Dirty Rotten Filthy Stinking Rich é o álbum de
estreia da banda norte-americana chamada Warrant. Seu lançamento oficial
ocorreu no dia 31 de janeiro de 1989 através do selo Columbia. As gravações
aconteceram entre abril e novembro de 1988 no The Enterprise Estúdio, situado
em Burbank, na Califórnia. A produção ficou a cargo de Beau Hill.
O Warrant faz parte das bandas norte-americanas que
tocavam Hard Rock nos Estados Unidos (ou Glam Metal). Contar-se-á, brevemente,
como o grupo surgiu e posteriormente os aspectos que envolvem o álbum mais
especificamente, como é a tradição do Blog.
O Warrant foi formado em 1984 pelo guitarrista Erik
Turner, o qual fazia parte de um grupo chamado Knightmare II.
A primeira formação da banda incluía o vocalista
Adam Shore, o baterista Max Asher (Max Mazursky), o guitarrista Josh Lewis e o
baixista Chris Vincent, sendo este rapidamente substituído por Jerry Dixon.
Erik Turner:
A banda batalhou duro na Califórnia, fazendo shows
de abertura para nomes como Hurricane, Ted Nugent, Stryper e Black N' Blue,
entre outros. Mas em Setembro de 1986, tanto Shore quanto Asher saíram para
criarem o Hot Wheelz.
Ainda naquele mesmo mês, Erik Turner foi a um show
e viu uma banda chamada Plain Jane, a qual havia se tornado uma presença
regular no circuito de clubes de Los Angeles.
Turner ficou impressionado com as composições e
performance vocal do grupo, convidando o vocalista Jani Lane e o baterista
Steven Sweet para fazerem uma Jam com sua banda no Hollywood db Som em setembro
de 1986 .
Lane e Sweet, juntamente com o guitarrista Joey
Allen (que substituiu Lewis) completaram o line-up renovado do Warrant, em
1987. Como se observou com os anos, o recrutamento de Jani Lane se provou
crucial para o futuro da banda, com o vocalista rapidamente assumindo o papel
de principal compositor do grupo.
Depois de alcançar a fama na cena de clubes de Los
Angeles, a banda gravou uma fita demo em setembro de 1987 para Paisley Park
Records, uma gravadora de propriedade do músico Prince. Com grandes gravadoras
que se tornavam interessadas e depois de gravarem faixas para a A&M Records,
a banda também se colocou em exposição fazendo parte da trilha sonora do filme Bill
and Ted's Excellent.
Por fim, foi anunciado que a Columbia havia
contratado o Warrant.
Lane imediatamente comprou um Corvette preto, provando
estar pronto para viver no Rock n' Roll.
Jani Lane:
O Warrant começou a excursionar com o D' Molls e depois com Britny Fox. A gravadora
imediatamente providenciou para que trabalhassem com o produtor Beau Hill, para
tratarem do que viria a ser o álbum de estreia da banda.
Com a produção de Beau Hill, o Warrant gravou o seu
primeiro trabalho nos estúdios The Enterprise, entre abril e novembro de 1988.
A arte da capa apresenta um manager, com referências negativas de ambição,
riqueza e corrupção.
32 PENNIES
Abre o álbum a canção “32 Pennies”.
Guitarras pesadas e típicas do Hard Rock
norte-americano dos anos 80 são a base da faixa. O ritmo é pesado, mas cadenciado. Os vocais de
Jani Lane são fortes e com boa dose de malícia, construindo um início convincente
para o trabalho.
A letra aborda a temática romântica associada ao
materialismo:
Ooh Ooh baby yeah
32 pennies in a Ragu jar
That's all I've got to my name
But I love her and she loves me
To the pennies its all the same
DOWN BOYS
“Down Boys” é a segunda faixa do disco.
Um riff bastante pesado e arrastado constrói a base
da segunda música do álbum de estreia do Warrant. O peso fundamental da canção
é mesclado com algumas passagens mais calmas, especialmente no refrão. Jani
Lane alterna seu vocal de acordo com as passagens instrumentais.
A letra tem temática sexy:
Some things you do really make me
mad
I must confess
The way the streetlight silhouttes
Your thighs
inside your dress
“Down Boys” foi o primeiro single lançado para
promover o disco. Alcançou a 27ª posição da parada norte-americana desta
natureza. Além de um dos maiores sucessos do grupo, a faixa é tida como uma das
mais pesadas da discografia da banda.
BIG TALK
A terceira música do álbum de estreia do Warrant é “Big
Talk”.
A bateria de Steven Sweet está bem mais proeminente
nesta faixa do trabalho. O ritmo é envolvente, com certa dose de peso, mas com
andamento mais lento. Os vocais de Lane são bons, em um dos melhores momentos do
trabalho.
A letra fala daquelas pessoas que gostam de se
gabarem:
I dont know why
Some men lay down and die
Don't they believe in what they're
saying
You should get on your feet
Beleive you
can't be beat
Remember talk
is only playing
“Big Talk” foi o terceiro single lançado para
promover este álbum. Ganhou videoclipe, mas atingiu apenas a 90ª posição da
parada norte-americana deste tipo de lançamento.
