10 de dezembro de 2016

LYNYRD SKYNYRD - SECOND HELPING (1974)


Second Helping é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana Lynyrd Skynyrd. Seu lançamento oficial aconteceu em 15 de abril de 1974, através do selo Sounds of the South. A maior parte das gravações (exceto a faixa 1) aconteceram em janeiro de 1974, no Record Plant Studios, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A produção ficou por conta de Al Kooper.

8 de dezembro de 2016

JUDAS PRIEST - STAINED CLASS (1978)


Stained Class é o quarto álbum de estúdio da banda inglesa Judas Priest. Seu lançamento oficial aconteceu em 10 de fevereiro de 1978, através dos selos CBS (Reino Unido) e Columbia Records (EUA). As gravações ocorreram entre outubro e novembro de 1978 no Chipping Norton Recording Studios, em Oxfordshire e no Utopia Studios, em Londres, ambos na Inglaterra. A produção ficou por conta de Dennis Mackay, do próprio Judas Priest e de James Guthrie.

7 de novembro de 2016

UFO - FORCE IT (1975)


Force It é o quarto álbum de estúdio da banda britânica UFO. Seu lançamento oficial aconteceu em julho de 1975, com as gravações ocorrendo no Morgan Studios, em Londres, na Inglaterra. O selo responsável foi o Chrysalis Records e a produção ficou sob responsabilidade de Leo Lyons.

4 de novembro de 2016

NAZARETH - LOUD 'N' PROUD (1973)


Loud 'n' Proud é o quarto álbum de estúdio da banda escocesa Nazareth. Seu lançamento oficial aconteceu em novembro de 1973, através do selo Mooncrest. As gravações ocorreram durante aquele mesmo ano e a produção ficou sob a responsabilidade de Roger Glover.

16 de outubro de 2016

IRON MAIDEN - IRON MAIDEN (1980)


Iron Maiden é o primeiro álbum de estúdio da banda inglesa de mesmo nome, ou seja, o Iron Maiden. Seu lançamento oficial aconteceu em 14 de maio de 1980, através do selo EMI Records. As gravações ocorreram no Kingsway Studios, em janeiro daquele mesmo ano. A produção ficou por conta de Will Malone.

9 de outubro de 2016

CHEAP TRICK - CHEAP TRICK (1977)


Cheap Trick é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, ou seja, o Cheap Trick. Seu lançamento oficial aconteceu durante o mês de fevereiro de 1977, através do selo Epic Records. As gravações ocorreram nos estúdios Record Plant, na cidade de New York City, nos Estados Unidos, no ano de 1976. A produção ficou por conta de Jack Douglas.


Embora atualmente não tenha tanto reconhecimento do público brasileiro em geral, o Cheap Trick fez grande sucesso comercial, especialmente em sua terra natal, os Estados Unidos. O Blog vai tratar brevemente dos primórdios da banda até chegar ao seu álbum de estreia.

Em 1961, com apenas 12 anos de idade, o jovem guitarrista Rick Nielsen começou a tocar localmente, em Rockford, Illinois, nos Estados Unidos, usando uma coleção cada vez maior de guitarras raras e valiosas.

Ele formou várias bandas locais com nomes como The Boyz e The Grim Reapers.

Já Brad Carlson, o qual mais tarde ficaria conhecido como Bun E. Carlos, tocou em uma banda rival na mesma cidade de Rockford, chamada The Pagans.

Rick Nielsen

Finalmente, no ano de 1967, Nielsen formou um grupo chamado Fuse com o músico Tom Peterson, mais tarde conhecido como Tom Petersson, o qual havia tocado em mais uma banda local chamada The Bo Weevils.

O Fuse lançou um álbum autointitulado para a Epic Records, em 1970, mas que foi completamente ignorado. Frustrado por sua falta de sucesso, o Fuse recrutou os dois membros restantes de um conjunto chamado Nazz, em 1970, e acabou tocando em todo o Centro-Oeste norte-americano, por 6 a 7 meses, sob os dois nomes, Fuse ou Nazz, dependendo de onde eles se apresentavam.

Com Bun E. Carlos assumindo a bateria, o Fuse mudou-se para Filadélfia, em 1971. Eles passaram a se chamar Sick Man of Europe, entre 1972 e 1973.

Depois de uma turnê pela Europa em 1973, Nielsen e Petersson retornaram a Rockford e se reuniram novamente com Carlos.

Em 1973 o Cheap Trick foi formado. Randy "Xeno" Hogan (Crossfire) foi o vocalista original do grupo. Ele deixou a banda logo após a sua formação e foi substituído pelo vocalista Robin Zander.

O nome foi inspirado pela presença da banda em um show do Slade, onde Petersson comentou que o grupo usava “every cheap trick in the book” (cada truque barato no livro) como parte de seu show.

A banda gravou (com Hogan), uma demo oficial, “Hot Tomato”, em meados de 1974, partes do que se tornaria “I'll Be with You Tonight”, que foi inicialmente nomeada de “Tonight, Tonight” (e com uma estrutura ligeiramente diferente), e ainda “Takin' Me Back”.

Com Robin Zander, agora nos vocais, a banda gravou sua primeira demo oficial em 1975 e tocou nos mais diversos locais (como pistas de boliche) ao redor do meio-oeste dos Estados Unidos.

Robin Zander

A banda assinou contrato com a Epic Records no início de 1976. Tom Werman, da A&R, acabou cedendo à insistência do produtor Jack Douglas, que havia visto a performance do grupo em um show em Wisconsin.  

Já em 1976, Jack Douglas produziu o primeiro álbum do Cheap Trick, cujo nome seria homônimo ao grupo. As gravações foram realizadas na cidade de New York, no Record Plant Studios. A capa, simples, apresenta uma fotografia da banda.

