6 de março de 2015

MICHAEL SCHENKER GROUP - THE MICHAEL SCHENKER GROUP (1980)


The Michael Schenker Group é o álbum de estreia da banda de mesmo nome, assim sendo, o Michael Schenker Group. Seu lançamento oficial aconteceu em Agosto de 1980 através do selo Chrysalis. As gravações ocorreram entre Maio e Julho daquele mesmo ano, no Wessex Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção ficou a cargo de Roger Glover.


O Michael Schenker Group foi a banda formada pelo excelente guitarrista alemão Michael Schenker com a finalidade de dar continuidade em sua carreira de forma mais autonômica. O Blog vai tratar da origem do projeto para depois apresentar o álbum, como de costume.

Em Junho de 1978, a excelente banda britânica UFO lançava seu sétimo álbum de estúdio, Obsession, o quinto contando com o guitarrista alemão Michael Schenker em sua formação. No disco há ótimas canções como “Only You Can Rock Me” e “Hot 'n' Ready”.

Mais tarde, ainda em 1978, a banda saiu em turnê nos EUA e gravou um álbum ao vivo, Strangers In The Night, que foi lançado em janeiro de 1979. Strangers foi um grande sucesso comercial e de crítica, chegando à 8ª posição da parada britânica de discos.

Apesar do crescente sucesso do UFO, internamente, as coisas não iam tão bem assim.

O intenso abuso de álcool por parte de Michael Schenker exacerbou ainda mais as tensões entre ele e o vocalista do UFO, Phil Mogg.

Michael Schenker
Logo após o show final da turnê norte-americana do UFO, em outubro de 1978, em Palo Alto, Califórnia, Schenker deixou a banda.

Apenas algumas semanas depois de ser ejetado do UFO, por seu abuso de álcool, Michael Schenker também retornou ao Scorpions por um curto período durante as gravações para o álbum Lovedrive, de 1979.

Isso deu à banda alemã três guitarristas (embora a contribuição de Schenker para a versão final foi limitada a apenas três músicas).

Lovedrive é um álbum que alguns críticos consideram ser o auge da carreira do Scorpions, contendo canções como "Loving You Sunday Morning", "Always Somewhere", "Holiday" e "Coast to Coast". O disco chegou à 55ª posição na parada dos Estados Unidos.

Após a conclusão e lançamento do álbum, o Scorpions decidiu manter Michael Schenker na banda, forçando a saída de Matthias Jabs. No entanto, após algumas semanas de turnê, Michael, ainda lidando com o alcoolismo, perdeu uma série de shows, chegando a ter um colapso no palco.

Jabs foi trazido de volta para substituí-lo nas ocasiões em que Michael Schenker estava incapaz de tocar. Em abril de 1979, durante uma turnê na França, Jabs foi convidado de forma permanente para substituir Michael em definitivo.

Ainda em 1979, Schenker chegou a fazer um teste para substituir Joe Perry no Aerosmith. De acordo com Martin Huxley, Schenker deixou os estúdios depois que o produtor Gary Lyons fez várias piadas sobre nazistas.

Sem fazer parte de nenhuma banda, a solução encontrada para Michael Schenker foi óbvia: seguir em carreira-solo.

Para tanto, o guitarrista fundou o Michael Schenker Group.

Assim, logo depois, Michael começou a procurar um vocalista para o seu grupo e foi assim que surgiu a figura de Gary Barden.

Gary Barden
Barden foi descoberto por Schenker após a audição de uma “fita demo” do vocalista em sua banda anterior, o Fraser Nash.

Logo após, Schenker e Barden começaram a trabalhar juntos na composição de canções que formariam o primeiro trabalho do Michael Schenker Group.

Com as canções com uma cara, era o momento de se iniciarem as gravações, no Wessex Studios, em Londres, já em Maio de 1980.

Assim a banda foi completada por músicos convidados, como o excelente tecladista Don Airey, o baixista Mo Foster e o baterista Simon Phillips.

A capa é simples, com uma imagem de Schenker. Vamos às faixas:

ARMED AND READY

O álbum de estreia do Michael Schenker Group já começa com o prenúncio do que teremos: um riff muito bom, carregando uma inconfundível áurea do Hard Rock setentista, fonte esta em que "Armed And Ready" bebeu fartamente. Ótimos solos, esbanjando feeling, marcam um dos clássicos da banda do guitarrista alemão.

