11 de julho de 2015

HELLOWEEN - KEEPER OF THE SEVEN KEYS PART 1 (1987)


Keeper Of The Seven Keys Part 1 é o segundo álbum de estúdio da banda alemã chamada Helloween. Seu lançamento oficial aconteceu em 23 de maio de 1987, pelo selo Noise Records, e as gravações se deram entre novembro de 1986 e janeiro de 1987 no Horus Sound Studio, em Hannover, na Alemanha. A produção ficou a cargo de Tommy Newton e Tommy Hansen.


O Helloween é das bandas mais importantes da história do Heavy Metal, sendo responsável direta pelo surgimento de uma de suas vertentes mais difundidas, o chamado Power Metal. O Blog vai contar um pouco da história do grupo para depois se ater ao álbum propriamente dito.

O Helloween foi formado em 1984, em Hamburgo, na Alemanha. O line-up original incluía Kai Hansen nos vocais e guitarra, Michael Weikath na guitarra, Markus Grosskopf no baixo, e Ingo Schwichtenberg na bateria.

Naquele ano, a banda assinou contrato com a Noise Records e gravou duas músicas para uma coleção da supracitada gravadora, chamada Death Metal. A compilação apresentava bandas que ficariam conhecidas, nomes de calibre como Hellhammer, Running Wild, e Dark Avenger.

Kai Hansen
As duas faixas foram "Oernst Of Life", composta por Weikath, e "Metal Invaders", de Hansen, esta última em uma versão mais rápida que aquela a qual apareceria no primeiro álbum completo do grupo.

O Helloween gravou e lançou seu primeiro registro em 1985, um EP auto-intitulado, o qual continha cinco faixas.

Também nesse ano, a banda lançou seu primeiro álbum de estúdio, o aclamado Walls of Jericho, o qual contém petardos como “Metal Invaders”, “Ride The Sky” e a própria faixa-título.

Apesar da boa qualidade, Walls Of Jericho não repercutiu em termos de paradas de sucesso, nem mesmo em sua terra natal, apenas conquistando a modesta 75ª colocação no Japão.

Durante a seguinte turnê, Kai Hansen apresentou algumas dificuldades em cantar e tocar guitarra ao mesmo tempo. A derradeira gravação de Kai como vocalista da banda foi em 1986, em um EP intitulado Judas, a qual continha a canção "Judas" e versões ao vivo de "Ride the Sky" e de "Guardians", ambas gravadas em Gelsenkirchen.

Na sequência destes lançamentos, o Helloween começou a busca por um novo vocalista.

A banda encontrou um vocalista de então 18 anos de idade, chamado Michael Kiske, a partir de um grupo local, da cidade de Hamburgo, chamado Ill Prophecy.

Michael Kiske
Com seu novo vocalista em ponto de bala, o Helloween aproximou as gravadoras Noise International e RCA, propondo o lançamento de um LP duplo, a fim de introduzir o seu novo line-up.

Por fim, a proposta foi recusada. Em vez disso, eles gravaram e lançaram um álbum único, Keeper of the Seven Keys Part I, que foi lançado em 1987.

A capa, belíssima, foi obra de Edda & Uwe Karczewski.

As gravações foram realizadas na cidade alemã de Hannover, nos estúdios Horus Sound Studio, durante novembro de 1986 e janeiro de 1987.

Vamos às faixas:

INITIATION

"Initiation" é uma pequena introdução instrumental para o álbum.



I'M ALIVE

Já a segunda faixa do disco mostra ao que a banda veio: peso, intensidade e muita, muita velocidade! As guitarras abusam dos solos, sempre com muito bom gosto. Os vocais de Michael Kiske dispensam maiores comentários. Enfim, um início de qualidade soberba!

A letra tem um forte sentido de amizade:

There's no use in hangin' all around
You're a king, can't you see your crown
Look into my eyes
So many things are waiting to be done
You just need a friend
Together we will sing along



A LITTLE TIME

O riff inicial de "A Little Time" já prenuncia uma grande canção. O ritmo inicial não é tão veloz quanto ao da faixa precedente, mas o peso e a intensidade continuam muito presentes. Kiske dá um show de interpretação, tornando a música ainda melhor. Rica em melodia, "A Little Time" é uma das grandes canções de 'Keeper I'.

