25 de junho de 2013

URIAH HEEP - SALISBURY (1971)


Salisbury é o segundo álbum de estúdio da banda britânica chamada Uriah Heep. Seu lançamento oficial ocorreu em janeiro de 1971 sob o selo Vertigo Records. As gravações aconteceram entre outubro e novembro de 1970, no Lansdowne Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção ficou sob a responsabilidade de Gerry Bron.



Como de praxe, o Blog vai contar um pouco a história do grupo antes de focar-se no álbum propriamente dito.

Foi em 1967 que o Uriah Heep começou a surgir. O guitarrista Mick Box, então com 19 anos, na cidade de Brentwood, formou uma banda chamada The Stalkers, a qual começou a se apresentar em bares e clubes locais.

O vocalista deixa o grupo e o então baterista, Roger Penlington, sugere seu primo David Garrick para ser o substituto. Garrick já conhecia o The Stalkers e aceita o convite.

Quase que instantaneamente, Garrick e Box se entrosam e formam uma forte parceria em termos de composição. Com aspirações musicais mais elevadas que seus colegas, os dois abandonam seus trabalhos normais cotidianos e partem para uma tentativa de se tornarem profissionais.

Assim eles montam um novo conjunto chamado Spice e David Garrick decide mudar seu sobrenome para Byron. O baterista escocês Alex Napier assume as baquetas após ter respondido um anúncio em um jornal.

David Byron:


O baixista Paul Newton, da banda The Gods, completou a formação inicial.

Segundo Mick Box, o grupo, desde seu início, evitou tocar covers, procurando seguir o caminho de composições próprias e esforçando-se para criar uma sonoridade original. Inicialmente, o conjunto era gerenciado pelo pai do baixista Paul Newton.

Assim que a banda foi crescendo de nível, chamou novos interesses. Gerry Bron, que era o chefe da Hit Records Production, assistiu a uma apresentação do grupo no clube Blues Loft e acabou assinando um contrato para gerenciar a banda. Logo depois, conseguiu um contrato do conjunto com a Vertigo Records.

A banda, ainda com o nome de Spice, enclausurou-se no Lansdowne Studios, em Londres, para começar a gravação do que se tornaria seu primeiro álbum de estúdio.

Então, o nome foi mudado para Uriah Heep. Esta era uma personagem do livro David Copperfield, de Charles Dickens, pois, de acordo com o biógrafo Kirk Blows, o nome de Dickens estava em toda parte durante o Natal de 1969 devido ao fato de ser o centésimo aniversário de sua morte.

Juntamente à mudança de nome, veio a decisão de ampliar o som. Após gravarem metade do primeiro álbum, o grupo decide que seria uma boa ideia acrescentar teclados ao som da banda.

Box era um grande fã do Vanilla Fudge, com seu órgão Hammond e guitarras fortes e o Uriah Heep possuía os potentes vocais de David Byron, os quais combinariam bem com este tipo de som, segundo o guitarrista.

Em um primeiro momento, o tecladista Colin Wood foi trazido por Gerry Bron. Depois, Ken Hensley, um ex-colega de Newton no The Gods, que à época estava tocando guitarra no Fat Toe, foi convidado. "Eu vi um grande potencial no grupo para fazer algo muito diferente", lembrou Ken Hensley.

O álbum de estreia do grupo foi chamado ...Very 'eavy... Very 'umble, sendo lançado em junho de 1970. Enquanto a banda escreveu o trabalho, no Centro Comunitário Hanwell, o Deep Purple estava ensaiando no quarto ao lado, construindo uma relação entre os conjuntos.

Em ...Very 'eavy... Very 'umble, o Uriah Heep apresenta um marco inicial de sua sonoridade. Estão presentes o órgão pesado de Hensley, os vocais poderosos de Byron e a guitarra marcante de Box.

Box e Byron compuseram a maioria das músicas e Hensley não pode contribuir muito, mas a química entre eles, na execução das faixas, é palpável. O clássico “Gypsy” está presente no disco (que saiu com o nome Uriah Heep nos Estados Unidos).

