30 de janeiro de 2015

BLUE CHEER - VINCEBUS ERUPTUM (1968)


Vincebus Eruptum é o álbum de estreia da banda norte-americana chamada Blue Cheer. Seu lançamento oficial ocorreu em 16 de janeiro de 1968, através do selo Philips Records. As gravações aconteceram em 1967, no Amigo Studios, em Hollywood, na Califórnia. A produção ficou a cargo de Abe 'Voco' Kesh.


Intrinsecamente ligado às origens do Heavy Metal, o Blog vai contar um pouquinho do início do Blue Cheer para depois se ater ao álbum propriamente dito.

As origens do Blue Cheer remontam ao ano de 1967 e estão fortemente ligadas à figura de Dickie Peterson, fundador da banda.

1967 foi o ano do chamado “Verão do Amor”, no qual a cena do Rock Psicodélico – especialmente originado na Califórnia – explodiu para o mundo. Foi neste contexto que o Blue Cheer surgiu e o qual Dickie Peterson estava inserido.

Dickie Peterson vivia em San Francisco, onde a supracitada cena musical dos anos sessenta estava começando a alcançar o mainstream.

Peterson tinha sido anteriormente membro da banda Andrew Staples & The Oxford Circle, bem como os futuros membros do Blue Cheer, Paul Whaley e Gary Lee Yoder.

A primeira formação do Blue Cheer contava com o vocalista e baixista Dickie Peterson, o guitarrista Leigh Stephens e Eric Albronda, como baterista.

Albronda mais tarde foi substituído por Paul Whaley, e, simultaneamente, o Blue Cheer adicionou o irmão de Dickie, Jerre Peterson (guitarra), Vale Hamanaka (teclados) e Jere Whiting (vocal e gaita).

Paul Whaley
Albronda continuou a sua associação com o Blue Cheer como um membro da administração do grupo, além de ser o produtor ou co-produtor de cinco álbuns da banda.

A banda foi gerenciada por um ex-membro dos Hells Angels (famoso grupo de motociclistas) de nome Gut.

Já de início, foi decidido que a formação inicial do conjunto deveria ser diminuída em termos de números de integrantes.

Existe um boato que o Blue Cheer decidiu adotar uma configuração de power trio após os caras assistirem à apresentação de Jimi Hendrix no Monterey Pop Festival, mas Dickie Peterson desmentiu isto posteriormente, em uma entrevista.

Hamanaka e Whiting foram convidados a se retirarem da banda e Jerre Peterson não quis permanecer no grupo sem eles, e, assim, também saiu do Blue Cheer.

Desta forma, Dickie, Leigh e Paul acabaram formando um trio.

Dickie Peterson
O nome Blue Cheer refere-se a uma variedade de LSD e é de onde provavelmente se origina a denominação da banda.

O grupo estava influenciado, sim, pelo Rock Psicodélico, mas também trazia uma forte carga de Blues Rock, além de uma característica própria: muito peso e distorção. Tudo isto foi levado para a gravação de seu álbum de estreia, Vincebus Eruptum.

A capa é simples, contando com uma fotografia do trio. Vamos às faixas:

SUMMERTIME BLUES

Um riff bem inspirado abre o álbum, com os vocais de Dickie Peterson consideravelmente agressivos, mostrando a atitude mais pesada da banda. A bateria de Paul Whaley é bastante inspirada, assim como o solo de Leigh Stephens. Outra característica é a alternância entre momentos mais cadenciados e outros mais rápidos. Ótima versão!

A letra traz o espírito malicioso do jovem:

Well Lord I got to raise a fuss, Lord I got to raise a holler
Well I been working all summer just to try and earn a dollar
Well Lord I tried to call my baby, I tried to get a date......
Sometimes I wonder what I'm a-gonna do
Lord there ain't no cure for the summertime blues

“Summertime Blues” é uma versão para o clássico originalmente composto por Eddie Cochran e Jerry Capehart, sendo gravado pelo primeiro.

Foi lançada como single e fez muito sucesso, chegando a ser considerada como a 'primeira música Heavy Metal' a entrar nas principais paradas de sucesso.


Atingiu a excelente 14ª posição da principal parada norte-americana desta natureza, ficando com a 3ª colocação na correspondente canadense. Chegou ao 1º lugar na Holanda!

A versão do Blue Cheer para “Summertime Blues” é tão marcante que chegou a ficar na 73ª posição da lista The 100 Greatest Guitar Songs of All Time, da renomada revista Rolling Stone, de 2008.

