Heavy
é o álbum de estreia da banda norte-americana Iron Butterfly. Seu
lançamento oficial ocorreu em 22 de janeiro de 1968 sob o selo Atco
Records. As gravações aconteceram em outubro de 1967 com a produção
sob responsabilidade de Charles Greene e Brian Stone.
Passeando
pelo Rock fortemente influenciado pelo Blues e pela cena Psicodélica,
o Iron Butterfly foi uma banda seminal e muito importante para o
surgimento do Hard Rock e do Heavy Metal. Vai-se, conforme a
tradição, abordar os primórdios do grupo para depois se ater ao
álbum.
O Iron Butterfly foi formado em 1966, em San Diego, Califórnia, nos Estados
Unidos.
Os
membros originais que formaram o Iron Butterfly foram Doug Ingle
(vocal e teclados), Jack Pinney (bateria), Greg Willis (baixo) e
Danny Weis (guitarra).
O
pai de Ingle, Lloyd, era um organista da igreja, apresentando-o à
música em uma idade ainda muito precoce. Ingle se mudou de sua terra
natal, Nebraska, nos Estados Unidos, após apenas três meses de seu
nascimento, indo, inicialmente, para as Montanhas Rochosas e, depois,
a família acabou se mudando para San Diego, na Califórnia.
Rapidamente,
o pandeirista e vocalista, Darryl DeLoach, acabou se juntando ao
grupo.
A
garagem dos pais de DeLoach, situada em um local chamado Luna Avenue,
serviu como lugar para os ensaios da banda em quase todas as noites.
O
baixista Jerry Penrod e o baterista Bruce Morse substituíram Willis
e Pinney, respectivamente, depois que a banda se mudou para a cidade
de Los Angeles, também na Califórnia, em 1966. Penrod era
originalmente nascido em San Diego.
Doug Ingle |
O
também baterista Ron Bushy (originalmente nascido do outro lado do
país, na capital norte-americana, Washington), em seguida, foi
convidado a integrar o grupo quando Morse teve que deixar a banda
devido a uma crítica tragédia familiar.
Entretanto,
todos os músicos do Iron Butterfly, exceto Ingle e Bushy deixaram a
banda após a gravação de seu primeiro álbum, Heavy, no final de
1967.
Os
músicos remanescentes, apavorados com a possibilidade do registro
não ser lançado, rapidamente encontraram substitutos no baixista
Lee Dorman e no guitarrista Erik Brann (também conhecido como "Erik
Braunn" e "Erik Braun"), retomando a turnê.
No
início de 1968, o seu álbum de estreia, Heavy, foi lançado, após
a banda assinar um acordo comercial com a ATCO records, uma
subsidiária da Atlantic Records.
O
grupo foi representado pela agência William Morris Agency que
foi a empresa a qual marcava todos os seus concertos ao vivo.
Ron Bushy |
Ao
contrário dos rumores, o pandeirista Darryl DeLoach contribuiu como
principal vocalista apenas em algumas músicas de Heavy. Tal como
acontece com todos os álbuns do Iron Butterfly, antes de Scorching
Beauty (1975), a maioria dos vocais principais são de Doug
Ingle.
O
trabalho artístico da capa do disco retrata os membros da banda
tocando seus instrumentos ao lado de um grande monumento em forma de
uma orelha humana. Os responsáveis pelo criativo trabalho foram
Armando Busick e Joe Ravetz.
Vamos
às faixas:
POSSESSION
"Possession" mostra ao que o Iron Butterfly veio, com peso e intensidade bastantes marcantes. Doug Ingle tem ótima atuação não apenas nos vocais bem como no órgão, cuja presença é bastante sentida e se destaca na canção. Ótimo solo da guitarra de Danny Weis.
A
letra é simples, sobre relações humanas:
When
a man has a woman
And he doesn't really love her
Why does he burn inside
When she starts to love another
And he doesn't really love her
Why does he burn inside
When she starts to love another
“Possession”
em conjunto com “Evil Temptation” é um raro single gravado pelo
Iron Butterfly, entre 1967 e 1968, mas não lançado até 1970, por
razões desconhecidas.
A
versão de 1970 para “Possession” é a mesma que foi lançada em um
single em conjunto com “Do not Look Down on Me”, em 1967, antes
mesmo do lançamento oficial de Heavy, no ano seguinte.