Embora tenha recebido críticas não muito positivas na época, o disco foi ganhando respeito com o passar do tempo e é um dos marcos iniciais dos nascentes gêneros Hard e Heavy dos anos setenta.

Alex Napier esteve fora de três quartos das gravações do álbum de estreia do Uriah Heep, sendo substituído por Nigel Olsson, que foi indicado a David Byron pelo astro Elton John.

Com uma formação que contava com Mick Box na guitarra, David Byron nos vocais, Paul Newton no baixo, Keith Baker na bateria e Ken Hensley no teclado, o Uriah Heep volta ao Lansdowne Studios, em Londres, para gravar seu segundo álbum de estúdio.

Mick Box:


Desta vez, ao contrário do disco de estreia, o principal compositor das canções foi o tecladista Ken Hensley.

O nome do álbum, Salisbury, remete a uma área de treinamento do exército britânico. A arte da capa do trabalho apresenta um tanque British Chieftain, da primeira guerra mundial.

BIRD OF PREY

Abre o álbum a ótima “Bird Of Prey”.

O riff inicial é pesado, na medida certa, e com uma cadência envolvente. Os vocais agudos, muitas vezes dobrados, dão o ritmo certo para a canção. A intensidade é variável, ora mais lenta, ora pouco mais acelerada. David Byron se mostra bem versátil e a guitarra é contagiante, em um excelente Hard setentista.

As letras são interessantes em um jogo que envolve guerra e conquista:

I can see that look that says beware
Try to move in closer if you dare
So I must sit and play
My waiting game
And for a while I know
She'll do the same
Fly away

Embora não tenha sido lançada como single para promover o álbum, “Bird of Prey” acabou se tornando uma das faixas mais celebradas e adoradas pelos fãs do Uriah Heep.



THE PARK

A segunda faixa do álbum é “The Park”.

Uma melodia calma e tocante, ao teclado e depois acompanhada por um violão, marca o início de “The Park”. Depois, Byron começa a cantar de maneira muita suave e cativante. Este ritmo segue até os 3:40 minutos, quando o teclado começa a acelerar o andamento da canção, fazendo um solo pequeno, mas interessante. Depois tudo retorna ao início.

As letras são belíssimas e é possível vislumbrar a metáfora dos lados escuros do parque representando os horrores da guerra:

Let me walk a while alone
Among the sacred rocks and stones
Let me look in vain belief
Upon the beauty of each leaf
There is green in every blade
The tree tops lean providing shade



TIME TO LIVE

A terceira canção de Salisbury é “Time To Live”.

Bateria, guitarra e teclados mais intensos já estão de volta no começo de “Time To Live”. Já nos momentos iniciais, Mick Box encaixa um pequeno e intenso solo. O riff principal tem peso e melodia, contrapondo-se ao teclado de Hensley. Byron completa tudo com sua poderosa voz, em uma bela música. Hard setentista de primeira linha!

A letra é boa e tensa, refletindo alguém que esteve preso e mesmo tendo pagado, faria tudo outra vez:

But if you smile that smile
I know I couldn't ask for more
I know I'd do it all again
Yes, I would
I know I'd do it all again



LADY IN BLACK

O clássico “Lady In Black” é a quarta música do álbum.

O ritmo suave e melodioso está de volta nesta belíssima canção, em uma construção verdadeiramente brilhante. A balada “Lady In Black” possui linhas realmente tocantes, encantadas pela maravilhosa forma como é cantada pelo tecladista Ken Hensley. A constância é quase sempre a mesma e a faixa é sensacional.

A letra tem um tom de esperança:

Oh lady lend your hand outright
And let me rest here at your side
Have faith and trust in peace she said
And filled my heart with life

A obra, creditada a Ken Hensley, segundo o mesmo, trata de um homem que vaga por um cenário devastado pela guerra e encontra uma espécie de deusa que passa a consolá-lo. Ela teria sido composta em um momento em que Hensley teve uma visão após estar em estado de profunda depressão.

É tida por críticos e fãs como uma das mais belas melodias compostas por Ken.



Acabou se tornando uma das faixas mais populares da história do Uriah Heep, absolutamente adorada pelos fãs do grupo. Lançada como single, atingiu o topo da parada alemã, onde fez enorme sucesso (assim como na Rússia).

