15 de agosto de 2014

TESLA - MECHANICAL RESONANCE (1986)


Mechanical Resonance é o álbum de estreia da banda norte-americana chamada Tesla. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 8 de dezembro de 1986, através do selo Geffen Records. As gravações se deram no Bearsville Studios, em Bearsville, Estados Unidos, durante aquele mesmo ano. A produção ficou a cargo de Steve Thompson e Michael Barbiero.


O Tesla é outra banda que chega ao Blog representando o Hard Rock norte-americano, mas que é erroneamente associada ao Glam Metal. O Blog vai tratar resumidamente da origem do grupo para depois analisar o seu álbum de estreia, faixa a faixa, como de costume.

As origens do Tesla estão no final de 1982, quando o baixista Brian Wheat (então com 20 anos) e o guitarrista Frank Hannon (15 anos), formaram um grupo com o nome de City Kidd.

A banda passou boa parte de seu tempo fazendo shows no extinto Ballroom Oasis de Sacramento.

Eles também começaram a trabalhar com o lendário guitarrista de rock norte-americano, Ronnie Montrose (da inesquecível banda Montrose), com o objetivo de criar alguma canção impactante, ou seja, um 'hit'.

Segundo o raciocínio deles: “Queríamos conseguir um contrato e pensamos que a maneira de fazer isso era criar um single de sucesso”.

Novos produtores e gestores da banda apontaram o grupo no sentido de criarem músicas para as rádios (pop rock), e, para conseguir o material adequado, o empresário da banda Steve Clausman contratou o vencedor do Grammy, Duane Hitchings, que forneceu canções de Rod Stewart, como “Da Ya Think I'm Sexy?” e “Infatuation”, para o grupo.

Frank Hannon

Um representante da Geffen Records, em seguida, viu onde a banda City Kidd estava e os encontrou, avisando-os que somente iriam contratá-los se: “escrevessem a partir do intestino e não a partir de fórmulas”.

Assim, em 1986, a banda mudou novamente sua direção e com um novo nome, Tesla.

A banda City Kidd foi renomeada Tesla durante a gravação de seu primeiro álbum, de 1986, Mechanical Resonance, sob o conselho de seu manager de que City Kidd não era um grande nome (além disso, já existia uma outra banda homônima).

A banda deriva seu nome, certos títulos de álbuns e músicas, e alguns conteúdos de canções dos eventos relacionados ao inventor e engenheiro elétrico Nikola Tesla. Junto com os próximos dois álbuns de estúdio da banda, Mechanical Resonance, foi produzido por Michael Barbiero e Steve Thompson

Formação original da banda consistia do vocalista Jeff Keith, os guitarristas Frank Hannon e Tommy Skeoch, o baixista Brian Wheat, e o baterista Troy Luccketta.

A música do Tesla é muitas vezes referida como Hard Rock. As letras da banda também fugiam dos temas populares do gênero, particularmente na década de 1980, no início de sua carreira.

Uma outra distinção de seus contemporâneos era a sua imagem (T-shirt e calças de brim) que estavam em forte contraste ao das bandas de glam metal da época, que foram caracterizados por cabelos grandes, calças de couro, maquiagem e extremamente chamativo.

Jeff Keith

Além disso, nos primeiros dias de sua carreira, Tesla saiu em turnê com David Lee Roth, Alice Cooper, Def Leppard e Poison, o que incorretamente resultou na banda a ser categorizada como uma banda de glam metal. Os membros da banda se ressentiram desta rotulagem.

A banda foi vaiada no palco ao abrir um show para o Def Leppard em Calgary, de certa forma injusta, pois que eles estavam tocando bem, mas eram pouco conhecidos e a multidão queria assistir ao ato principal.

Vamos às faixas:

EZ COME EZ GO

Um baixo bastante presente e um inspirado solo de guitarra marcam o início do álbum, logo seguidos por um riff de guitarra interessante. Vocais precisos compõem o ritmo exato, que intercala momentos mais calmos com outros mais pesados. O refrão é empolgante. Um ótimo começo para o álbum.

