Sammy Hagar é o segundo álbum da carreira solo do
vocalista norte-americano de mesmo nome, ou seja, o Sammy Hagar. Seu lançamento
oficial aconteceu em janeiro de 1977 através do selo Capitol Records. A
produção ficou sob a responsabilidade de John Carter.
Sammy Hagar ficou mundialmente conhecido a partir
da metade dos anos 80 quando assumiu os vocais do Van Halen. O Blog vai tratar
da história do vocalista até o lançamento do álbum Sammy Hagar, o qual é também
conhecido como The Red Album.
O Blog já tratou um pouco da carreira de Sammy
Hagar quando focou no álbum de estreia do Montrose, a primeira banda oficial de
Sammy. O foco será a partir da saída de Hagar do grupo de Ronnie Montrose.
Paper Money, o segundo álbum do Montrose, foi
lançado em outubro de 1974. Pouco tempo depois, já em 1975, Sammy Hagar
resolveu deixar o grupo para se focar em uma carreira solo.
Em meados da década de 1970, Hagar começou a gravar
e fazer turnês em uma carreira solo de paulatino sucesso crescente.
Primeiramente, Sammy Hagar acabou conseguindo um
contrato para alguns álbuns com a Capitol Records.
Depois, deixou sua carreira sob a tutela de John
Carter, o qual estava ligado à A&R, um dos departamentos ligados ao selo
Capitol Records.
Em maio de 1976 foi lançado seu primeiro trabalho
solo, o álbum Nine On A Ten Scale.
Para a gravação de Nine On A Ten Scale, Sammy optou
por usar músicos de estúdio, a exceção do baixista Bill Church e o tecladista
Alan Fitzgerald, ambos seus ex-companheiros de Montrose. A produção ficou a cargo
do produtor John Carter.
O estilo do álbum não foge tanto assim ao que Sammy
Hagar fazia com o Montrose. É o típico Hard Rock setentista, mas com um leve
toque pop.
Destaque absoluto para a autoral “Keep On Rockin’”,
uma faixa contagiante, com ótimos vocais. Também merecem realce a também
autoral “Urban Guerilla”, a mais pop “Flamingos Fly” (um cover de Van Morrison)
e também para “Young Girl Blues” (outro cover, desta vez do Donovan).
Sammy Hagar |
Embora um trabalho com suas qualidades, Nine On A
Ten Scale não obteve quase nenhuma repercussão comercial. Atingiu a modesta
167ª posição na principal parada de sucessos norte-americana, a Billboard.
Pouco tempo depois, Sammy Hagar já começou a
trabalhar em seu novo disco de estúdio. Para tanto, convidou o guitarrista
David Lewark e o baterista Scott Mathews.
Mathews ficou empolgado ao saber que a banda usaria
os mesmos estúdios em que Ringo Starr gravou seu solo de bateria no disco dos
Beatles chamado Abbey Road.
O disco seria autointitulado, mas acabou ficando
conhecido como The Red Album, pois continha o primeiro grande clássico de Sammy
Hagar, “Red”.
A imagem da capa, clássica, foi retirada da Stockwell
Road, em Londres, no meio das fileiras da Pride & Clark, lojas de
automóveis. Estes edifícios pintados de vermelho também são vistos no filme
Blowup, de 1966.
Vamos às faixas:
RED
Bateria e guitarra proeminentes na introdução da
primeira faixa do disco. Logo após isto, temos excelentes vocais de Sammy
Hagar, embalados por destacados teclados de Alan Fitzgerald. O ritmo da canção
intercala momentos mais agitados (especialmente no refrão) com outros mais
calmos. Excelente composição.
A
letra é simples:
The mystey of red
Red knocks 'em dead,
Some like it hot, I like it read
Red is my lover, got it covered
Red is my number, sure as a coma
Red is my drummer, and I hear red
thunder
Conforme foi dito, “Red” é um grande clássico da
carreira de Sammy Hagar, sendo seu primeiro sucesso em carreira solo.
A música ficou tão marcante, que acabou dando o
apelido ao álbum ‘The Red Album’ e, também, a Sammy Hagar, que passou a ser
conhecido como ‘The Red Rocker’. Um clássico.
CATCH THE WIND
Mais uma vez o destaque instrumental desta faixa
são os teclados de Alan Fitzgerald, bastante proeminentes. O ritmo da música é
bastante lento e arrastado, aproximando-se consideravelmente do que é
considerada uma balada.