Inúmeros são os grupos que fizeram versões para a faixa, incluindo outros membros que passaram pela banda. Como exemplo, John Lawton (que foi vocalista do Uriah Heep) e o Blackmore’s Night.



HIGH PRIESTESS

“High Priestess” é a quinta faixa de Salisbury.

Mais uma vez o início é suave, mas logo a guitarra de Mick Box aparece de forma mais intensa e furiosa. O riff é mais veloz, típico do Hard dos anos 70, e é embalado por ótimos vocais e uma bateria marcante por parte de Keith Baker. A canção é curta, rápida e empolgante e possui um bom solo de Box.

A letra tem uma certa conotação de amor proibido:

You, who brought
The sunshine to my eyes
You, who wondered
Through my sad disguise
And I have a love



SALISBURY

Homônima ao álbum, “Salisbury” é a sexta – e última – faixa do álbum.

Com mais de 16 minutos de duração, “Salisbury” é uma canção épica repleta de variantes melódicas e de intensidade. A brilhante construção tem teclados marcantes, algumas pequenas orquestrações, riffs e solos inspirados. Há uma influência de rock progressivo que se casa perfeitamente com o Hard Rock do Uriah Heep.

A letra tem conotação de romance:

As time passed and all too fast
I just knew we couldn't last
And I guessed that the end
Was near at hand
Though we tried our love inside
It just crumpled up and died
What went wrong
I will never, never understand
You tell me why
Alone again
How could you leave me
Alone again



Considerações Finais

Salisbury, o álbum, não chegou a ser um grande sucesso comercial, mas foi um disco fundamental para a história do Uriah Heep.

Em termos de paradas de sucesso, atingiu a modesta 103ª posição na parada norte-americana de álbuns. Ficou com a 31ª na sua correspondente alemã e com 1ª colocação na Finlândia.

Logo depois da gravação de Salisbury, Keith Baker deixou o grupo, sendo substituído por Ian Clarke.

O álbum permitiu que Ken Hensley se aprimorasse e se colocasse como o principal compositor do Uriah Heep, assinando solitariamente a maioria das composições. Também, segundo os críticos, apresentou o Heavy Metal seminal dos anos 70, com doses generosas de Folk e Rock Progressivo.

Ken Hensley:


O álbum também permitiu que o grupo excursionasse pela primeira vez pelos Estados Unidos, sendo a banda de abertura para o Three Dog Night e o Steppenwolf.

Logo após a turnê, ainda em 1971, o Uriah Heep gravaria e lançaria seu terceiro álbum de estúdio, o clássico Look At Yourself.

Formação:
Mick Box – Guitarra, Violão, Backing Vocals
David Byron – Vocal
Ken Hensley –Violão, Backing Vocals, Piano, Vocal (em "Lady in Black” e “High Priestess")
Paul Newton – Baixo, Backing Vocals
Keith Baker – Bateria, Percussão

Faixas:
01. Bird of Prey (Box/Byron/Hensley/Newton) - 4:13
02. The Park (Hensley) - 5:41
03. Time to Live (Box/Byron/Hensley) - 4:01
04. Lady in Black (Hensley) - 4:44
05. High Priestess (Hensley) - 3:42
06. Salisbury (Box/Byron/Hensley) - 16:20

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/uriah-heep/

Opinião do Blog:
O Uriah Heep é das bandas mais importantes e marcantes dentro dos fantásticos anos 70, berço de boa parte do que há de melhor dentro do Rock & Roll. É, também, dos grupos prediletos deste humilde blogeiro.

Salisbury não está entre os álbuns mais vendidos da história do estilo e nem entre os mais badalados, mas é um disco muito importante e, além disto, cheio de qualidade.

Marca uma banda que ajudou a desenvolver o Hard/Heavy inicial, mas que acabou criando seu estilo. Em Salisbury, o grupo abusa de melodias acústicas e, ao mesmo tempo, apresenta riffs, teclados e vocais muito inspirados.

David Byron é um vocalista formidável, assim como é Ken Hensley nos teclados – e um compositor de mão cheia. As guitarras de Mick Box também são mais que compotentes e a cozinha formada por Baker e Newton faz bem seu trabalho.