A letra divaga sobre aquilo que se consegue fácil e, normalmente, perde-se facilmente também:

Sometimes it just feels so right, and other times so wrong
Every new day it brings on the night, the change goes on and on and on and on



CUMIN’ ATCHA LIVE

Mais distorção e peso chegam com a segunda música de Mechanical Resonance. Um solo interessante marca seu início e logo depois surge um riff que lembra o Aerosmith setentista da melhor safra. Jeff Keith canta de maneira muito eficiente em uma excelente faixa.

As letras são bem simples:

I'm a mean machine, I'm the kind you don't wanna meet
My middle name is trouble, I'm a danger in the street
My motor's in overdrive, I got my pedal to the floor
Never get enough, always comin' back for more - yeah yeah



GETTIN’ BETTER

Pela primeira vez o ritmo cai, ao menos nos primeiros momentos da terceira música do álbum. Desta vez o peso continua presente, mas a banda põe o pé no freio, apostando em um ritmo mais cadenciado. Fica evidente que o grupo bebeu na fonte do Hard Setentista e o resultado o ouvinte pode perceber em canções como esta.

A letra é legal e aposta em uma mensagem otimista:

I'm a hard workin' man, doin' all that I can, tryin' to make ends meet
Just a-makin' my way through this jungle today, it's gettin' the best of me

Foi o segundo single para promover o disco, mas não atingiu as principais paradas de sucesso.



2 LATE 4 LOVE

O peso está mais presente que nunca em “2 Late 4 Love”. Desta feita o grupo aposta em uma sonoridade que bebe no Heavy Metal dos anos 80 – lembrando a carreira solo de Ozzy Osbourne. O resultado é novamente empolgante, em uma música que conquista o ouvinte.

Desta feita, a letra tem conotação romântica, mas em um viés mais pessimista:

Foolish hearts gettin' caught up in a lover's game
That's the way some want it to be
Now all I need is someone, just to get me through the night
Any more is too much for me



ROCK ME TO THE TOP

Já na quinta música do trabalho, a banda demonstra ter bebido na fonte do Van Halen. O ritmo é bem contagiante, de forma cadenciada e com o peso de mãos dadas com a melodia. O solo transpira feeling. Ótima canção!

A letra é simples:

I'll take command, take control, now I see you comin' back for more
I see you like it, but you don't need it, oooh, you wanna feel it



WE’RE NO GOOD TOGETHER

O ritmo do disco cai drasticamente em sua sexta faixa. Desta vez o grupo aposta em uma canção mais calma, a qual evolui de maneira bastante lenta e melodiosa. A canção é uma balada, mas sem muitos atrativos, embora em seu fim o andamento fique bem mais rápido e haja um solo interessante.

A letra é com temática romântica.

Oh now, now I try to tell you baby, there ain't nothing we can do
'Cos I'm no good for you, oh no baby, you're no good for me



MODERN DAY COWBOY

Um riff brilhante e pesado é a base para a sétima música do trabalho. O ritmo segue apostando neste peso, mas de maneira mais cadenciada. O refrão é uma construção bem interessante por parte da banda, que oscila o ritmo da música no seu transcorrer, ou seja, alterna partes mais pesadas e rápidas com outras mais lentas e leves. Excelente momento do disco.

A letra se refere a um Cowboy nos dias mais atuais:

Stormy night under dead black skies, Billy pulls into town
Thunder rolls and the lightning bolts come crashin' to the ground
Cold as ice, hard as stone, as he walks into the room
With another man who was feeling the same way, all hell's breakin' loose

Lançada como single, teve repercussão razoável na parada de sucesso norte-americana desta natureza. Acabou atingindo a boa 35ª posição.


“Modern Day Cowboy” é um dos maiores clássicos do Tesla, sendo presença constante no set list do grupo.



CHANGES

“Changes” tem um andamento mais lento inicialmente, mas fica mais pesada e rápida quando se aproxima do refrão, trazendo o “ápice” da música para o mesmo. É uma composição bastante interessante.