SOMETIMES SHE CRIES
A quarta faixa do disco é “Sometimes She Cries”.
O ritmo forte do trabalho é quebrado em sua quarta
canção, pois a banda resolveu apostar em uma balada. As linhas melódicas são
mais lentas, mas o peso está sempre presente, especialmente no refrão.
A letra apresenta uma figura feminina solitária e
depressiva:
Lisa don't have a lover no more,
Plays with her pillow,
Stares at the bedroom floor,
Used to have a million,
They've come and gone,
No matter what she does,
She can't figure out what she's
doin' wrong,
In a lonely night,
And in the pourin rain
“Sometimes She Cries” foi o quarto single lançado
para promover o álbum e obteve boa repercussão, alcançando a 20ª posição da
parada norte-americana desta natureza. É das mais conhecidas músicas do grupo.
SO DAMN PRETTY (SHOULD BE AGAINST THE LAW)
“So
Damn Pretty (Should Be Against The Law)” é a quinta canção do álbum.
O riff inicial é dos melhores do trabalho e marca o
início de uma música que aposta em um ritmo mais veloz e acelerado e sem perder
nada de peso. Os vocais são muito bons, apostando em um tom mais alto e forte.
Das melhores do disco.
A letra tem franca conotação sexual:
Come on and spread your wings
Come on and let me in
You know it really ain't dirty
And not a sin
To have to hold
Love to squeeze
Come on and be my baby
Get down on
your knees
Oh yeah,
pretty, Pretty please
D.R.F.S.R.
A sexta faixa do disco é “D.R.F.S.R.”.
A sexta composição do trabalho traz o nome com as
iniciais que formam o nome do álbum. Outra vez, o grupo apostou em um ritmo
mais arrastado, embora pesado, com o refrão sendo um pouco mais suave. Outro
ponto interessante do trabalho.
A letra se refere à ganância e ao poder econômico:
Sign it all in the palm of my hand
Nothing gonna get in the way
Do you understand
I got a house
I got a jet
I got a Rolls Royce painted blue
The only
thing that's left
Is for me to own you too
IN THE STICKS
“In The Sticks” é a sétima música do trabalho.
O peso que é uma tônica de todo o álbum está
presente mais uma vez aqui. Novamente, o grupo aposta no Hard/Glam Metal como
base sonora, tendo o supracitado peso associado com o andamento mais arrastado.
A temática é mais em um tom sexy e de flerte:
Dancin' on a moonbeam
When I finally caught your name
Said you had to be going soon
And I said that that's a shame
Took you down to the willow pond
Where the cat tails grow real high
And in a few brief moments
We waived our child hood goodbye
HEAVEN
A balada “Heaven” é a oitava canção do álbum.
O início da música já indica ser uma balada, com
linhas suaves tocadas de maneira acústica, com Jani Lane cantando de maneira a
acompanhar esta levada mais leve. Depois, as guitarras voltam juntamente com a
seção rítmica, mas tudo de maneira menos intensa e pesada que o restante do
trabalho.
A letra trata de decepção amorosa:
Now the lights are going out,
Along the boulevard
Memories come rushing back and makes
it pretty hard
I've got nowhere left to go
And no one really cares
I don't know what to do
But I’ m never giving up on you
“Heaven” explodiu em um sucesso tremendo nos
Estados Unidos, tanto que a gravadora fez a banda regravar a canção para uma
versão ainda mais voltada para as rádios, depois que percebeu o potencial da
composição.
Lançada como segundo single para promover o disco,
atingiu a 2ª posição da principal parada norte-americana desta natureza. Também
foi uma das músicas favoritas dos fãs do conjunto e presença garantida nos
shows.
O videoclipe conta com a presença da modelo
escocesa Tracy Allan. Além disto, a música foi trilha sonora de um Reality Show
da TV norte-americana e teve uma versão gravada pela banda punk New Found
Glory.
A música é uma composição criada por Jani Lane em
seus tempos da banda Plain Jane.
RIDIN’ HIGH
A nona canção do trabalho é “Ridin’ High”.
O peso presente em quase todo o disco está de volta
em “Ridin’ High”, a qual é a menor faixa do álbum. O ritmo é basicamente o
mesmo de outras músicas, com o peso das guitarras ancoradas em um andamento
mais cadenciado.
A letra mistura a temática de carros com a rebeldia
juvenil:
Now I'm going downtown
Feel I should strut my stuff, babe
Workin' on one track mind
And baby that's not all
Keep the motor running cuz
I ain't got time to waste
I'm dressing
for success
I guess I'm blessed with good taste
COLD SWEAT
A décima – e última – faixa do álbum é “Cold Sweat”.
“Cold Sweat” é pesada e com um riff mais lento. Os
vocais de Jani Lane estão muito bons, casando-se perfeitamente com o
instrumental da música. A canção apresenta uma boa inspiração em Aerosmith,
especialmente nos momentos iniciais.