“Salisbury” é uma canção muito acima da média, épica, com seus fabulosos 16 minutos. “Lady In Black” é uma balada como poucas, com ritmo tocante e letras interessantes. Destaques também para “Bird Of Prey” e “Time To Live”.

O Uriah Heep gravaria álbuns de bem maiores sucessos que este (e que aparecerão por aqui depois), mas de forma alguma deve-se descartar um trabalho tão instigante quanto Salisbury.

11 de junho de 2013

QUIET RIOT - METAL HEALTH (1983)


Metal Health é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Quiet Riot. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 11 de março de 1983, através do selo Sony. A direção ficou sob a responsabilidade de Spencer Proffer. As gravações ocorreram no The Pasha Music House, em Holywood, na Califórnia, durante o ano de 1982.



Um breve resumo da história do Quiet Riot será apresentado antes de se focar no próprio álbum alvo deste post.

Em meados dos anos 1970, o Quiet Riot era uma das mais famosas bandas ‘underground’ da cidade de Los Angeles. Eles eram muito conhecidos no circuito de clubes noturnos da cidade, nos quais, por diversas vezes, tocaram juntamente com o Van Halen, antes de quaisquer uma delas se associarem a alguma gravadora.

Como tocaram muitas vezes juntos, é possível notar semelhanças entre os estilos dos guitarristas Randy Rhoads e Eddie Van Halen. Entretanto, o Quiet Riot não conseguia ser capaz de obter um contrato com alguma gravadora nos Estados Unidos.

No ano de 1977, o grupo conseguiu um contrato com a gravadora Sony, mas os álbuns que foram garantidos no supracitado acordo seriam (e de fato foram) lançados apenas no Japão.

A banda era formada pelo vocalista Kevin DuBrow, o genial guitarrista Randy Rhoads, o baixista Kelly Garni e o baterista Drew Forsyth.

Com esta formação é gravado e lançado o álbum de estreia do Quiet Riot, homônimo ao conjunto, apenas no Japão.

Nesta época, tensões entre o vocalista DuBrow e o baixista Kelly Garni já aumentavam e provocavam dificuldades no ambiente do grupo.

Kevin DuBrow


Já em 1978, saiu o segundo disco da banda, simplesmente chamado de QR II. O lançamento, mais uma vez, ficou restrito apenas ao Japão. Neste momento, o ódio entre DuBrow e Garni estava em seu ápice e resultou na saída do baixista.

Segundo Garni, este ódio foi minando o ambiente e prejudicando o talento de Randy Rhoads do grupo. Anos depois, DuBrow afirmou que foi muito frustrante ter um dos melhores guitarristas do mundo no conjunto e ser incapaz de se aproveitar do talento dele para estourarem.

Rudy Sarzo foi o substituto de Kelly Garni, sendo creditado e fotografado como baixista da banda em QR II, mesmo tendo entrado no grupo após a conclusão da gravação do disco.

Já era o ano de 1979 quando o incrível guitarrista do Quiet Riot, Randy Rhoads, fez um teste para entrar na futura banda de Ozzy Osbourne, que o teria contratado imediatamente. Depois o baixista Rudy Sarzo também deixaria o grupo para adentrar o grupo do madman.

Sarzo afirmou depois que, como ninguém esperava que o Quiet Riot fosse ser refeito naquele momento, muitos riffs e canções que seriam do grupo desfeito acabaram nos álbuns de Ozzy Osbourne. Como Rhoads imaginou que nunca os usaria novamente, acabou oferecendo-os a Ozzy que modificou as letras.

O maior exemplo disto seria “Suicide Solution”, que no Quiet Riot seria chamada “Force Of Habit”.

De acordo com DuBrow, a partida de Randy Rhoads do Quiet Riot "não atrapalhou a banda, mas encerrou-a".

DuBrow e Forsyth seguiram em frente com a adição do guitarrista Greg Leon e o ex-baixista do grupo Suite 19, Gary Van Dyke.