A letra é simples:

Are you high tonight,are you feeling right
Cos I need you now, like I never did before
Is it hard enough, is it luod enough
Cos if you don't approve, you can use the door
Armed and ready,
I gotta gunsight trained on you


Foi o primeiro single retirado do álbum a fim de o promover.



CRY FOR THE NATIONS

Uma suave e bela melodia, de inspiração Pop, abre a segunda faixa do disco, mas que acaba sendo substituída por outro ótimo riff, desta feita mais cadenciado, embora repleto de peso e intensidade. A guitarra de Schenker é um fator de brilho intenso na canção, a qual também conta com boa atuação de Gary Barden. Outro clássico da carreira de Michael.

A letra mistura magia e encantamento:

A time of fear, so long ago,
Lived a man in Salon,
In his dark and magic room,
He gazed on times to come,
All is then revealed, and visions on water speak true!


“Cry For The Nations” foi o segundo single originado do álbum de estreia do Michael Schenker Group.



VICTIM OF ILLUSION

Em "Victim Of Illusion", Michael Schenker sobe mais um degrau no peso das músicas apresentadas no trabalho, pois traz uma melodia bastante Heavy Metal dos anos 70. Para o Blog, a canção lembra bastante o Judas Priest da supracitada década. O ritmo é intenso, mesmo em um tom cadenciado, mas com o peso e fúria exatos. Schenker dá um show na guitarra. Faixa brilhante!

A letra é em tom de desespero:

I can't put out the fire, been blinded by the flame
I have to run for cover, can't stand the pain
Can't stand the pain
The screams are loud but then he can't hear
Nightmare shows his face, then disappears,
Ooh victim of illusion, ooh victim of illusion



BIJOU PLEASURETTE

A quarta faixa do disco tem um toque mais melódico e suave, com um certo tom medieval. Curta e totalmente instrumental, é uma clara demonstração da sensibilidade musical do guitarrista alemão.



FEELS LIKE A GOOD THING

A bateria de Simon Phillips aparece bem destacada nesta canção, a qual apresenta um riff pesado, mas, simultaneamente, repleto de uma melodia com muita malícia. Esta música já possui um ar mais moderno (para a época), mesclando a clara referência setentista com a sonoridade Hard Rock que seria desenvolvida na década seguinte. Muito interessante.

A letra é em tom de conquista:

I know what I need, and you've got what I want
Use your imagination'
Got that look in your eye's
So hard to disguise your situation



INTO THE ARENA

Com pouco mais de 4 minutos, "Into The Arena" é mais uma ótima faixa instrumental do álbum de estreia do Michael Schenker Group. Baseada em um ótimo riff, pesado e cadenciado, Schenker esbanja feeling com alguns solos muito viscerais. Os teclados de Airey também aparecem de maneira mais clara.



LOOKING OUT FROM NOWHERE

Um ótimo solo de Schenker abre "Looking Out From Nowhere". A faixa é preenchida por uma excelente melodia, intensamente maliciosa, transbordando o espírito do Hard Rock. Schenker apresenta solos brilhantes durante a canção, em um dos melhores momentos do álbum. Bom trabalho de Barden.

A letra é em tom de autoconhecimento:

But, now the time is right
I've got to break out to the other side
But you can never know
What the other side has got to show!
As I try to get through, it seems like
They don't understand me,
And they keep pulling me back
To take part in their fantasies



TALES OF MYSTERY

Uma triste e melancólica melodia apresentam esta música, contando com vocais precisos de Barden, perfeitamente adequados à parte instrumental. A faixa é curta, mas traz à memória o que Schenker fazia no UFO, em parceria com Phil Mogg, neste tipo de canção. Muito tocante!

A letra possui significado romântico:

More and more, each day girl
I'm coming back to your heart
And the tides of time keep flowing
Telling tales of mystery...



LOST HORIZONS

A nona - e última - faixa do álbum de estreia do Michael Schenker Group é "Lost Horizons". Com mais de 7 minutos, esta é a maior música do disco. Trata-se de um Hard Rock pesado, intenso e angustiante, qualidades estas trazidas muito em conta por parte da atuação magistral da guitarra de Michael Schenker. A atuação de Gary Barden também é muito boa. O solo próximo aos 3 minutos de reprodução é de arrepiar! Fecha o álbum de maneira incrível.

A letra reflete luta e angústia:

Bid farewell, the works of men
When cries of anger sound again
My tears of shame, cut like a knife,
How can I justify this life!