A letra tem temática sexual:
(And I sweat)
Every time that we touch
(And I sweat)
I get the chills up and down my
spine
(Cold sweat) You bet, You bet
Its a
midnight stage freight
Ice cold
sweat
Considerações
Finais
Catapultado pelo estrondoso sucesso da canção “Heaven”,
Dirty Rotten Filthy Stinking Rich também foi muito bem sucedido, especialmente
se for lembrado que se tratava de um álbum de estreia de uma banda praticamente
desconhecida.
Alcançou a excelente 10ª posição da parada
norte-americana de álbuns. Depois disto, o grupo ficou fortemente conhecido nos
Estados Unidos, levando-o a se apresentar perante públicos cada vez maiores.
Após o lançamento de Dirty Rotten Filthy Stinking
Rich, a banda excursionou exaustivamente com nomes como Poison, Queensryche,
Motley Crue, Cinderella, entre outros.
Os clipes extraídos dos 4 singles do disco tiveram
extensa exibição na MTV dos Estados Unidos, especialmente o de “Heaven”. Além
disso, a banda apareceu incontáveis vezes na revista Screamer até surgir em sua capa em uma edição em junho de 1989.
Da turnê foi extraído o vídeo Warrant: Live – Dirty
Rotten Filthy Stinking Rich, o qual também foi um sucesso comercial.
Há certa controvérsia sobre a gravação do álbum.
Fortes rumores apontam que os guitarristas Joey Allen e Erik Turner não tocaram
sequer uma nota em todo o disco e que todos os solos e bases de guitarras do
trabalho foram tocados pelo guitarrista Mike Slamer, que fora trazido para as
gravações pelo produtor Beau Hill.
A história nunca fora desmentida pelo grupo e quem
a confirmou, inicialmente, foi a esposa de Slamer, afirmando que seu marido
havia tocado no álbum de estreia do Warrant. Slamer, depois, também acabou
afirmando que tocou no disco, assim como Beau Hill, que disse ainda que o
Warrant foi condizente com a situação.
A justificativa dada por Hill para trazer Slamer
para o trabalho foi que eles tinham um ótimo disco, mas o trabalho de guitarra
original era abaixo do esperado.
Estima-se que Dirty Rotten Filthy Stinking Rich
ultrapasse a casa de 2 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
Formação:
Jani
Lane – Vocal, Violão
Joey
Allen – Guitarra
Erik
Turner – Guitarra
Jerry
Dixon – Baixo
Steven Sweet – Bateria
Faixas:
01.
32 Pennies (Lane) – 3:09
02.
Down Boys (Lane) – 4:04
03.
Big Talk (Lane) – 3:43
04.
Sometimes She Cries (Lane) – 4:44
05.
So Damn Pretty (Should Be Against the Law) (Lane) – 3:33
06.
D.R.F.S.R. (Lane) – 3:17
07.
In the Sticks (Lane) – 4:06
08.
Heaven (Lane) – 3:57
09.
Ridin' High (Lane) – 3:06
10.Cold
Sweat (Lane) – 3:32
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o
acesso a: http://letras.mus.br/warrant/
Opinião do
Blog:
O Warrant é outra banda apresentada pelo Blog que
faz parte da sonoridade Hard Rock/Glam Metal a qual fez tanto sucesso nos
Estados Unidos durante a década de 80.
Mesmo tendo lançado seu álbum em 1989, quando o
movimento já dava os primeiros sinais de saturação, o grupo conseguiu atingir
um patamar de sucesso bastante elevado. Seus dois primeiros álbuns se tornaram
grandes sucessos comerciais, ambos superando a casa de 2 milhões de cópias
vendidas (cada).
Dirty Rotten Filthy Stinking Rich é um bom disco,
que apresenta um trabalho de composição consistente, ancorado por suas melhores
composições.
Evidentemente, “Heaven” é seu maior destaque e para
aqueles que gostam de baladas, é praticamente impossível não se apegar à canção.
Assim como é muito difícil negar seu valor como grande composição.
Faixas mais rápidas e diretas como “Big Talk”, “D.R.F.S.R.”
e “So Damn Pretty” também são muito boas. As demais composições formam um
arcabouço de músicas entre normais e regulares.
O maior destaque vai para Jani Lane, que empresta
sua bela voz em todo o disco (atuação impecável em “Heaven”), além de ser a
mente por de trás do grupo, assinando todas as composições.
O trabalho de guitarras é correto, eficiente e de
bom gosto. Se foi mesmo Mike Slamer quem gravou todas as faixas do trabalho, a omissão do fato não deixa de ser um ponto negativo para a história do grupo.
Baixo e bateria sob a responsabilidade de Jerry
Dixon e Steven Sweet são bons e não comprometem a qualidade do que se houve.
Outro destaque são as letras que, se não são
brilhantes e inovadoras, fogem da temática exclusivamente sexual que as bandas
do estilo exploravam.
O Warrant seguiu gravando álbuns e excursionando,
incluindo alguns hiatos durante todo o período desde 1989, continuando ativa
mesmo após a morte de Jani Lane, em 2011, seu principal e melhor compositor.
Dirty Rotten Filthy Stinking Rich é um bom trabalho,
especialmente se tratando de um álbum de estreia, com boas composições e
mostrando uma banda em seu melhor momento. Vale à pena uma conferida.
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