The
Michael Schenker Group é o álbum de estreia da banda de
mesmo nome, assim sendo, o Michael Schenker Group. Seu lançamento
oficial aconteceu em Agosto de 1980 através do selo Chrysalis. As
gravações ocorreram entre Maio e Julho daquele mesmo ano, no Wessex
Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção ficou a cargo de
Roger Glover.
O Michael
Schenker Group foi a banda formada pelo excelente guitarrista alemão
Michael Schenker com a finalidade de dar continuidade em sua carreira
de forma mais autonômica. O Blog vai tratar da origem do projeto
para depois apresentar o álbum, como de costume.
Em Junho
de 1978, a excelente banda britânica UFO lançava seu sétimo álbum
de estúdio, Obsession, o quinto contando com o guitarrista alemão
Michael Schenker em sua formação. No disco há ótimas canções
como “Only You Can Rock Me” e “Hot 'n' Ready”.
Mais
tarde, ainda em 1978, a banda saiu em turnê nos EUA e gravou um
álbum ao vivo, Strangers In The Night, que foi lançado em janeiro
de 1979. Strangers foi um grande sucesso comercial e de crítica,
chegando à 8ª posição da parada britânica de discos.
Apesar do
crescente sucesso do UFO, internamente, as coisas não iam tão bem
assim.
O intenso
abuso de álcool por parte de Michael Schenker exacerbou ainda mais
as tensões entre ele e o vocalista do UFO, Phil Mogg.
Michael Schenker |
Logo após
o show final da turnê norte-americana do UFO, em outubro de 1978, em
Palo Alto, Califórnia, Schenker deixou a banda.
Apenas
algumas semanas depois de ser ejetado do UFO, por seu abuso de
álcool, Michael Schenker também retornou ao Scorpions por um curto
período durante as gravações para o álbum Lovedrive, de 1979.
Isso deu
à banda alemã três guitarristas (embora a contribuição de
Schenker para a versão final foi limitada a apenas três músicas).
Lovedrive
é um álbum que alguns críticos consideram ser o auge da carreira
do Scorpions, contendo canções como "Loving You Sunday
Morning", "Always Somewhere", "Holiday" e
"Coast to Coast". O disco chegou à 55ª posição na
parada dos Estados Unidos.
Após a
conclusão e lançamento do álbum, o Scorpions decidiu manter
Michael Schenker na banda, forçando a saída de Matthias Jabs. No
entanto, após algumas semanas de turnê, Michael, ainda lidando com
o alcoolismo, perdeu uma série de shows, chegando a ter um colapso no
palco.
Jabs foi
trazido de volta para substituí-lo nas ocasiões em que Michael
Schenker estava incapaz de tocar. Em abril de 1979, durante uma turnê
na França, Jabs foi convidado de forma permanente para substituir
Michael em definitivo.
Ainda em
1979, Schenker chegou a fazer um teste para substituir Joe Perry no
Aerosmith. De acordo com Martin Huxley, Schenker deixou os estúdios
depois que o produtor Gary Lyons fez várias piadas sobre nazistas.
Sem fazer
parte de nenhuma banda, a solução encontrada para Michael Schenker
foi óbvia: seguir em carreira-solo.
Para
tanto, o guitarrista fundou o Michael Schenker Group.
Assim,
logo depois, Michael começou a procurar um vocalista para o seu
grupo e foi assim que surgiu a figura de Gary Barden.
Gary Barden |
Barden
foi descoberto por Schenker após a audição de uma “fita demo”
do vocalista em sua banda anterior, o Fraser Nash.
Logo
após, Schenker e Barden começaram a trabalhar juntos na composição
de canções que formariam o primeiro trabalho do Michael Schenker
Group.
Com as
canções com uma cara, era o momento de se iniciarem as gravações,
no Wessex Studios, em Londres, já em Maio de 1980.
Assim a
banda foi completada por músicos convidados, como o excelente
tecladista Don Airey, o baixista Mo Foster e o baterista Simon
Phillips.
A capa é
simples, com uma imagem de Schenker. Vamos às faixas:
ARMED
AND READY
O álbum de estreia do Michael Schenker Group já começa com o prenúncio do que teremos: um riff muito bom, carregando uma inconfundível áurea do Hard Rock setentista, fonte esta em que "Armed And Ready" bebeu fartamente. Ótimos solos, esbanjando feeling, marcam um dos clássicos da banda do guitarrista alemão.