Foi também esta versão do Blue Cheer que serviu de base para outro cover famoso da canção, desta feita lançado pelo Rush, em seu EP Feedback, de 2004.



ROCK ME BABY

O Blue Cheer adiciona um peso e distorção extravagantes ao ótimo Blues chamado "Rock Me Baby". O ritmo é cadenciado na medida exata, como pede o estilo original, casando-se perfeitamente com a interpretação que Dickie Peterson dá à canção. O solo de Leigh Stephens é bem legal. Outra boa versão.

A letra é simples e divertida:

Well ball me baby
Well ball me all night long (if you can)
Well ball me baby
Well ball me all night long (that feels pretty good)
Well roll me baby
Until my back ain't got no bones.
I ain't got no bones about you, don't bother me, no not at all!

Trata-se de outro cover, desta feita de um dos grandes clássicos do Blues, composto originalmente pelo mestre B.B. King e Joe Josea.



DOCTOR PLEASE

"Doctor Please" ressalta a influência da época em que o disco foi gravado, pois é nítida a percepção psicodélica presente na primeira composição autoral do álbum. O andamento lento e arrastado acaba se contraponto a outros em que a banda acelera o ritmo (e em especial durante o solo de Stephens). O resultado final soa de maneira bastante interessante.

A letra pode ser entendida como um pedido de socorro:

I got this funny feeling
Feeling inside my head
Without your good living, Doc
Well I believe that I'll be dead
Doctor don't you turn me down
And won't you hear what I say
I need your good living, Doc
And I need it right away!

Segundo Dickie Peterson, “Doctor Please” foi composta como uma apologia ao uso de drogas e, além disto, teria a escrito em cerca de '10 minutos'.



OUT OF FOCUS

Já "Out Of Focus" apresenta um riff bastante criativo, carregado de Rock sessentista, mas que ao mesmo tempo está embebido em um peso atordoante para a época. O Blues é outra influência nítida na canção, a qual possui um ritmo cadenciado, mas repleta de melodia e considerável dose do supracitado peso. Ótima composição.

A letra reflete uma reflexão:

Won't somebody tell me what's wrong
Cause Lord, I been searchin'
Searchin' so long
Oh, won't somebody
Oh, won't somebody
Tell me what's wrong with me

“Out Of Focus” também teria sido composta em poucos minutos, segundo Peterson.



PARCHMENT FARM

A quinta música do disco já apresenta um ritmo mais acelerado, contando com um riff rápido e preciso e, simultaneamente, com alto poder cativante. Contribui deveras para o ótimo resultado final a interpretação intensa de Peterson nos vocais. Mais uma versão que ficou excelente.

A letra é em tom de resignação:

I swear I'll be here for the rest of my life.
Yeah, I know I'll be here for the rest of my life.
I know I'll be here for the rest of my life.
All I did was shoot your wife.
She was no good, you can take my word for it!

“Parchment Farm” é outro cover, baseado na versão de Mose Alisson para “Parchman Farm”, de Bukka White.



SECOND TIME AROUND

A sexta - e última - canção de Vincebus Eruptum é "Second Time Around". Outra vez, o ouvinte está diante de um riff repleto de peso e personalidade, construindo uma melodia instigante. A distorção é outra característica palpável na composição, a qual conta com a presença marcante da bateria de Whaley. Fecha o álbum de ótima maneira.

A letra tem sentido de rompimento amoroso:

Listen here, babe
It's the end of the line
I'm so sorry that you outta time
I don't know what to do
I don't know what to say
All I know, try to leave that way



Considerações Finais

Catapultado pelo sucesso comercial do single “Summertime Blues”, Vincebus Eruptum foi um ótimo sucesso de vendas e crítica.

O álbum atingiu a excelente 11ª posição da principal parada de sucessos norte-americana, a Billboard! Ótimo para uma banda em seu disco de estreia e praticamente desconhecida.

Com o tempo, Vincebus Eruptum acabou caindo nas graças da crítica especializada em música.

Escrevendo para o site de música AllMusic, Mark Deming descreveu Vincebus Eruptum como “uma celebração gloriosa do rock & roll primitivo, executado através de amplificadores Marshall suficientes para ensurdecerem um exército”, elogiando também “som e fúria” da banda como um dos movimentos fundadores do Heavy Metal.