Vamos às faixas:

HOT LOVE

O álbum abre com um riff com fortes influências do Rock dos anos 50, mas, ao mesmo tempo, contando com um peso extra. Há uma pegada a qual, inegavelmente, remete ao Aerosmith daquela época. Excelente início, com vocais bastante agressivos por parte de Robin Zander.

A letra possui conotação sexual:

And when I see a little temp'rature rise
You know I wasn't surprised
See you were smiling, oh
Hot love will burn
Hot love will burn your heart



SPEAK NOW OR FOREVER HOLD YOUR PEACE

Já em sua segunda faixa, o Cheap Trick aposta em uma pegada bluesy bastante cadenciada, com boas doses de groove. O grande destaque é a guitarra de Rick Nielsen, atuando com acentuado feeling. O vocalista Robin Zander opta por vocais mais limpos.

A letra fala sobre verdade:

Gettin' all tied up, feelin' all tied up
Things I need to tell you love
You'll be true I know
There's still a chance for a better life
Yes, I know

Trata-se de um cover para a música originalmente composta pelo músico inglês Terry Reid.



HE'S A WHORE

Em "He's a Whore", o grupo opta por uma abordagem bem Rock 'n' Roll, indo direto ao ponto, sem muitas firulas. O ritmo é bastante melódico e divertido, o peso é pequeno e os vocais de Zander são muito bons.

A letra se refere a quem faz qualquer coisa por dinheiro:

So the story goes
I think I'll take her for a ride
With this moneybag by my side
A gigolo is the only way to go

O Cheap Trick filmou um vídeo promocional da faixa, dirigido por Chuck Lashon. Embora não seja uma canção que frequentasse constantemente os shows do grupo, a música esteve presente em várias coletâneas da banda.

Entre os covers famosos estão de bandas como Big Black, Neon e Vince Neil.



MANDOCELLO

"Mandocello" possui um ritmo mais lento e bastante suavidade, mas o grande destaque é sua tonalidade muito grave. O baixo de Tom Petersson é consideravelmente mais presente e dita o ritmo da música. Ótimos vocais de Zander.

A letra é divertida:

Look at me like I look at you
Think of me like I think of you
Speak to me like I speak to you
Dream of me like I dream of you



THE BALLAD OF T.V. VIOLENCE (I'M NOT THE ONLY BOY)

Um ritmo mais cadenciado marca o início da quinta faixa do álbum de estreia do Cheap Trick, mas ela acelera até atingir uma velocidade rápida. O destaque é realmente a guitarra de Rick Nielsen, bem criativa. Zander praticamente declara as letras. Canção bem interessante.

A letra se refere ao homicida Richard Speck:

I need a knife to give me a wife
I need a knife, gimme your life
Gimme your life



ELO KIDDIES

"ELO Kiddies" é uma música muito criativa. Seu início em um clima de banda marcial é interessante, com os corais funcionando de modo muito pouco ortodoxo. A guitarra de Rick Nielsen é bem presente, com a distorção causando um efeito muito legal.

A letra fala sobre idas e vindas:

You lead a life of crime
You gotta go unwind
You haven't got much time
You know they're out to get you

“Elo Kiddies” acabou se tornando um grande sucesso do Cheap Trick, presente em várias coletâneas e álbuns ao vivo lançados pelo grupo.


Foi lançada como single apenas na Europa, onde a canção teve boa repercussão.

White Flag e Crash Kelly já fizeram versões para a música.



DADDY SHOULD HAVE STAYED IN HIGH SCHOOL

Nesta canção, o conjunto opta por uma sonoridade mais simples, contando com um riff bem pesado e o baixo de Tom Petersson muito presente e ditando o andamento da faixa. Os vocais de Robin Zander se casam perfeitamente com a sonoridade. Música muito interessante.

A letra fala sobre pedofilia:

I like you, will you like me, yes?!
Sorry, but I have to grab you
You look better completely undressed
Sorry, but I have to have you



TAXMAN, MR. THIEF

"Taxman, Mr. Thief" apresenta um riff de guitarra sensacional criado por Rick Nielsen. O ritmo é bem cadenciado, mas a intensidade produzida pela seção rítmica e, também, pela guitarra de Rick Nielsen cativam o ouvinte. O refrão é significativamente melódico, com ótima atuação do vocalista Robin Zander. Grande canção!

A letra é uma crítica aos impostos:

You work hard, you make money
There ain't no on in the world who can stop you
You work hard, you went hungry
Now the taxman is out to get you



CRY, CRY

Já em "Cry, Cry"; o grupo aposta em uma batida constante, pesada e muito lenta. A atuação do vocalista Robin Zander é o grande diferencial da faixa, a qual apresenta um clima mais denso e sombrio, exceto pelo refrão, muito melódico.

A letra possui conotação romântica

You say to me
You say you never
Realized how much you loved me
So don't ya call me on the phone
Oh babe no no baby



OH, CANDY

A décima - e última - faixa de Cheap Trick é "Oh, Candy". O álbum fecha com uma canção que é um Rock clássico, com muita melodia e ritmo. A linha seguida é bastante simples, mas recheada de um clima altivo e envolvente. Ótima forma de terminar o trabalho.

A letra é sobre o fotógrafo Marshall Mintz, amigo da banda, que havia se suicidado:

You, you won't be comin' around no more
You, you won't be comin' around no more
Oh Candy why did you do it
I didn't think you heard a word that I said


Foi lançada como single para promover o álbum, mas não obteve maior repercussão em termos das principais paradas de sucesso.



Considerações Finais

Embora seja considerado um dos melhores álbuns do Cheap Trick por seus fãs, o disco de estreia da banda não foi um grande sucesso comercial.