A letra é
simples:
Are
you high tonight,are you feeling right
Cos I
need you now, like I never did before
Is it
hard enough, is it luod enough
Cos if
you don't approve, you can use the door
Armed
and ready,
I
gotta gunsight trained on you
Foi o
primeiro single retirado do álbum a fim de o promover.
CRY
FOR THE NATIONS
Uma suave e bela melodia, de inspiração Pop, abre a segunda faixa do disco, mas que acaba sendo substituída por outro ótimo riff, desta feita mais cadenciado, embora repleto de peso e intensidade. A guitarra de Schenker é um fator de brilho intenso na canção, a qual também conta com boa atuação de Gary Barden. Outro clássico da carreira de Michael.
A letra
mistura magia e encantamento:
A time
of fear, so long ago,
Lived
a man in Salon,
In his
dark and magic room,
He
gazed on times to come,
All is
then revealed, and visions on water speak true!
“Cry
For The Nations” foi o segundo single originado do álbum de
estreia do Michael Schenker Group.
VICTIM
OF ILLUSION
Em "Victim Of Illusion", Michael Schenker sobe mais um degrau no peso das músicas apresentadas no trabalho, pois traz uma melodia bastante Heavy Metal dos anos 70. Para o Blog, a canção lembra bastante o Judas Priest da supracitada década. O ritmo é intenso, mesmo em um tom cadenciado, mas com o peso e fúria exatos. Schenker dá um show na guitarra. Faixa brilhante!
A letra é
em tom de desespero:
I
can't put out the fire, been blinded by the flame
I have
to run for cover, can't stand the pain
Can't
stand the pain
The
screams are loud but then he can't hear
Nightmare
shows his face, then disappears,
Ooh
victim of illusion, ooh victim of illusion
BIJOU
PLEASURETTE
A quarta faixa do disco tem um toque mais melódico e suave, com um certo tom medieval. Curta e totalmente instrumental, é uma clara demonstração da sensibilidade musical do guitarrista alemão.
FEELS
LIKE A GOOD THING
A bateria de Simon Phillips aparece bem destacada nesta canção, a qual apresenta um riff pesado, mas, simultaneamente, repleto de uma melodia com muita malícia. Esta música já possui um ar mais moderno (para a época), mesclando a clara referência setentista com a sonoridade Hard Rock que seria desenvolvida na década seguinte. Muito interessante.
A letra é
em tom de conquista:
I know
what I need, and you've got what I want
Use
your imagination'
Got
that look in your eye's
So
hard to disguise your situation
INTO
THE ARENA
Com pouco mais de 4 minutos, "Into The Arena" é mais uma ótima faixa instrumental do álbum de estreia do Michael Schenker Group. Baseada em um ótimo riff, pesado e cadenciado, Schenker esbanja feeling com alguns solos muito viscerais. Os teclados de Airey também aparecem de maneira mais clara.
LOOKING
OUT FROM NOWHERE
Um ótimo solo de Schenker abre "Looking Out From Nowhere". A faixa é preenchida por uma excelente melodia, intensamente maliciosa, transbordando o espírito do Hard Rock. Schenker apresenta solos brilhantes durante a canção, em um dos melhores momentos do álbum. Bom trabalho de Barden.
A letra é
em tom de autoconhecimento:
But,
now the time is right
I've
got to break out to the other side
But
you can never know
What
the other side has got to show!
As I
try to get through, it seems like
They
don't understand me,
And
they keep pulling me back
To
take part in their fantasies
TALES
OF MYSTERY
Uma triste e melancólica melodia apresentam esta música, contando com vocais precisos de Barden, perfeitamente adequados à parte instrumental. A faixa é curta, mas traz à memória o que Schenker fazia no UFO, em parceria com Phil Mogg, neste tipo de canção. Muito tocante!
A letra
possui significado romântico:
More
and more, each day girl
I'm
coming back to your heart
And
the tides of time keep flowing
Telling
tales of mystery...
LOST
HORIZONS
A nona - e última - faixa do álbum de estreia do Michael Schenker Group é "Lost Horizons". Com mais de 7 minutos, esta é a maior música do disco. Trata-se de um Hard Rock pesado, intenso e angustiante, qualidades estas trazidas muito em conta por parte da atuação magistral da guitarra de Michael Schenker. A atuação de Gary Barden também é muito boa. O solo próximo aos 3 minutos de reprodução é de arrepiar! Fecha o álbum de maneira incrível.
A letra
reflete luta e angústia:
Bid
farewell, the works of men
When
cries of anger sound again
My
tears of shame, cut like a knife,
How
can I justify this life!