O serviço de música online Rhapsody listou o álbum em sua lista 10 Essential Proto-Metal Albums, sugerindo que a banda “não apenas inspirou o termo power trio”, mas praticamente “inventou o heavy metal”.

Além disso, Vincebus Eruptum está presente no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die.

Para Jim Morrison, do The Doors, o Blue Cheer era “a banda mais poderosa que eu já vi” e para Eric Clapton, o grupo seria “provavelmente, os criadores do Heavy Metal”.

Apoiado pelo sucesso, o Blue Cheer lançaria seu segundo álbum de estúdio ainda em agosto de 1968, Outsideinside.



Formação:
Dickie Peterson - Vocal, Baixo
Leigh Stephens - Guitarra
Paul Whaley - Bateria

Faixas:
01. Summertime Blues (Cochran/Capehart) - 3:47
02. Rock Me Baby (King/Josea) - 4:22
03. Doctor Please (Peterson) - 7:53
04. Out of Focus (Peterson) - 3:58
05. Parchment Farm (Allison) - 5:49
06. Second Time Around (Peterson) - 6:17

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/blue-cheer/

Opinião do Blog:
É claro que o surgimento do estilo musical chamado Heavy Metal foi a confluência de diversos e diferentes músicos, bandas e estilos musicais, os quais foram contribuindo com elementos diversificados em que, uma vez unidos, deram origem ao estilo. Vários foram os grupos que contribuíram para que a vertente Metálica do Rock surgisse e o Blue Cheer certamente está entre eles, de maneira relevante.

Esqueça, caro leitor, da técnica extremamente apurada e do requinte estilístico ao ouvir Vincebus Eruptum - mesmo porque a produção do álbum não é das melhores. O disco aqui apresentado é muito mais para ser sentido, pois a atitude de seus músicos é fator primordial na obra apresentada.

O Blue Cheer queria tocar alto - e certamente conseguiu - fazendo como talvez nenhuma banda naquele momento o fizera. É impressionante (lembrando o ano de 1968) a distorção presente no trabalho. 

Também é notável como a banda pretendia (e obteve sucesso) fazer um disco com peso, agressividade e força. Nisto, Vincebus Eruptum foi um marco importante no estilo de fazer músicas que não apenas fossem melódicas, mas que também mostrassem o peso e ferocidade que o Rock também poderia possuir.

Com base neste propósito, pode-se dizer que o objetivo foi amplamente alcançado, graças a atuação apaixonante com que Peterson, Stephens e Whaley atuam no álbum. Peterson, além do baixo, faz ótima aparição nos vocais, casando-os de maneira primordial com a parte instrumental a fim de transmitir a agressividade desejada pelo Blue Cheer.

Mesmo que metade do trabalho sejam covers, estamos diante de uma obra ímpar na história da música mais pesada. "Doctor Please" mistura peso e psicodelia de maneira brilhante, "Second Time Around" impressiona pela força e "Out Of Focus" é a melhor faixa do álbum.

Também merecem destaques o cover de "Rock Me Baby", bastante instigante, além da versão sublime de "Summertime Blues".

Somente por sua história e significado, Vincebus Eruptum já merecia ser ouvido pelos apreciadores de Rock. Mas é muito mais que isso: suas músicas são cativantes e a atitude contida nas canções são tocáveis como poucas vezes se viu. Um álbum importante, influente e essencial. Obrigatório!

23 de janeiro de 2015

HALFORD - RESURRECTION (2000)


Resurrection é o álbum de estreia da banda Halford. Seu lançamento oficial aconteceu em 8 de agosto de 2000, através do selo Metal God Records. As gravações ocorreram entre agosto de 1998 e junho de 2000. A produção ficou sob responsabilidade de Roy Z.


Halford é um esforço do lendário vocalista do Judas Priest, Rob Halford, em retornar a uma sonoridade mais tradicional do Heavy Metal. O Blog vai tratar de um pouco da história do “Metal God” para depois se ater ao álbum propriamente dito.

De 1974 a 1991, Rob Halford foi a voz do Judas Priest, gravando alguns álbuns fundamentais para a pavimentação e consolidação do Heavy Metal no mundo. Mas quase 20 anos depois do início, em 1991, o relacionamento dele com o restante da banda já parecia estar estremecido.

Um dos fatores tido como estopim final para a ruptura de Halford com o Judas Priest aconteceu em agosto de 1991, durante a turnê que promovia o sensacional álbum Painkiller, de 1990.