Em termos das principais paradas de sucesso, ele passou praticamente em branco, não causando maiores repercussões.

O disco de vinil original tinha "lado A" impresso em um lado da capa e "lado 1" impresso na outra, sendo um toque humorístico que refletia a convicção da banda sobre a qual eles não possuíssem qualquer material "B", embora a colocação da lista de músicas, nas capas, indicassem “Hot Love” como a primeira faixa do álbum.

De fato, os números de matriz sobre o registro mostravam o lado A com “Hot Love” e o lado B com “Elo Kiddies”. Quando o álbum foi lançado no formato CD, em meados da década de 1980, seguiu a mesma sequência.

No entanto, quando o disco foi relançado em CD, em 1998, foi utilizada a sequência preferida da banda, com “Elo Kiddies” sendo a primeira faixa.

Este álbum, junto aos três discos seguintes, são considerados, por fãs e críticos, os melhores trabalhos do Cheap Trick. O disco, no entanto, é mais conhecido por capturar tanto o seu lado mais obscuro quanto a ferocidade de suas primeiras performances ao vivo, mais do que qualquer outro álbum de estúdio em seu catálogo.

Stephen Thomas Erlewine, do site AllMusic, dá nota máxima ao trabalho, atestando: “A combinação de humor fora de ordem, indivíduos bizarros e power pop bem-aventurado, fazem de Cheap Trick um dos álbuns que definem a sua época, bem como um dos mais influentes”.

Também o livro Spin Alternative Record Guide dá a Cheap Trick a nota máxima.

Embora bem recebido pela crítica, o álbum não foi bem-sucedido em termos de vendas. O single “Oh, Candy” falhou em entrar nas paradas. No entanto, a banda começou a desenvolver uma base de fãs no Japão e “ELO Kiddies” foi um sucesso na Europa.

Ainda em setembro de 1977, o Cheap Trick lançaria seu segundo álbum de estúdio, o grande sucesso In Color.



Formação:
Robin Zander - Vocal, Guitarra-Base
Rick Nielsen – Guitarra-Solo, Vocais
Tom Petersson - Baixo, Vocais
Bun E. Carlos - Bateria

Faixas:
01. Hot Love (Nielsen) — 2:30
02. Speak Now or Forever Hold Your Peace (Reid) — 4:35
03. He's a Whore (Nielsen) — 2:43
04. Mandocello (Nielsen) — 4:47
05. The Ballad of T.V. Violence (I'm Not the Only Boy) (Nielsen) — 5:15
06. Elo Kiddies (Nielsen) — 3:41
07. Daddy Should Have Stayed in High School (Nielsen) — 4:44
08. Taxman, Mr. Thief (Nielsen) — 4:16
09. Cry, Cry (Zander/Nielsen/Petersson) — 4:22
10. Oh, Candy (Nielsen) — 3:07

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.vagalume.com.br/cheap-trick/

Opinião do Blog:
Certamente uma banda injustiçada, assim o Blog define o Cheap Trick. Seus trabalhos, do final da década de 70, mereciam muito mais destaque e conhecimento por parte dos fãs de Rock.

É difícil definir a sonoridade do grupo, pois, ao longo de sua discografia, o conjunto sempre optou por buscar novas musicalidades e não abriu mão da ousadia, fundindo diferentes sonoridades e estilos musicais à suas raízes mais 'roqueiras'.

O trabalho inicial do Cheap Trick, homônimo à banda, mostra um grupo bastante coeso e bem entrosado. A qualidade das faixas e a boa produção denotam uma banda em busca do sucesso. O maior destaque é o principal compositor do conjunto, Rick Nielsen, atuando muito firmemente com sua guitarra, tanto nos solos quanto nos riffs.

As letras, em sua maioria também de Nielsen, apresentam uma abordagem inteligente, ora procurando uma veia mais humorística, ora buscando fatos da vida real ou momentos históricos. Merecem uma boa conferida.

Cheap Trick é um álbum que aponta o talento da banda. Ele tem como base o Rock, muitas vezes com um direcionamento mais voltado ao Hard Rock (remetendo ao Aerosmith setentista), mas sempre com uma inegável influência Pop. O resultado final é muito acima da média.

Faixas com uma inegável veia Hard Rock se destacam no álbum, como "He's a Whore" e "Hot Love". Com um sentido mais contido e intimista, tem-se a bela "Mandocello". "ELO Kiddies" possui muita criatividade e se tornou um clássico.

Mas as favoritas do Blog são incontestáveis. O Rock e o Pop se unem de maneira perfeita na ótima "Taxman, Mr. Thief". E se tem a pesada "The Ballad of T.V. Violence (I'm Not the OnlyBoy)", facilmente entre as melhores composições da banda.

Enfim, Cheap Trick não é o auge do grupo de mesmo nome, mas é um de seus pontos altos na carreira. O Cheap Trick foi uma banda bastante criativa, especialmente entre o fim da década de 70 e o início dos anos 80. E seu disco de estreia é uma ótima amostra do talento do conjunto. Álbum muito bem recomendado!

27 de setembro de 2016

SCORPIONS - ANIMAL MAGNETISM (1980)


Animal Magnetism é o sétimo álbum de estúdio da banda alemã Scorpions. Seu lançamento oficial aconteceu em 31 de março de 1980, através dos selos EMI e Mercury. As gravações ocorreram entre dezembro de 1979 e fevereiro do ano seguinte, nos estúdios Dierks Studios, em Colônia, na Alemanha e no Manta Sound Studios, em Toronto, no Canadá. A produção ficou a cargo de Dieter Dierks.