A letra é inteligente, abordando o tema da experiência que é alcançada com o passar do tempo:

Changes, time's makin' changes in my life
Rearrangin', can't seem to stop the hands of time
I remember, I was so young, I was much too young to see
Now I'm older, growing older, and I see things differently
Oh can't you see, it's changin' you and me



LITTLE SUZI

Uma suave e bela melodia marca o início de “Little Suzi”. Mas depois o peso reaparece em um andamento mais cadenciado. O riff é simples, mas cativante. Keith tem uma de suas melhores atuações vocais no álbum. Outro bom momento.

“Little Suzi” é um cover para a música “Little Suzi’s On The Top” da banda inglesa Ph. D.

Lançada como single, alcançou a 22ª posição da parada de singles norte-americana.



LOVE ME

Mais uma canção que segue a musicalidade na qual o Tesla aposta na maioria das faixas do disco: andamento cadenciado, com peso e melodia se fundindo de maneira harmoniosa. Típico Hard Rock que bebe no estilo da década de 70.

A temática da letra é de romance:

It's day and I'm feelin' high, what's the chances for you and I
I've got a love on my mind, lovin's on my mind
Now take me, lay me down, show me what you're all about
If you got the time, I wanna make you mine



COVER QUEEN

Um dos melhores riffs do álbum está em “Cover Queen”, com um ótimo ar setentista. O andamento é outra vez mais lento, mas não falta peso à canção em nenhum momento. Com ótimas guitarras e excelentes vocais, tem-se outra grande composição do Tesla no trabalho.

A letra tem temática de conquista amorosa impossível:

Hey there cover queen, you know the time will come
Where you're not laughin', neither one
'Cos the pretty smile will have a brandnew face
Will come along to take your place



BEFORE MY EYES

A décima segunda – e última – faixa de Mechanical Resonance é “Before My Eyes”. A canção tem um excelente riff base e aposta na pegada principal do trabalho, sem grandes alterações. O principal destaque desta música é a intensa e emocionante interpretação de Keith em outro bom momento do disco!

A letra é bastante misteriosa:

I can't resist, I'm hypnotized
I can see the colours coming one after another for me
I see an image of myself



Considerações Finais

Sendo um trabalho bastante sólido, Mechanical Resonance acabou se saindo bem na principal parada de sucessos norte-americana: acabou atingindo a boa 32ª posição.

Especialmente “Modern Day Cowboy” e “Little Suzi” tiveram boa circulação nas rádios especializadas em Rock e ajudaram na divulgação do trabalho. Há que se lembrar também que no ano de seu lançamento, 1986, o Glam Metal estava no auge nos Estados Unidos, fato que ajudou na popularização de Mechanical Resonance, embora este não se enquadre exatamente no estilo.

Como foi abordado no texto, o sucesso do disco permitiu ao Tesla entrar em turnê como show de abertura para o Def Leppard, banda que era um dos grandes nomes do Hard Rock nos anos oitenta.

Mechanical Resonance supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.


Formação:
Jeff Keith - Vocais
Frank Hannon - Guitarras acústicas e elétricas, Teclados, Bandolim, Backing Vocals
Tommy Skeoch - Guitarras acústicas e elétricas, Backing Vocals
Brian Wheat - Baixo, Backing Vocals
Troy Luccketta - Bateria, Percussão

Faixas:
01. EZ Come EZ Go (Hannon/Keith/Luccketta/Skeoch/Wheat) - 3:32
02. Cumin' Atcha Live (Hannon/Keith/Wheat) - 4:25
03. Gettin' Better (Hannon/Keith) - 3:20
04. 2 Late 4 Love (Hannon/Keith/Luccketta/Skeoch/Wheat) - 3:50
05. Rock Me to the Top (Keith/Skeoch) - 3:38
06. We're No Good Together (Hannon/Keith/Luccketta) - 5:15
07. Modern Day Cowboy (Hannon/Keith/Skeoch) - 5:19
08. Changes (Hannon/Keith/Luccketta/Skeoch/Wheat) - 5:02
09. Little Suzi (Jim Diamond/Tony Hymas) - 4:55
10. Love Me (Hannon/Keith/Wheat) - 4:15
11. Cover Queen (Hannon/Keith) - 4:32
12. Before My Eyes (Hannon/Keith/Luccketta/Skeoch) - 5:25