A letra tem clara conotação romântica:
In the chilly hours and minutes of
uncertainty,
I long to be in the warm halls of
your love and mine
To feel you all around me, to take
your hand and walk along the sand
Oh, but I may as well try and catch
the wind
Trata-se de uma versão, um cover para a canção
originalmente composta pelo cantor e compositor britânico Donovan.
Foi o único single lançado para promover o álbum,
mas passou sem qualquer destaque nas principais paradas de single.
CRUISIN’ & BOOZIN’
Guitarras mais presentes na terceira faixa do trabalho,
com um riff bastante interessante. O ritmo é mais animado e empolgante, com uma
levada típica do Hard Setentista norte-americano. Boa composição.
A letra é simples, em tom de divertimento:
Someday, I'm gonna beat this race
Be on top, you'll see
Step myself out across that line
And be anything I wanna be
FREE MONEY
Uma bela e calma melodia abre a quarta música do
disco. Assim como a parte instrumental, Sammy opta por vocais mais suaves, mas
que se casam perfeitamente com a canção, sendo o grande destaque da música.
A letra é uma crítica ao consumismo:
Everything was new, it was clean
And you reached out for the ring, a
diamond ring
But it wasn't real, it was a dream
I woke up and I screamed!
I want you, free money!
“Free Money” é outra versão para uma canção
originalmente lançada por Patti Smith em seu álbum Horses, de 1975.
ROCK ‘N’ ROLL WEEKEND
Um riff excelente é a base de “Rock ‘N’ Roll
Weekend”. A música traz um ritmo empolgante, embora siga de forma mais
cadenciada. A guitarra está ótima, mas a forma com que Sammy Hagar canta é o
fator decisivo para o sucesso da faixa. Excepcional momento do álbum.
A letra traz a temática roqueira:
It's gonna be a rock and roll
weekend
Eight o'clock's when the show begins
Get on the phone, call up all your
friends
Tell 'em it's gonna be a rock and
roll weekend
FILLMORE SHUFFLE
Já em “Fillmore Shuffle”, o vocalista flerta com
sonoridades mais sessentistas, em uma canção que tem uma levada quase acústica.
O ritmo é suave e alegre, produzindo bom entretenimento. No refrão a canção
fica com uma pegada mais forte, mas logo voltando à calmaria.
A letra tem um tom esperançoso:
And I guess our life reads just a
novel
Though we both keep hoping for so
much more
We keep on tryin' to understand
Why we keep on livin', livin' this
way
Trata-se de outra versão, pois é uma canção
composta por Bruce Stephens, o qual foi integrante da banda Blue Cheer.
HUNGRY
O Hard Rock está de volta em “Hungry”, mas com uma
pegada mais cadenciada, na qual o peso é usado na dose certa. A musicalidade
setentista é bem desenvolvida e, mais uma vez, o destaque é a interpretação de
Sammy, exata.
A letra tem temática de conquista amorosa:
Because I'm hungry for that good
thing, baby
Hungry through and through
I'm so hungry for that sweet life,
babe
With a real fine girl like you
I can almost taste it, sweet as wine
“Hungry” também é um cover, desta vez do sucesso
gravado por Paul Revere & The Riders.
THE PITS
Nesta composição o ritmo segue como a maior parte
do álbum, com uma levada mais empolgante e em um ritmo cadenciado. Não há
maiores destaques individuais, sendo que o conjunto é que acaba se
sobressaindo.
A letra tem uma conotação cotidiana:
I got 90 days in jail, no one would
go my bail, so there I sit
It's the pits!
When the waist-line slips, 39 inch
hips and your pants don't fit
You're in deeper, you dig into the
pit
LOVE HAS FOUND ME
Esta música tem uma pegada consideravelmente mais
pesada, mas mantendo o andamento mais cadenciado que é a tônica do disco. As
guitarras imprimem um peso contagiante na música, contando com uma
interpretação mais agressiva de Sammy. É um dos melhores momentos do álbum.
Grande composição!
A letra é simples, mas mostra um questionamento
interessante:
You showed me something I can't replace
You came to me for a whole different
space
My daddy warned me, momma did too,
They said, "Son, see what some
lovin' can do"
LITTLE STAR/ECLIPSE
A decimal – e última – faixa de Sammy Hagar é “Little
Star/Eclipse”. A última canção do álbum é também sua maior composição,
superando a casa dos 6 minutos. É uma espécie de 2 em 1: “Little Star” tem uma
levada que alterna suavidade e agitação, sendo um contraponto para a calma e
instrumental “Eclipse”. Ótimo momento do disco.
A letra tem uma mensagem bem otimista:
And I spread my golden wings and I
fly away?
