WASP é o álbum de estreia da banda norte-americana
de mesmo nome, ou seja, o W.A.S.P. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 17 de
agosto de 1984, através do selo Capitol Records. As gravações aconteceram durante
aquele mesmo ano, com a produção ficando a cargo de Mike Varney e do líder da
banda, Blackie Lawless.
O WASP é uma das mais proeminentes bandas surgidas
na costa oeste dos Estados Unidos com o “boom” do chamado Glam Metal, embora
não sejam tão conhecidos do público em geral.
Como de costume, o blog vai trazer um pequeno
apanhado das origens do grupo para depois ater-se ao álbum propriamente dito.
Desde o início até hoje, o único membro original e
permanente do conjunto tem sido o seu baixista e vocalista, Blackie Lawless,
obviamente, a grande mente criativa por detrás das composições do grupo.
W.A.S.P. surgiu após o desaparecimento do Circus
Circus, uma banda de Los Angeles que era formada, entre outros, por Blackie
Lawless e Randy Piper.
Assim, eles decidem formar um novo grupo. A
formação original do que viria a se tornar o W.A.S.P. foi formada em Los
Angeles, Califórnia, em 1982. Os amigos Lawless e Piper se juntaram a Rik Fox e
a Tony Richards, começando a ensaiar e depois a se apresentarem na cena de LA.
Há muita especulação sobre a origem do nome da
banda, e se ele significa alguma coisa, pois é escrito como uma sigla. Em
entrevistas na década de 1980, os críticos alegaram que o significado seria
"We Are Sexual Perverts" ou "We Are Sexual Prophets".
Fato é que não se sabe se isso foi uma declaração
séria, pois, acredita-se que isto foi dito apenas para se chocar o público em
geral.
No entanto, "Winged Assassins" está
inscrito na coluna da primeira prensagem em vinil de seu álbum de estreia.
Vários outros significados são especulados para a
sigla W.A.S.P., sendo os acima os mais ventilados. A verdade é que Blackie
Lawless nunca responde a esta questão com firmeza, ajudando a alimentar as
especulações.
Blackie Lawless
Certa feita, Rik Fox afirmou que ele era o
"amigo" - de Lawless - que cunhou o nome WASP. O baterista Tony
Richards declarou em uma entrevista que Rik Fox e Blackie Lawless estavam no
lado de fora da casa quando uma vespa (wasp, em inglês) pousou na mão de Rik.
Ele, então, teria dito: "Porra, isso seria um nome matador para a
banda".
Em uma entrevista em fevereiro 2010, Lawless
declarou a principal razão para o nome eram os pontos (que existem entre as
letras e formam a sigla). Ele alegou que nenhuma banda jamais havia os
utilizado antes, e, em essência, os pontos criaram um "ponto de
interrogação de incerteza" fazendo-os se sobressaírem mais, concluindo:
"olha onde estamos: eles fizeram".
A versão original do primeiro álbum do W.A.S.P.
(W.A.S.P.), em vinil, continha as palavras "We Are Sexual Perverts"
inscritas na capa.
A banda tornou-se notória por sua atitude atrevida
e, às vezes, chocante durante seus shows. Lawless acabou ganhando fama e se
tornando conhecido por amarrar modelos seminuas em um rack de tortura, e,
também, por lançar carne crua no público.
O primeiro lançamento oficial do grupo, seu single
de estreia, intitulado Animal (Fuck Like A Beast), e sua capa foram igualmente
controversos.
A primeira formação da banda não durou por muito
tempo, com Rik Fox sendo demitido e se juntando à banda Steeler com (então
desconhecido) o vocalista Ron Keel e o guitarrista Yngwie Malmsteen. Ele foi
substituído por Don Costa.
Pouco depois, Don Costa também deixou o grupo e sua
posição no baixo foi preenchida por Lawless. Ao mesmo tempo, o guitarrista
Chris Holmes entrou na banda.
Chris Holmes
O W.A.S.P. assinou contrato com a Capitol Records
para o seu álbum de estreia, WASP, lançado em 17 de agosto de 1984.