UNCONSCIOUS
POWER
Ritmo, intensidade e uma certa malemolência são as marcas da ótima "Unconscious Power", a qual possui uma inegável influência do chamado "Verão do Amor", ocorrido em 1967, e que foi o ápice do Rock Psicodélico nos Estados Unidos. Bons vocais de Ingle.
Na
letra há uma mensagem de liberdade:
Removing
all your inhibitions
Releasing complete freedom of thought
Sensations of ev'ry sense will prepare
With this you will see ev'ry thing.
Releasing complete freedom of thought
Sensations of ev'ry sense will prepare
With this you will see ev'ry thing.
Lançada
como single, não obteve maior repercussão em termos das principais
paradas de sucesso.
GET
OUT OF MY LIFE, WOMAN
Já nesta faixa, o Iron Butterfly mostra sua influência bluesy com toda a força. O ritmo é mais cadenciado, mas há a presença de uma dose incipiente de peso, especialmente para aquela época. Ótima presença da guitarra de Danny Weis.
A
letra é divertida:
Get
off the ladder, woman; I've got to climb up to the top
Get off the ladder, woman; I've got to climb up to the top
Get off the ladder, woman; there is nothin' gonna make me stop
Get off the ladder, woman; I've got to climb up to the top
Get off the ladder, woman; there is nothin' gonna make me stop
Trata-se
de um cover para a canção originalmente composta por Allen
Toussaint, músico, compositor e produtor norte-americano ligado ao
estilo R&B.
GENTLE
AS IT MAY SEEM
A quarta música do álbum é um Rock tradicional repleto de melodia e energia, rápido e direto. A guitarra de Weis está bastante presente mais uma vez. Desta feita, os vocais são feitos por Darryl DeLoach.
A
letra fala sobre garotas:
There's
a girl for every guy
You
can get one if you try
It's
not your fault my friend
If
you lose her in the end
YOU
CAN'T WIN
Em "You Can't Win", o Iron Butterfly aposta em um andamento mais cadenciado, mas com boa dose de intensidade, com o baixo de Jerry Penrod ainda mais presente, praticamente ditando o ritmo. Os vocais de Doug Ingle estão mais contidos, mas aparecem de maneira impactante.
A
letra é sobre resignação:
What
the man says is always right
He'll
cuff your hands so you can't fight
There
is no way of getting around it
He'll
lock you up and in your head he'll pound it
SO-LO
"So-Lo" também possui bastante influência da vertente psicodélica do Rock, sendo bastante carregada na melodia e malícia. Os vocais de Darryl DeLoach são bons, compondo-se bem com a sonoridade instrumental. Faixa interessante.
A
letra fala sobre consciência:
Have
you heard about the word
That's going round
Have you heard about the girl
Who put me down
Well, she became aware of the fact
That I was running round
And consequently
My behavior put me down
That's going round
Have you heard about the girl
Who put me down
Well, she became aware of the fact
That I was running round
And consequently
My behavior put me down
LOOK
FOR THE SUN
"Look for the Sun" é uma faixa pequena, mas direta e que vai ao ponto sem muitos rodeios. Ao intercalar passagens mais pesadas com outras mais melódicas e suaves, certamente é uma canção que aponta para o futuro e aquilo que seria a música da década seguinte. Os vocais são compartilhados por Penrod, Ingle e DeLoach.
A
letra fala sobre luz:
Sunshine
keeps light time from bringing
On
the sad sad times
Mmm,
that sunshine brings
Brightness
to you
FIELDS
OF SUN
Também em "Fields of Sun" o grupo se mostra intenso, aplicando um peso extra a sua sonoridade e que não era tão comum na época. Há a inteligente mistura de passagens mais intensas com outras de pegada suave, intercalando sonoridades distintas, mas totalmente complementares. Ótimos vocais de Ingle.
A
mensagem é positiva:
This
is the never-ending story
Of
life which goes on
Day
in and day out
Mountains
of evergreen trees
Standing
tall and straight
Like
soldiers about
STAMPED
IDEAS
"Stamped Ideas" é a menor faixa do álbum e possui a típica áurea sessentista do Rock, mas com uma pequena dose Bluesy muito bem-vinda. Os vocais são feitos por Darryl DeLoach. Simples, mas bem legal.
