Master
of Puppets é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana
Metallica. Seu lançamento oficial aconteceu em 3 de março de 1986
através do selo Elektra Records. Suas gravações ocorreram entre 1º
de setembro e 27 de dezembro de 1985, no Sweet Silence Studios, em
Copenhagen, na Dinamarca. A produção ficou por conta da própria
banda e de Flemming Rasmussen.
Este post especial é uma homenagem aos 30 anos de lançamento deste álbum e, também, uma comemoração pelos 5 anos do Blog Rock: Álbuns Clássicos.
Este post especial é uma homenagem aos 30 anos de lançamento deste álbum e, também, uma comemoração pelos 5 anos do Blog Rock: Álbuns Clássicos.
O
Metallica retorna mais uma vez ao Blog para se contar a história de
um dos álbuns mais influentes da história do Heavy Metal. Como
sempre, um breve histórico antecederá o tradicional faixa a faixa
do disco em questão.
Em
27 de julho de 1984, o Metallica lançava seu segundo álbum de
estúdio, Ride The Lightning.
O
álbum já apontava para um apuro maior nas composições da banda,
intensificando a incorporação de elementos do Heavy Metal mais
tradicional ao Thrash Metal, este, a sonoridade inicial do grupo
californiano.
Neste
trabalho há faixas emblemáticas do Metallica como “For Whom The
Bell Tolls”, “Fade to Black” e “Creeping Death”.
Avesso
à mídia e ao Mainstream, naquela época, o disco atingiu o 87º
lugar na parada britânica, conquistando a 100ª posição na
correspondente norte-americana. Entretanto, a crítica especializada
e o público headbanger consagrou o trabalho.
Michael
Alago, diretor da gravadora Elektra Records A&R, e o cofundador
da Q-Prime Management, Cliff Burnstein, assistiram a um show do
Metallica em setembro de 1984. Eles ficaram impressionados com o
desempenho do grupo e tanto a Elektra quanto a Q-Prime firmaram
contrato com a banda.
James Hetfield |
O
sucesso crescente do Metallica foi tal que o selo britânico Music
for Nations lançou “Creeping Death” como um single de edição
limitada, o qual vendeu 40 mil cópias. Nele havia dois covers, “Am
I Evil”, do Diamond Head e “Blitzkrieg”, do grupo de mesmo
nome.
O
Metallica embarcou em sua primeira grande turnê europeia com a banda
inglesa Tank, com um público médio de 1300 pessoas.
Retornando
para os EUA, o grupo continuou em turnê, desta vez em conjunto com o
W.A.S.P. e o Armored Saint.
O Metallica
tocou seu maior show, até então, no festival Monsters of Rock, em
Donington Park, Inglaterra, em 17 de Agosto de 1985, com Bon Jovi e
Ratt, para um público na casa de 70 mil pessoas.
Outro
grande show ocorreu em Oakland, Califórnia, no festival Day on the
Green, quando a banda tocou para uma multidão de 60 mil pessoas.
Desta
forma, o Metallica estava motivado para gravar um novo álbum, o qual
impressionaria aos críticos e fãs, começando a escrever novo
material em meados de 1985.
O
baterista Lars Ulrich e o frontman James Hetfield foram os principais
compositores do novo álbum, já intitulado Master of Puppets.
Ambos desenvolveram suas ideias em uma garagem, em El Cerrito,
Califórnia, antes de convidarem o baixista Cliff Burton e o
guitarrista Kirk Hammett para complementarem os ensaios.
Hetfield
e Ulrich descrevem o processo de composição a partir de riffs de
guitarras, trabalhados até soarem como uma canção.
Master
of Puppets foi o primeiro álbum do Metallica a não apresentar
contribuições do ex-guitarrista Dave Mustaine. Mustaine alegou que
tinha coescrito “Leper Messiah”, baseado em uma velha canção
chamada “The Hills Ran Red”. A banda negou, embora tenha admitido
que, em uma seção, incorporou ideias do ex-guitarrista.
A
banda não estava satisfeita com a acústica dos estúdios americanos
os quais consideraram para a gravação e assim decidiram realizar o
processo na terra natal de Lars Ulrich, a Dinamarca.
