28 de maio de 2013

OZZY OSBOURNE - DIARY OF A MADMAN (1981)


Diary Of A Madman é o segundo álbum de estúdio do vocalista inglês chamado Ozzy Osbourne. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 7 de novembro de 1981, sob o selo Jet Records. As gravações aconteceram no Ridge Farm Studios (no Reino Unido), entre fevereiro e março daquele ano. A produção ficou a cargo de Max Norman, com auxílio do guitarrista Randy Rhoads e do próprio Ozzy.



Bem no início do Blog, foi feito um post sobre a estreia de Ozzy Osbourne em sua carreira-solo, e quem quiser conferir pode acessar o link abaixo:


Após o lançamento de seu álbum de estreia, Blizzard of Ozz, Ozzy saiu em turnê para promovê-lo com uma formação diferente daquela a qual gravara o disco em estúdio.

A formação continha Ozzy nos vocais, o incrível Randy Rhoads na guitarra, Rudy Sarzo no baixo e Tommy Aldridge na bateria.

A turnê foi muito bem sucedida e preparou o caminho e confiança necessários para que o vocalista sentisse que era oportuno aproveitar o momento e fazer um novo registro de músicas inéditas.

O fantástico Randy Rhoads teria um papel fundamental no novo álbum, auxiliando o Madman de maneira decisiva no processo de escrita e composição de seu futuro trabalho, criando melodias e riffs incríveis.

Para as gravações do novo trabalho, houve a volta do baixista Bob Daisley e do baterista Lee Kerslake, os quais já haviam contribuído com a gravação de Blizzard Of Ozz.

Mais que isto, Bob Daisley teve papel fundamental na composição dos primeiros álbuns de Ozzy Osbourne. Anos depois, muita controvérsia judicial surgiu entre Daisley e o vocalista, incluindo o relançamento dos álbuns com as partes tocadas por Daisley e Kerslake sendo regravadas por outros músicos.

Ozzy:


Bob Daisley afirma que muitas melodias e letras de canções que são atribuídas a Osbourne são integralmente ou com muitas contribuições suas na realidade. E que muitos dos direitos econômicos delas não foram pagos a ele. Em 2010, houve um acordo judicial e toda a celeuma foi dirimida.

Fato é que Daisley é creditado como compositor em todas as faixas deste trabalho.

Também o tecladista Don Airey foi creditado como presente no álbum como tecladista, mas na verdade, Airey nem esteve em estúdio com o grupo, pois estava em turnê com o Rainbow. Na verdade, as partes de teclado no disco foram tocadas por um músico chamado Johnny Cook, amigo de Bob Daisley, com o qual havia tocado na banda Mungo.

Johnny Cook não foi creditado no trabalho.

A arte da capa tem uma foto bem excêntrica com Ozzy Osbourne.

OVER THE MOUNTAIN

Um dos clássicos da discografia de Ozzy abre o álbum, “Over The Mountain”.

A bateria nervosa de Kerslake abre o álbum seguida pelo riff muito inspirado por parte do grande Randy Rhoads. Ozzy faz um vocal bem típico de sua carreira, especialmente quando partiu solo. O refrão é muito bom e as linhas de guitarras, pesadas e melodiosas, são incríveis. Os solos mostram o quão incrível Rhoads era.

As letras são em um tom de desespero e angústia, em mistura de fuga e raiva:

Over and over, always tried to get away
Living in a daydream, only place I had to stay
Fever of a breakout burning in me miles wide
People around me talking to the walls inside

Lançada como single, acabou alcançando uma boa posição na parada norte-americana deste tipo de gravação: 38ª colocação.



A canção acabou fazendo parte do set list de Ozzy por algum tempo, mas depois sua presença foi rareando em shows. Bandas como Fozzy e Stryper fizeram versões para a música.



FLYING HIGH AGAIN

Continuando o disco em alto nível, outro sucesso: “Flying High Again”.

A guitarra de Rhoads soa incrível nesta canção. Está pesada, em um riff que se inicia mais arrastado e depois acelera um pouco, mas o ritmo se mantém mais lento, sempre repleto de melodia, em uma construção genial. Os vocais de Ozzy estão em perfeita consonância com o instrumental da faixa. O solo é fabuloso. Ponto alto do álbum!

Segundo Ozzy, as letras se referem ao seu momento pessoal (na época), em que ele sentia novamente o sabor do sucesso após ser demitido do Black Sabbath:

I can see through the mountains
Watch me disappear
I can even touch the sky
Swallowing colours of the sound I hear
Am I just a crazy guy
You bet

“Flying High Again” esteve presente em boa parte dos shows de Ozzy em sua carreira solo, tornando-se um clássico do Madman.



Lançada como single, atingiu a 16ª posição na parada britânica desta natureza e a excepcional 2ª posição em sua correspondente norte-americana.



YOU CAN’T KILL ROCK AND ROLL

A terceira faixa do álbum é “You Can’t Kill Rock And Roll”.