Considerações Finais

O Hard Rock, melódico e criativo, gerou frutos novamente para o guitarrista Michael Schenker.

A escolha de seguir em carreira-solo, com mais liberdade e autonomia para ir em direção ao que desejava, revelou-se o caminho certo para o alemão através de seu Michael Schenker Group.

O álbum de estreia acabou alcançando a ótima 8ª posição da principal parada britânica de álbuns, atingindo a modesta 100ª na correspondente norte-americana. Ainda conquistou a 59ª colocação na parada japonesa.

Já como uma banda consolidada, o Michael Schenker Group lançaria seu segundo disco, MSG, em 1981.



Formação:
Michael Schenker - Guitarra
Gary Barden - Vocal
Músicos Adicionais:
Don Airey - Teclados
Mo Foster - Baixo
Simon Phillips - Bateria

Faixas:
01 - Armed and Ready (Schenker/Barden) - 4:05
02 - Cry for the Nations (Schenker/Barden) - 5:08
03 - Victim of Illusion (Schenker/Barden) - 4:41
04 - Bijou Pleasurette (Schenker) - 2:16
05 - Feels Like a Good Thing (Schenker/Barden) - 3:44
06 - Into the Arena (Schenker) - 4:10
07 - Looking Out from Nowhere (Schenker/Barden) - 4:28
08 - Tales of Mystery (Schenker/Barden) - 3:16
09 - Lost Horizons (Schenker/Barden) - 7:04

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/michael-schenker-group/

Opinião do Blog:
É indiscutível a profunda admiração que o autor do Blog tem pela obra musical de Michael Schenker, especialmente no que tange ao que o guitarrista produziu na banda UFO durante os anos 70, em álbuns fabulosos (como Phenomenon, por exemplo), verdadeiras cartilhas para os fãs do Hard Rock setentista.

O talento inegável de Michael Schenker na guitarra (e como compositor) foi colocado novamente à prova quando ele resolveu partir em carreira-solo, criando seu Michael Schenker Group e gravando seu álbum de estreia, homônimo à banda. É muito palpável o bem que a liberdade criativa fez à música de Schenker através do resultado final do disco.

Bons músicos completaram a formação da banda a qual gravou este trabalho inicial do guitarrista em carreira-solo. Don Airey aparece com o habitual talento nas vezes em que o teclado se destaca. Gary Barden também contribui de maneira significativa para o sucesso do álbum, com uma atuação convincente.

Mas, evidentemente, o destaque absoluto do trabalho vai para Michael Schenker. A guitarra está especialmente 'infernal' no disco, com riffs repletos de peso, intensidade e ritmo, além de seus solos que esbanjam feeling e técnica. Também há espaço para o especial senso melódico do guitarrista. Em resumo, Michael dá um verdadeiro show pelas músicas que compõem o álbum.

As letras são na média habitual.

Em um disco muito bom, não há grandes diferenças de qualidade entre as canções. Mas cabe destacar faixas que trazem o melhor do Hard Rock como "Armed And Ready", "Cry For The Nations" e "Victim Of Illusion". "Tales Of Mystery" traz a belíssima capacidade de Schenker em compor lindas melodias e ainda há a espetacular "Lost Horizons", talvez, a melhor do álbum.

Enfim, Michael Schenker buscou suas referências no Hard Rock setentista para compor o álbum. Muitas vezes é possível lembrar daquilo que o próprio guitarrista fez no UFO durante aquela década.

Schenker partiu em carreira-solo e presenteou seus fãs com um álbum de qualidade ímpar, sendo sua audição de extremo prazer. Um dos principais guitarristas da história do Hard Rock deu mais uma aula para fãs do estilo nesta obra, a qual é mais que recomendada pelo Blog. Obrigatório!

3 comentários:

  1. O único senão a se fazer é, embora tenha sido gravado na Inglaterra, o seu primeiro disco, MSG é uma banda alemã. Não podemos ouvidar disso! Bem como o próprio MSG com o vocalista MCauley, também continua sendo uma banda alemã. À exceção disso, a matéria foi excelente! Parabéns!

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    1. Opa, vou checar novamente as informações para fazer a correção.
      Muito obrigado pelo toque e pelos elogios, seja bem-vindo ao site.

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  2. E também não podemos deixar de prestigiar a fenomenal participação na bateria de Simom Philips. Em todas as músicas, eke toca muito. E em Lost Horizons, foi magistral.

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