Em
lembrança aos 30 anos do lançamento deste álbum
Kill ‘Em All é o álbum de estreia da banda
norte-americana chamada Metallica. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 25 de
julho de 1983, sob o selo Megaforce. A produção ficou sob a responsabilidade de
Paul Curcio com as gravações acontecendo no Music America Studios, em
Rochester, Estados Unidos. As gravações se deram entre os dias 10 e 27 de maio
daquele ano.
Narita é o segundo álbum de estúdio da banda
norte-americana Riot. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 5 de outubro de
1979, pelo selo Capitol Records. Os produtores foram Steve Loeb e Billy Arnell,
com as gravações ocorrendo no Big Apple Recording Studio, em Nova York.
A banda Riot não é, atualmente, muito conhecida,
mas isto não quer dizer que não tenha feito muito boa música. Vai-se falar um
pouco do seu surgimento e para, depois, passar-se ao álbum chamado Narita.
O Riot foi formado inicialmente no ano de 1975, na
gigantesca metrópole norte-americana Nova York.
Isto aconteceu quando o guitarrista Mark Reale e o
baterista Peter Bitelli decidiram formar uma banda. Para tanto, recrutaram o
baixista Phil Feit e o vocalista Guy Speranza. Através de toda a sua carreira o
Riot sofreu com as várias e constantes mudanças na sua formação (especialmente
nos vocais).
A formação acima citada foi a que gravou uma demo
com 4 faixas a qual eles esperavam que fizesse parte de uma compilação (que
eles mesmo propunham) a qual conteria novas bandas de Rock. Enquanto o projeto
não saía do papel, eles incluíram o tecladista Steve Costello.
Mark Reale distribuiu várias demos para os
produtores nova-iorquinos Billy Arnell e Steve Loeb, os quais eram
proprietários dos estúdios Greene Street Recording Studios e também do selo
independente Fire-Sign Records.
Mark Reale:
Os produtores supracitados rejeitaram a proposta da
compilação com novas bandas de rock, mas acabaram assinando um contrato com o
Riot.
O grupo então adicionou um segundo guitarrista,
Louie Kouvaris, e substituiu o baixista Phil Feit por Jimmy Iommi.
Com Speranza nos vocais, Reale e Kouvaris nas
guitarras, Iommi no baixo, Costello nos Teclados e Bitelli na bateria; o Riot
grava seu álbum de estreia, Rock City, em novembro de 1977.
Rock City é um ótimo álbum, com apenas composições
próprias. Ele apresenta um Heavy Metal bem clássico, mesclado com um Hard Rock
que bebe nas fontes do incrível Deep Purple.
O disco conta com excelentes canções como “Desperation”, “Warrior”,
“Heart Of Fire” e a faixa-título, “Rock City”.
Já no primeiro álbum, há a aparição, na arte da
capa, da bizarra mascote do grupo.
Embora o álbum seja muito bom e tenha garantido
apresentações do Riot com bandas como Molly Hatchet e o gigante AC/DC, o
conjunto estava à beira da falência no início de 1979.
Guy Speranza:
Mas a sorte, finalmente, bateu à porta do Riot.
Naquele mesmo ano, 1979, nas terras britânicas surgia um novo movimento que
favoreceria bandas com som na linha do Riot: a New Wave Of British Heavy Metal.
Assim que a NWOBHM rompeu o mainstream, um dos seus
principais incentivadores, o DJ Neal Kay (que havia ouvido e gostado de Rock
City) começou a divulgar o nome dos norte-americanos do Riot no Reino Unido.
Assim, muitos fãs britânicos começaram a importar
cópias de Rock City, aumentando a vendagem do grupo. Assim, Arnell e Loeb, os
donos da Fire-Sign Records, os quais haviam gravado e produzido Rock City,
sentiram-se encorajados a produzir um novo disco do Riot.
Durante as sessões de gravação deste novo álbum, o
guitarrista Louie Kouvaris deixou o conjunto, sendo substituído pelo roadie
Rick Ventura.
A arte da capa consta com a bizarra mascote do
Riot. Narita seria lançado em outubro de 1979.
WAITING FOR THE TAKING
Abre
o trabalho a faixa “Waiting For The Taking”.