Linhas suaves e melodiosas dão o tom no início da terceira canção do disco. Depois, o ritmo acelera com mais intensidade e certo peso, mas alternando com as linhas mais lentas e melosas do começo da música em uma construção bem bonita. Os vocais de Ozzy se alternam de acordo com o ritmo da faixa, contribuindo para o seu sucesso.

As letras são simples e representam uma rebeldia embalada por um espírito de liberdade, representado pela música Rock:

Leave me alone
Don't want your promises no more
'Cause rock'n'roll is my religion and my law
Won't ever change,
May think it's strange
You can't kill rock'n'roll
It's here to stay

Lançada como single, atingiu a respeitável 41ª colocação na parada norte-americana.



BELIEVER

A quarta faixa do trabalho é “Believer”.

“Believer” é consideravelmente mais pesada que as canções anteriores do álbum. Isto é muito devido ao riff sensacional criado pela guitarra de Randy Rhoads: bastante pesado, muito lento e com andamento deveras arrastado. Ozzy opta por um vocal que se adéqua perfeitamente ao ambiente criado pelo excelente instrumental da música. Brilhante!

As letras estão em um tom de mistério e místico, com toques de ocultismo:

I'm a believer, I ain't no deceiver
Mountains move before my eyes
Destiny planned out I don't need no handout
Speculation of the wise



LITTLE DOLLS

“Little Dolls” é a quinta música de Diary Of A Madman.

Kerslake abre a canção com um pequeno solo de bateria, logo acompanhado por um bom riff de Rhoads. O ritmo segue as faixas iniciais do trabalho, um Hard/Heavy bem clássico, que aposta tanto no peso moderado quanto na boa melodia. Ozzy faz vocais competentes nesta música interessante.

A letra faz clara referência ao ocultismo e ao vodu:

Tourted and flaming, you'll give birth to hell
Living a nightmare
It is a pity, you'll pray for your death
But he's in no hurry



TONIGHT

A sexta música do disco é “Tonight”.

As suaves e belas linhas de guitarra tocadas por Randy Rhoads embalam o início de “Tonight”. No refrão, tanto o ritmo quanto o peso se intensificam, mas de maneira bem sutil, chegando ao ápice no solo. “Tonight” é, portanto, uma tocante balada do trabalho, construída sem ser piegas. Linda canção!

A letra é interessante, em um tom de conflito interno e de questionamentos sobre sua própria confiança:

Don't want your pity or your sympathy
It isn't gonna prove a thing to me
Good intentions pave the way to hell
Don't you worry when you hear me sing



S.A.T.O.

A sétima canção do álbum é “S.A.T.O.”

A faixa começa de maneira mais lenta e arrastada, com uma linha suave que logo se torna em um riff mais rápido e com certo peso por parte de Randy. Ozzy usa vocais um pouco mais agressivos para acompanhar a intensidade da música. O ritmo forte e acelerado se mantém pelo resto da canção.

A letra é interessante e pode ser interpretada como uma mensagem de mudança e perspectiva positiva para o futuro:

I can't conceal it like I know I did before
I got to tell you now the ship is ready
Waiting on the shore



DIARY OF A MADMAN

Homônima ao disco, “Diary Of A Madman” fecha o trabalho.

O início mais suave até engana, mas logo o peso e a intensidade aparecem. Mas o mais interessante na canção é esta alternância de ritmos e força. Mesmo os vocais de Ozzy acompanham a variação de andamentos, de maneira correta e competente. Em maior parte do tempo, as linhas tocantes dominam o trabalho, que se intensificam, como no solo. Linda construção musical!

A letra é realmente diferente e tenta, com muito sucesso, expressar a loucura de um ser:

Diary of a madman
Walk the line again today
Entries of confusion
Dear diary I'm here to stay



Considerações Finais

Diary Of A Madman foi um álbum com bom apelo comercial, sendo muito bem sucedido desde seu lançamento.

Em termos de parada de sucesso, é indiscutível: 16ª posição nos Estados Unidos, enquanto conquistou a 14ª colocação na sua correspondente britânica.

Aldridge, Rhoads, Ozzy, Sarzo


Tanto o público quanto a imprensa especializada receberam o trabalho positivamente, embora sem o mesmo apelo do álbum de estreia de Ozzy Osbourne. O maior destaque foi dado para o trabalho de guitarra do incrível Randy Rhoads.

Steve Huey, do Allmusic, afirma em sua análise que não é incomum ver fãs que preferem Diary a Blizzard Of Ozz (o primeiro trabalho de Ozzy), mesmo porque o segundo disco de Ozzy é mais místico, estranho e conta com um Randy Rhoads tocando em um nível ainda mais alto.

Já a BBC se refere ao álbum como um trabalho clássico, catapultado a um nível lendário pelo excelente Randy Rhoads.

Apenas JD Considine, da revista Rolling Stone foi menos entusiasmado, afirmando que as músicas são um pouco com mais de riff e um vocal aplicado encima. Também afirma que Rhoads era um “Eddie Van Halen júnior”, mas com menor inspiração.

Entretanto, pelo seu trabalho em Diary Of A Madman e em Blizzard Of Ozz, Randy Rhoads foi eleito pela mesma revista Rolling Stone o 85º melhor guitarrista de todos os tempos no ano de 2003.