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/tesla/

Opinião do Blog:
Os membros do Tesla ficavam bravos quando a banda era associada ao movimento Glam Metal quando do seu surgimento nos anos 80. Para quem teve a curiosidade de ouvir Mechanical Resonance por completo entendeu o motivo da raiva e, provavelmente, concordou com a mesma.

É claro que o estilo proposto pelo grupo é também o Hard Rock, mas o Tesla possui uma identidade diferente daquela das bandas do Glam Metal.

O Tesla possui uma clara e identificável pegada setentista em praticamente todas suas canções. O peso está presente, mas de maneira dosada. Outro fator interessante é que a banda aposta em riffs melodiosos, não tão diretos, que podem lembrar bandas que faziam o mesmo como Led Zeppelin e Aerosmith, por exemplo.

Mechanical Resonance não mudou o mundo da música, mas trata-se de um ótimo disco. Nele os músicos mostram talento e envolvimento total com as canções, contribuindo para a qualidade do que se ouve. Destaque para os vocais de Jeff Keith.

As letras são boas e o Blog recomenda que o leitor dê uma conferida nas mesmas.

“Modern Day Cowboy” é uma grande composição, mas não está sozinha no disco, pois há outras faixas igualmente brilhantes: “Gettin’ Better”, “Cover Queen”, “Cumin’ Atcha Live” e “EZ Come EZ Go” são todas ótimas.

De negativo, talvez, apenas “We’re No Good Together” que em nada acrescenta ao trabalho.


Mas Mechanical Resonance é um ótimo trabalho que merece ser apreciado pelos amantes do Hard Rock. Banda e álbum muito bem recomendados pelo Blog. Até o próximo post!

8 de agosto de 2014

RAVEN - STAY HARD (1985)


Stay Hard é o quarto álbum de estúdio da banda inglesa Raven. Seu lançamento oficial aconteceu em 1985, com as gravações ocorrendo no Pyramid Studios, em Ithaca, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Michael Wagener, Tony Incigeri, Jon e Marsha Zazula, assim como da própria banda.


O Raven é uma banda britânica de Heavy Metal, a qual possui suas origens ligadas a New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), e que conseguiu alguma repercussão junto ao público. O post vai tratar da história do grupo para posteriormente fazer a análise das canções.

O Raven foi formado em 1974, em Newcastle, na Inglaterra, pelos irmãos John Gallagher e Mark Gallagher e também por Paul Bowden.

Raven começou a criar um som que estava enraizado no Hard Rock britânico, com tendências de rock progressivo e uma vontade de se arriscar em diferentes estilos musicais.

Os shows da banda eram intensos e frenéticos e a interação entre os membros do grupo desenvolveu uma imagem única (aliada ao estilo de tocarem seus instrumentos), descrito como “Athletic” (atlético, em uma tradução literal).

O grupo começou a usar apetrechos tais como protetores, capacetes e placas de vários esportes (hóquei, beisebol, etc), e as incorporar à reprodução de seus instrumentos (por exemplo, cotoveleiras e máscaras de hóquei foram usadas para atacar címbalos).

John Gallagher
Sua musicalidade começou a se desenvolver em uma amálgama única de velocidade e potência - influenciando fortemente os gêneros de metal com maior velocidade, tais como thrash metal e power metal.

A banda acabou conquistando uma reputação como um show extremamente enérgico - e por, regularmente, acabar destruindo seu equipamento.

Eles começaram tocando em pubs locais e trabalhando em clubes masculinos, no Nordeste da Inglaterra - ocasionalmente abrindo shows para bandas punk como The Stranglers e The Motors.

Eventualmente, a banda assinou um contrato de gravação com o selo Neat Records, um lendário selo de Heavy Metal para baixos orçamentos.