A letra reflete a fugacidade do tempo:

A little time to build up your lives
A little time to make up our minds
A little time to fill up our dreams
A little time, time



TWILIGHT OF THE GODS

A quarta faixa do álbum se inicia com muito ritmo e intensidade, em uma sonoridade típica do Power Metal, com ênfase na velocidade. Destaque intenso para os ótimos vocais de Michael Kiske que se casam perfeitamente com a parte instrumental. Outro momento ótimo do disco.

A letra tem conteúdo fantástico:

Silicone brain powered voices
Are crying "atack" tonight
Our gods are now fightling
In anger, burning our world



A TALE THAT WASN'T RIGHT

Na quinta faixa, o ritmo cai com uma tocante e suave melodia para introduzir "A Tale That Wasn't Right". Logo o ouvinte percebe que está diante de uma balada, mas que foge completamente ao lugar comum. A supracitada melodia é belíssima e o solo que se inicia por volta dos 3 minutos é excepcional. Destaque total, também, para a atuação de Kiske.

A letra contrapõe realidade e desejo:

In my heart, in my soul
I really hate to pay this toll
Should be strong, young and bold
But the only thing I feel is pain



FUTURE WORLD

Peso e intensidade marcam um dos mais brilhantes riffs compostos pelo Helloween. O ritmo é um tanto quanto mais cadenciado, mas a faixa é bastante pesada, sem abrir mão, sequer um milímetro, de uma cativante melodia. As guitarras estão bem presentes, mas a seção rítmica faz um trabalho brilhante e responsável direto pelo sucesso da canção. Kiske, só para variar, dá outro show. Um clássico!

A letra é uma mensagem otimista para o futuro:

One day you'll live in happiness
With a heart that's full of joy
You'll say the word "tomorrow" without fear
The feeling of togetherness will be at your side
You'll say you love your life and you'll know why

“Future World” é um clássico incontestável do Helloween. Mesmo assim, entretanto, foi lançada como single, mas não obteve qualquer repercussão nas principais paradas de sucesso desta natureza.

A capa do single apresenta a mascote da banda em uma homenagem ao herói dos quadrinhos Judge Dredd.


A faixa é executada com frequência tanto pelo Helloween quanto pelo Gamma Ray (a também lendária banda formada por Kai Hansen quando este deixou o Helloween) em seus shows.

Normalmente é utilizada para a participação do público, geralmente com a multidão cantando o primeiro verso depois do vocalista gritar a primeira frase da canção.



HALLOWEEN

A sétima música do álbum é "Halloween", quase homônima ao grupo, e supera a casa dos 13 minutos. Com maestria, a banda desenvolve uma canção em que a tônica é a oscilação entre momentos mais Heavy Metal tradicional (com uma pegada bem oitentista da New Wave Of British Heavy Metal) e outros em que sua original sonoridade Power Metal está 'em chamas'. Passagens instrumentais com ótimos solos, excelentes vocais e bastante criatividade constituem uma das melhores faixas que a banda compôs em toda sua discografia.

A letra se refere à tradicional festa homônima à faixa:

In the streets on Halloween
There's something going on
No way to escape the power unknown
In the streets on Halloween
The spirits will arise
Make your choice, it's hell or paradise
Ah--it's Halloween
Ah--it's Halloween. . .tonight



FOLLOW THE SIGN

A oitava - e última - faixa de Keeper Of The Seven Keys Part 1 é "Follow The Sign". Com pouco menos de 2 minutos, a canção funciona como um convite para a segunda parte vindoura do trabalho. Destaque para as guitarras.

A letra possui tom de alerta:

Now that you've made your choice
Follow the sign
Did you make your choice?
You're the keeper of the seven keys
Our only hope's your victory
So follow the sign



Considerações Finais

Embora seja um álbum clássico, Keeper Of The Seven Keys Part 1 não obteve maiores repercussões em seu momento de lançamento, mas foi conquistando seu espaço aos poucos.

Em termos de paradas de sucesso, ficou com a modestíssima 104ª posição da principal parada norte-americana de álbuns, com a respectiva 15ª colocação na correspondente alemã. Ainda ficou com os 57º, 42º e 18º lugares nas paradas japonesa, sueca e suíça, respectivamente.

Além disto, foi um álbum dominado pelo guitarrista Kai Hansen já que uma lesão do outro guitarrista, Michael Weikath, o impediu de ter uma maior performance em grande parte do álbum.