Ulrich
teve aulas de bateria e Hammett trabalhou com o grande guitarrista Joe Satriani para
aprimorarem o ato de gravar de forma mais eficiente. Ulrich também esteve em
negociações com Geddy Lee, baixista do Rush, para produzir o álbum,
mas a colaboração nunca se concretizou por causa de diferenças nas
agendas.
O
Metallica gravou o álbum com o produtor Flemming Rasmussen, no Sweet
Silence Studios, em Copenhaguen, na Dinamarca, de 1º de Setembro a 27
de dezembro de 1985.
A
composição de todas as músicas, excetuando-se “Orion” e “The
Thing That Should Not Be”, foi concluída antes da chegada da banda
em Copenhagen. Rasmussen afirmou que a banda trouxe demos bem
preparadas das canções e apenas pequenas mudanças no estúdio
foram feitas para as composições.
A
gravação demorou mais que a do álbum anterior, porque o Metallica
havia desenvolvido um senso de perfeccionismo e também possuía
ambições maiores para este trabalho. O grupo também evitou a produção e
os sintetizadores, em voga na época, para álbuns de Hard Rock e
Heavy Metal então contemporâneos, como usados por Bon Jovi, Iron
Maiden e Judas Priest.
Apesar
de uma reputação de consumidores ávidos de bebidas alcoolicas, a
banda permaneceu sóbria durante os dias de gravação.
O
guitarrista Kirk Hammett recordou que, na época, o grupo estava
“apenas fazendo um outro álbum”, concluindo que “não fazia
idéia de que o registro teria essa grande influência que passaria a
ter”.
Kirk Hammett |
Rasmussen
e Metallica não conseguiram concluir as mixagens como planejado.
Assim, as fitas master foram enviadas em janeiro de 1986 para
Michael Wagener, que terminou a mixagem do álbum.
A
capa foi idealizada pelo Metallica e por Peter Mensch e desenhada e
executada por Don Brautigam. Ela retrata um campo de cemitério com
cruzes brancas amarradas com cordas, manipuladas por um par de mãos
em um céu vermelho. Ulrich explicou que a obra de arte resumiu o
conteúdo das letras do álbum: pessoas que estão sendo
inconscientemente manipuladas.
A
obra de arte original foi vendida, no Rockefeller Plaza, em New York
City, por 28 mil dólares, em 2008.
Vamos
às faixas:
BATTERY
A introdução acústica e suave embala o ouvinte, mas não se engane: você está diante de um dos hinos do Thrash Metal em todos os tempos. Velocidade alucinante e seção rítmica galopante são marcas registradas de "Battery". Os vocais agressivos de Hetfield são intensos. O andamento é veloz, embalados por um riff classudo da melhor escola californiana do Thrash Metal. O solo de guitarra de Hammett é ótimo. Um clássico!
A
letra se refere à raiva e agressão:
Smashing
through the boundries
Lunacy has found me
Cannot stop the Battery
Pounding out aggression
Turns into obsession
Cannot kill the Battery
Cannot kill the family
Battery is found in me
Battery
Lunacy has found me
Cannot stop the Battery
Pounding out aggression
Turns into obsession
Cannot kill the Battery
Cannot kill the family
Battery is found in me
Battery
MASTER
OF PUPPETS
"Master of Puppets" se inicia com um dos mais brilhantes riffs de guitarra de todos os tempos. E uma pequena variação dele é a condução principal deste hino do Heavy/Thrash Metal. A intensidade e rapidez da canção combinam com a interpretação nervosa de Hetfield nos vocais. O refrão é sensacional. O meio da música reserva uma considerável passagem instrumental, a primeira, mais cadenciada, com boa influência do Rock setentista. Outra, uma trilha Thrash como quase nunca se ouve, embalada pelo solo alucinante da guitarra de Hammett. Espetacular!
A
letra fala sobre o vício em cocaína:
Taste
me you will see
More is all you need
You're dedicated to
How I'm killing you
More is all you need
You're dedicated to
How I'm killing you
Indubitavelmente,
“Master of Puppets” é um dos grandes clássicos da história do
Metallica.
Lançada
como single principal para promover o álbum, não atingiu nenhuma
das principais paradas de sucesso deste tipo de lançamento.
No
entanto, com o passar do tempo, a canção acabou ganhando o
reconhecimento necessário. Tanto que o single ultrapassa a marca de
500 mil cópias comercializadas.