A canção começa com uma ótima levada que lembra
certa inspiração no Hard setentista, especialmente os britânicos do Deep
Purple. A música tem uma melodia bem agradável, aposta em um tom mais leve e melódico.
Os vocais de Speranza são bons e as guitarras estão bem marcantes. Ótimos solos
em uma faixa contagiante.
As letras são boas, demonstram um misto de
resignação com o sentimento de lutar-se contra a mesma:
So you think you been workin' hard,
Givin' it all that you can,
And nothin' seems to make it better,
You're gonna scratch it for a whole
new plan
Street life, it ain't right,
When you feel you've grown apart
You've gotta scratch and bite,
And punch and
fight
49ER
A segunda canção de Narita é “49er”.
Um riff mais pesado e cadenciado faz parte da
introdução da música e este segue ditando o ritmo da faixa. Assim, o ótimo Guy
Speranza opta por cantar de forma mais lenta, na mesma intensidade do riff,
fazendo um efeito dinâmico e atraente. “49er” é um dos pontos mais elevados do
trabalho.
A letra fala dos 49ers, a forma com que os
desbravadores do oeste norte-americano ficaram conhecidos (e que serviu de
inspiração para o nome do time de futebol americano de São Francisco):
Headed west was a 49er,
Get rich quick, live life finer
On and on and on, the story goes
Some never made,
Their dreams to life
KICK DOWN THE WALL
A terceira faixa de Narita é “Kick Down The Wall”.
O ótimo riff da terceira canção de Narita aposta em
certa cadência que dá à música um ritmo mais lento e favorece demais a melodia.
Guy Speranza a canta contribuindo com o supracitado ritmo e presenteia a todos
com uma incrível composição. Só pra variar o solo é repleto do melhor feeling.
As letras são bem simples e contam com um clima
jovial:
The boys down at Johnny D's,
They're lookin' for love to tend
Music and language tapes,
They're getting down at the Bitter
End
Hot nights and bright lights,
Some gettin' rolled by the bar
BORN TO BE WILD
A quarta faixa do trabalho é “Born To Be Wild”.
Mostrando sua influência das bandas clássicas do
Rock, o Riot traz uma versão do clássico eternizado pelo Steppenwolf, “Born To
Be Wild”. No entanto, o Riot faz uma versão repleta de personalidade, dando um
viés bem mais agressivo e feroz ao clássico. Speranza dá um verdadeiro show nos
vocais. Ótimo cover.
NARITA
A quinta música do trabalho é “Narita”.
Com poucos mais de 4 minutos e meio, a faixa que dá
nome também ao álbum é toda instrumental. O riff principal da canção é dotado
de bastante melodia, força e boa dose de peso. A música tem certo ar bluesy,
mas com muitos toques de Heavy Metal no melhor estilo Judas Priest dos anos 70.
Faixa genial.
HERE WE COME AGAIN
A sexta faixa de Narita é “Here We Come Again”.
Nesta ótima canção, o Riot continua seu Heavy Metal
com forte influência do Hard Rock setentista. O riff é forte, pesado, mas com
intensa representação melódica. Outra vez o Judas Priest da supracitada década
é lembrado. Os vocais são bons, o solo é excelente e também merece destaque a
seção rítmica composta por baixo e bateria.
As letras são sobre batalhas:
Here we come again,
Ready to lose control
The battle has just begun,
The planes are ready to roll
Fires blazing,
All hell's breaking loose
DO IT UP
A sétima faixa do disco é “Do It Up”.
A canção já começa com um ótimo riff, bem rápido e
com as doses certas de peso e de melodia. Guy Speranza opta por fazer um vocal
um tanto quanto mais agressivo e rasgado, mas sem perder sua potência. Os solos
são pontos altos desta incrível música, pois são repletos de feeling. Ponto
altíssimo do trabalho!
As letras têm forte conotação de encontro sensual:
We're gonna do it up
We're gonna turn it on
We're gonna do it up
Oooh, gonna pour it on
HOT FOR LOVE
A oitava canção do trabalho é “Hot For Love”.