Para a promoção do disco, "Future World" foi lançada como single e um videoclipe foi feito para "Halloween", mas com cerca de 8 minutos da canção omitidos na edição.

Mais importante que tudo isto é o fato de Keeper Of The Seven Keys Part 1 ser considerado um álbum emblemático, com muitos críticos o considerando como o criador da vertente Power Metal do estilo Heavy Metal.

Já em 1988, o Helloween lançaria Keeper Of The Seven Keys Part 2 e entraria, ainda mais, para a história do Heavy Metal.


Formação:
Michael Kiske - Vocal
Kai Hansen - Guitarra
Michael Weikath - Guitarra
Markus Grosskopf - Baixo
Ingo Schwichtenberg - Bateria

Faixas:
01. Initiation (Hansen) - 1:20
02. I'm Alive (Hansen) - 3:22
03. A Little Time (Kiske) - 3:59
04. Twilight of the Gods (Hansen) - 4:29
05. A Tale That Wasn't Right (Weikath) - 4:42
06. Future World (Hansen) - 4:02
07. Halloween (Hansen) - 13:18
08. Follow the Sign (Hansen/Weikath) - 1:46

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/helloween/

Opinião do Blog:
O Helloween é o principal protagonista da vertente do Heavy Metal que se acostumou chamar de Power Metal. Não apenas pelo seu pioneirismo, mas, e principalmente, pela qualidade e consistência do material que lançou a partir da segunda metade da década de oitenta.

Assim, o grupo alemão se tornou um modelo, o paradigma a ser seguido por todos os outros conjuntos e músicos que surgiram posteriormente e apostaram em seguir o estilo Power Metal. Desta maneira, o Helloween é a principal (ou ma das principais) influências do supracitado Power Metal e de seu descendente chamado no Brasil de "Metal Melódico".

Keeper Of The Seven Keys Part 1 (e seu sucessor) são as cartilhas definitivas do estilo. Sua qualidade e originalidade assombram, determinam uma linha de composição e constituem parâmetros para uma nova vertente da música pesada.

A banda aposta não apenas no peso das músicas, mas também em um ritmo bastante mais acelerado e em melodias cativantes e bem construídas. Todo este arcabouço sonoro não apenas surpreende assim como conquistou milhões de ouvintes.

Tudo isto somente é possível por conta da banda ser formada por ótimos músicos. Todos contribuem de forma decisiva para a qualidade do que se escuta. Especial destaque para as guitarras de Kai Hansen e de Michael Weikath e para a atuação impressionante de Michael Kiske nos vocais.

As letras abordam temáticas fantasiosas, mas sempre com um contraponto realístico e sentimental de bom gosto.

Difícil destacar músicas sem se tornar injusto com outras, pois se trata de um álbum de qualidade muito alta e bastante homogêneo. Mas cabe ressaltar o clássico indiscutível "Future World", a belíssima balada "A Tale That Wasn't Right" e a porrada "I'm Alive". Mas realmente há que se enaltecer uma canção como "Halloween", uma das mais impressivas composições da banda.

Enfim, o Helloween dispensa maiores comentários como banda. Sua importância e seu legado permanecem vivos e pulsantes, basta ao ouvinte reconhecer a quantidade incontável de grupos que seguiram seus passos e foram diretamente influenciados pela sua musicalidade. Keeper Of The Seven Keys Part 1 é um álbum incrível e a primeira parte de uma cartilha do Power Metal, juntamente com seu sucessor (o qual é assunto para um futuro post). Álbum mais que obrigatório!

3 de julho de 2015

RUSH - FLY BY NIGHT (1975)


Fly By Night é o segundo álbum de estúdio da banda canadense Rush. Seu lançamento oficial aconteceu em 15 de fevereiro de 1975 pelo selo Anthem Records. As gravações se deram entre dezembro de 1974 e janeiro do ano subsequente, no Toronto Sound Studios, na cidade de Toronto, no Canadá. A produção ficou por conta de Terry Brown e da própria banda.


Uma das mais criativas, técnicas e influentes bandas do Rock em todos os tempos: este é o Rush. O blog vai relatar um breve histórico da fundação do grupo para depois se ater ao álbum.

A primeira formação do Rush data do ano de 1968 e foi formada no bairro de Willowdale, em Toronto, Ontário, no Canadá. A banda era formada pelo guitarrista Alex Lifeson, pelo baixista e vocalista Jeff Jones e o baterista John Rutsey.