A
letra é simples:
Stay
away from people made from plastic in a mold,
And
keep your stamped ideas inside your head untold,
Because
I, I, I, baby am protecting you,
Yes,
against the kind of things that other people do.
I,
baby, am protecting you 'Cause I'm in love with you.
So
come on baby!
IRON
BUTTERFLY THEME
A décima - e última - música de Heavy é "Iron Butterfly Theme". Prezado leitor, não retire de mente que o álbum foi lançado em janeiro de 1968. Portanto, o que se ouve nesta faixa instrumental, é o prelúdio de muita coisa que seria feita na década seguinte, em termos de peso, intensidade e energia musicais. Ótima faixa!
Lançada
como single, não obteve maior repercussão em termos de paradas de
sucesso.
Considerações
Finais
Mesmo
sem um grande hit single que o alavancasse nas paradas de sucesso, o
álbum acabou tendo certo sucesso comercial.
Heavy
atingiu a 78ª posição da principal parada de álbuns
norte-americana, a Billboard. No entanto, não obteve repercussão em
sua correspondente britânica.
Três
dos membros do grupo (Jerry Penrod, Darryl DeLoach e Danny Weis)
deixaram a banda logo após o álbum ser gravado, deixando nas mãos de Ingle e de Bushy encontrarem seus substitutos.
O
baixista Lee Dorman e o guitarrista Erik Brann, como foi mencionado,
entraram na banda e continuaram com a turnê que promovia Heavy.
Em
termos de som, o grupo tomou a inspiração de uma diversificada
variedade de fontes externas, do chamado arena rock, como o uso de
bongôs do percussionista norte-americano Preston Epps ao
rhythm and blues da música instrumental do grupo Booker T.
& the M.G.'s.
Em
torno deste tempo, a banda se encontrou com o incrível guitarrista
Jimmy Page, o qual afirmou que usou o grupo como inspiração parcial
para o nome de “Led Zeppelin”.
Além
disso, um dos primeiros shows das turnês iniciais do Zeppelin nos
EUA foi em conjunto com o Iron Butterfly, no Fillmore East, em Nova
York.
Stephen
Thomas Erlewine, do site AllMusic, deu a Heavy 3,5 estrelas de um
máximo possível de 5. Ele afirmou que “a maior parte do álbum
não foi particularmente bem-composta”, mas confirma que “o forte
ataque sonoro da banda, ocasionalmente, compensou a fraqueza do
material”.
DeLoach
posteriormente gravou com os grupos Two Guitars, Piano, Drum and
Darryl, enquanto Weis e Penrod formaram o conjunto de nome
Rhinoceros.
Em
1970, DeLoach formaria o Flintwhistle com o guitarrista Erik Brann; a
banda se apresentaria ao vivo por cerca de um ano antes de se
separarem.
Aproveitando
o sucesso inicial, o Iron Butterfly gravaria e lançaria, ainda em
1968, o aclamado In-A-Gadda-Da-Vida.
Heavy
supera a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
Formação:
Darryl
DeLoach - Pandeiro, Vocal, Backing Vocals
Danny
Weis - Guitarra
Doug
Ingle - Órgão, Vocal, Backing Vocals
Jerry
Penrod - Baixo, Vocal, Backing Vocals
Ron
Bushy - Bateria
Faixas:
01.
Possession (Ingle) - 2:45
02.
Unconscious Power (Bushy/Ingle/Weis) - 2:32
03.
Get Out of My Life, Woman (Toussaint) - 3:58
04.
Gentle as It May Seem (DeLoach/Weis) - 2:25
05.
You Can't Win (DeLoach/Weis) - 2:41
06.
So-Lo (DeLoach/Ingle) - 4:05
07.
Look for the Sun (DeLoach/Ingle/Weis) - 2:14
08.
Fields of Sun (DeLoach/Ingle) - 3:12
09.
Stamped Ideas (DeLoach/Ingle) - 2:08
10.