A estréia foi planejada para ser lançada com o
título Winged Assassins. O primeiro single lançado anteriormente pelo grupo, "Animal
(Fuck Like A Beast)", foi omitido do álbum nos Estados Unidos para impedir
que ele fosse proibido de ser comercializado nas grandes cadeias de lojas.
I WANNA BE SOMEBODY
Abre o álbum um clássico do W.A.S.P., “I Wanna Be
Somebody”.
A música que abre o disco já começa mostrando de
que o W.A.S.P. é feito. Um riff que mescla o Hard/Glam com o peso do Heavy
Metal, cadenciado, mas com o peso na medida certa. Os vocais de Lawless são
bastante agressivos com sua voz peculiar se tornando perfeita para a
sonoridade. O solo é simples, mas se casa perfeitamente com a canção.
As letras mostram o desejo jovem de vitória:
You say you don't wanna starve
Or take the table crumbs that fall
You don't wanna beg or plead at all
You don't want no nine to five
Your fingers
to the bone
You don't want the rock piles'
bloody stones
“I Wanna Be Somebody” é um dos maiores clássicos da
história do W.A.S.P. Foi lançada como single e, surpreendentemente, teve
bastante repercussão na Nova Zelândia, entrando na 30ª posição de lá.
Também foi intensa a veiculação do videoclipe que
serviu para embalar as vendas e promover o álbum. É uma das canções favoritas
dos fãs e que serviu para definir o estilo, tanto que foi ‘coverizada’ por
bandas como Sentenced, Catamenia, Witchery, e Gates of Ishtar.
Em uma eleição realizada pelo VH1, foi a 84ª colocada
em uma eleição das 100 melhores músicas de Hard Rock de todos os tempos.
L.O.V.E. MACHINE
A segunda canção do disco é “L.O.V.E. Machine”.
A bateria animal de Tony Richards dá as cartas na
segunda faixa de W.A.S.P. Logo as guitarras aparecem de forma bastante intensa,
mas desta vez o ritmo é mais devagar. Mas o peso está bastante presente, assim
como os vocais característicos de Lawless.
As letras são bem simples, em temática
amorosa/sexual:
What can I do for you
Am I your wildest dream
What do I move in you
Am I what I seem
My eyes they lie and you cry
Love brings you pain
And if you try to love me
You'll not
feel the same
Foi lançada como single, mas não repercutiu nas
principais paradas de sucesso. Bandas como
Fallen Man, Lullacry, Fozzy e Alghazanth fizeram versões para a canção.
THE FLAME
“The Flame” é a terceira faixa de W.A.S.P.
As guitarras voltam com tudo em “The Flame”. Há uma
pegada bem Hard Rock na canção, que abusa do peso, em um andamento mais
devagar, mas com aquela pegada genial do Hard oitentista norte-americano. Os
vocais de Lawless se mantêm no mesmo nível das músicas anteriores, construindo
outra pérola da banda!
As letras têm forte conotação sexual:
Turn up the flame your hips are fire
You're so hot I got to try ya
Show me the spot and I'll hit the
mark
Baby I got the gasoline and you got
the sparks
B.A.D.
A quarta música do trabalho é “B.A.D.”
Outro riff genial é a marca de “B.A.D.”, com uma
pegada bem Hard Rock, lembrando o AC/DC em seu álbum Fly On The Wall (1985). A
bateria de Tony Richards está sensacional, assim como (sempre) os vocais de
Lawless. O solo é outra vez muito bom. Ótima faixa.
As letras têm certo tom macabro:
You hear the cries of love, a sad
tune
And feel the salt-lick stingin'
loves wound
Those tears that you cry leave a
blood stain
They fall to the ground like a sweet
rain
Cause bad
girls they do
SCHOOL DAZE
A quinta faixa do álbum é “School Daze”.
A música começa com uma vinheta na qual crianças
fazem o famoso juramento à bandeira americana. Logo após isto, um riff bem
pesado soa das guitarras. A canção é novamente bem característica do grupo,
que mescla como poucos o peso do Heavy Metal com a malícia e a melodia do Hard
Rock. Faixa brilhante.