É
tida como a canção mais executada pela banda em seus shows, mesmo
que durante os anos 90 tenha ficado um certo período fora do set
list, ou mesmo sendo executada parcialmente nas apresentações
do grupo.
Várias
são as premiações recebidas pela canção. O canal de TV
norte-americano VH1 colocou “Mater of Puppets” na 3º posição
de sua lista greatest heavy metal song ever. Já a revista
britânica Q Magazine, coloca a música na 22ª colocação na lista
100 Greatest Guitar Tracks.
O
jornalista e crítico musical canadense, Martin Poppof, posicionou
“Master of Puppets” no 2º lugar em seu livro The Top 500 Heavy
Metal Songs of All Time.
Incontáveis
são as versões cover existentes para a faixa. Como exemplo,
citam-se bandas como Trivium e Dream Theater, além do violonista
David Garrett.
A
canção também aparece como trilha sonora nos filmes Old School,
de 2003, e The Big Short, de 2015. Além disso aparece na
série animada Simpsons, no episódio The Mook, the Chef, the Wife
and Her Homer, além de estar no game Guitar Hero: Metallica.
THE
THING THAT SHOULD NOT BE
Já em "The Thing That Should Not Be", o Metallica continua com sua jornada pesada e intensa, mas de modo um pouco mais cadenciado. Aqui a influência do Heavy Metal mais tradicional é bem perceptível, contando com um riff bem 'a la Black Sabbath'. O refrão é, outra vez, um show à parte. Tanto o baixo de Cliff Burton quanto a bateria de Lars Ulrich se destacam em outra faixa impressionante.
A
letra é baseada no conto do escritor H. P. Lovecraft, The Shadow over
Innsmouth:
Fearless
wretch
Insanity
He watches
Lurking beneath the sea
Great old one
Forbidden site
He searches
Hunter of the shadows is rising
Immortal
In madness you dwell
Insanity
He watches
Lurking beneath the sea
Great old one
Forbidden site
He searches
Hunter of the shadows is rising
Immortal
In madness you dwell
WELCOME
HOME (SANITARIUM)
"Welcome Home (Sanitarium)" é a 'balada' do álbum. Na verdade, sua primeira parte conta com uma melodia suave, mas ao mesmo tempo triste e densa e, claro, belíssima. O solo de abertura, de Hammett, é curto, mas exuberante. A interpretação de Hetfield é assustadoramente perfeita para combinar com a massa sonora. Quando a faixa se transforma em um Thrash Metal típico, a banda acerta mais uma vez, com um ritmo alucinante. Kirk Hammett nunca mais foi tão incrível quanto nesta composição. Um espetáculo!
A
letra é baseada no romance One Flew Over the Cuckoo's Nest,
de Ken Kesey:
Sleep,
my friend, and you will see
That dream is my reality
They keep me locked up in this cage
Can't they see it's why my brain says "rage"
That dream is my reality
They keep me locked up in this cage
Can't they see it's why my brain says "rage"
DISPOSABLE
HEROES
"Disposable Heroes" retorna com a fúria do Thrash Metal típico do Metallica. A banda oscila em andamentos ora mais contidos em uma sonoridade mais tradicional e outras vezes mais veloz e agressivo, como fez em Kill 'Em All. Não há momentos calmos ou menos intensos. O refrão é ótimo. O solo de guitarra de Hammett aos 4:30 é muito legal!
A
letra mostra uma mensagem contra a guerra:
Soldier
boy, made of clay
Now an empty shell
Twenty one, only son
But he served us well
Bred to kill, not to care
Do just as we say
Finished here, Greeting Death
He's yours to take away
Now an empty shell
Twenty one, only son
But he served us well
Bred to kill, not to care
Do just as we say
Finished here, Greeting Death
He's yours to take away
LEPER
MESSIAH
Mais cadenciada e arrastada, mas não menos brilhante. Esta é "Leper Messiah". Outro riff bem 'sabáthico' e o baixo de Cliff Burton ditando o ritmo são marcas impressivas da canção. A atuação precisa e envolvente de Hetfield nos vocais também engrandecem uma das melhores composições da discografia do Metallica. Pena que não seja tão reverenciada quanto deveria. O solo de Hammett é de arrepiar.