O Scorpions é uma das melhores bandas dentro do estilo Hard Rock, tanto nos anos 70 quanto nos 80. O Blog vai tratar dos fatos antecedentes ao lançamento do disco para depois se ater ao disco propriamente dito.

O genial guitarrista Uli Jon Roth deixou o Scorpions em 1978. Na metade daquele ano, após testar cerca de 140 guitarristas, o posto foi ocupado por Matthias Jabs.

Após a adição de Jabs, o Scorpions deixou a gravadora RCA para assinar com a Mercury Records, nos Estados Unidos, e a Harvest/EMI Electrola, em todo o mundo, para gravar seu próximo álbum, Lovedrive.

Apenas algumas semanas após de ter sido expulso da banda UFO, por conta de seu abuso com o álcool, o ótimo guitarrista Michael Schenker, irmão do também guitarrista do Scorpions Rudolf Schenker, retornou ao grupo por um curto período, durante as gravações de Lovedrive.

Isso deu à banda três guitarristas (embora a contribuição de Michael Schenker para a versão final do trabalho foi limitada a apenas três músicas). O resultado foi Lovedrive, um álbum que alguns críticos consideram ser o auge da carreira dos alemães.

Lovedrive apresenta algumas canções favoritas dos fãs como "Loving You Sunday Morning", "Always Somewhere", "Holiday" e a instrumental "Coast to Coast". O trabalho cimentou firmemente uma nova sonoridade do Scorpions, com canções totalmente Hard Rock misturadas a baladas melódicas.

Klaus Meine

A arte da Capa de Lovedrive, altamente provocativa, foi nomeada a "Melhor capa de álbum de 1979", pela revista Playboy, embora tenha sido alterada para o lançamento nos Estados Unidos.

Lovedrive chegou ao número 55 nas paradas dos EUA, além da 36ª posição na parada britânica, demonstrando que a banda estava expandindo suas fronteiras internacionalmente.

Após a conclusão e lançamento do álbum, o Scorpions decidiu manter Michael Schenker na banda, forçando Jabs a sair. No entanto, depois de algumas semanas de turnê, Michael, ainda lidando com o alcoolismo, perdeu uma série de shows chegando ao ponto de ter um colapso em pleno palco.

Desta forma, Jabs foi trazido de volta para substituí-lo nas ocasiões em que Michael simplesmente não conseguia tocar. Entretanto, em abril de 1979, durante uma turnê na França, Jabs foi contratado de forma permanente para substituir Michael.

Assim, o Scorpions era formado por Klaus Meine nos vocais, Matthias Jabs e Rudolf Schenker nas guitarras, Francis Buchholz no baixo e Herman Rarebell na bateria.

E foi esta formação que começou a trabalhar no álbum seguinte, Animal Magnetism.

Novamente a banda apostou em uma capa provocativa, desta vez mostrando uma garota ajoelhada e um Doberman Pinscher sentado, ambos à frente de um homem.

A capa do álbum foi criada por Storm Thorgerson, da empresa de design Hipgnosis, e, como as capas de álbuns anteriores do Scorpions, causou polêmica. No entanto, ao contrário de várias das capas de seus discos anteriores, a controvérsia não resultou na arte original sendo substituída por uma outra alternativa.

Matthias Jabs

O baixista do Scorpions na época, Francis Buchholz, recorda: "Herman veio com o título do álbum, Animal Magnetism, e todos nós gostamos, porque era um título interessante. Então tivemos este cara chamado Storm que estava fazendo as capas de álbuns do Pink Floyd, acho que ele fez aquele com o cara com as chamas (Nota do Blog: a capa de Wish You Were Here, de 1975). Assim, Storm veio com a idéia para a capa de Animal Magnetism; eu, pessoalmente, não gostei, mas o resto da banda adorou. Mas eu gostei do cão”.

MAKE IT REAL

"Make It Real" possui um riff principal bastante cativante, unindo o peso e a melodia em doses proporcionais. Desta forma, a composição usa uma técnica de "ir crescendo", em intensidade, até o ótimo refrão. Ótima música!

A letra traz uma mensagem de confiança:

Did you ever have a secret yearning
Don't you know it could come true
Now's the time to set wheels turning
To open up your life for you


“Make It Real” é um grande sucesso do Scorpions.

Lançada como single, conquistou a 72ª posição na principal parada de singles desta natureza.



DON'T MAKE NO PROMISES (YOU BODY CAN'T KEEP)

A segunda faixa de Animal Magnetism é a menor, com menos de 3 minutos. Ela mantém a pegada intensa da canção anterior, mas sua característica é alternar passagens mais cadenciadas com outras mais velozes. O solo de guitarra é bem legal!

A letra possui sentido sexual:

Next day, can you believe, she was at the show
She said, hey man, you're great and she took me home
She started to undress, what a shock to see
Padded bra, blonde wig, not much left for me



HOLD ME TIGHT

Já em "Hold Me Tight", a banda acrescenta mais peso em sua sonoridade, apostando em um ritmo bem lento e, simultaneamente, criando um clima mais denso e sombrio. A parte instrumental é ainda mais valorizada graças a uma interpretação impecável de Klaus Meine. Grande momento do disco.

A letra mostra alguém dividido:

Alright don't want me to stay
Alright have it your way
Alright I'm leaving tonight
Alright woman, I'll get out of your sight



TWENTIETH CENTURY MAN

O riff principal de "Twentieth Century Man" é muito criativo, sendo mais leve e dotado de uma melodia maliciosa e contagiante. No refrão, toda esta malícia e lascividade são mais intensas e formam uma parceria interessante com a voz do vocalista Meine.