Considerações
Finais
O Hard
Rock, melódico e criativo, gerou frutos novamente para o guitarrista
Michael Schenker.
A escolha
de seguir em carreira-solo, com mais liberdade e autonomia para ir em
direção ao que desejava, revelou-se o caminho certo para o alemão
através de seu Michael Schenker Group.
O álbum
de estreia acabou alcançando a ótima 8ª posição da principal
parada britânica de álbuns, atingindo a modesta 100ª na
correspondente norte-americana. Ainda conquistou a 59ª colocação
na parada japonesa.
Já como uma banda consolidada, o Michael Schenker Group lançaria seu segundo
disco, MSG, em 1981.
Formação:
Michael
Schenker - Guitarra
Gary
Barden - Vocal
Músicos
Adicionais:
Don Airey
- Teclados
Mo Foster
- Baixo
Simon
Phillips - Bateria
Faixas:
01 -
Armed and Ready (Schenker/Barden) - 4:05
02 - Cry
for the Nations (Schenker/Barden) - 5:08
03 -
Victim of Illusion (Schenker/Barden) - 4:41
04 -
Bijou Pleasurette (Schenker) - 2:16
05 -
Feels Like a Good Thing (Schenker/Barden) - 3:44
06 - Into
the Arena (Schenker) - 4:10
07 -
Looking Out from Nowhere (Schenker/Barden) - 4:28
08 -
Tales of Mystery (Schenker/Barden) - 3:16
09 - Lost
Horizons (Schenker/Barden) - 7:04
Letras:
Para o
conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
http://letras.mus.br/michael-schenker-group/
É indiscutível a profunda admiração que o autor do Blog tem pela obra musical de Michael Schenker, especialmente no que tange ao que o guitarrista produziu na banda UFO durante os anos 70, em álbuns fabulosos (como Phenomenon, por exemplo), verdadeiras cartilhas para os fãs do Hard Rock setentista.
O talento inegável de Michael Schenker na guitarra (e como compositor) foi colocado novamente à prova quando ele resolveu partir em carreira-solo, criando seu Michael Schenker Group e gravando seu álbum de estreia, homônimo à banda. É muito palpável o bem que a liberdade criativa fez à música de Schenker através do resultado final do disco.
Bons músicos completaram a formação da banda a qual gravou este trabalho inicial do guitarrista em carreira-solo. Don Airey aparece com o habitual talento nas vezes em que o teclado se destaca. Gary Barden também contribui de maneira significativa para o sucesso do álbum, com uma atuação convincente.
Mas, evidentemente, o destaque absoluto do trabalho vai para Michael Schenker. A guitarra está especialmente 'infernal' no disco, com riffs repletos de peso, intensidade e ritmo, além de seus solos que esbanjam feeling e técnica. Também há espaço para o especial senso melódico do guitarrista. Em resumo, Michael dá um verdadeiro show pelas músicas que compõem o álbum.
As letras são na média habitual.
Em um disco muito bom, não há grandes diferenças de qualidade entre as canções. Mas cabe destacar faixas que trazem o melhor do Hard Rock como "Armed And Ready", "Cry For The Nations" e "Victim Of Illusion". "Tales Of Mystery" traz a belíssima capacidade de Schenker em compor lindas melodias e ainda há a espetacular "Lost Horizons", talvez, a melhor do álbum.
Enfim, Michael Schenker buscou suas referências no Hard Rock setentista para compor o álbum. Muitas vezes é possível lembrar daquilo que o próprio guitarrista fez no UFO durante aquela década.
Schenker partiu em carreira-solo e presenteou seus fãs com um álbum de qualidade ímpar, sendo sua audição de extremo prazer. Um dos principais guitarristas da história do Hard Rock deu mais uma aula para fãs do estilo nesta obra, a qual é mais que recomendada pelo Blog. Obrigatório!
O único senão a se fazer é, embora tenha sido gravado na Inglaterra, o seu primeiro disco, MSG é uma banda alemã. Não podemos ouvidar disso! Bem como o próprio MSG com o vocalista MCauley, também continua sendo uma banda alemã. À exceção disso, a matéria foi excelente! Parabéns!
ResponderExcluirOpa, vou checar novamente as informações para fazer a correção.
ExcluirMuito obrigado pelo toque e pelos elogios, seja bem-vindo ao site.
E também não podemos deixar de prestigiar a fenomenal participação na bateria de Simom Philips. Em todas as músicas, eke toca muito. E em Lost Horizons, foi magistral.
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