Como era de costume, Rob Halford adentrava o palco pilotando uma motocicleta Harley-Davidson. Ele acabou sofrendo uma colisão e caindo da moto, quebrando o seu nariz e perdendo a consciência. Halford acabou se recuperando e fazendo o show.

Anos depois, Rob Halford acabou dizendo que tudo foi apenas um acidente e não teve relevância para a sua saída da banda.

Halford anunciou para a banda, em 04 julho de 1991, que ele estava deixando o grupo e também acabou processando sua gravadora, a Sony, por práticas restritivas. Halford acabaria por deixar a banda em maio de 1992.

Rob Halford
Logo após deixar o Judas Priest, Rob Halford acabou formando outra banda: o Fight.

Primeiramente, Halford acabou convidando o baterista Scott Travis, também ex-integrante do Judas Priest. Completavam o grupo o baixista Jack 'Jay Jay' Brown e os guitarristas Brian Tilse e Russ Parrish.

O Fight acabou deixando dois álbuns de estúdio: o primeiro, War Of Words, de 1993, que possuía uma sonoridade simples e pesada e que atraiu alguns fãs para o trabalho.

O segundo disco, A Small Deadly Space, de 1995, foi gravado após Russ Parrish deixar o grupo e ser substituído por Mark Chausee. O estilo era diferente do primeiro registro, com uma sonoridade mais próxima ao Grunge, sendo rejeitado por boa parte daqueles que haviam apreciado o álbum anterior.

O Fight também lançou um EP chamado Mutations, contendo alguns sons ao vivo e mixagens alternativas.

Halford também havia gravado a canção “Light Comes Out Of Black”, para o filme Buffy The Vampire Slayer. A música teve a parte instrumental provida pelo Pantera, mas Halford não foi creditado.

Após o Fight, Halford colaborou com o guitarrista John Lowery em um projeto musical com influências da sonoridade Industrial, chamado 2wo. O projeto tinha como produção executiva de Trent Reznor e lançado por sua gravadora, Nothing Records.

Depois, Rob Halford sentiu que era o momento de retornar às raízes em sua carreira, tomando parte de um projeto mais voltado ao Heavy Metal tradicional. Seu novo projeto solo seria uma banda batizada com seu próprio nome, o Halford.

Para tanto, chamou como produtor Roy Z que, entre outros trabalhos, havia formado uma parceria formidável com Bruce Dickinson enquanto guitarrista, compositor e produtor de vários trabalhos na carreira-solo de Dickinson.

Patrick Lachman
Para a banda, os guitarristas foram Patrick Lachman e Mike Chlasciak (este último ex-integrante do Isolation Chamber), no baixo Ray Riendeau e na bateria Bobby Jarzombek (ex-integrante do Riot).

Vamos às faixas:

RESURRECTION

Muito peso e intensidade em um criativo riff são as marcas da primeira canção do álbum Resurrection. Homônima ao disco, "Resurrection" é simples e direta, trazendo o típico clima pesado inerente à sonoridade Heavy Metal. Ótimo início para o trabalho.

A letra é uma metáfora para a nova fase de Halford:

Holy angel lift me from this burning hell
Resurrection make me whole
Son of Judas bring the saints to my revenge
Resurrection bring me home


“Resurrection” foi lançada como single, mas não obteve maior repercussão em termos de paradas de sucesso.



MADE IN HELL

O ritmo continua firme e intenso em "Made In Hell". Para o Blog é impossível não associar a canção com o que o Judas Priest já havia feito nos anos 80. O riff é pesado e criativo, possuindo uma certa modernidade com o que o estilo do Heavy Metal apresentava no final dos anos 90.

A letra se refere ao surgimento do estilo:

From memories of '68 when the wizard shook the world
Metal came from foundries where the midlands sound unfurled
The bullring was a lonely place of concrete towers and steel
The coal mines and the industries were all I had to feel



LOCKED AND LOADED

Mais um riff criativo, mas desta feita contando com alguma malícia, é a base da terceira música de Resurrection. O refrão é simples e contagiante. A faixa também conta com bons solos, formando uma composição interessante.

A letra é em tom de vingança:

I'm gonna get to you
Just like you got to me
And then I'll do to you
Just what you did to me



NIGHT FALL

O ritmo continua bastante pesado em "Night Fall". Halford consegue um efeito bastante interessante casando sua potente voz com o andamento mais cadenciado desta canção. O refrão é novamente o ponto alto da composição.