O primeiro single foi “Don't Need Your Money” e em 1980 o grupo embarcou como banda de abertura para grupos como Motorhead, Whitesnake, Iron Maiden e Ozzy Osbourne.

Seu primeiro álbum foi “Rock Until You Drop”, lançado com relativo sucesso em 1981, dando à banda uma turnê por Itália e Holanda e construindo uma fiel base de fãs no 'underground'.

O segundo álbum, “Wiped Out”, foi lançado em 1982 e foi influente na criação das crescentes vertentes do Heavy Metal; o Thrash Metal e o Speed Metal. O álbum conseguiu alguma repercussão no Reino Unido, embora não tanto em termos de paradas de sucesso.

A repercussão foi suficiente para chamar a atenção do mercado norte-americano, atraindo o selo Megaforce Records, de Nova Jersey, que acabou assinando contrato com o Raven.

O terceiro álbum veio em 1983, com o nome de All For One, já sendo lançado também nos Estados Unidos pelo selo Megaforce Records.

Naquele mesmo ano, o Raven excursionou pelos Estados Unidos de maneira extensiva, tendo como banda de abertura um jovem grupo que havia lançado seu debut, o Metallica e seu genial Kill 'Em All.

Mark Gallagher
O gerente e fundador da Megaforce, Johnny Zazula, acreditava que o Raven era uma banda para as grandes gravadoras e os manteve em turnê constantemente até que as mesmas notassem o grupo.

O ao vivo Live at the Inferno, resultado de uma das intensas turnês, foi lançado em 1984.

A Atlantic Records assinou um contrato com o Raven, fazendo a banda mudar sua base permanente de Newcastle para Nova York.

O quarto álbum de estúdio, Stay Hard, sairia em 1985. É sobre ele que o Blog vai tratar agora:

STAY HARD

Um típico Heavy Metal clássico abre o álbum. O ritmo é intenso, o peso está bem presente e a velocidade é moderada. Os vocais são bons e o solo é competente e correto. Uma ótima forma de se começar o disco.



WHEN THE GOING GETS TOUGH

Outro bom riff inicia a segunda faixa do trabalho, com a bateria bastante proeminente, em um bom momento de Bob Hunter. A levada da música é mais rápida que sua precedente, mas com o mesmo peso.



ON AND ON

Com uma pegada um pouco mais comercial, flertando com o Hard Rock – tão em alta nos Estados Unidos naquela década – assim é “On And On”. O ritmo é mais cadenciado, sendo uma canção bem menos pesada que as antecessoras. Mesmo assim, trata-se de um dos pontos mais altos do álbum.

“On And On” foi lançada como single para promover o álbum Stay Hard, mas não conseguiu emplacar nas principais paradas de sucesso.

Entretanto, “On and On” conseguiu boa circulação nas rádios e MTV norte-americana, sendo considerado um dos bons sucessos que o Raven conseguiu emplacar.



GET IT RIGHT

O peso está de volta em “Get It Right”. No refrão o ritmo se torna mais lento, flertando novamente com o Hard Rock. Trata-se de uma composição mais simples e que apenas complementa o disco.



RESTLESS CHILD

Um riff bem mais impactante é a base de “Restless Child”, lembrando-se de maneira mais marcante a New Wave Of British Heavy Metal. O andamento da canção é mais lento, mas com boa intensidade. O solo é ótimo!



THE POWER AND THE GLORY

“The Power and The Glory” lembra bastante os trabalhos iniciais do Mötley Crüe, com uma sonoridade que é uma mistura de Hard Rock com Heavy Metal, mas sem o mesmo brilhantismo dos norte-americanos. Trata-se de uma canção boa, mas que tinha potencial para ser bem melhor.



PRAY FOR THE SUN

“Pray For The Sun” é uma tentativa do Raven em fazer uma balada nos moldes do Hard oitentista. O resultado é razoável, pois a melodia não é das mais bonitas e a produção atrapalha um pouco a audição quando a música tenta ficar mais pesada. Os solos são competentes.