A letra mostra o tom de rebeldia contra o sistema,
em especial, o educacional:
I pledge no allegiance and I bet
They're gonna drive me crazy yet
Nobody here is understanding me
I pledge no allegiance and I bet
They're gonna drive me crazy yet
I'm dying here and trying to get
free
“School Daze” foi o quarto single lançado para
promover o disco, mas sem maiores repercussões em termos de paradas de sucesso.
HELLION
“Hellion” é a sexta faixa do disco.
A música tem, novamente, Tony Richards em um
trabalho muito bem feito, com bastante presença. Após os primeiros 30 segundos
em um ritmo mais lento, a velocidade volta com tudo e com doses generosas de
peso, com uma pegada que lembra o Judas Priest dos anos 80. Lawless canta
soberbamente, em um dos pontos altos do trabalho.
A letra tem uma conotação claramente de terror e
obscura:
Well child, you're sweatin' and
you're stoned
That alcohol you downed makes you
crazy
All night, you damn the hurt and
pain
And drink the
devils rain
It's
screaming out your name
A banda finlandesa Children Of Bodom fez uma versão
para “Hellion”.
SLEEPING (IN THE FIRE)
A sétima canção do disco é “Sleeping (In The Fire)”.
A música tem um belo início, praticamente acústico
pelos primeiros 55 segundos. Após isto, um riff bastante pesado domina a
sonoridade, mas de forma muito lenta, com Lawless variando sua voz entre
momentos agressivos e suaves. O solo é dotado de muito feeling, contribuindo
decisivamente para a qualidade da faixa.
Como o refrão demonstra, a temática continua levemente
sombria:
Taste the love
The lucifer's magic that makes you
numb
You feel what it does and you're
drunk on love
You're
sleeping in the fire
“Sleeping (In The Fire)” foi lançada como single,
mas falhou em entrar nas paradas de sucesso. As bandas Tiamat e Anders Manga
fizeram versões para a canção.
ON YOUR KNEES
“On Your Knees” é a oitava música de W.A.S.P.
A canção é típica do Glam Metal norte-americano dos
anos 80. Possui um ritmo forte, rápido e cheio de melodia, mesmo tendo certo
peso. Lawless ‘ataca’ as palavras que canta, e o refrão, mesmo um pouco
repetitivo, não compromete o resultado final da faixa.
A letra tem temática sexual, refletindo o aspecto
de culpa/pecado:
Playing with fire, lust in you burns
Reflecting the flames in your eyes
Sex and pain insane, they're really
the same
Misused and confused, bound and tied
TORMENTOR
“Tormentor” é a nona canção do disco.
A maior faixa do trabalho é “Tormentor”. Seu ritmo
inicial é mais cadenciado e com o peso na medida certa. A sonoridade aposta
novamente na mescla do Hard Rock com o Heavy Metal como o W.A.S.P. faz como
quase ninguém. Lawless volta a postar em vocais mais agressivos e o refrão
apresenta o típico ‘coro’ de vozes, presente em todo o álbum.
A letra é pequena e simples, com conotação obscura:
I'm a liar and I'm a cheat
I have no morals and I'm a thief
Pillage and plunder, curse those who
enter
I am a killer and Tormentor
“Tormentor” está presente nos filmes The
Dungeonmaster (1984) e TerrorVision (1986), como parte das trilhas sonoras de
ambos.
THE TORTURE NEVER STOPS
A décima – e última – faixa de W.A.S.P. é “The Torture
Never Stops”.
A música mantém a pegada presente em todo disco,
com um riff pesado, melódico e tendendo mais para um ritmo cadenciado. Lawless
canta de maneira bem agressiva, aproveitando sua voz característica. As
guitarras estão ótimas em uma canção que fecha o trabalho com chave de ouro.
A letra é simples e trata do tema tortura, exaltando-a:
Suck, suck, sucking at your life
Your master sucks the juice
Shoot, shoot, shooting at you
And the hangman's noose is loose
And you, you cry but no-one hears or
cares
And hope's the rope that keeps you
tied in knots
A banda Torture Division fez uma versão para a
faixa.