Poucas semanas após sua formação, e antes mesmo de sua segunda apresentação, o baixista e vocalista Jones deixou a banda e foi substituído por Geddy Lee, um colega de escola de Lifeson.

Depois de várias reformas no line-up, a considerada primeira encarnação oficial do conjunto foi formatada em maio de 1971, consistindo em Lee, Lifeson, e Rutsey. O primeiro manager do grupo foi Ray Danniels, também da cidade de Toronto, e um frequentador habitual dos primeiros shows do Rush.

Geddy Lee
Após conquistarem estabilidade no line-up e aprimorarem suas habilidades no circuito de bares/escolas locais, os membros da banda lançaram seu primeiro single, "Not Fade Away", um cover da música de Buddy Holly, em 1973.

O Lado B do supracitado single continha uma composição original, "You Can't Fight It", creditada a Lee e a Rutsey.

O single causou pouca repercussão e, por conta da indiferença da gravadora que o lançou, a banda resolveu fundar seu próprio selo independente, denominado Moon Records.

Com o auxílio de Danniels e do engenheiro recém-contratado, Terry Brown, a banda lançou seu álbum de estreia auto-intitulado, em março de 1974.

Embora um bom trabalho, contando com ótimas canções como “Finding My Way”, “In The Mood” e “Working Man”, a imprensa especializada considerou o trabalho altamente derivado do gigante inglês Led Zeppelin.

Até então, o Rush possuía limitada popularidade local. Foi aí que o álbum de estreia da banda chegou à WMMS, uma estação de rádio em Cleveland, Ohio, nos Estados Unidos. Donna Halper, um diretor musical e DJ que trabalhava na estação, selecionou "Working Man" para sua playlist regular.

A música ressoou entre os fãs de hard rock e esta recém-descoberta popularidade levou o álbum a ser lançado pela Mercury Records em todos os Estados Unidos.

Imediatamente após o lançamento do álbum de estreia, em 1974, Rutsey foi forçado a deixar a banda devido a problemas de saúde (decorrentes da diabetes) e seu desgosto em geral sobre passar a vida em turnê. Sua última apresentação com o Rush foi em 25 de julho de 1974.

O Rush realizou audições para conseguir um novo baterista e, eventualmente, selecionou Neil Peart como substituto de Rutsey. Peart entrou oficialmente para a banda em 29 de Julho de 1974, duas semanas antes da primeira turnê norte-americana do grupo.

O grupo fez seu primeiro show juntos, abrindo para o Uriah Heep e o Manfred Mann, com a presença de mais de 11.000 pessoas na Arena Civic, em Pittsburgh, Pensilvânia, em 14 de agosto daquele mesmo ano.

Além de se tornar o baterista da banda, Peart assumiu o papel de principal letrista, antes ocupado por Lee, o qual tinha muito pouco interesse em escrever, apesar de ter composto as letras do primeiro álbum da banda. Em vez disso, Lee, juntamente com Lifeson, focaram-se, principalmente, nos aspectos instrumentais do Rush.

Em dezembro de 1974, o grupo começaria a compor e gravar seu segundo álbum, o primeiro após a adição do baterista Neil Peart.

Alex Lifeson
O disco veria a inclusão do primeiro mini-conto épico da banda , “By-Tor & the Snow Dog”, repleto de arranjos complexos e um formato multi-seção.

Os temas líricos também passariam por mudanças dramáticas após a adição de Peart, muito em conta do amor do baterista pela literatura de fantasia e ficção científica.

Apesar destas muitas diferenças, no entanto, algumas das músicas e canções espelhavam o estilo de blues encontrado na estréia do Rush.

A produção ficou a cargo de Terry Brown e do próprio Rush. A capa traz a figura de uma coruja. Fly by Night foi gravado no Toronto Sound Studios, em Overlea Boulevard, Toronto, no Canadá.

Vamos às faixas:

ANTHEM

Um interessante riff, ancorado por uma introdução marcante de bateria, dá início à primeira faixa de Fly By Night. Logo o ritmo se torna bastante melódico, sendo envolvido pela peculiar voz de Geddy Lee. O solo de guitarra é bastante interessante, com muito feeling. Ótimo início, com forte influência do Hard Rock setentista.