Nesta música, o Riot optou por fazer uma introdução
pequena, mas de forma mais melódica e quase acústica. A faixa tem um ótimo
riff, com uma pegada bem NWOBHM, seguindo de maneira pesada, mas não tão veloz,
sendo que no refrão, a banda intensifica o peso da canção, o mesmo ocorrendo
nos minutos finais. O resultado final é excelente.
Novamente, as letras têm claro conteúdo sexual:
She's hot for love,
She's ready to roll it over
She's hot for love,
Got no time to think it over
She's hot for
WHITE ROCK
A nona música de Narita é “White Rock”.
“White Rock” é a menor faixa de Narita. Segue em um
ritmo mais forte desde o seu início, em um tom de Heavy Metal Tradicional
clássico. Os vocais são cantados de maneira precisa para o tom da música e os
solos, embora simples, casam-se perfeitamente com a canção.
As letras são bem simples e com clima de
celebração:
White rock, makin' me so hot
I like the fever from white rock
White rock, come on make it hot
White fury, white rock
Up all night, sleep all day,
Comes the action, when we start to
play
ROAD RACIN’
A décima – e última – faixa de Narita é “Road Racin’”.
Um riff sensacional abre a última canção do
trabalho e logo ele aumenta de velocidade, acompanhado por uma ótima atuação da
bateria de Peter Bitelli, que auxilia na manutenção da rapidez da música. As
guitarras atuando em conjunto também contribuem para a intensidade da faixa. Os
solos são sensacionais. Excelente!
A velocidade da canção é refletida nas letras que
falam de viagens e máquinas em alta rapidez:
Road racin',
Feel the earth move under my wheels
There's no erasin'
The chills you get from the turns
and squeals
Considerações Finais
Sem nunca ter sido um grande sucesso comercial,
Narita acabou aumentando o sucesso do Riot nos Estados Unidos e Europa e evitou
que a banda entrasse em falência. Boa parte deste mérito se deveu a turnê bem
sucedida pelo Texas que o grupo fez em suporte a Sammy Hagar e sua carreira
solo.
Esta turnê bem sucedida com Sammy Hagar fez com que
a Capitol Records fizesse uma proposta de lançamento mundial para Narita, desde
que o grupo aceitasse fazer uma nova turnê com Sammy pela Europa.
Tanto a Capitol quanto Sammy Hagar gostariam de ter
uma banda jovem e pesada associada a eles e o Riot cumpria todos estes
requisitos.
A turnê do Riot pelo Reino Unido com Hagar
foi um sucesso, mas assim que a mesma terminou, a Capitol Records descartou o
Riot. Mas, mesmo assim, os managers da banda Billy Arnell e Steve Loeb gastaram
seus últimos recursos para promoverem Narita na maior quantidade de Rádios
possível, e assim permitiram uma maior repercussão para o trabalho.
A tática funcionou, pois permitiu que a Capitol
Records optasse por lançar o próximo álbum do Riot, Fire Down Under, o qual foi
seu maior sucesso comercial.
Narita era o nome de um grupo que o guitarrista
Mark Reale se apresentava em San Antonio, no Texas, juntamente com o vocalista
Steve Cooper (SA Slayer), o baixista Don Van Stavern (que integraria o Riot no
futuro) e o baterista Dave McClain.
O maior sucesso comercial do álbum Narita foi mesmo
no Japão.
Formação:
Guy Speranza - Vocal
Mark Reale - Guitarra
Rick Ventura - Guitarra
Jimmy Iommi - Baixo
Peter Bitelli – Bateria
Faixas:
01.
Waiting for the Taking (Speranza/Reale/Ventura) - 5:01
O Riot não é das bandas mais conhecidas do público
em geral e nunca foi, comercialmente falando, um grande sucesso. Mas o fato é
que o grupo contribuiu de maneira importante para a música.
No início de sua carreira, o grupo esteve voltado
para o Heavy Metal tradicional e com o passar dos anos e as infindáveis
mudanças de formação, começou a flertar mais com a vertente do Power Metal,
mais precisamente do meio para o final da década de 80.
Narita foi um álbum de qualidade inquestionável.
Lançado em 1979, o disco já trazia uma prévia de todo o turbilhão musical que
iria surgir na próxima década, especialmente no Reino Unido e sua New Wave Of
British Heavy Metal.