HARD RIDE

O Heavy Metal com pegada oitentista volta, desta vez lembrando bastante o que o Judas Priest fazia naquela década. É uma faixa pesada, direta, sem firulas, com guitarras bem colocadas e vocais concisos. Outro momento bem interessante do disco.



EXTRACT THE ACTION

“Extract The Action” é um sopro de Heavy Metal tradicional no trabalho, ao melhor estilo NWOBHM, o que a torna um dos melhores momentos de todo o disco. O peso está bem presente, além do fato do riff ser de qualidade impressionante. Excelente!



THE BOTTOM LINE

O baixo de John Gallagher começa bastante presente na última canção do trabalho. Trata-se de uma faixa instrumental, a qual conta com peso e ritmo acelerado, em uma boa composição. Fecha o álbum de maneira bastante digna.

Considerações Finais

Com apoio de uma gravadora maior, melhores exposição e divulgação, o Raven conseguiu pela primeira vez aparecer na principal parada de sucessos dos Estados Unidos, apesar de ser apenas com a modestíssima 81ª posição.

A verdade é que a Atlantic Records forçou a banda a mudar seu som para um estilo mais comercial, pois nos Estados Unidos o Glam Metal estava no auge durante o ano de 1985. Claro, com a conivência da banda.

Fãs mais inveterados do grupo torceram o nariz para Stay Hard e a posição do Raven em tentar uma proposta mais comercial.

Mas com o passar dos anos, o Raven voltou ao seu estilo mais habitual e pesado, ganhando novamente boa parte do público fiel que o grupo conquistou no Underground.



Formação:
John Gallagher - Baixo, Vocais
Mark Gallagher - Guitarra
Rob Hunter – Bateria

Faixas:
01. Stay Hard (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 2:59
02. When the Going Gets Tough (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:34
03. On and On (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:54
04. Get It Right (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 4:49
05. Restless Child (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 2:45
06. The Power and the Glory (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:37
07. Pray for the Sun (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 4:22
08. Hard Ride (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:15
09. Extract the Action (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:04
10. The Bottom Line (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:37

Letras:
Infelizmente, o Blog não conseguiu encontrar um link confiável com as letras das canções. Pedimos desculpas aos leitores do Blog, com a promessa de que se as encontrarmos no futuro, faremos uma atualização deste post.

Opinião do Blog:
Quem acompanha o Blog mais de perto sabe que o mesmo não possui preconceitos estabelecidos em questões musicais. Mudanças de estilos e novas propostas musicais são aqui analisadas com base exclusivamente em nossa opinião sobre o resultado musical do álbum.

O Raven tem seu nome cravado na NWOBHM, com álbuns bem interessantes como Rock Until You Drop e Wiped Out. Mas o Blog preferiu dar uma olhada em um disco mais polêmico, Stay Hard.

Não há muito que se falar sobre a qualidade dos músicos. Todos executam o que se propõem a fazer com qualidade e competência, mesmo que não sejam brilhantes.

O fato de a banda ser conivente com a proposta da gravadora em fazer um álbum mais comercial, voltado ao Hard Rock, gerou um trabalho no mínimo dúbio. Há momentos muito bons e outros bem estranhos.

“Stay Hard” é um bom momento do disco, assim como a instrumental “The Bottom Line”. “On and On” abraça o Hard Rock, mas mesmo assim é uma canção bastante interessante, mas é quando o grupo volta às raízes, com “Extract The Action”, é que ele atinge seu ponto máximo.

Entretanto, há pontos baixos no álbum. “When the Going Gets Tough” e “Get It Right” são canções que em nada acrescentam à discografia do Raven. Mas pode ser pior, e é: “Pray For The Sun” é uma composição forçada, sem nenhum brilho e que diminui o valor final de Stay Hard.


Mesmo assim, o álbum vale uma conferida para quem tem a mente mais aberta e não é tão apegado a tradições. Claro, Stay Hard está em um nível abaixo do melhor que o Raven produziu, mas como a banda é boa, vale à pena conhecer uma faceta diferente dos britânicos.