A letra mostra sofrimento romântico:

You love is killing me,
It draws me to the dark
Your veil of ecstasy,
That leaves the telling mark
The spell you cast inside,
Is stabbing through my heart
It reaches deep within,
It´s pulling me apart


Também foi single de Resurrection e não obteve maior repercussão nas paradas de sucesso desta natureza.



SILENT SCREAMS

"Silent Screams" é a maior faixa de Resurrection, superando a casa dos 7 minutos. Seu início é suave, leve e melódico, contando com uma interpretação bem contida de Rob Halford. A canção ganha peso a partir dos 90 segundos, mas com um andamento bastante moroso, deixando-a um pouco arrastada. Próximo aos 4 minutos de duração, a música se torna ainda mais pesada e veloz, flertando moderadamente com uma linha Thrash Metal. O resultado final é uma das melhores composições do disco.

A letra é bem interessante, em uma mistura de virtude e resignação:

I prey upon your broken dreams you
Weakness gives me strength
Im laughing at your silent screams I'll
Crush you with my hate



THE ONE YOU LOVE TO HATE

O peso absurdo e o ritmo intenso estão de volta com tudo em "The One You Love To Hate". O andamento é mais cadenciado, mas os vocais são primordiais para trazerem brilho à faixa. É impossível não associar a sonoridade à excelente carreira-solo de Bruce Dickinson, o qual torna a música ainda mais interessante com sua participação.

A letra remete a um jogo de poder:

You may not like the future
And we're not here to preach to you
We'll take you to the killing floor
You think you want to know me
You think you want to own me
But I have nothing
You can buy

A canção tem participação especial de Bruce Dickinson, fazendo dueto com Rob Halford.



CYBERWORLD

"Cyberworld" mantém o ritmo padrão de Resurrection, com velocidade e peso típicos do Judas Priest oitentista. Rob Halford se aproveita da sonoridade, provendo vocais mais agressivos com sua classe habitual. O solo é bem legal.

A letra se refere ao mundo virtual:

My virus lurks throughout your veins
I'm spreading there inside your brain
A trojan horse that eats your mind



SLOW DOWN

"Slow Down", logo em seus primeiros segundos, também remete ao que Bruce Dickinson fazia em sua carreira-solo. Isto resulta em uma faixa pesada, de Heavy Metal puro, abrilhantada por uma atuação praticamente perfeita de Rob Halford nos vocais, oscilando entre momentos mais contidos e outros mais extravagantes. Ótima canção.

A letra pode ser entendida como um anti-estressante:

Break the strain
Feed my hunger
Tell my mind
To be stronger



TWIST

Com um ritmo bastante interessante, peso e melodia em doses certas, "Twist" é outra faixa bastante interessante do álbum. Rob Halford tem uma atuação novamente decisiva para o sucesso final da canção. O refrão é muito bom.

A letra tem sentido de dominação:

Wander why you try to run
Ought to quit admit I´ve won
No one is gonna hear you cry
Gonna hear you scream
Better get used to knowing
It´s just in your dreams - that you can



TEMPTATION

"Temptation" é um Heavy Metal típico, com muito peso e andamento mais arrastado. A faixa vai crescendo até o refrão, causando um conhecido e eficiente efeito de trazer grandiosidade à composição. Especialmente o primeiro solo de guitarra esbanja feeling. Mais uma marcante canção do disco.

A letra remete a um jogo de poder:

You gave so much to me
You left me feeling numb
So full of emptiness
From stealing what you´ve done
How can you bear
To stand the life you try to live
A sad and broken heart
Is all you´ve left to give



DRIVE

O peso é novamente marcante em "Drive", contando com um riff bastante interessante. O andamento é cadenciado, mas a melodia conta com certa malícia, a qual enriquece a canção. Destaque para a atuação de Jarzombeck na bateria.

A letra é muito simples, referindo-se a carros:

Drive, drive, drive with me
Our love will set you set us free
I´ve got you under my wheels now, baby
You´re moving away too fast
I´ve got you under my wheels now, baby
We´ve got to make it last



SAVIOUR

A décima-segunda - e última - faixa de Resurrection é "Saviour". Uma típica faixa de Heavy Metal, com a cara dos anos oitenta e que é impossível não se recordar do Judas Priest. A música é direta, contando com um riff bastante direto e com o peso na dose certa. Ótimos vocais de Rob, solos impressivos e bateria a mil, enfim, fechando o disco com chave-de-ouro!