"Anthem" traz letras inspiradas em elementos da filosofia de Ayn Rand:

Live for yourself
There's no one else more worth living for
Begging hands and bleeding hearts
Will only cry out for more




BEST I CAN

Ritmo, e até um certo swing, podem ser sentidos já no início da segunda canção do trabalho, "Best I Can". Há uma perceptível influência de Led Zeppelin, mas a faixa ainda se mantém repleta da personalidade única do Rush. Destaque absoluto para a bateria de Neil Peart, que deixa tudo ainda mais profundo.

A letra é sobre ter fama e sucesso:

You can tell me that I got no class
Look around, you'll see who's laughin' last
Don't give me speeches 'cause they're oh so droll
Leave me alone, let me rock and roll




BENEATH, BETWEEN & BEHIND

Nesta canção, o Rush aposta em um Hard Rock com uma certa pegada Bluesy, mas com muito peso e intensidade. Os vocais de Geddy Lee se casam perfeitamente com a parte instrumental, além do fato de seu baixo estar ainda mais presente. Boa canção!

A letra é focada em fantasia:

Beneath the noble bird
Between the proudest words
Behind the beauty, cracks appear
Once with heads held high
They sang out to the sky
Why do their shadows bow in fear?




BY-TOR & THE SNOW DOG

Com pouco mais de 8 minutos, "By-Tor & The Snow Dog" é a maior faixa de Fly By Night. A canção é dividida em 4 partes, com a terceira sendo subdividida em outras 4 (favor verificar a seção Faixas para maiores detalhes, mais abaixo). Como a música é mais longa, conta com trechos instrumentais mais extensos nos quais os membros do Rush esbanjam toda sua técnica. A sonoridade predominante é mesmo o Hard Rock, com flertes com o Heavy Metal, e outros momentos mais intrincados. Faixa exuberante!

A letra tem inspiração em um caso do roadie da banda, Howard Ungerleider, e também possui profunda influência literária:

At The Tobes Of Hades
At the Tobes of Hades
The Tobes of Hades
Lit by flickering torchlight
The Netherworld is gathered in the glare
Prince By-Tor takes the cavern
To the north light
The sign of Eth is rising in the air
By-Tor, knight of darkness
Centurion of evil
Devil's prince




FLY BY NIGHT

"Fly By Night" é um Hard Rock simples, direto e sem maiores rodeios. Nem por isso deixa de ser uma composição completamente envolvente, com um refrão forte e que gruda na cabeça do ouvinte. O solo de Lifeson é muito bom, funcionando de modo a engrandecer ainda mais a canção. Excelente momento do disco.

A letra é baseada na experiência que Neil Peart teve ainda como jovem músico, quando saiu de sua pequena cidade natal no Canadá e foi para a Inglaterra:

Fly by night, away from here
Change my life again
Fly by night, goodbye my dear
My ship isn't coming and I just can't pretend



Lançada como single, não repercutiu em termos de paradas de sucesso. Depois, quando lançada novamente para promover o ao vivo All the World's a Stage, atingiu a 88ª posição na parada norte-americana desta natureza.

Além disso, é o single mais bem sucedido da carreira do Rush, superando a marca de 5 milhões de cópias vendidas até 2009.

Além de aparecer em episódios de séries de TV como Supernatural e Degrassi High, a música está disponível no game Rock Band 3. É uma das muitas canções famosas do Rush.



MAKING MEMORIES

Já em "Making Memories" o Rsuh apresenta uma introdução mais leve e suave, ao violão clássico, até o momento em que baixo e bateria entram em ação, aumentando a intensidade da faixa. Trata-se de um Rock muito competente, com ótimo ritmo e melodia. Outro bom solo de Alex Lifeson.

A letra tem inspiração sentimental:

You know we're having good days
And we hope they're gonna last
Our future still looks brighter than our past
We feel no need to worry
No reason to be sad
Our memories remind us, maybe road life's not so bad

Lançada como single, não causou maiores repercussões em termos de paradas de sucesso.



RIVENDELL

Uma bela e suave melodia marca toda a extensão de Rivendell, a qual possui um clima tomado pela calma e harmonia. O ar bucólico da sonoridade casa-se perfeitamente com a descrição da região que dá nome à música, brilhantemente retratada na obra "O Senhor dos Anéis". Uma peça diferente no álbum.