Durante o período entre os anos de 1980 e 1982, a banda mudou seu nome para 'DuBrow' e também fez shows com o ex-baterista do grupo Gamma, Skip Gillette. Em 1982, o guitarrista Carlos Cavazo e o baterista Frankie Banali também haviam sido recrutados por DuBrow.

Randy Rhoads morreu em um acidente de avião enquanto estava em turnê com Ozzy Osbourne, em março de 1982. Após isto, Rudy Sarzo também acabou por deixar a banda de Ozzy.

DuBrow conversou com Sarzo e pediu-lhe para tocar em uma faixa chamada "Thunderbird", a qual seria uma homenagem a Randy Rhoads.

A formação do grupo continha DuBrow nos vocais, Sarzo no baixo, Cavazo na guitarra e Banali na bateria. O ambiente foi ótimo e muito divertido e o que era para ser apenas uma faixa acabou se tornando metade de um álbum.

Rudy Sarzo


O baixista da banda anterior chamada DuBrow foi demitido para dar lugar a Sarzo na nova formação do conjunto.

Houve alguma incerteza sobre se esta encarnação da banda deveria ser nomeada como DuBrow ou Quiet Riot, mas, no final, decidiram-se por Quiet Riot, pois, apesar de Randy Rhoads não estar na mesma, o espírito original da banda estava de volta, nas palavras de Rudy Sarzo.

Em setembro de 1982, com a ajuda do produtor Spencer Proffer, eles assinaram com a CBS Records nos Estados Unidos e completaram a gravação do álbum que se chamaria Metal Health.

O trabalho foi lançado em 11 de março de 1983. Esta foi a estreia norte-americana do Quiet Riot, uma vez que seus dois álbuns anteriores, QR e QR II, até hoje, não foram lançados na América do Norte, apesar do sucesso posterior do grupo.

METAL HEALTH

Abre o álbum a canção homônima ao mesmo, “Metal Health”.

Guitarras bem fortes já dão as caras bem no início da faixa. O riff é ótimo e contagiante, bem típico do clima do Hard Rock norte-americano dos anos oitenta. Com o passar da música o ritmo vai se intensificando, com mais peso e força. Os vocais são excelentes e o solo de Carlos Cavazo é ótimo.

As letras são bem simples e falam da cultura Headbanger:

Bang your head
Metal health will drive you mad
Bang your head
Metal health will drive you mad

Muitas vezes a canção é registrada como “Bang Your Head” ou mesmo como “Metal Health (Bang Your Head) – ou ainda o inverso.

O videoclipe feito para promover a música teve intensa reprodução por parte da MTV norte-americana, com o mesmo acontecendo nas rádios.

Lançada como single, alcançou a 37ª posição na parada dos Estados Unidos e a 45ª colocação em sua correspondente no Reino Unido. Foi eleita a 35ª melhor música de Heavy Metal de todos os tempos em um top 40 do canal VH1.



A faixa é um clássico do grupo e está presente no filme de 1984 Footloose – e no seu ‘remake’ de 2011.



CUM ON FEEL THE NOIZE

A segunda canção do álbum é “Cum On Feel The Noize”.

A bateria forte de Banali e a intensa voz de DuBrow abrem a música de maneira interessante e contagia bastante. As guitarras são muito marcantes e com a dose certa de peso. O refrão é grudento – no melhor sentido – fazendo o ouvinte se lembrar da faixa por dias seguidos. Excelente trabalho da banda.

As letras são em tom de diversão juvenil:

Come on, feel the noise
Girls rock your boys
We'll get wild, wild, wild,
Wild, wild, wild

Na realidade, “Cum On Feel The Noize” é uma versão cover da canção de mesmo nome gravada anteriormente pela banda Slade, lançada originalmente em 1973. Acabou se tornando o maior sucesso da carreira do Quiet Riot.

Curiosamente, depois ficou se sabendo que o Quiet Riot pediu autorização aos empresários do Slade para regravarem e lançarem “Cum On Feel The Noize” depois de já a terem efetivamente a gravado.



Tanto o videoclipe quanto a execução da música nas rádios fizeram com que o álbum Metal Health explodisse nos Estados Unidos, atingindo o topo da parada norte-americana. A canção chegou à 5ª posição da parada norte-americana de singles.