A letra é uma crítica ao homem moderno:

In the jungle of these times
There's nothing left for them to buy
They look for God on the screen
They've got even dream-machines
They are mesmerized



LADY STARLIGHT

"Lady Starlight" é a canção mais longa do álbum. Seu ritmo é mais lento e a intensidade é demasiadamente suave. A composição é dominada por uma melodia bastante leve, mas de uma beleza comovente (com a ajuda de uma orquestração muito eficiente) e que é elevada por uma atuação soberba dos vocais do ótimo Klaus Meine. Esta é uma das mais belas baladas que o Scorpions já fez. O solo de guitarra a partir do quarto minuto também agrada.

A letra é romântica:

Walking through a winter night,
Counting the stars
And passing time
Snow dances with the wind
I wish, I could be with you again

“Lady Starlight” foi lançada como single, mas não obteve maior repercussão em termos de paradas de sucesso deste tipo de lançamento.



FALLING IN LOVE

"Falling in Love" retorna ao típico Hard Rock que marcaria a banda especialmente nos anos 80, aliando doses certeiras de peso e um certo swing. A música vai direto ao ponto, contando com as guitarras muito acentuadas e bons vocais.

A letra é simples em tom sedutor:

Don't tell me your lies, I don't believe a word you say
You do realize, I move around from day to day
And I'm falling in love, it happens to me every day
I'm falling in love, love just seems to slip away



ONLY A MAN

Já em "Only a Man", o conjunto alemão faz uma construção bem criativa, com uma cadência mais pausada, marcando bastante os vocais, sendo tudo acompanhado por guitarras muito pesadas. O resultado final é bastante curioso e interessante, apesar do refrão não ficar no mesmo nível.

A letra fala de um homem tentando se justificar:

Woman, I'm only a man
Do the best that I can as you know
Woman, I'm only a man
Do the best that I can as you know
Now you know how I feel
Nothing is real



THE ZOO

Uma grande aula de Hard Rock. É assim que o Blog define a incrível faixa "The Zoo". A distorção e o peso das guitarras de Rudolf Schenker e Matthias Jabs chegam próximas à perfeição, construindo um ritmo pesado, denso e intenso. Os vocais de Klaus Meine se encaixam perfeitamente com a massa sonora, trazendo mais energia à composição em parceria com a seção rítmica. Brilhantemente, o refrão quebra toda esta construção soturna e traz luminosidade à música. Simplesmente genial!

A letra é boa e fala das cidades modernas:

We eat the night, we drink the time
Make our dreams come true
And hungry eyes are passing by
On streets we call the zoo



“The Zoo” é um grande clássico do Scorpions.

Lançada como single, alcançou a modesta 75ª posição da parada britânica desta natureza.

Schenker escreveu muito da música durante a primeira turnê da banda nos Estados Unidos, em 1979. Quando Meine ouvi pela primeira vez o riff de Schenker, ele se lembrou da visita anterior da banda a uma rua em New York City, onde em uma brincadeira foi referida como um "zoo".

Meine mais tarde compôs a letra da canção, que contêm referências a ruas da cidade, especialmente a 42nd Street, em New York.

Além de presença praticamente constante no set list dos shows do grupo, “The Zoo” está em praticamente todas as coletâneas e compilações do Scorpions.

Também foi aclamada pela crítica, tomando parte da lista de The Top 500 Heavy Metal Songs of All Time, de Martin Popoff, em 2002.



ANIMAL MAGNETISM

A nona - e última - canção de Animal Magnetism é a faixa-título, obviamente, de mesmo nome. Esta composição remete à fantástica primeira fase da banda, ainda nos anos 70. O flerte com o Heavy Metal é mais explícito. O ritmo é lento e sombrio, contando com as guitarras muito pesadas, e a bateria de Herman Rarebell e o baixo de Francis Buchholz elevam o peso à enésima potência. A cereja do bolo fica com a impecável atuação de Klaus Meine. Fabuloso!

A letra possui conteúdo sexual:

Make love to me right now
Love me till I'm down
You make me groove
I want ya, that's all I do
You let me groove
I want ya, that's all I do



Considerações Finais

Embalado por fortes canções como “Make It Real” e “The Zoo”, Animal Magnetism fez sucesso e mostrou que o Scorpions continuava no caminho correto.

O álbum conquistou a razoável 52ª posição na principal parada de sucessos norte-americana, atingindo a boa 23ª colocação na correspondente britânica. Também ficou com o 12º lugar na parada alemã.

Mais importante que isto, o álbum cimentou definitivamente a sonoridade que o Scorpions assumiria durante a década de 80 e o levaria a conquistar todo o mundo.

A revista Rolling Stone teceu críticas favoráveis ao trabalho. O crítico musical canadense Martin Popoff dá nota máxima ao disco. Quem destoa é Barry Weber, do AllMusic, que dá ao álbum 2,5 de um máximo de 5 estrelas possíveis, afirmando que: “muitas das canções soam como o trabalho de algum outro grupo de rock e simplesmente não se misturam como deveriam”.

Animal Magnetism supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Klaus Meine - Vocal
Matthias Jabs – Guitarra-Solo e Backing Vocals
Rudolf Schenker – Guitarra-Base e Backing Vocals
Francis Buchholz – Baixo e Backing Vocals
Herman Rarebell – Bateria e Backing Vocals
Músicos adicionais em "Lady Starlight":
Allan Macmillan – arranjos em cordas e metais, condutor
Adele Arman, Victoria Richard - violinos
Paul Arman - viola
Richard Arman - violoncelo
Charles Elliot - baixo
Melvin Berman - oboé
George Stimpson, Brad Wamaar - trompas

Faixas:
01. Make It Real (Schenker/Rarebell) - 3:49
02. Don't Make No Promises (Your Body Can't Keep) (Jabs/Rarebell) - 2:55
03. Hold Me Tight (Schenker/Meine/Rarebell) - 3:53
04. Twentieth Century Man (Schenker/Meine) - 3:00
05. Lady Starlight (Schenker/Meine) - 6:15
06. Falling in Love (Rarebell) - 4:09
07. Only a Man (Schenker/Meine/Rarebell) - 3:32
08. The Zoo (Schenker/Meine) - 5:28
09. Animal Magnetism (Schenker/Meine/Rarebell) - 5:56

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/scorpions/

Opinião do Blog:
Para fãs das vertentes mais pesadas do Rock, como o Hard Rock e o Heavy Metal, os carros-chefes do Blog, é indubitável que o Scorpions é uma das melhores e mais importantes bandas dentro destas vertentes. Os alemães contribuíram com álbuns essenciais para fãs deste tipo de sonoridade.

