Audioslave
é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, ou
seja, o Audioslave. Seu lançamento oficial aconteceu em 19 de
novembro de 2002 através dos selos Epic e Interscope Records. As
gravações ocorreram entre maio de 2001 e junho de 2002, em
diferentes estúdios da Califórnia, Estados Unidos. A produção
ficou sob responsabilidade de Rick Rubin e do próprio Audioslave.
O
segundo post de 2017 traz outra novidade para o Blog:
progressivamente, aparecerão mais álbuns lançados após o ano 2000
por aqui. A estreia desta nova coluna será com uma das bandas de
Rock com maior impacto durante o início do século XXI, o
Audioslave.
Em
21 de maio de 1996, o Soundgarden, um dos principais nomes da cena
“Grunge” norte-americana, lançava seu quinto álbum de estúdio,
Down on the Upside.
Nele
estão algumas ótimas composições da banda norte-americana, embora
apostando em uma sonoridade menos pesada, como “Rhinosaur”,
“Pretty Noose” e “Burden in My Hand”, todas lançadas como
single e alcançando posições intermediárias nas principais
paradas desta natureza.
O
disco, em si, atingiu a extraordinária 2ª posição da Billboard, a
principal parada norte-americana de álbuns, assim como a excelente
7ª colocação de sua correspondente britânica. Além disso foi um
grande sucesso comercial e supera a casa de 1 milhão de cópias
vendidas apenas nos Estados Unidos.
“Pretty
Noose” foi indicada para o Grammy de Melhor Performance de Hard
Rock, em 1997. Apesar das críticas favoráveis e de bons
números, as vendas foram 'modestas', especialmente quando a base de
comparação foi o maior sucesso comercial do conjunto, seu disco
anterior, Superunknown, de 1994, que ultrapassa a casa
de 5 milhões de cópias vendidas.
A
banda tomou lugar na turnê Lollapalooza, em 1996, com o Metallica,
que havia insistido sobre a aparência do Soundgarden na mesma.
Depois do Lollapalooza, o grupo embarcou em uma turnê mundial e,
durante, as tensões já existentes aumentaram.
A
última parada da turnê ocorreu em Honolulu, no Havaí, em 9 de
fevereiro de 1997, quando o baixista Ben Shepherd jogou seu baixo para o ar,
em frustração, depois do equipamento falhar, e, posteriormente,
deixou o palco. A banda também retirou-se, com o vocalista Chris
Cornell retornando para concluir o show com uma apresentação solo.
Em 9
de abril de 1997, a banda anunciou que estava se separando. O
Soundgarden ainda lançou uma coletânea intitulada A-Sides,
em novembro de 1997.
Em
1998, Chris Cornell começou a trabalhar em material para um álbum
solo no qual recebeu colaboração de Alain Johannes e Natasha
Shneider, ambos da banda Eleven. O disco, intitulado Euphoria
Morning, foi lançado em 21 de setembro de 1999.
Em
sua primeira turnê solo, Cornell passou sete meses na estrada, de 13
de setembro de 1999 a 7 de março de 2000, tocando em 61 shows, em
apoio a Euphoria Morning.
Chris Cornell |
Cornell
fez duas apresentações coincidindo com a estréia do álbum em 21 e
22 de setembro de 1999, no Henry Fonda Theater, em Hollywood, na
Califórnia, Estados Unidos. O público para os 2 shows foi elevado,
especialmente se se considerar que a performance foi realizada sem os
fãs conhecerem suas novas canções.
A
banda da turnê foi composta por alguns dos músicos que contribuíram
com Cornell, como Alain Johannes, Natasha Shneider, Rick Markmann, e
Greg Upchurch. O álbum se provou um fracasso comercial, embora o
single “Can't Change Me” tenha sido indicado para o Grammy de
Melhor Performance Vocal Masculina de
Rock, em 2000.
A
canção “Sunshower” (faixa bônus na versão japonesa de
Euphoria Morning) foi incluída na trilha sonora do filme
Great Expectations (dirigido por Alfonso Cuarón e estrelado
por Gwyneth Paltrow), de 1998.
Uma
versão retrabalhada da música “Mission”, renomeada “Mission
2000”, foi usado na trilha sonora do filme Missão: Impossível
II (estrelado por Tom Cruise), de 2000.