DON’T WANNA LET YOU GO

A terceira música de Metal Health é “Don’t Wanna Let You Go”.

Quebrando um pouco o ritmo inicial, a terceira canção do trabalho apresenta um ritmo mais suave, lento e cadenciado, com Kevin DuBrow cantando de maneira um tanto quanto mais pausada. A velocidade mais devagar dá uma conotação de balada à faixa. Mas o resultado final é bem interessante. O solo esbanja feeling.

A letra é em claro clima de romance:

Don't wanna let you go
Not gonna get far from me
Don't wanna let you go
Your special your one of a kind (so...)
Don't wanna let you go
Some things money can't buy



SLICK BLACK CADILLAC

“Slick Black Cadillac” é a quarta faixa do disco.

Um riff bem pesado e rápido é a marca registrada da canção. Os vocais de DuBrow estão bem agressivos e são auxiliados por um ótimo trabalho de backing vocals no refrão. A música tange o Heavy Metal clássico, com excelente trabalho de guitarras.

As letras são bem simples e reflete o espírito juvenil:

My machine is making headlines
It gives me love and everything
It's like an institution of revolution
It feels all right
Feels all right

Na verdade, “Slick Black Cadillac” é uma regravação de uma canção do próprio Quiet Riot lançada em 1978 no seu segundo álbum de estúdio, o QR II.

Lançada como single, atingiu a 32ª posição da parada norte-americana de álbuns.



LOVE’S A BITCH

A quinta faixa do álbum é “Love’s A Bitch”.

Uma introdução que mescla uma melodia acústica com vocais bem longos de DuBrow marcam o início da canção. Este ritmo dura por cerca de um minuto. Após isto, as guitarras aparecem com mais peso e força, com certa intensidade – sempre presente no refrão. Entretanto, a melodia suave e a cadência se mantêm por toda a música.

O tom da letra é de decepção amorosa:

Like a cat with diamond eyes
Love's power it can hypnotize
Done me in (ha)
More than twice
She'll make you think that it's over night
Your all alone in a room that's wrong
Your body shakes
Your feet are cold



BREATHLESS

“Breathless” é a sexta música de Metal Health.

A velocidade do riff e os agudos de DuBrow estão de volta na sexta canção do disco. A guitarra tem um peso que fica bem próximo do Metal Clássico e o ritmo é o típico da sonoridade oitentista. Empolgante, “Breathless” é uma faixa interessante.

Outra vez, a letra possui conotação de flerte romântico:

Inside-out, that's how she turns my head
All my doubts are never put to bed
She's got me runnin' blind, never think I'll find sanity (oh)



RUN FOR COVER

“Run For Cover” é a sétima música do álbum.

A música já começa com todo o poder e fúria do Heavy/Glam Metal norte-americano dos anos oitenta. O riff tem boa dose de peso e velocidade, mas sem soar demasiadamente clichê. O refrão é muito bom e funciona bem. Pode ser apontada tranquilamente como um dos pontos altos do disco.

A letra é simples e em tom de liberdade:

I'm gonna take my leave
I wanna plant my seed
Don't let it shock you hold tight, hold tight



BATTLE AXE

A oitava faixa do trabalho é “Battle Axe”.

Com menos de 2 minutos, “Battle Axe” é a menor canção do álbum Metal Health. Trata-se de uma música instrumental, contando apenas com a guitarra de Carlos Cavazo.



LET’S GET CRAZY

“Let’s Get Crazy” é a nona música do disco.

Um riff com fortíssimo flerte no Heavy Metal Tradicional abre a canção e a conduz por toda a sua extensão. Os vocais de DuBrow voltam a ficar bem presentes e marcantes. O ritmo não é tão veloz, com a banda optando mais pela cadência, mas sem perder o peso. Lembra o AC/DC oitentista. Ponto altíssimo do trabalho!

A letra tem forte conteúdo sexual:

Wanna kiss your lips, not the ones on your face
Your innocent jive is really out of place (yeah)
In need of assistance
A dog for my bone
Ain't no way tonight I go home alone



THUNDERBIRD

A décima – e última – faixa de Metal Health é “Thunderbird”.