Entre o fim dos anos 70 e o início da década seguinte, o grupo alemão resolveu mudar sua sonoridade, especialmente após a saída do excepcional guitarrista Uli Jon Roth. O Scorpions resolveu ser mais Hard e menos Heavy, em uma visão muito simplista da coisa, mas que facilita o entendimento.

A partir de então, o grupo continuou com canções intensas, mas um pouco mais leves e mais acessíveis. Entretanto, para o Blog, a qualidade não caiu. O ótimo Lovedrive já apontava para o que viria.

Com Matthias Jabs, um ótimo guitarrista, muito melódico, efetivado no 'time', a banda ficou ainda mais entrosada. O resultado é o excelente Animal Magnetism. O destaque fica dividido entre o ótimo trabalho das guitarras e a atuação praticamente perfeita de Klaus Meine nos vocais.

As letras são boas e merecem uma conferida.

"Make It Real" é um excelente jeito de se começar um álbum de Hard Rock, com peso e intensidade em medidas corretas. A maliciosa "Hold Me Tight" é uma das faixas mais subestimadas desta fase do Scorpions. E "Lady Starlight" é de uma sutileza tocante.

Outra faixa que está entre as preferidas da banda, para o blogueiro, é a pesadíssima "Animal Magnetism", com um clima sombrio que conquista fãs de Hard/Heavy.

E ainda se tem "The Zoo", composição que disputa o posto de favorita do Scorpions para quem está escrevendo este texto. Faixa incrível, criativa e que depois seria arruinada pelo próprio conjunto em Acoustica (2001), ficando quase irreconhecível.

Enfim, o Scorpions dispensa maiores apresentações para quem é fã de Hard Rock. Banda obrigatória aos admiradores do estilo. Animal Magnetism é uma de suas obras mais importantes, portadora de músicas que possuem o DNA do grupo alemão impresso em sua sonoridade. Mais que obrigatório, o disco é indispensável na coleção dos fãs de música mais pesada. Até o próximo post!

11 de setembro de 2016

AC/DC - FOR THOSE ABOUT TO ROCK WE SALUTE YOU (1981)


For Those Abou to Rock We Salute You é o oitavo álbum de estúdio da banda australiana AC/DC. Seu lançamento oficial aconteceu em 23 de novembro de 1981 através do selo Atlantic Records. As gravações ocorreram entre os meses de maio e setembro daquele mesmo ano, em Paris, na França. A produção ficou por conta do famoso Robert John “Mutt” Lange.

4 de setembro de 2016

IRON BUTTERFLY - HEAVY (1968)


Heavy é o álbum de estreia da banda norte-americana Iron Butterfly. Seu lançamento oficial ocorreu em 22 de janeiro de 1968 sob o selo Atco Records. As gravações aconteceram em outubro de 1967 com a produção sob responsabilidade de Charles Greene e Brian Stone.


Passeando pelo Rock fortemente influenciado pelo Blues e pela cena Psicodélica, o Iron Butterfly foi uma banda seminal e muito importante para o surgimento do Hard Rock e do Heavy Metal. Vai-se, conforme a tradição, abordar os primórdios do grupo para depois se ater ao álbum.

O Iron Butterfly foi formado em 1966, em San Diego, Califórnia, nos Estados Unidos.

Os membros originais que formaram o Iron Butterfly foram Doug Ingle (vocal e teclados), Jack Pinney (bateria), Greg Willis (baixo) e Danny Weis (guitarra).

O pai de Ingle, Lloyd, era um organista da igreja, apresentando-o à música em uma idade ainda muito precoce. Ingle se mudou de sua terra natal, Nebraska, nos Estados Unidos, após apenas três meses de seu nascimento, indo, inicialmente, para as Montanhas Rochosas e, depois, a família acabou se mudando para San Diego, na Califórnia.

Rapidamente, o pandeirista e vocalista, Darryl DeLoach, acabou se juntando ao grupo.

A garagem dos pais de DeLoach, situada em um local chamado Luna Avenue, serviu como lugar para os ensaios da banda em quase todas as noites.

O baixista Jerry Penrod e o baterista Bruce Morse substituíram Willis e Pinney, respectivamente, depois que a banda se mudou para a cidade de Los Angeles, também na Califórnia, em 1966. Penrod era originalmente nascido em San Diego.

Doug Ingle

O também baterista Ron Bushy (originalmente nascido do outro lado do país, na capital norte-americana, Washington), em seguida, foi convidado a integrar o grupo quando Morse teve que deixar a banda devido a uma crítica tragédia familiar.

Entretanto, todos os músicos do Iron Butterfly, exceto Ingle e Bushy deixaram a banda após a gravação de seu primeiro álbum, Heavy, no final de 1967.

Os músicos remanescentes, apavorados com a possibilidade do registro não ser lançado, rapidamente encontraram substitutos no baixista Lee Dorman e no guitarrista Erik Brann (também conhecido como "Erik Braunn" e "Erik Braun"), retomando a turnê.