Em várias passagens das canções do trabalho é
impossível não vir à mente sons identificados com bandas como Deep Purple e Judas
Priest. Narita apresenta sua sonoridade muitas vezes pesada, cadenciada, mas
que apostava em melodias marcantes e de grande impacto.
Canções incríveis como “Waiting For The Taking”, “49er”,
“Here We Come Again” e “Road Racin’” demonstram melhores momentos do que o
Heavy Metal pode ser: pesado, intenso, mas repleto de ritmo e melodia.
Narita não foi um grande sucesso comercial, mas já
apresentava elementos que seriam muito usados no futuro. É uma obra de
qualidade indiscutível e que merece ser apreciado por todos os fãs de música
pesada. Álbum obrigatório.
Em tempo: infelizmente o grande líder do grupo,
Mark Reale, faleceu em janeiro de 2012 e, a pedido de seu pai, o nome do grupo não
será mais usado pelos membros do formação remanescente.
Out Of The Cellar é o álbum de estreia da banda
norte-americana chamada Ratt. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 27 março de
1984, sob o selo da Atlantic Records. A produção ficou a cargo de Beau Hill,
que produziu nomes como Alice Cooper, Warrant e Winger, entre outros.
As origens da banda Ratt remontam ao ano de 1975
quando o vocalista Stephen Pearcy formou um conjunto chamado Mickey Ratt, na
cidade californiana de San Diego. O grupo chegou a gravar alguns materiais demo
e para algumas compilações.
Muitos músicos chegaram a passar pelas formações
iniciais do conjunto Mickey Ratt: os guitarristas Jake E. Lee, Chris Hager,
Paul DeNisco, e Bob DeLellis; os baixistas Matt Thorr, Tim Garcia e Dave
Jellison e os bateristas John Turner, Seth Faver, Dave Alford e Bob Eisenberg.
Já em 1980, a banda Mickey Ratt se mudou para a
cidade de Los Angeles, para aumentar sua chance de ser reconhecida e conseguir
um contrato com uma grande gravadora.
Stephen Pearcy
Nesta época, eles gravam uma demo chamada "Dr.
Rock" / "Drivin' on E", a qual era entregue para os seus fãs que
frequentavam aos shows do grupo em clubes noturnos. Neste momento o guitarrista
Jake E. Lee (que acompanharia Ozzy anos depois) entrou na banda.
Já estamos em 1981 e o grupo resolve encurtar o seu
nome para apenas Ratt. No final do mesmo ano, o guitarrista Robbin Crosby toca
em algumas apresentações do conjunto.
Logo depois, de uma única vez, os membros Jake E. Lee, Chris Hager, Matt Thorr, e Dave
Alford deixam o Ratt para formar uma banda chamada Rough Cutt.
O guitarrista Warren DeMartini é indicado pelo
próprio Jake E. Lee para ser seu substituto no grupo, isto já no início de
1982. O baixista Gene Hunter e o baterista Khurt Maier (antes de Bobby Blotzer
e Juan Croucier) completariam o Ratt.
DeMartini tinha apenas 18 anos quando foi convidado
a integrar o Ratt. Ele ainda estudava em San Diego e ficou hesitante em deixar
a escola para se mudar para Los Angeles e se unir a uma banda que ainda possuía
um sucesso bem modesto. Marq Torien substitui brevemente DeMartini até que ele
se junta ao grupo no fim de 1982.
Em julho de 1983 a banda lança um EP, o Ratt EP,
pelo selo independente Time Coast Records, contendo 6 faixas. Outro selo
independente, Music For Nations, lançou uma versão de 7 faixas do EP no Reino Unido.
Warren DeMartini
Como o EP foi bem recebido, o Ratt chamou a atenção
de gravadoras maiores, acabando por assinar com a Atlantic Records. Assim,
imediatamente, o grupo começa a trabalhar no que seria seu primeiro álbum.
Na capa de seu álbum de estreia, Out Of The Cellar,
há uma imagem com a bela modelo Tawny Kitaen, que se casaria com o vocalista
Dave Coverdale (Whitesnake, Deep Purple) anos depois.
WANTED MAN
Abre
o álbum a ótima “Wanted Man”.