A
letra fala sobre fé cega:
Time
for lust
Time for lie
Time to kiss your life goodbye
Send me money, send me green, heaven you will meet
Make a contribution and you'll get a better seat
Bow to Leper Messiah
Time for lie
Time to kiss your life goodbye
Send me money, send me green, heaven you will meet
Make a contribution and you'll get a better seat
Bow to Leper Messiah
O
título da música deriva do clássico de David Bowie “Ziggy
Stardust”.
ORION
Como era costume nos primeiros álbuns do grupo, sempre havia uma faixa instrumental. Esta é "Orion". O baixo de Cliff Burton é que dá as cartas por aqui, desde a introdução da música. A canção apresenta um conjunto de melodias, ora tendendo ao Heavy Metal tradicional, em outras vezes flertando com até mesmo com o Hard Rock setentista. Alternando peso e suavidade, "Orion" encanta por manter sua unidade melódica ao longo de toda sua extensão de maneira brilhante.
DAMAGE,
INC.
A oitava - e última - faixa de Master of Puppets é "Damage, Inc.". Após uma introdução de pouco mais de 1 minuto o ouvinte estará diante da mais pura fúria Thrash Metal que o Metallica já produziu. O andamento é rápido e com uma absurda intensidade. Hetfield casa seus vocais perfeitamente com a massa sonora. Umas das - senão a melhor - melhores atuações de Lars Ulrich em um álbum do grupo. Fecha o álbum com chave-de-ouro.
A letra
é sobre a violência sem sentido e represália a um alvo não
especificado:
Dealing
out the agony within
Charging hard and no one's gonna give in
Living on your knees, conformity
Or dying on your feet for honesty
Inbred, our bodies work as one
Bloody, but never cry submission
Following our instinct not a trend
Go against the grain until the end
Charging hard and no one's gonna give in
Living on your knees, conformity
Or dying on your feet for honesty
Inbred, our bodies work as one
Bloody, but never cry submission
Following our instinct not a trend
Go against the grain until the end
Considerações
Finais
Em
comparação aos trabalhos antecedentes, Master of Puppets foi bem
melhor em relação a paradas de sucesso.
Atingiu
a 41ª colocação na principal parada britânica, conquistando a 29ª
posição na correspondente norte-americana. Ainda ficou com 18º
lugar na parada da Suíça.
O
álbum permaneceu cerca de 72 semanas na Billboard 200 e deu à
banda sua primeira certificação de ouro.
A
Billboard informou que o álbum vendeu 300 mil cópias em suas três
primeiras semanas. Apesar de praticamente nenhum airplay de rádio e
não existirem videoclipes, de acordo com a atitude anti-mainstream
propagada, então, pelo Metallica, o álbum vendeu mais de 500 mil
cópias em seu primeiro ano.
Master
of Puppets foi aclamado pela crítica especializada em música. O
editor Tom King disse que Metallica estava em seu ápice de
composição durante as sessões de gravação, em parte porque o
baixista Cliff Burton contribuiu com as canções.
O
álbum foi aclamado como uma obra-prima pela crítica fora do público
Heavy Metal e citado por alguns como o maior álbum do gênero.
Cliff Burton |
Em
uma revisão contemporânea, Tim Holmes, da revista norte-americana
Rolling Stone, afirmou que a banda havia redefinido o Heavy
Metal com a habilidade técnica e a sutileza exibidos no álbum, que
ele descreveu como “o som da paranoia global”.
A
revista inglesa Kerrang! escreveu que Master of Puppets “finalmente
colocou o Metallica nas grandes ligas a que pertence”.
Já
Steve Huey, do AllMusic, vê Master of Puppets como o melhor álbum
do Metallica e observou que, embora não fosse tão inesperado quanto
Ride the Lightning, é um disco mais musical e tematicamente
consistente. Greg Kot, do jornal Chicago Tribune, disse que as
canções da banda ficaram mais intensas nesse ponto, apontando para
uma “tendência progressiva do Rush”.
Para
não dizer que tudo são flores, a revista Spin e o crítico Robert
Christgau não fizeram críticas positivas ao trabalho.
Master
of Puppets tem aparecido em listas de melhores álbuns de várias
publicações. Ele foi classificado como número 167 na lista 500
greatest albums of all time, da revista Rolling Stone.