Com sons bem tocantes e suaves, embasados por uma lindíssima melodia, “Thunderbird” é uma tocante canção. Os vocais de DuBrow estão mais sutis e se casam de maneira belíssima com o ritmo da música. No refrão, o trabalho dos backing vocals estão muito bem colocados, contribuindo de maneira decisiva para o sucesso final do trabalho. O solo é incrível. Excelente!

A letra, assim como toda a faixa, é uma grande homenagem ao então falecido ex-guitarrista do grupo, Randy Rhoads:

When all is said
All is done
Still I live
And carry on
Don't look back
But think of me
We'll meet again
Fly away (oh)



Considerações Finais

Catapultado pelo enorme sucesso de “Metal Health” e “Cum On Feel The Noize” – em especial desta segunda faixa – o álbum acabou sendo um sucesso comercial estrondoso, especialmente nos Estados Unidos.

O álbum Metal Health acabou atingindo a magnífica 1ª posição da parada norte-americana de álbuns. Também acabou com a 5ª posição de sua correspondente canadense. Foi o primeiro disco considerado de Heavy Metal a atingir o topo da parada dos Estados Unidos!

Embora alguns críticos não tenham, há época, percebido a qualidade do disco, com algumas críticas pesadas, o álbum Metal Health acabou se tornando um grande clássico do Hard/Heavy mundial.

Para promoção do disco, a banda saiu em turnê na qual fazia a abertura dos shows do Black Sabbath em sua turnê em que divulgava o álbum Born Again (1983), entre outubro de 1983 e março de 1984.



Estima-se que Metal Health tenha superado a marca de 6 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.

Formação:
Kevin DuBrow - Vocal
Carlos Cavazo - Guitarra, Backing Vocals
Rudy Sarzo- Baixo, Sintetizador
Frankie Banali - Bateria, Backing Vocals

Faixas:
01. Metal Health (Bang Your Head) (DuBrow/Cavazo/Banali/Cavazo) - 5:16
02. Cum on Feel the Noize (Noddy Holder/Jim Lea) - 4:51
03. Don't Wanna Let You Go (DuBrow/Cavazo) - 4:42
04. Slick Black Cadillac (DuBrow/Randy Rhoads) - 4:12
05. Love's a Bitch (DuBrow) - 4:11
06. Breathless (DuBrow/Cavazo) - 3:51
07. Run for Cover (DuBrow/Cavazo) - 3:38
08. Battle Axe (Cavazo) - 1:38
09. Let's Get Crazy (DuBrow) - 4:08
10. Thunderbird (DuBrow) - 4:43

Letras:
Para o conteúdo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/quiet-riot/

Opinião do Blog:
O Quiet Riot teve em sua formação original um dos mais virtuosos e talentosos guitarristas de todos os tempos no Heavy Metal: Randy Rhoads.

O talentoso Rhoads acabou falecendo muito jovem, enquanto estava na banda de Ozzy Osbourne e jamais viu o sucesso comercial de seus antigos companheiros: entretanto, sem nenhuma intenção, acabou contribuindo indiretamente para o sucesso do Quiet Riot, pois, sua morte, fez com que o grupo se reunisse novamente.

Metal Health foi o ponto mais alto da carreira do Quiet Riot, tanto comercialmente – a 1ª posição na parada norte-americana é contundente prova deste fato – quanto musicalmente. A versão de “Cum On Feel The Noize”, do Slade, é o grande sucesso da carreira do grupo.

Rudy Sarzo e Frankie Banali formam uma cozinha competente. O mesmo pode ser dito das guitarras de Carlos Cavazo, muito inspirado, mesmo sem tocar o brilhantismo de Rhoads. Kevin DuBrow é um vocalista talentoso e principal compositor do conjunto.

“Metal Health”, “Run For Cover” e “Slick Black Cadillac” são excelentes faixas e mostram do que o álbum e a banda foram capazes. Destaque primordial para a belíssima homenagem a Rhoads, a linda “Thunderbird”.

Metal Health é um álbum que merece destaque na discografia de qualquer fã de Hard/Heavy. Recomenda-se ao leitor várias audições deste brilhante trabalho!