2 de junho de 2014

SAMMY HAGAR - SAMMY HAGAR (1977)


Sammy Hagar é o segundo álbum da carreira solo do vocalista norte-americano de mesmo nome, ou seja, o Sammy Hagar. Seu lançamento oficial aconteceu em janeiro de 1977 através do selo Capitol Records. A produção ficou sob a responsabilidade de John Carter.


Sammy Hagar ficou mundialmente conhecido a partir da metade dos anos 80 quando assumiu os vocais do Van Halen. O Blog vai tratar da história do vocalista até o lançamento do álbum Sammy Hagar, o qual é também conhecido como The Red Album.

O Blog já tratou um pouco da carreira de Sammy Hagar quando focou no álbum de estreia do Montrose, a primeira banda oficial de Sammy. O foco será a partir da saída de Hagar do grupo de Ronnie Montrose.

Paper Money, o segundo álbum do Montrose, foi lançado em outubro de 1974. Pouco tempo depois, já em 1975, Sammy Hagar resolveu deixar o grupo para se focar em uma carreira solo.

Em meados da década de 1970, Hagar começou a gravar e fazer turnês em uma carreira solo de paulatino sucesso crescente.

Primeiramente, Sammy Hagar acabou conseguindo um contrato para alguns álbuns com a Capitol Records.

Depois, deixou sua carreira sob a tutela de John Carter, o qual estava ligado à A&R, um dos departamentos ligados ao selo Capitol Records.

Em maio de 1976 foi lançado seu primeiro trabalho solo, o álbum Nine On A Ten Scale.

Para a gravação de Nine On A Ten Scale, Sammy optou por usar músicos de estúdio, a exceção do baixista Bill Church e o tecladista Alan Fitzgerald, ambos seus ex-companheiros de Montrose. A produção ficou a cargo do produtor John Carter.

O estilo do álbum não foge tanto assim ao que Sammy Hagar fazia com o Montrose. É o típico Hard Rock setentista, mas com um leve toque pop.

Destaque absoluto para a autoral “Keep On Rockin’”, uma faixa contagiante, com ótimos vocais. Também merecem realce a também autoral “Urban Guerilla”, a mais pop “Flamingos Fly” (um cover de Van Morrison) e também para “Young Girl Blues” (outro cover, desta vez do Donovan).

Sammy Hagar
Embora um trabalho com suas qualidades, Nine On A Ten Scale não obteve quase nenhuma repercussão comercial. Atingiu a modesta 167ª posição na principal parada de sucessos norte-americana, a Billboard.

Pouco tempo depois, Sammy Hagar já começou a trabalhar em seu novo disco de estúdio. Para tanto, convidou o guitarrista David Lewark e o baterista Scott Mathews.

Mathews ficou empolgado ao saber que a banda usaria os mesmos estúdios em que Ringo Starr gravou seu solo de bateria no disco dos Beatles chamado Abbey Road.

O disco seria autointitulado, mas acabou ficando conhecido como The Red Album, pois continha o primeiro grande clássico de Sammy Hagar, “Red”.

A imagem da capa, clássica, foi retirada da Stockwell Road, em Londres, no meio das fileiras da Pride & Clark, lojas de automóveis. Estes edifícios pintados de vermelho também são vistos no filme Blowup, de 1966.

Vamos às faixas:

RED

Bateria e guitarra proeminentes na introdução da primeira faixa do disco. Logo após isto, temos excelentes vocais de Sammy Hagar, embalados por destacados teclados de Alan Fitzgerald. O ritmo da canção intercala momentos mais agitados (especialmente no refrão) com outros mais calmos. Excelente composição.

A letra é simples:

The mystey of red
Red knocks 'em dead,
Some like it hot, I like it read
Red is my lover, got it covered
Red is my number, sure as a coma
Red is my drummer, and I hear red thunder

Conforme foi dito, “Red” é um grande clássico da carreira de Sammy Hagar, sendo seu primeiro sucesso em carreira solo.

A música ficou tão marcante, que acabou dando o apelido ao álbum ‘The Red Album’ e, também, a Sammy Hagar, que passou a ser conhecido como ‘The Red Rocker’. Um clássico.



CATCH THE WIND

Mais uma vez o destaque instrumental desta faixa são os teclados de Alan Fitzgerald, bastante proeminentes. O ritmo da música é bastante lento e arrastado, aproximando-se consideravelmente do que é considerada uma balada.