Um riff excelente abre o álbum, mostrando toda a
força musical do Ratt. A canção passa a alternar a intensidade do riff com
passagens mais melódicas e suaves, contrastando com outras mais fortes e
intensas. A sonoridade é uma fusão de Hard Rock típico oitentista com ótimas
pitadas de Heavy Metal Tradicional (o solo que o diga). Ótimo início.
As letras, bem simples, falam de um sujeito
procurado, em um típico tema de velho oeste dos EUA:
Well, low dealer, with snake eyes
You cross me, you realize you're-
You're hot leather, you're cold
steel
You make a move, I'll make you feel
like a
Human target, in my eyes
I've got you, well, in my sights
And by the rope, you will hang
It's your neck, from this Ratt gang
“Wanted Man” acabou sendo um clássico do Ratt,
presença quase obrigatória nos shows do grupo. Lançada como single para
promover o álbum, alcançou boa repercussão atingindo a 87ª posição da parada
norte-americana desta natureza.
Há, também, um videoclipe promocional da canção,
incluindo, a banda em figurinos do “Wild West”. O guitarrista Joey
Cristofanilli, que tocou brevemente com o grupo, também é um dos compositores
da faixa.
YOU’RE IN TROUBLE
A segunda canção do disco é “You’re In Trouble”.
O baixo e a bateria fazem um ótimo trabalho na
introdução da canção. Aos poucos as guitarras vão ganhando espaço, lentamente,
aparecendo mais firmemente no refrão. Stephen Pearcy canta de maneira marcante.
O riff é bastante interessante, em uma sonoridade típica do Hard/Glam dos anos
80. O solo é muito bom.
As letras são bem simples retratando alguém com
problemas:
You're such a teaser, you give me
life
I live in jungles and live with
knives
There's always trouble on your mind
And won't you make me draw the line
And that's the price you pay to lie
You wanted trouble, you tell me why
We're gonna get you, what ya gonna
do, do, do
We're gonna get you, what ya gonna
do
ROUND AND ROUND
A
terceira faixa de Out Of The Cellar é “Round And Round”.
Um riff bem inspirado, forte e cadenciado é a marca
inicial da canção. Aos poucos ele vai aumentando de intensidade até chegar ao
refrão. A bateria também está muito presente durante toda a música, fazendo um
trabalho competente. Stephen Pearcy a canta de maneira bem marcante. Excelente
faixa.
As letras são bem simples e têm um aspecto de
reencontro com uma mulher:
Round and round
With love we'll find a way just give
it time
Round and round
What comes around goes around
I'll tell you
why
“Round And Round” é o maior clássico da história do
Ratt. A música é presença obrigatória nos shows da banda e teve imensa
circulação pelas mídias da época (rádio e TV) no seu ano de lançamento.
Lançada como single para promoção do álbum,
alcançou uma excepcional posição na principal parada de sucessos dos Estados
Unidos, ainda mais se pensar-se que era uma banda em seu álbum de estreia: 12ª posição,
embora não tenha repercutido na sua correspondente britânica.
O videoclipe é divertidíssimo e conta com a
participação breve do comediante Milton Berle, que era tio do empresário do
grupo à época, Marshall Berle.
A canção aparece como trilha sonora de 2 filmes:
The Wrestler (2008) e da comédia That’s My Boy (2012). Também aparece nos games
GTA Vice City Stories e no Rock Band 2.
Para se ter ideia da qualidade de “Round And Round”,
ela foi nomeada pelo canal musical VH1 a 51ª colocada na lista de 100 Melhores
Canções dos anos 80. E, também pelo mesmo canal, ficou com a 61ª posição em uma
lista das 100 melhores Canções de Hard Rock de todos os tempos. Um clássico.
IN YOUR DIRECTION
A quarta música do disco é “In Your Direction”.
A aula de riffs de Hard/Glam continua no álbum e “In
Your Direction” mantém o nível do trabalho no mesmo patamar. O riff é
cadenciado e intenso, mas desta vez com menos velocidade, com certo ar de Van
Halen. Isto reflete na interpretação de Pearcy, o qual opta por uma
interpretação mais contida. Ótima faixa.