We'll be flyin', baby
Somewhere, there's a whole in the
sky
Where angels fly and slide down
rainbows
Considerações Finais
Muito longe de ser um sucesso comercial, o álbum
Sammy Hagar ajudou a alavancar a carreira do vocalista de mesmo nome.
Atingiu a modesta 89ª posição da principal parada norte-americana
de álbuns, a Billboard, muito graças a boa veiculação do sucesso “Red”.
Sammy Hagar ainda lançaria mais 3 álbuns pela
Capitol Records, mas somente alcançaria o sucesso comercial quando,
primeiramente, rompeu com John Carter (o qual Sammy acusou de não favorecer sua
imagem como um cara do “Heavy Metal”) e, depois, de mudar para a Geffen
Records, também afirmando que a Capitol Records não o promovia com tanta
atenção.
Mas isto é assunto para o futuro.
Formação:
Sammy
Hagar: Vocais, Guitarra
Bill
Church: Baixo
Alan
Fitzgerald: Teclados
David
Lewark: Guitarra
Scott
Mathews: Bateria
Faixas:
01.
Red (Carter/Hagar) - 4:04
02.
Catch the Wind (Donovan) - 4:37
03.
Cruisin' & Boozin' (Hagar) - 3:09
04.
Free Money (Lenny Kaye/Patti Smith) - 3:59
05.
Rock 'N' Roll Weekend (Hagar) - 3:09
06.
Fillmore Shuffle (Bruce Stephens) - 3:45
07.
Hungry (Barry Mann/Cynthia Weil) - 3:05
08.
The Pits (Carter/Hagar) - 3:06
09.
Love Has Found Me (Hagar) - 3:51
10.
Little Star/Eclipse (Hagar) - 6:08
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o
acesso a: http://letras.mus.br/hagar-sammy/
Opinião do
Blog:
Sammy Hagar conquistou o mundo definitivamente
quando assumiu os vocais do Van Halen e fez a banda atingir o topo da Billboard
com álbuns como 5150 e OU812. Mas aqui está se abordando um momento bem
anterior a isto.
Ao deixar o ótimo Montrose e apostar em sua
carreira-solo, aos poucos Sammy foi moldando seu estilo musical próprio. E é
por isso que o The Red Album está aqui: há, neste disco, os primeiros sinais da
musicalidade Hard Rock que consagraria Hagar.
A banda que o acompanha é talentosa. Destaques para
o baixista Bill Church que faz seu instrumento sempre presente e para o
tecladista Alan Fitzgerald, que toca muito bem seu teclado em diversas
passagens do disco.
O maior destaque, claro, vai para a estrela, Sammy
Hagar, que entre vocais mais amenos e outros mais agressivos, demonstra todo
seu talento e capacidade de transmitir emoção com suas interpretações.
As letras são simples, mas em nada comprometem o
trabalho.
“Red” é uma faixa sensacional e que aponta para o
futuro: nela há o Hard Rock intenso e cheio de melodia que consagraria Sammy no
futuro. Impossível não se encantar por esta música se é fã de Hard Rock.
Mas não é apenas isto: “Cruisin’ & Boozin’” e
Rock ‘N’ Roll Weekend” são ótimas canções, além da extraordinária “Love Has
Found Me”, outra música que mostra o caminho que Hagar seguiria no futuro.
Como ponto negativo, o excesso de covers, que,
mesmo sendo boas composições, servem apenas para mostrar a sempre presente veia
Pop de Sammy, mas que passam a ideia da busca desesperada por um hit. Nas
composições autorais, “The Pits” mostra-se totalmente descartável.
Enfim, um bom trabalho solo de Sammy Hagar, sendo
um disco que se indica como diversão garantida para quem deseja um som mais
leve. Recomendado!
É muito legal ver o Red Rocker aqui. Sammy Hagar surpreende quem só o conheceu por meio do Van Halen - pena que depois da passagem dele pela banda, os discos que lançou são bem mais ou menos (à exceção dos do Chickenfoot, uma banda meio subestimada, mas que só tem coisa boa lançada). Gosto bastante deste disco, do ao vivo "All Night Long" (um daqueles que me pergunto por que não saíram como álbum duplo...) e do "Musical Chairs". Ainda destacaria "Danger Zone" e "Standing Hampton" como bons álbuns desse grande vocalista americano. Mas para quem curte hard rock, não para a turma do metal!
ResponderExcluirEu adoro o Sammy. Acho estes álbuns antes dele entrar no Van Halen muito legais, e ainda têm o Montrose. Gosto também do Chickenfoot, mas a carreira solo dele pós Van Halen é muito errática.
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