A letra, novamente, remete ao poder:

Here I am now, I'm your savior
You can see I'm the one
There's no reason for such treason
Now your end has begun



Considerações Finais

Não há muitas dúvidas como Resurrection colocou o nome de Rob Halford novamente em alta entre boa parte do público fã de Heavy Metal.

Em termos de paradas de sucesso, sua atuação foi discretíssima nas duas mais importantes: 140ª posição na parada norte-americana com a 128ª colocação em sua correspondente britânica.

Entretanto, alçou o 9º lugar na parada japonesa.

Após o lançamento do álbum seguiu-se uma extensa turnê, a qual incluiu uma participação de Halford na 3ª edição do festival Rock in Rio, em janeiro de 2001.

A crítica recebeu bem e consagrou o trabalho. Resurrection está na 54ª posição da lista The Top 100 Heavy Metal Albums, de 2003, da revista online Metal-Rules.com. Também está na 320ª posição da lista The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time, da revista Rock Hard, de 2005.


Formação:
Rob Halford - Vocal
Patrick Lachman - Guitarra
Mike Chlasciak - Guitarra
Ray Riendeau - Baixo
Bobby Jarzombek - Bateria
Músicos Adicionais:
Roy Z - Guitarra
Bruce Dickinson - Vocal em "The One You Love to Hate"
Pete Parada - Bateria em "The One You Love to Hate"
Ed Roth - Teclados em "Twist" e "Silent Screams"

Faixas:
01. Resurrection (Halford/Lachman/Z/Baxter) - 3:58
02. Made in Hell (Halford/Z/Baxter) - 4:12
03. Locked and Loaded (Halford/Lachman/Z) - 3:18
04. Night Fall (Halford/Lachman/Chlasciak) - 3:41
05. Silent Screams (Halford/Marlette) - 7:06
06. The One You Love to Hate (Halford/Z/Dickinson) - 3:11
07. Cyberworld (Halford/Z/Chlasciak) - 3:08
08. Slow Down (Halford/Z/Marlette) - 4:51
09. Twist (Halligan Jr) - 4:08
10. Temptation (Halford/Lachman/Z/Chlasciak) - 3:32
11. Drive (Halford/Z/Marlette) - 4:30
12. Saviour (Halford/Lachman/Z) - 2:57

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/rob-halford/

Opinião do Blog:
Após deixar o Judas Priest e fazer algumas tentativas musicais diferentes, Rob Halford encontrou novamente o sucesso retornando às origens que o consagraram: o Heavy Metal. Seu nome estará para sempre eternizado como o vocalista do Judas Priest, banda que revolucionou o estilo a partir da metade dos anos 70.

O Blog vai se ater apenas a qualidade do produto musical oferecido por Rob Halford com sua então nova banda, o Halford, em seu álbum de estreia. E o resultado foi muito bom, especialmente, para quem curte o bom e velho Heavy Metal.

O Halford não quis inventar a roda, muito pelo contrário, calcou-se nos pilares do estilo, em suas origens, com pequenos toques de modernidade (um Groove aqui, um peso extremo acolá) e um vocalista inspirado. Mas o tiro certeiro foi a escolha de Roy Z para produtor e que já havia feito um trabalho brilhante ao lado de Bruce Dickinson na carreira-solo do ex-vocalista do Iron Maiden.

Por algumas vezes é possível associar a sonoridade de Resurrection com a que Bruce Dickinson fazia em seus discos solos como Chemical Wedding, por exemplo.

A banda formada por Rob funciona de maneira bastante consistente. Bateria e Baixo estão presentes e fazem seu trabalho de maneira eficiente, assim como as guitarras. O maior destaque individual é mesmo de Rob Halford, bem mais contido, mas com o mesmo brilhantismo de sempre. Seu maior valor é empregar a intensidade vocal exata para engrandecer as faixas.

O disco todo é muito bom e não possui faixas de enchimento, impressionando suas coesão e homogeneidade. Destaques para as ótimas "Made In Hell" e "Temptation", a diretíssima "Saviour", a curiosa "Slow Down" e a preferida do Blog, "Silent Screams".

Mesmo com 12 faixas, Resurrection nunca soa extenso ou cansativo, sendo um deleite para amantes de Heavy Metal. O Halford mostrava a que havia vindo, com canções que cativaram os fãs do estilo, embaladas por uma das vozes mais emblemáticas da história do Rock. Álbum obrigatório!