As letras são simples e refletem um abandono
amoroso:
Well, I saw the time closin' in, you
said you're leavin' me
I'm cursed with your heart's
perfection
Well, said it's right to believe
Well, months and days, they slowly
pass
I'm not waitin' for you
You turned me 'round in your
direction
I'm lookin'
for you, yeah
SHE WANTS MONEY
A quinta canção do trabalho é “She Wants Money”.
A faixa continua o ritmo forte do álbum que
demonstra a intensidade do estilo Hard/Glam norte-americano. Desta vez o riff é
um pouco mais veloz, em leve flerte com o Heavy Metal tradicional. A
interpretação de Stephen Pearcy se casa perfeitamente com a música, pois é mais
rápida. O solo é curto, mas bastante eficiente.
As letras continuam simples e mostram uma relação
baseada em interesses:
She's so ready, doesn't even care
She's like a razor cuttin' through
the air
She's callin' me, I'm so at ease
I understand what she's tellin' me
It's so clear that even I can see
You wanna play, you've gotta pay
LACK OF COMMUNICATION
A
sexta música de Out Of The Cellar é “Lack Of Comunication”.
Um riff poderoso e mais lento abre a canção que
logo aumenta sua velocidade, mas sem perder o peso. Há um ar que lembra o Judas
Priest da fase British Steel. Pearcy opta por cantar a música de forma bem
intensa, mas sem abusar de agudos, com certo ar bluesy. O solo é muito bom e a
faixa mantém o ritmo do disco.
Desta vez as letras surpreendem, pois possuem um
conteúdo crítico, atacando o conformismo do homem médio em geral:
Keep rearranging, it's all the same
Always saying, someone else is to
blame
(Lack of communication, back off)
Look all around me, who's standin'
tall
Hold tight, no-one's gonna answer
your call
(Lack of communication, back off)
Put up our boundaries, we build our
walls
It's alright, no-one's gonna change
us at all
(Lack of communication, back off)
Foi, também, lançada como single, mas não conseguiu
repercutir nas paradas de sucesso.
BACK FOR MORE
A sétima faixa do disco é “Back For More”.
O ritmo parece diminuir em “Back For More”, pois a
mesma possui um início acústico em uma pequena introdução. Entretanto, o mesmo aumenta após
a intro, com o riff bem mais forte e flertando com o Heavy Metal (remetendo ao
que seria feito 2 anos depois por Ozzy Osbourne no álbum Ultimate Sin). A
interpretação de Pearcy é excelente no que é um dos pontos mais altos do
trabalho.
Novamente as letras são sobre o controle sobre uma
mulher:
You turn him away, you tell him
you're mine
You make him believe you're but one
of a kind
You give him a cold look, you tell
him a lie
You turn him away, girl, you know
you're mine
“Back For More” também foi lançada como single, mas
não conseguiu repercutir nas paradas de sucessos.
THE MORNING AFTER
A oitava canção do disco é “The Morning After”.
O início da canção remete totalmente ao Heavy Metal
Clássico, com um riff bem rápido e forte, mas bem identificado com o Hard Rock
oitentista. Intensa e pesada, a música mantém o ritmo acelerado do trabalho. Os
vocais estão mais contidos, mas ótimos.
As letras são simples e divertidas, em clima de
flerte e sensualidade:
You think unkindly, simple not sane,
know what I mean
Say I'm deliberately sent here to
please
It's what you need, so I'm here
tonight
You won't confuse me with somebody
else
Look in your mirror, you're too good
for yourself
It's all in your books, your
magazines, can't you see
I'll be headin' out in time, if it's
wrong or right
I’M INSANE
A nona música do trabalho é “I’m Insane”.
O Hard/Glam continua com tudo na menor faixa de Out
Of The Cellar. Ela possui mais um riff bem rápido e pesado, com o refrão ainda
mais acelerado pela dupla de guitarristas. O solo é dos melhores do trabalho.
O clima das letras é no tom de rebeldia juvenil:
You don't go looking for trouble
Well, I'm all the trouble you need
You don't go looking for bad love
You got it
guaranteed, yeah
SCENE OF THE CRIME
A décima – e
última – faixa do disco é “Scene Of The Crime”.
O riff inicial da faixa cativa, por ser pesado e ao
mesmo tempo extremamente melódico. Uma pequena variação deste é a base da canção
por toda sua duração. A música é bem animada, um típico Hard oitentista. É a
maior música do trabalho, mas não deixa o ritmo do álbum cair de maneira
nenhuma. As guitarras dão um verdadeiro show nesta excelente faixa.