No início de 1968, o seu álbum de estreia, Heavy, foi lançado, após a banda assinar um acordo comercial com a ATCO records, uma subsidiária da Atlantic Records.

O grupo foi representado pela agência William Morris Agency que foi a empresa a qual marcava todos os seus concertos ao vivo.

Ron Bushy

Ao contrário dos rumores, o pandeirista Darryl DeLoach contribuiu como principal vocalista apenas em algumas músicas de Heavy. Tal como acontece com todos os álbuns do Iron Butterfly, antes de Scorching Beauty (1975), a maioria dos vocais principais são de Doug Ingle.

O trabalho artístico da capa do disco retrata os membros da banda tocando seus instrumentos ao lado de um grande monumento em forma de uma orelha humana. Os responsáveis pelo criativo trabalho foram Armando Busick e Joe Ravetz.

Vamos às faixas:

POSSESSION

"Possession" mostra ao que o Iron Butterfly veio, com peso e intensidade bastantes marcantes. Doug Ingle tem ótima atuação não apenas nos vocais bem como no órgão, cuja presença é bastante sentida e se destaca na canção. Ótimo solo da guitarra de Danny Weis.

A letra é simples, sobre relações humanas:

When a man has a woman
And he doesn't really love her
Why does he burn inside
When she starts to love another


“Possession” em conjunto com “Evil Temptation” é um raro single gravado pelo Iron Butterfly, entre 1967 e 1968, mas não lançado até 1970, por razões desconhecidas.

A versão de 1970 para “Possession” é a mesma que foi lançada em um single em conjunto com “Do not Look Down on Me”, em 1967, antes mesmo do lançamento oficial de Heavy, no ano seguinte.



UNCONSCIOUS POWER

Ritmo, intensidade e uma certa malemolência são as marcas da ótima "Unconscious Power", a qual possui uma inegável influência do chamado "Verão do Amor", ocorrido em 1967, e que foi o ápice do Rock Psicodélico nos Estados Unidos. Bons vocais de Ingle.

Na letra há uma mensagem de liberdade:

Removing all your inhibitions
Releasing complete freedom of thought
Sensations of ev'ry sense will prepare
With this you will see ev'ry thing.


Lançada como single, não obteve maior repercussão em termos das principais paradas de sucesso.



GET OUT OF MY LIFE, WOMAN

Já nesta faixa, o Iron Butterfly mostra sua influência bluesy com toda a força. O ritmo é mais cadenciado, mas há a presença de uma dose incipiente de peso, especialmente para aquela época. Ótima presença da guitarra de Danny Weis.

A letra é divertida:

Get off the ladder, woman; I've got to climb up to the top
Get off the ladder, woman; I've got to climb up to the top
Get off the ladder, woman; there is nothin' gonna make me stop

Trata-se de um cover para a canção originalmente composta por Allen Toussaint, músico, compositor e produtor norte-americano ligado ao estilo R&B.



GENTLE AS IT MAY SEEM

A quarta música do álbum é um Rock tradicional repleto de melodia e energia, rápido e direto. A guitarra de Weis está bastante presente mais uma vez. Desta feita, os vocais são feitos por Darryl DeLoach.

A letra fala sobre garotas:

There's a girl for every guy
You can get one if you try
It's not your fault my friend
If you lose her in the end



YOU CAN'T WIN

Em "You Can't Win", o Iron Butterfly aposta em um andamento mais cadenciado, mas com boa dose de intensidade, com o baixo de Jerry Penrod ainda mais presente, praticamente ditando o ritmo. Os vocais de Doug Ingle estão mais contidos, mas aparecem de maneira impactante.

A letra é sobre resignação:

What the man says is always right
He'll cuff your hands so you can't fight
There is no way of getting around it
He'll lock you up and in your head he'll pound it



SO-LO

"So-Lo" também possui bastante influência da vertente psicodélica do Rock, sendo bastante carregada na melodia e malícia. Os vocais de Darryl DeLoach são bons, compondo-se bem com a sonoridade instrumental. Faixa interessante.

A letra fala sobre consciência:

Have you heard about the word
That's going round
Have you heard about the girl
Who put me down
Well, she became aware of the fact
That I was running round
And consequently
My behavior put me down



LOOK FOR THE SUN

"Look for the Sun" é uma faixa pequena, mas direta e que vai ao ponto sem muitos rodeios. Ao intercalar passagens mais pesadas com outras mais melódicas e suaves, certamente é uma canção que aponta para o futuro e aquilo que seria a música da década seguinte. Os vocais são compartilhados por Penrod, Ingle e DeLoach.

A letra fala sobre luz:

Sunshine keeps light time from bringing
On the sad sad times
Mmm, that sunshine brings
Brightness to you



FIELDS OF SUN

Também em "Fields of Sun" o grupo se mostra intenso, aplicando um peso extra a sua sonoridade e que não era tão comum na época. Há a inteligente mistura de passagens mais intensas com outras de pegada suave, intercalando sonoridades distintas, mas totalmente complementares. Ótimos vocais de Ingle.

A mensagem é positiva:

This is the never-ending story
Of life which goes on
Day in and day out
Mountains of evergreen trees
Standing tall and straight
Like soldiers about



STAMPED IDEAS

"Stamped Ideas" é a menor faixa do álbum e possui a típica áurea sessentista do Rock, mas com uma pequena dose Bluesy muito bem-vinda. Os vocais são feitos por Darryl DeLoach. Simples, mas bem legal.

A letra é simples:

Stay away from people made from plastic in a mold,
And keep your stamped ideas inside your head untold,
Because I, I, I, baby am protecting you,
Yes, against the kind of things that other people do.
I, baby, am protecting you 'Cause I'm in love with you.
So come on baby!