Seguido ao lançamento, uma grande turnê foi marcada e a banda saiu excursionando. Entretanto, o final da tour seria inesquecível por motivos trágicos.

Em 19 de março de 1982, enquanto Rhoads estava na Flórida para dois shows seguidos da turnê e uma semana depois de tocar no Madison Square Garden, em Nova York, uma aeronave leve pilotada por Andrew Aycock (motorista do ônibus da turnê da banda) alçou voo transportando o guitarrista Randy Rhoads e Rachel Youngblood, designer do grupo.

A aeronave acabou caindo durante a execução de manobras mais baixas próximas ao ônibus de turnê da banda. Em uma brincadeira idiota que se tornou mortal, a asa esquerda da aeronave cortou o ônibus, roçou em uma árvore e caiu na garagem anexa de uma mansão vizinha, matando Rhoads, Aycock e Rachel Youngblood.

Na autópsia, cocaína foi encontrada na urina de Aycock. O resultado final, obviamente, foi considerado um acidente devido ao mau julgamento por parte do piloto.

Experimentando em primeira mão a morte horrível de seu amigo e companheiro de banda, Osbourne caiu em uma depressão profunda. A turnê foi cancelada por duas semanas. Aos poucos, Ozzy foi retomando sua carreira, mas sempre prestou homenagens sinceras ao seu companheiro Randy Rhoads.

Randy Rhoads:


Em uma biografia, Ozzy afirma que Diary Of A Madman é o seu álbum preferido.

Diary Of A Madman já suplantou a casa de 3,2 milhões de cópias vendidas pelo mundo.

Formação:
Ozzy Osbourne – Vocal
Randy Rhoads – Guitarras
Bob Daisley – Baixo
Lee Kerslake – Bateria, Percussão
Johnny Cook – Teclados

Faixas:
01. Over the Mountain (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 4:31
02. Flying High Again (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 4:44
03. You Can't Kill Rock and Roll (Osbourne/Rhoads/Daisley) - 6:59
04. Believer (Osbourne/Rhoads/Daisley) - 5:15
05. Little Dolls (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 5:39
06. Tonight (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 5:50
07. S.A.T.O. (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 4:07
08. Diary of a Madman (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 6:14

Letras:
Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/ozzy-osbourne/

Opinião do Blog:
Embora vários fãs – e o próprio Ozzy Osbourne – tratem Diary Of A Madman como o álbum preferido deles na carreira solo do vocalista, o disco viveu, de certa forma, à sombra do primeiro trabalho do Madman, Blizzard Of Ozz.

Musical e cronologicamente, ‘Diary’ é a sequência natural de ‘Blizzard’. Embora apresente canções inspiradas como “Over The Mountain”, “Flying High Again”, “Believer” ou a própria faixa-título, o blogueiro pensa se tratar de composições mais pálidas se comparadas à estreia de Ozzy.

Não que se trate de um álbum ruim, bem longe disto, mas pesa o fato de ‘Blizzard’ ser um disco extraordinário.

Entretanto, o trabalho do guitarrista Randy Rhoads é fantástico. Os riffs, as linhas melódicas e os solos – especialmente os solos – estão soberbos e pesam no fato de Rhoads, mesmo com tão poucos registros em sua obra, ser considerado um dos astros das 6 cordas.

Diary Of A Madman é o último registro de estúdio do talentoso guitarrista. Rhoads é responsável direto pela ressurreição da carreira de Ozzy depois de sua controversa saída do Black Sabbath.

É impossível saber o que Randy Rhoads poderia ter feito se não tivesse falecido há mais de 30 anos. Mas Diary Of A Madman mostra o jovem guitarrista em uma performance incrível. Vale muito à pena curtir este belo trabalho de Ozzy com o saudoso Randy.

4 comentários:

  1. Como eu comentei antes, este talvez seja o Magnum Opus do Ozzy Osbourne. Último disco a contar com o gênio Randy Rhoads nas guitarras (que viria a falecer devido á um trágico acidente de avião, aos 25 anos), Diary of a Madman consegue superar em algumas partes, o que foi feito antes no magnífico Blizzard of Ozz.

    Todas as músicas aqui são ótimas e meus destaques vão, além de sua lindíssima faixa-título, para a trinca inicial “Over the Mountain”, “Flying High Again” e “You Can’t Kill Rock and Roll”, músicas que até hoje são presenças obrigatórias nos shows do Madman. Enfim, fica aqui a memória de um dos guitarristas de rock mais promissores de todos os tempos. Salve Randy Rhoads!

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    1. Grande Igor, mais uma vez me resta agradecer outro enriquecedor comentário em mais um post do Blog. Continuo achando Blizzard um degrau acima, mas é perfeitamente compreensível e justificável quem pense que Diary é o ponto máximo da carreira de Ozzy.

      Valeu mesmo. Seus comentários são mais que bem-vindos por aqui e sempre agregam muito valor ao Blog.

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    2. De nada, meu amigo! E bora curtir o trabalho do Madman sem medo, e - como ele mesmo diz numa de suas músicas - "No More Tears" (sem chorar)
      hehehehehe

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