Como o próprio nome indica, “Rivendell” é baseada na obra de J. R. R. Tolkien, O Senhor dos Anéis:

I've traveled now for many miles
It feels so good to see the smiles of
Friends who never left your mind
When you were far away
From the golden light of coming dawn
Till the twilight where the sun is gone
We treasure every season
And every passing day




IN THE END

A oitava - e última - faixa de Fly By Night é "In The End". Os primeiros 1 minuto e 40 segundos da canção chegam a enganar o ouvinte, pois a mesma segue o embalo de sua predecessora. Mas logo o Hard Rock, pesado e cheio de cadência, proposto majoritariamente pela banda durante o álbum, está de volta. Bom riff, intensidade e vocais precisos encerram o disco com chave-de-ouro.

A letra fala de relacionamentos:

Well, I can see what you mean
It just takes me longer
And I can feel what you feel
It just makes you stronger




Considerações Finais:

Fly By Night é daqueles ótimos trabalhos que só ganharam maior reconhecimento com o sucesso posterior da banda.

Em termos de paradas de sucesso, o álbum passou praticamente em branco. Conquistou a modestíssima 113ª posição na parada norte-americana desta natureza, não causando nenhuma repercussão na correspondente britânica.

Entretanto, ficou com a 9ª colocação na parada canadense.

Embora ainda embebido no Hard Rock, Fly By Night é o passo inicial do Rush em busca de modelar o tipo de sonoridade que seria seu carro-chefe anos mais tardes.

Ainda em 1975, o grupo lançaria seu terceiro disco, o controverso Caress Of Steel.

Fly By Night supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas na América do Norte.

Neil Peart

Formação:
Geddy Lee - Vocal, Baixo, Guitarra Clássica
Alex Lifeson - Guitarra
Neil Peart - Percussão

Faixas:
01. Anthem (Peart/Lee/Lifeson) - 4:26
02. Best I Can (Lee) - 3:24
03. Beneath, Between & Behind (Peart/Lifeson) - 3:00
04. By-Tor & the Snow Dog (Peart/Lee/Lifeson) - 8:37
I: At The Tobes Of Hades
II: Across The Styx
III: Of The Battle
a. Challenge And Defiance
b. 7/4 War Furor
c Aftermath
d. Hymn Of Triumph
IV: Epilogue"
05. Fly by Night (Peart/Lee) - 3:20
06. Making Memories (Peart/Lee/Lifeson) - 2:56
07. Rivendell (Peart/Lee) - 5:00
08. In the End (Lee/Lifeson) - 6:51

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/rush/

Opinião do Blog:
Pense em uma banda que seja emblemática e fundamental para o Rock, com uma base fidelíssima de fãs e que permanece sendo influência marcante para um sem número de jovens grupos: este é o Rush. Mais que uma banda, o grupo canadense é uma verdadeira instituição do estilo.

Mais que isso, o Rush sempre esteve ancorado no talento extraordinário de seus músicos, os quais continuamente esbanjavam sua invejável técnica em prol de suas composições. Alex Lifeson, Geddy Lee e Neil Peart estão no Olimpo do Rock.

Fly By Night é apenas o segundo álbum de um grupo que teve, durante toda sua trajetória, e até hoje, a marca da inquietude. O Rush sempre buscou novas sonoridades e estilos musicais para fundir com sua excelente e inconfundível personalidade musical.

Portanto, no álbum aqui apresentado, a banda ainda possuía como base sonora o Hard Rock setentista, com uma também inegável influência do Led Zeppelin. Simultaneamente, a banda constrói, ao longo das oito canções, sua pegada e sonoridade exclusivas.

Até mesmo um ponto que causa um pouco de polêmica, ou seja, a voz de Geddy Lee, casa-se perfeitamente com a parte instrumental. E, na realidade, o Blog é incapaz de sequer imaginar outro vocalista para toda a carreira do Rush. Geddy é extremamente competente, também, como vocalista.

Como destaques temos a ótima "Best I Can", a tocante e sensível "Rivendell" e o clássico indiscutível "Fly By Night". Mas, para o Blog, "By-Tor & The Snow Dog" é a melhor composição do disco. Um pequeno embrião da sonoridade que tornaria o Rush conhecido em todo o mundo pouco tempo depois.

Concluindo, Fly By Night ainda não é o Rush clássico e que conquistaria todo o mundo anos depois em peças fundamentais como 2112 (1976) ou Moving Pictures (1981), por exemplo. Mas mesmo assim, a banda presenteia o ouvinte com ótimas composições e uma pegada Hard Rock com muita personalidade. Álbum excelente e altamente recomendado pelo Blog!