Stay Hard é o quarto álbum de estúdio da banda
inglesa Raven. Seu lançamento oficial aconteceu em 1985, com as gravações
ocorrendo no Pyramid Studios, em Ithaca, nos Estados Unidos. A produção ficou a
cargo de Michael Wagener, Tony Incigeri, Jon e Marsha Zazula, assim como da
própria banda.
O Raven é uma banda britânica de Heavy Metal, a
qual possui suas origens ligadas a New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), e
que conseguiu alguma repercussão junto ao público. O post vai tratar da
história do grupo para posteriormente fazer a análise das canções.
O Raven foi formado em 1974, em Newcastle, na
Inglaterra, pelos irmãos John Gallagher e Mark Gallagher e também por Paul
Bowden.
Raven começou a criar um som que estava enraizado
no Hard Rock britânico, com tendências de rock progressivo e uma vontade de se
arriscar em diferentes estilos musicais.
Os shows da banda eram intensos e frenéticos e a
interação entre os membros do grupo desenvolveu uma imagem única (aliada ao
estilo de tocarem seus instrumentos), descrito como “Athletic” (atlético, em
uma tradução literal).
O grupo começou a usar apetrechos tais como
protetores, capacetes e placas de vários esportes (hóquei, beisebol, etc), e as
incorporar à reprodução de seus instrumentos (por exemplo, cotoveleiras e
máscaras de hóquei foram usadas para atacar címbalos).
John Gallagher |
Sua musicalidade começou a se desenvolver em uma
amálgama única de velocidade e potência - influenciando fortemente os gêneros
de metal com maior velocidade, tais como thrash metal e power metal.
A banda acabou conquistando uma reputação como um
show extremamente enérgico - e por, regularmente, acabar destruindo seu
equipamento.
Eles começaram tocando em pubs locais e trabalhando
em clubes masculinos, no Nordeste da Inglaterra - ocasionalmente abrindo shows
para bandas punk como The Stranglers e The Motors.
Eventualmente, a banda assinou um contrato de
gravação com o selo Neat Records, um lendário selo de Heavy Metal para baixos
orçamentos.
O primeiro single foi “Don't Need Your Money” e em
1980 o grupo embarcou como banda de abertura para grupos como Motorhead,
Whitesnake, Iron Maiden e Ozzy Osbourne.
Seu primeiro álbum foi “Rock Until You Drop”,
lançado com relativo sucesso em 1981, dando à banda uma turnê por Itália e
Holanda e construindo uma fiel base de fãs no 'underground'.
O segundo álbum, “Wiped Out”, foi lançado em 1982 e
foi influente na criação das crescentes vertentes do Heavy Metal; o Thrash
Metal e o Speed Metal. O álbum conseguiu alguma repercussão no Reino Unido,
embora não tanto em termos de paradas de sucesso.
A repercussão foi suficiente para chamar a atenção
do mercado norte-americano, atraindo o selo Megaforce Records, de Nova Jersey,
que acabou assinando contrato com o Raven.
O terceiro álbum veio em 1983, com o nome de All
For One, já sendo lançado também nos Estados Unidos pelo selo Megaforce
Records.
Naquele mesmo ano, o Raven excursionou pelos
Estados Unidos de maneira extensiva, tendo como banda de abertura um jovem grupo que havia lançado seu debut, o Metallica e seu genial Kill 'Em All.
Mark Gallagher |
O gerente e fundador da Megaforce, Johnny Zazula,
acreditava que o Raven era uma banda para as grandes gravadoras e os manteve em
turnê constantemente até que as mesmas notassem o grupo.
O ao vivo Live at the Inferno, resultado de uma das
intensas turnês, foi lançado em 1984.
A Atlantic Records assinou um contrato com o Raven,
fazendo a banda mudar sua base permanente de Newcastle para Nova York.
O quarto álbum de estúdio, Stay Hard, sairia em
1985. É sobre ele que o Blog vai tratar agora:
STAY HARD
Um típico Heavy Metal clássico abre o álbum. O
ritmo é intenso, o peso está bem presente e a velocidade é moderada. Os vocais
são bons e o solo é competente e correto. Uma ótima forma de se começar o
disco.
WHEN THE GOING GETS TOUGH
Outro bom riff inicia a segunda faixa do trabalho,
com a bateria bastante proeminente, em um bom momento de Bob Hunter. A levada
da música é mais rápida que sua precedente, mas com o mesmo peso.
ON AND ON
Com uma pegada um pouco mais comercial, flertando
com o Hard Rock – tão em alta nos Estados Unidos naquela década – assim é “On
And On”. O ritmo é mais cadenciado, sendo uma canção bem menos pesada que as
antecessoras. Mesmo assim, trata-se de um dos pontos mais altos do álbum.
“On And On” foi lançada como single para promover o
álbum Stay Hard, mas não conseguiu emplacar nas principais paradas de sucesso.
Entretanto, “On and On” conseguiu boa circulação
nas rádios e MTV norte-americana, sendo considerado um dos bons sucessos que o
Raven conseguiu emplacar.
GET IT RIGHT
O peso está de volta em “Get It Right”. No refrão o
ritmo se torna mais lento, flertando novamente com o Hard Rock. Trata-se de uma
composição mais simples e que apenas complementa o disco.
RESTLESS CHILD
Um riff bem mais impactante é a base de “Restless
Child”, lembrando-se de maneira mais marcante a New Wave Of British Heavy
Metal. O andamento da canção é mais lento, mas com boa intensidade. O solo é
ótimo!