A
revista Time o incluiu em sua lista dos 100 melhores álbuns de todos
os tempos, com Josh Tyrangiel, afirmando que o disco reforça a velocidade em se tocar Heavy Metal e diminui alguns dos seus clichês.
A
Slant Magazine colocou o álbum na 90ª posição de sua lista dos
melhores álbuns da década de 1980. O álbum é destaque no livro
1001 Albums You Must Hear Before You Die. O site IGN chama
Master of Puppets de “o melhor álbum de heavy metal de todos os
tempos”. A revista Guitar World o elegeu como o quarto melhor álbum
de guitarra de todos os tempos, em 2006.
Em
2016, o álbum foi considerado “culturalmente, historicamente ou
esteticamente significante” pela Biblioteca do Congresso Nacional
dos Estados Unidos, sendo selecionado para preservação no National
Recording Registry.
O
Metallica optou por uma extensa turnê em vez de liberar um
videoclipe para promover o álbum. O grupo passou entre março e
agosto de 1986 em turnê como banda de abertura para Ozzy Osbourne,
nos Estados Unidos, sendo sua primeira turnê para plateias de
grandes arenas.
O
grupo costumava tocar riffs do Black Sabbath durante as
passagens de som, sendo que Osbourne percebia como um escárnio para
com ele.
Referindo-se
a essa ocasião, Ulrich afirmou que o Metallica teve a honra de tocar
com Osbourne, o qual o tratou muito bem durante a turnê. De acordo
com Ulrich, o público em grandes cidades já estava familiarizado
com a música do Metallica, ao contrário das cidades menores que
visitou.
Ulrich
afirmou: “Nos mercados menores, as pessoas realmente não nos
conheciam. Mas, depois de 45 ou 50 minutos, nós podemos dizer que já
o conquistamos. E os fãs que vinham para ouvir Ozzy iam para casa
gostando do Metallica”.
A
turnê serviu para lentamente ser o início de estabelecer um público
mainstream para a banda.
Nesta
época, o Metallica ganhou reputação da mídia por seu hábito de
beber em excesso, durante as turnês, ganhando o apelido de
Alcoholica. Os membros da banda, ocasionalmente, usavam
camisetas com os dizeres Alcoholica/Drink 'em All,
brincando com o nome de seu álbum inicial.
A
turnê, no entanto, foi marcada por vários incidentes. Hetfield
quebrou o pulso em um acidente de skate, e seu técnico de guitarra,
John Marshall, tocou a guitarra-base em diversas datas.
A
parte europeia da Damage, Inc. Tour teve início em setembro de
1986, com o Anthrax como a banda de apoio, e acabaria se tornando uma tragédia inesquecível.
Após
o show de 26 de setembro em Estocolmo, o ônibus da banda rolou em um
trecho da estrada recoberto por gelo, na manhã seguinte. O baixista
Cliff Burton foi jogado por uma janela e morreu instantaneamente.
Cliff
Burton faleceu com apenas 24 anos de idade.
O
motorista do ônibus afirmou que atingiu um pedaço de gelo negro,
mas Hetfield não concordou com isto. O motorista foi acusado de
homicídio, mas não foi condenado.
A
banda voltou para San Francisco e, após algumas audições,
contratou o baixista Jason Newsted, ex-Flotsam and Jetsam, para
substituir Burton. Muitas das canções que apareceriam no próximo
álbum da banda, ...And Justice for All, foram compostas enquanto
Burton ainda estava vivo.
Master
of Puppets supera a casa dos 6 milhões de álbuns vendidos apenas
nos Estados Unidos.
Formação:
James
Hetfield - Vocal, Guitarra-Base
Kirk
Hammett - Guitarra
Cliff
Burton - Baixo, Backing Vocals
Lars
Ulrich - Bateria
Faixas:
01.
Battery (Hetfield/Ulrich) - 5:12
02.
Master of Puppets (Hetfield/Ulrich/Burton/Hammett) - 8:36
03.
The Thing That Should Not Be (Hetfield/Ulrich/Hammett) - 6:37
04.
Welcome Home (Sanitarium) (Hetfield/Ulrich/Hammett) - 6:27
05.
Disposable Heroes (Hetfield/Ulrich/Hammett) - 8:17
06.
Leper Messiah (Hetfield/Ulrich) - 5:40
07.