A letra tem clara conotação romântica:

In the chilly hours and minutes of uncertainty,
I long to be in the warm halls of your love and mine
To feel you all around me, to take your hand and walk along the sand
Oh, but I may as well try and catch the wind

Trata-se de uma versão, um cover para a canção originalmente composta pelo cantor e compositor britânico Donovan.


Foi o único single lançado para promover o álbum, mas passou sem qualquer destaque nas principais paradas de single.



CRUISIN’ & BOOZIN’

Guitarras mais presentes na terceira faixa do trabalho, com um riff bastante interessante. O ritmo é mais animado e empolgante, com uma levada típica do Hard Setentista norte-americano. Boa composição.

A letra é simples, em tom de divertimento:

Someday, I'm gonna beat this race
Be on top, you'll see
Step myself out across that line
And be anything I wanna be



FREE MONEY

Uma bela e calma melodia abre a quarta música do disco. Assim como a parte instrumental, Sammy opta por vocais mais suaves, mas que se casam perfeitamente com a canção, sendo o grande destaque da música.

A letra é uma crítica ao consumismo:

Everything was new, it was clean
And you reached out for the ring, a diamond ring
But it wasn't real, it was a dream
I woke up and I screamed!
I want you, free money!

“Free Money” é outra versão para uma canção originalmente lançada por Patti Smith em seu álbum Horses, de 1975.



ROCK ‘N’ ROLL WEEKEND

Um riff excelente é a base de “Rock ‘N’ Roll Weekend”. A música traz um ritmo empolgante, embora siga de forma mais cadenciada. A guitarra está ótima, mas a forma com que Sammy Hagar canta é o fator decisivo para o sucesso da faixa. Excepcional momento do álbum.

A letra traz a temática roqueira:

It's gonna be a rock and roll weekend
Eight o'clock's when the show begins
Get on the phone, call up all your friends
Tell 'em it's gonna be a rock and roll weekend



FILLMORE SHUFFLE

Já em “Fillmore Shuffle”, o vocalista flerta com sonoridades mais sessentistas, em uma canção que tem uma levada quase acústica. O ritmo é suave e alegre, produzindo bom entretenimento. No refrão a canção fica com uma pegada mais forte, mas logo voltando à calmaria.

A letra tem um tom esperançoso:

And I guess our life reads just a novel
Though we both keep hoping for so much more
We keep on tryin' to understand
Why we keep on livin', livin' this way

Trata-se de outra versão, pois é uma canção composta por Bruce Stephens, o qual foi integrante da banda Blue Cheer.



HUNGRY

O Hard Rock está de volta em “Hungry”, mas com uma pegada mais cadenciada, na qual o peso é usado na dose certa. A musicalidade setentista é bem desenvolvida e, mais uma vez, o destaque é a interpretação de Sammy, exata.

A letra tem temática de conquista amorosa:

Because I'm hungry for that good thing, baby
Hungry through and through
I'm so hungry for that sweet life, babe
With a real fine girl like you
I can almost taste it, sweet as wine

“Hungry” também é um cover, desta vez do sucesso gravado por Paul Revere & The Riders.



THE PITS

Nesta composição o ritmo segue como a maior parte do álbum, com uma levada mais empolgante e em um ritmo cadenciado. Não há maiores destaques individuais, sendo que o conjunto é que acaba se sobressaindo.

A letra tem uma conotação cotidiana:

I got 90 days in jail, no one would go my bail, so there I sit
It's the pits!
When the waist-line slips, 39 inch hips and your pants don't fit
You're in deeper, you dig into the pit



LOVE HAS FOUND ME

Esta música tem uma pegada consideravelmente mais pesada, mas mantendo o andamento mais cadenciado que é a tônica do disco. As guitarras imprimem um peso contagiante na música, contando com uma interpretação mais agressiva de Sammy. É um dos melhores momentos do álbum. Grande composição!

A letra é simples, mas mostra um questionamento interessante:

You showed me something I can't replace
You came to me for a whole different space
My daddy warned me, momma did too,
They said, "Son, see what some lovin' can do"



LITTLE STAR/ECLIPSE

A decimal – e última – faixa de Sammy Hagar é “Little Star/Eclipse”. A última canção do álbum é também sua maior composição, superando a casa dos 6 minutos. É uma espécie de 2 em 1: “Little Star” tem uma levada que alterna suavidade e agitação, sendo um contraponto para a calma e instrumental “Eclipse”. Ótimo momento do disco.

