrose como o 4º
melhor álbum de Heavy Metal de todos os tempos no ano de 1989.
Ainda com Sammy Hagar nos vocais, mas com Alan
Fitzgerald no baixo, o grupo lançou o ótimo Paper Money, em 1974. Musicalmente
diferente de Montrose, o álbum tem uma sonoridade mais comercial e obteve maior
repercussão nas paradas de sucesso.
Sammy deixa o Montrose na turnê de divulgação de Paper
Money e segue em uma bem sucedida carreira solo, antes de tomar parte no Van
Halen no meio da década de oitenta.
Com o vocalista Bob James e o tecladista Jim
Alcivar, o Montrose lança mais dois álbuns de estúdio, Warner Brothers Presents...
Montrose! (1975) e Jump On It (1976), com os quais a popularidade do grupo
atinge seu ápice, antes de entrar em um hiato de 11 anos.
Em 1987, a banda lança o álbum Mean, com o
vocalista Johnny Edwards, o baixista Glenn Letsch e o baterista James Kottak.
A formação original do Montrose se reuniu algumas
vezes para apresentações – ou participações especiais – nos anos de 1997, 2002
e 2005. Ronnie Montrose superou uma batalha contra um câncer de próstata entre
os anos de 2008 e 2010, e voltou bastante ativo e produtivo logo após sua cura.
Inclusive, uma noite com a formação original do Montrose estava programada para
o Night Club de Sammy Hagar, Cabo Wabo, para uma apresentação em Outubro de
2012.
Infelizmente, após um ataque de depressão e consumo
excessivo de álcool, o corpo de Ronnie Montrose foi encontrado morto em 3 de
março de 2012, vítima de um ferimento à bala auto infligido.
Formação:
Sammy
Hagar – Vocal
Ronnie
Montrose – Guitarra
Bill
Church – Baixo
Denny Carmassi – Bateria
Faixas:
01.
Rock the Nation (Montrose) - 3:03
02.
Bad Motor Scooter (Hagar) - 3:41
03.
Space Station #5 (Hagar/Montrose) - 5:18
04.
I Don't Want It (Hagar/Montrose) - 2:58
05.
Good Rockin' Tonight (Roy Brown) - 2:59
06.
Rock Candy (Carmassi/Church/Hagar/Montrose) - 5:05
07.
One Thing on My Mind (Hagar/Montrose/J. Sanchez) - 3:41
08. Make It Last (Hagar) - 5:31
Letras:
Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/montrose/
Opinião do
Blog:
Como já foi publicado algumas vezes aqui no Blog,
nem sempre o sucesso comercial imediato é reflexo da qualidade do álbum. O
disco de estreia do Montrose acabou sendo mais um destes casos.
Aclamado por muitos fãs e críticos musicais como um
dos grandes álbuns de Hard Rock de todos os tempos, o blog é obrigado a se
render a essas visões. O álbum Montrose é incrível, de qualidade excepcional.
Um trabalho com apenas 8 canções, sendo 7 autorais,
consegue ter músicas como “Rock The Nation”, “Bad Motor Scooter”, “Space
Station #5”, “Make It Last” e a incrível “Rock Candy”. Reunidas em um mesmo
trabalho, formam um álbum de qualidade muito acima da média.
Ronnie Montrose conseguia compor riffs e linhas de
guitarra com muita sensibilidade. Seus solos esbanjavam feeling e seus riffs
normalmente possuíam peso, melodia e empolgação nas medidas exatas e no álbum
de estreia de sua banda, ele estava em um nível extra de inspiração.
O álbum também nos traz o debut oficial do
excelente Sammy Hagar, que ficaria mundialmente conhecido com seus trabalhos
solos, no Van Halen e recentemente no Chickenfoot. Sammy já dava amostras de
seu talento, cantando de forma especial por todo trabalho.
O Montrose inspirou fortemente o Iron Maiden, em
especial, este álbum analisado pelo Blog, o qual indica fortemente que o leitor
procure o ouvir com bastante calma e, por que não, a discografia do
Montrose. Um dos álbuns preferidos deste blogueiro. Até a próxima!
Som de primeira qualidade... Muito legal!
ResponderExcluirMuito obrigado, Lígia!
ResponderExcluirRecentemente adquiri uma box com todos os discos do Montrose, e pude ouvir mais atentamente este disco de estreia. De fato, o primeiro álbum é muito bom e merece os elogios que todo mundo dedica a ele; mas, como escrevi no meu comentário à resenha de "Paper Money", eu devo ser o único no mundo que o prefere ao primeiro disco. Mas eu já devia estar acostumado - afinal, sou a única pessoa que encontrei que não entende porque se fala tantas maravilhas do disco de estreia do Captain Beyond.
ResponderExcluirRonnie Montrose é um dos guitarristas mais injustiçados que já tive a oportunidade de ouvir, com uma habilidade incrível e uma impressionante capacidade de soar bem em qualquer estilo de música.
Eu acho o primeiro inigualável, chego a cogitar que possa ser o melhor trabalho que o Sammy gravou, mesmo com ótimos álbuns dele no VH. Ronnie é um dos caras mais injustiçados da história do Rock, pelo menos para mim. Até gravei um vídeo sobre ele, falando isto.
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