IRON BUTTERFLY THEME

A décima - e última - música de Heavy é "Iron Butterfly Theme". Prezado leitor, não retire de mente que o álbum foi lançado em janeiro de 1968. Portanto, o que se ouve nesta faixa instrumental, é o prelúdio de muita coisa que seria feita na década seguinte, em termos de peso, intensidade e energia musicais. Ótima faixa!

Lançada como single, não obteve maior repercussão em termos de paradas de sucesso.


Considerações Finais

Mesmo sem um grande hit single que o alavancasse nas paradas de sucesso, o álbum acabou tendo certo sucesso comercial.

Heavy atingiu a 78ª posição da principal parada de álbuns norte-americana, a Billboard. No entanto, não obteve repercussão em sua correspondente britânica.

Três dos membros do grupo (Jerry Penrod, Darryl DeLoach e Danny Weis) deixaram a banda logo após o álbum ser gravado, deixando nas mãos de Ingle e de Bushy encontrarem seus substitutos.

O baixista Lee Dorman e o guitarrista Erik Brann, como foi mencionado, entraram na banda e continuaram com a turnê que promovia Heavy.

Em termos de som, o grupo tomou a inspiração de uma diversificada variedade de fontes externas, do chamado arena rock, como o uso de bongôs do percussionista norte-americano Preston Epps ao rhythm and blues da música instrumental do grupo Booker T. & the M.G.'s.

Em torno deste tempo, a banda se encontrou com o incrível guitarrista Jimmy Page, o qual afirmou que usou o grupo como inspiração parcial para o nome de “Led Zeppelin”.

Além disso, um dos primeiros shows das turnês iniciais do Zeppelin nos EUA foi em conjunto com o Iron Butterfly, no Fillmore East, em Nova York.

Stephen Thomas Erlewine, do site AllMusic, deu a Heavy 3,5 estrelas de um máximo possível de 5. Ele afirmou que “a maior parte do álbum não foi particularmente bem-composta”, mas confirma que “o forte ataque sonoro da banda, ocasionalmente, compensou a fraqueza do material”.

DeLoach posteriormente gravou com os grupos Two Guitars, Piano, Drum and Darryl, enquanto Weis e Penrod formaram o conjunto de nome Rhinoceros.

Em 1970, DeLoach formaria o Flintwhistle com o guitarrista Erik Brann; a banda se apresentaria ao vivo por cerca de um ano antes de se separarem.

Aproveitando o sucesso inicial, o Iron Butterfly gravaria e lançaria, ainda em 1968, o aclamado In-A-Gadda-Da-Vida.

Heavy supera a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Darryl DeLoach - Pandeiro, Vocal, Backing Vocals
Danny Weis - Guitarra
Doug Ingle - Órgão, Vocal, Backing Vocals
Jerry Penrod - Baixo, Vocal, Backing Vocals
Ron Bushy - Bateria

Faixas:
01. Possession (Ingle) - 2:45
02. Unconscious Power (Bushy/Ingle/Weis) - 2:32
03. Get Out of My Life, Woman (Toussaint) - 3:58
04. Gentle as It May Seem (DeLoach/Weis) - 2:25
05. You Can't Win (DeLoach/Weis) - 2:41
06. So-Lo (DeLoach/Ingle) - 4:05
07. Look for the Sun (DeLoach/Ingle/Weis) - 2:14
08. Fields of Sun (DeLoach/Ingle) - 3:12
09. Stamped Ideas (DeLoach/Ingle) - 2:08
10. Iron Butterfly Theme (Ingle) - 4:34

Letras:
Para o conteúdo completo das letras recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/iron-butterfly/

Opinião do Blog:
O Iron Butterfly não é uma banda tão conhecida assim pelo público em geral, estando mais restrita aos círculos que se interessam pela música Rock/Hard Rock setentista. Mas trata-se de um grupo muito criativo e competente e que merece ser ouvido com muita atenção.

É claro que o maior sucesso do Iron Butterfly seria seu álbum In-A-Gadda-Da-Vida, lançado ainda em 1968 e com uma formação bem diferente a constituir o conjunto, já contando com o ótimo baixista Lee Dorman e o guitarrista Erik Brann.

Mas, ressalvado o exposto acima, não podemos descartar de antemão a qualidade de Heavy. É óbvio, ele não está no mesmo patamar de In-A-Gadda-Da-Vida, mas é um bom trabalho. Mostra uma banda buscando sua sonoridade e identidade musical, acabando por refletir em composições diversificadas.

Em Heavy, o Iron Butterfly é formado por bons músicos e o conjunto acaba se sobressaindo, com bom entrosamento e cumplicidade. Destacam-se o guitarrista Danny Weis, o baixista Jerry Penrod e os vocais de Doug Ingle.

As letras são na média geral.

"Possession" é uma música intensa, pesada e com boa dose de dramaticidade, esta, imposta pelos vocais de Ingle. É uma amostra de que quando o Iron Butterfly aponta para o futuro (leia-se Hard Rock setentista) é que aparecem os melhores momentos do álbum.

Isto também acontece na ótima instrumental "Iron Butterfly Theme", bem possivelmente, a preferida do Blog em Heavy.

Também se sobressaem a pesada "You Can't Win", a intensa "Look for the Sun" e a melodiosa "Fields of Sun".

Concluindo, Heavy é um trabalho que demonstra uma banda com muito talento, buscando sua identidade musical e mesclando diferentes sonoridades. É quando dá amostras do que o grupo viria a fazer no futuro, que aparecem os melhores momentos do álbum. O Iron Butterfly foi uma ótima banda e Heavy merece ser apreciado, nem que seja como aperitivo para os melhores momentos do conjunto. Até o próximo post!