Iron Butterfly Theme (Ingle) - 4:34
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/iron-butterfly/
Opinião
do Blog:
O Iron Butterfly não é uma banda tão conhecida assim pelo público em geral, estando mais restrita aos círculos que se interessam pela música Rock/Hard Rock setentista. Mas trata-se de um grupo muito criativo e competente e que merece ser ouvido com muita atenção.
É claro que o maior sucesso do Iron Butterfly seria seu álbum In-A-Gadda-Da-Vida, lançado ainda em 1968 e com uma formação bem diferente a constituir o conjunto, já contando com o ótimo baixista Lee Dorman e o guitarrista Erik Brann.
Mas, ressalvado o exposto acima, não podemos descartar de antemão a qualidade de Heavy. É óbvio, ele não está no mesmo patamar de In-A-Gadda-Da-Vida, mas é um bom trabalho. Mostra uma banda buscando sua sonoridade e identidade musical, acabando por refletir em composições diversificadas.
Em Heavy, o Iron Butterfly é formado por bons músicos e o conjunto acaba se sobressaindo, com bom entrosamento e cumplicidade. Destacam-se o guitarrista Danny Weis, o baixista Jerry Penrod e os vocais de Doug Ingle.
As letras são na média geral.
"Possession" é uma música intensa, pesada e com boa dose de dramaticidade, esta, imposta pelos vocais de Ingle. É uma amostra de que quando o Iron Butterfly aponta para o futuro (leia-se Hard Rock setentista) é que aparecem os melhores momentos do álbum.
Isto também acontece na ótima instrumental "Iron Butterfly Theme", bem possivelmente, a preferida do Blog em Heavy.
Também se sobressaem a pesada "You Can't Win", a intensa "Look for the Sun" e a melodiosa "Fields of Sun".
Concluindo, Heavy é um trabalho que demonstra uma banda com muito talento, buscando sua identidade musical e mesclando diferentes sonoridades. É quando dá amostras do que o grupo viria a fazer no futuro, que aparecem os melhores momentos do álbum. O Iron Butterfly foi uma ótima banda e Heavy merece ser apreciado, nem que seja como aperitivo para os melhores momentos do conjunto. Até o próximo post!
O Iron Butterfly não é uma banda tão conhecida assim pelo público em geral, estando mais restrita aos círculos que se interessam pela música Rock/Hard Rock setentista. Mas trata-se de um grupo muito criativo e competente e que merece ser ouvido com muita atenção.
É claro que o maior sucesso do Iron Butterfly seria seu álbum In-A-Gadda-Da-Vida, lançado ainda em 1968 e com uma formação bem diferente a constituir o conjunto, já contando com o ótimo baixista Lee Dorman e o guitarrista Erik Brann.
Mas, ressalvado o exposto acima, não podemos descartar de antemão a qualidade de Heavy. É óbvio, ele não está no mesmo patamar de In-A-Gadda-Da-Vida, mas é um bom trabalho. Mostra uma banda buscando sua sonoridade e identidade musical, acabando por refletir em composições diversificadas.
Em Heavy, o Iron Butterfly é formado por bons músicos e o conjunto acaba se sobressaindo, com bom entrosamento e cumplicidade. Destacam-se o guitarrista Danny Weis, o baixista Jerry Penrod e os vocais de Doug Ingle.
As letras são na média geral.
"Possession" é uma música intensa, pesada e com boa dose de dramaticidade, esta, imposta pelos vocais de Ingle. É uma amostra de que quando o Iron Butterfly aponta para o futuro (leia-se Hard Rock setentista) é que aparecem os melhores momentos do álbum.
Isto também acontece na ótima instrumental "Iron Butterfly Theme", bem possivelmente, a preferida do Blog em Heavy.
Também se sobressaem a pesada "You Can't Win", a intensa "Look for the Sun" e a melodiosa "Fields of Sun".
Concluindo, Heavy é um trabalho que demonstra uma banda com muito talento, buscando sua identidade musical e mesclando diferentes sonoridades. É quando dá amostras do que o grupo viria a fazer no futuro, que aparecem os melhores momentos do álbum. O Iron Butterfly foi uma ótima banda e Heavy merece ser apreciado, nem que seja como aperitivo para os melhores momentos do conjunto. Até o próximo post!
Ótima resenha.
ResponderExcluirGostei bastante do blog.
Muito obrigado! Seja bem-vindo ao Blog!
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