Orion (Hetfield/Ulrich/Burton) - 8:28
08.
Damage, Inc. (Hetfield/Ulrich/Burton/Hammett) - 5:29
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/metallica/
Em Kill 'Em All e Ride The Lightning, o Metallica já havia provado que não era apenas mais uma banda surgida na década de 80, a mais fundamental na história do Heavy Metal. Os dois primeiros discos do grupo são essenciais para fãs de estilos mais pesados dentro do Rock.
Mas a banda quis ir além. E o passo definitivo para entrar na história foi dado em seu terceiro álbum. Master of Puppets eleva o nível do grupo a patamares estratosféricos.
Provando estar no ápice de seu entrosamento e criatividade, o Metallica entrega uma atuação impecável de todos os seus membros. Dispensável mencionar a categoria de Cliff Burton no baixo da banda. Lars Ulrich também tem sua melhor atuação em um álbum do grupo.
O grande diferencial do grupo é mesmo as guitarras. Tanto a base de Hetfield quanto os solos de Hammett estão impecáveis, intensos e precisos. Não há passagens supérfluas, tudo é feito de modo a tornar as composições melhores.
Até mesmo é possível perceber a melhora da atuação de James Hetfield como vocalista, atuando de maneira muito mais confiante e segura, especialmente quando comparado aos álbuns anteriores do conjunto.
As letras fogem dos lugares comuns, questionam e instigam. Merecem uma conferida atenta, especialmente a faixa-título e "Leper Messiah".
Master of Puppets é daqueles casos em que não há canção de enchimento e mais se parece a uma coletânea, pois seu conteúdo é de qualidade poucas vezes igualado. Mas a tradição do Blog manda destacar algumas faixas e é isto o que temos que fazer!
A fúria Thrash descomunal de "Battery" e "Damage, Inc." encanta qualquer fã do estilo Thrash Metal com ambas estando entre as melhores composições da história desta vertente do Heavy Metal.
Mas o Blog destaca a faixa-título, como uma amostra perfeita da genialidade do Metallica em seus primeiros anos. O DNA da banda está ali, escancarado a todos.
"Welcome Home (Sanitarium)" é uma faixa atemporal, belíssima e tocante, ao mesmo tempo em que se apresenta agressiva e intensa. "Orion" é de uma beleza inquietante e "Leper Messiah" traz peso e intensidade em uma execução absolutamente extraordinária.
Enfim, seria Master of Puppets o melhor álbum de Heavy Metal de todos os tempos? Pergunta dificílima, mas quem o aponta como tal não está cometendo nenhuma heresia. Trata-se de um disco que influenciou praticamente todas as bandas de Metal que surgiriam após seu lançamento. Candidato fortíssimo ao posto e presença obrigatória em qualquer lista de melhores álbuns de todos os tempos, independente do estilo musical. Obrigatório, essencial e necessário!
Nada como uma obra-prima deste quilate para comemorar os 5 anos do Blog e agradecer a todos os nossos poucos, mas fiéis, leitores. Muito obrigado e continuem conosco!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDe nada, e um grande abraço pra você também!
ResponderExcluirComo eu disse anteriormente, os 4 primeiros discos do Metallica lançados nos anos 1980 representam a melhor fase da banda, em termos musicais, líricos e instrumentais, isto é, antes deles “se venderem” na década seguinte, a partir do lançamento de seu quinto e mais bem-sucedido disco, conhecido como Black Album (1991). Bom, mas o assunto é Master of Puppets, um retrato de uma época em que o Metallica ERA o Metallica. Aqui eles misturaram a rapidez e a agressividade de Kill ‘em All com a sofisticação e a complexidade de Ride the Lightning, e o resultado na época foi impressionante. Imagino que a reação deve ser assim com quem ouve o disco pela primeira vez.
ResponderExcluirSendo este o trabalho que mais me agrada ouvir do quarteto, lamentavelmente foi também o último a contar com o baixista Cliff Burton, que foi morto durante a turnê de promoção de MOP, por conta de um acidente de ônibus. A banda se reergueu meses depois do acidente e em 1988 lançaram o que pra mim foi seu último grande disco, encerrando assim uma década e ao mesmo tempo uma fase curta, porém muito inspirada e produtiva na história do Metallica.