As letras são em clima de vingança e traição:
I wanna rock, but you, you dared to
roll
I came by your house, but you, you
weren't at home
Well, I knock on your door, I hear
you beg for more
You broke the law you see, and
that's a felony
Considerações Finais
Embora fosse um disco de estreia, é inegável o
enorme sucesso que Out Of The Cellar teve no momento de seu lançamento. É um
álbum simplesmente adorado pelos fãs do grupo norte-americano.
A grande divulgação das canções nas rádios e MTV
(especialmente o seu grande clássico “Round And Round”), permitiu que o grupo
alcançasse um sucesso maior que esperado. A banda conseguia lotar arenas não
apenas nos Estados Unidos, mas também através do globo.
Out Of The Cellar foi um sucesso incontestável nas
principais paradas: 49ª posição na parada britânica e a extraordinária 7ª posição
na correspondente norte-americana. Também foi 7º lugar na Suíça e 8º na
Alemanha. É comumente citado como um dos melhores trabalhos e definidores do
estilo Hard/Glam oitentista.
O sucesso era tão grande que permitiu que a banda excursionasse
e dividisse palco com nomes como Ozzy Osbourne, Iron Maiden, Motley Crue e
Twisted Sister.
Já em 1991, Out Of The Cellar havia vendido mais de
3 milhões de cópias somente nos Estados Unidos.
Formação:
Stephen
Pearcy - Vocal
Warren
DeMartini – Guitarra-Base e Guitarra-Solo
Robbin
Crosby – Guitarra-Base. Guitarra-Solo nas faixas 5, 6 e 10.
Juan Croucier - Baixo
Bobby Blotzer – Bateria e Percussão
Faixas:
01.
Wanted Man (Cristofanilli/Pearcy/DeMartini/Crosby) - 3:37
02.
You're in Trouble (DeMartini/Crosby/Pearcy) - 3:16
03.
Round and Round (DeMartini/Crosby/Pearcy) - 4:22
04.
In Your Direction (Pearcy) - 3:30
05.
She Wants Money (Croucier) - 3:04
06.
Lack of Communication (Croucier/Pearcy) - 3:52
07.
Back for More (Pearcy/Crosby) - 3:42
08.
The Morning After (DeMartini/Pearcy/Crosby) - 3:30
É inegável que quem escreve este Blog é um fã
incondicional do estilo que se costumou chamar Hard Rock/Glam Metal, que era
feito nos anos 80 lá nos Estados Unidos. Já foi publicado resenhas do estilo
por aqui com bandas como Bon Jovi, Twisted Sister e Dokken.
O fato é que o visual esdrúxulo e pesado não
agradava a todos e isto permitia que preconceitos bobos evitassem que se desse
importância ao que realmente interessa, ou seja, a qualidade das canções.
E neste ponto, o álbum Out Of The Cellar é
incrível.
Os riffs criados pela ótima dupla de guitarristas
Warren DeMartini e Robbin Crosby são uma verdadeira aula de Hard Rock. Ora eles
primam pelas melodias pesadas e cadenciadas, ora eles flertam deliberadamente
com o Heavy Metal Clássico (no melhor estilo Judas Priest).
Stephen Pearcy tem uma voz peculiar e canta em um
estilo bluesy, casando perfeitamente com as canções. As músicas são valorizadas
pela atuação do competente vocalista. A ‘cozinha’ também tem seu destaque com o
bom Bobby Blotzer e o ótimo Juan Croucier.
Fato é que em Out Of The Cellar não possui músicas
apenas para encherem espaço. O álbum é um grande clássico do estilo, com ótimas
canções como “Wanted Man”, “Back For More” e “Scene Of The Crime”. Isto sem
citar o clássico mais importante para a banda, a excepcional “Round And Round”.
O Ratt, ao flertar seu Hard Rock com o Metal mais
tradicional, construiu álbuns interessantes em sua carreira e fez seu nome no
cenário oitentista que tanto encanta. Out Of The Cellar é um dos grandes álbuns
daquela década. Audição obrigatória para fãs do estilo.