Considerações
Finais
Em termos de parada de sucesso, o álbum teve um
desempenho humilde, conquistando a modesta 74ª posição na parada norte-americana
da categoria.
Entretanto, como o leitor pode observar, o álbum de
estreia do W.A.S.P. é muito influente. A prova disto são as várias músicas e
versões covers de diferentes faixas que estão presentes no trabalho. A fusão do
Hard/Glam com o Metal Tradicional caiu no gosto de muitas pessoas.
A proposta musical do grupo, com bastante
agressividade e teatralidade nas suas apresentações (muito sangue,
sadomasoquismo, mulheres seminuas) e as letras cheias de conteúdo obscuro e
sexual, foram um prato cheio para as alas conservadoras norte-americanas da
época.
A associação conservadora Parents Music Resource
Center encontrou na banda um de seus alvos prediletos e, indiretamente, deu ao
grupo toda a publicidade de que ele necessitava no seu início de carreira.
O
álbum W.A.S.P. já suplantou a casa de 500 mil cópias vendidas somente nos
Estados Unidos.
Formação:
Blackie
Lawless – Vocal, Baixo
Chris
Holmes – Guitarras
Randy
Piper – Guitarras, Backing Vocals
Tony
Richards – Bateria, Backing Vocals
Faixas:
01.
I Wanna Be Somebody (Lawless) - 3:43
02.
L.O.V.E. Machine (Lawless) - 3:51
03.
The Flame (Lawless/Holmes/J. Marquez) - 3:41
04.
B.A.D. (Lawless) - 3:56
05.
School Daze (Lawless) - 3:35
06.
Hellion (Lawless) - 3:39
07.
Sleeping (In the Fire) (Lawless) - 3:55
08.
On Your Knees (Lawless) - 3:48
09.
Tormentor ( Lawless/Holmes)
- 4:10
10.
The Torture Never Stops (Lawless) - 3:56
Letras:
Para o conteúdo complete das letras, indicamos o
acesso a: http://letras.mus.br/wasp/
Opinião do
Blog:
O W.A.S.P. é uma das bandas mais influentes,
respeitadas e importantes que foram oriundas do Hard Rock/Glam Metal
norte-americano dos anos oitenta. Em quase 30 anos, o grupo se manteve ativo e
produtivo, uma vez que já somam 14 álbuns de estúdio, sendo alguns mais
relevantes que outros, mas vários de ótima qualidade.
É claro que sendo o único membro que permaneceu no
conjunto, Blackie Lawless é a alma da banda. Tudo de bom (e ruim) que o grupo
produziu tem o dedo e a criatividade de seu vocalista.
Lawless trabalhou muito e intensamente pelo sucesso
de sua banda. Ao longo de sua carreira, todo seu talento acabou andando lado a
lado com sua face controversa, o que ajudou a consagrar o W.A.S.P.
Falando-se mais especificamente do álbum de estreia
do grupo, o que o ouvinte escuta é o embrião seminal de uma das marcas
registradas da banda: sua sonoridade Hard Rock (ou Glam Metal), repleta de
melodia, riffs precisos e contagiantes, mesclado com boas doses de peso do
Heavy Metal.
Como foi dito, o W.A.S.P. é uma das melhores bandas
em mesclar o Hard com o Metal de maneira precisa.
Há ótimas faixas em W.A.S.P.: “I Wanna Be Somebody”
é a mais conhecida, mas mesmo assim é excelente. Outras ótimas canções são “L.O.V.E. Machine”, “Sleeping
(In The Fire)” e “School Daze”. Todo o álbum é bem coeso e não há pontos
muito baixos.
As letras são bem simples, por vezes mais banais,
mas não comprometem o resultado final.
O W.A.S.P. é mais uma banda de Hard Rock/Glam Metal
no Blog, estilo do qual o blogeiro tanto gosta. Um grupo muito interessante que
merece a atenção do leitor que acompanha o Rock: Álbuns Clássicos. Muito
recomendado.