A letra tem uma mensagem bem otimista:

And I spread my golden wings and I fly away?
We'll be flyin', baby
Somewhere, there's a whole in the sky
Where angels fly and slide down rainbows



Considerações Finais

Muito longe de ser um sucesso comercial, o álbum Sammy Hagar ajudou a alavancar a carreira do vocalista de mesmo nome.

Atingiu a modesta 89ª posição da principal parada norte-americana de álbuns, a Billboard, muito graças a boa veiculação do sucesso “Red”.

Sammy Hagar ainda lançaria mais 3 álbuns pela Capitol Records, mas somente alcançaria o sucesso comercial quando, primeiramente, rompeu com John Carter (o qual Sammy acusou de não favorecer sua imagem como um cara do “Heavy Metal”) e, depois, de mudar para a Geffen Records, também afirmando que a Capitol Records não o promovia com tanta atenção.

Mas isto é assunto para o futuro.



Formação:
Sammy Hagar: Vocais, Guitarra
Bill Church: Baixo
Alan Fitzgerald: Teclados
David Lewark: Guitarra
Scott Mathews: Bateria

Faixas:
01. Red (Carter/Hagar) - 4:04
02. Catch the Wind (Donovan) - 4:37
03. Cruisin' & Boozin' (Hagar) - 3:09
04. Free Money (Lenny Kaye/Patti Smith) - 3:59
05. Rock 'N' Roll Weekend (Hagar) - 3:09
06. Fillmore Shuffle (Bruce Stephens) - 3:45
07. Hungry (Barry Mann/Cynthia Weil) - 3:05
08. The Pits (Carter/Hagar) - 3:06
09. Love Has Found Me (Hagar) - 3:51
10. Little Star/Eclipse (Hagar) - 6:08

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/hagar-sammy/

Opinião do Blog:
Sammy Hagar conquistou o mundo definitivamente quando assumiu os vocais do Van Halen e fez a banda atingir o topo da Billboard com álbuns como 5150 e OU812. Mas aqui está se abordando um momento bem anterior a isto.

Ao deixar o ótimo Montrose e apostar em sua carreira-solo, aos poucos Sammy foi moldando seu estilo musical próprio. E é por isso que o The Red Album está aqui: há, neste disco, os primeiros sinais da musicalidade Hard Rock que consagraria Hagar.

A banda que o acompanha é talentosa. Destaques para o baixista Bill Church que faz seu instrumento sempre presente e para o tecladista Alan Fitzgerald, que toca muito bem seu teclado em diversas passagens do disco.

O maior destaque, claro, vai para a estrela, Sammy Hagar, que entre vocais mais amenos e outros mais agressivos, demonstra todo seu talento e capacidade de transmitir emoção com suas interpretações.

As letras são simples, mas em nada comprometem o trabalho.

“Red” é uma faixa sensacional e que aponta para o futuro: nela há o Hard Rock intenso e cheio de melodia que consagraria Sammy no futuro. Impossível não se encantar por esta música se é fã de Hard Rock.

Mas não é apenas isto: “Cruisin’ & Boozin’” e Rock ‘N’ Roll Weekend” são ótimas canções, além da extraordinária “Love Has Found Me”, outra música que mostra o caminho que Hagar seguiria no futuro.

Como ponto negativo, o excesso de covers, que, mesmo sendo boas composições, servem apenas para mostrar a sempre presente veia Pop de Sammy, mas que passam a ideia da busca desesperada por um hit. Nas composições autorais, “The Pits” mostra-se totalmente descartável.


Enfim, um bom trabalho solo de Sammy Hagar, sendo um disco que se indica como diversão garantida para quem deseja um som mais leve. Recomendado!

2 comentários:

  1. É muito legal ver o Red Rocker aqui. Sammy Hagar surpreende quem só o conheceu por meio do Van Halen - pena que depois da passagem dele pela banda, os discos que lançou são bem mais ou menos (à exceção dos do Chickenfoot, uma banda meio subestimada, mas que só tem coisa boa lançada). Gosto bastante deste disco, do ao vivo "All Night Long" (um daqueles que me pergunto por que não saíram como álbum duplo...) e do "Musical Chairs". Ainda destacaria "Danger Zone" e "Standing Hampton" como bons álbuns desse grande vocalista americano. Mas para quem curte hard rock, não para a turma do metal!

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    1. Eu adoro o Sammy. Acho estes álbuns antes dele entrar no Van Halen muito legais, e ainda têm o Montrose. Gosto também do Chickenfoot, mas a carreira solo dele pós Van Halen é muito errática.

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