THE POWER AND THE GLORY
“The Power and The Glory” lembra bastante os trabalhos
iniciais do Mötley Crüe, com uma sonoridade que é uma mistura de Hard Rock com
Heavy Metal, mas sem o mesmo brilhantismo dos norte-americanos. Trata-se de uma
canção boa, mas que tinha potencial para ser bem melhor.
PRAY FOR THE SUN
“Pray For The Sun” é uma tentativa do Raven em
fazer uma balada nos moldes do Hard oitentista. O resultado é razoável, pois a
melodia não é das mais bonitas e a produção atrapalha um pouco a audição quando
a música tenta ficar mais pesada. Os solos são competentes.
HARD RIDE
O Heavy Metal com pegada oitentista volta, desta
vez lembrando bastante o que o Judas Priest fazia naquela década. É uma faixa
pesada, direta, sem firulas, com guitarras bem colocadas e vocais concisos.
Outro momento bem interessante do disco.
EXTRACT THE ACTION
“Extract The Action” é um sopro de Heavy Metal
tradicional no trabalho, ao melhor estilo NWOBHM, o que a torna um dos melhores
momentos de todo o disco. O peso está bem presente, além do fato do riff ser de
qualidade impressionante. Excelente!
THE BOTTOM LINE
O baixo de John Gallagher começa bastante presente
na última canção do trabalho. Trata-se de uma faixa instrumental, a qual conta
com peso e ritmo acelerado, em uma boa composição. Fecha o álbum de maneira
bastante digna.
Considerações
Finais
Com apoio de uma gravadora maior, melhores
exposição e divulgação, o Raven conseguiu pela primeira vez aparecer na
principal parada de sucessos dos Estados Unidos, apesar de ser apenas com a
modestíssima 81ª posição.
A verdade é que a Atlantic Records forçou a banda a
mudar seu som para um estilo mais comercial, pois nos Estados Unidos o Glam
Metal estava no auge durante o ano de 1985. Claro, com a conivência da banda.
Fãs mais inveterados do grupo torceram o nariz para
Stay Hard e a posição do Raven em tentar uma proposta mais comercial.
Mas com o passar dos anos, o Raven voltou ao seu
estilo mais habitual e pesado, ganhando novamente boa parte do público fiel
que o grupo conquistou no Underground.
Formação:
John Gallagher - Baixo, Vocais
Mark Gallagher - Guitarra
Rob Hunter – Bateria
Faixas:
01.
Stay Hard (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 2:59
02.
When the Going Gets Tough (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:34
03.
On and On (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:54
04.
Get It Right (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 4:49
05.
Restless Child (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 2:45
06.
The Power and the Glory (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:37
07.
Pray for the Sun (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 4:22
08.
Hard Ride (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:15
09.
Extract the Action (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:04
10.
The Bottom Line (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:37
Letras:
Infelizmente, o Blog não conseguiu encontrar um
link confiável com as letras das canções. Pedimos desculpas aos leitores do
Blog, com a promessa de que se as encontrarmos no futuro, faremos uma
atualização deste post.
Opinião do
Blog:
Quem acompanha o Blog mais de perto sabe que o
mesmo não possui preconceitos estabelecidos em questões musicais. Mudanças de
estilos e novas propostas musicais são aqui analisadas com base exclusivamente em
nossa opinião sobre o resultado musical do álbum.
O Raven tem seu nome cravado na NWOBHM, com álbuns
bem interessantes como Rock Until You Drop e Wiped Out. Mas o Blog preferiu dar
uma olhada em um disco mais polêmico, Stay Hard.
Não há muito que se falar sobre a qualidade dos
músicos. Todos executam o que se propõem a fazer com qualidade e competência,
mesmo que não sejam brilhantes.
O fato de a banda ser conivente com a proposta da
gravadora em fazer um álbum mais comercial, voltado ao Hard Rock, gerou um
trabalho no mínimo dúbio. Há momentos muito bons e outros bem estranhos.
“Stay Hard” é um bom momento do disco, assim como a
instrumental “The Bottom Line”. “On and On” abraça o Hard Rock, mas mesmo assim
é uma canção bastante interessante, mas é quando o grupo volta às raízes, com “Extract
The Action”, é que ele atinge seu ponto máximo.
Entretanto, há pontos baixos no álbum. “When the
Going Gets Tough” e “Get It Right” são canções que em nada acrescentam à
discografia do Raven. Mas pode ser pior, e é: “Pray For The Sun” é uma
composição forçada, sem nenhum brilho e que diminui o valor final de Stay Hard.
Mesmo assim, o álbum vale uma conferida para quem
tem a mente mais aberta e não é tão apegado a tradições. Claro, Stay Hard está
em um nível abaixo do melhor que o Raven produziu, mas como a banda é boa, vale
à pena conhecer uma faceta diferente dos britânicos.
O fato é que o Raven é uma das bandas mais talentosas do Metal. Impressionante o nível tecnico dos músicos, a precisão (só ouvir Wiped Out, Life´s A Bitch, ou o novo álbum Extermination).
ResponderExcluirA banda sempre aliou e extrema energia, criatividade e tecnica fantástica (para uma banda da NWOBHM) para criar verdadeiras pérolas. Não bastasse isso, foram os maiores responsáveis pelo surgimento do Thrash Metal e tbm ajudaram a criar o Speed Metal (junto com o Riot, em 1981, com o fantástico álbum Fire Down Under). O álbum Stay Hard bebe mais na década de 70....aqui os músicos não fazem composições intrincadas como fizeram nos seus melhores momentos...ainda assim, é um álbum acima da média em comparação a certas bandas mais famosas em seus momentos irregulares...
Obrigado pelo comentário e por manifestar sua opinião sobre a banda/álbum, pois enriquece a postagem. Abraço.
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