Também
uma música inédita, chamada “Heart of Honey”, foi feita em
colaboração com Johannes e Shneider, durante este período. De
acordo com Alain Johannes, a canção foi gravada para o filme Titan
A. E., mas não foi utilizada.
Paralelamente,
em 1999, o Rage Against the Machine lançava seu terceiro álbum de
estúdio, The Batlle of Los Angeles.
Tom Morello |
O
disco, o qual estreou já na épica 1ª posição da Billboard,
continha clássicos do conjunto como “Testify” e “Calm Like a
Bomb”.
The
Batlle of Los Angeles vendeu 450 mil cópias apenas na primeira
semana, chegando à marca de mais de 2 milhões de cópias
comercializadas apenas nos Estados Unidos.
Naquele
mesmo ano, a canção “Wake Up” foi destaque na trilha sonora do
filme The Matrix (estrelado por Keanu Reeves), de 1999. A
faixa “Calm Like a Bomb” fez parte da trilha sonora da sequência,
The Matrix Reloaded, de 2003.
Em
2000, o grupo planejou uma turnê em conjunto com a banda Beastie
Boys, na sua “Rhyme and Reason” tour; no entanto, a turnê
foi cancelada quando o baterista do Beastie Boys, Mike D, sofreu uma
grave lesão.
Em
26 de janeiro de 2000, uma briga durante as filmagens do vídeo para
a canção “Sleep Now in the Fire”, dirigido por Michael Moore,
fez com que as portas do prédio da New York Stock Exchange (a Bolsa
de Valores), em Wall Street, fossem fechadas e a banda a fosse
escoltada do local pela segurança, após seus membros (e fãs)
tentarem invadi-la.
Em 7
de setembro de 2000, a banda participou do MTV Video Music Awards, e
tocou “Testify”. No entanto, após o prêmio de Melhor Vídeo
de Rock ser dado ao Limp Bizkit, o baixista Tim Commerford subiu
em um andaime do set de filmagem.
Commerford
e seu guarda-costas foram condenados a uma noite na cadeia e o
vocalista, Zack de la Rocha, teria deixado o local após o episódio.
O guitarrista Tom Morello lembrou que Commerford havia relatado o seu
plano para o resto da banda, antes do show, e que tanto de la Rocha
quanto Morello o aconselharam contra, imediatamente após o Bizkit
ter sido premiado com o prêmio.
Em
18 de outubro de 2000, o vocalista Zack de la Rocha divulgou um
comunicado anunciando sua saída da banda.
Em
seu comunicado, Zack afirmou: “Sinto que é necessário abandonar o
Rage, pois não estamos conseguindo tomar decisões em conjunto”,
referiu à Imprensa. “Já não funcionamos mais como um grupo e eu
acredito que esta situação está destruindo os nossos ideais
políticos e artísticos. Estou muito orgulhoso com o nosso trabalho,
quer como ativistas quer como músicos. E também grato a cada pessoa
que expressou solidariedade e partilhou esta incrível experiência
conosco”.
Em 5
de dezembro de 2000, o Rage Against the Machine ainda lançou
Renegades, um álbum de covers. Em fevereiro de 2001, o grupo
lançaria um vídeo chamado The Battle of Mexico City.
Com
a saída de Zack de la Rocha, os membros remanescentes do Rage
Aagainst the Machine (o guitarrista Tom Morello, o baixista Tim
Commerford e o baterista Brad Wilk) decidiram se manter unidos e
buscarem um novo vocalista.
Vários
vocalistas ensaiaram com os três, incluindo B-Real, do Cypress Hill,
mas eles não queriam outro rapper ou qualquer pessoa que se
parecesse musicalmente com de la Rocha no grupo.
Foi
o produtor musical e amigo, Rick Rubin, quem sugeriu a eles o nome de
Chris Cornell, ex-vocalista do Soundgarden.
Foi
também Rubin o responsável em persuadir os três remanescentes do
Rage Against the Machine a fazerem terapia de grupo com o treinador
de desempenho Phil Towle, logo após a separação.
Rubin
estava convencido de que, com a nova voz certa, o Rage Against the
Machine tinha o potencial para se tornar uma banda melhor; algo como
“o The Yardbirds que se tornou o Led Zeppelin”.
Tim
Commerford mais tarde reconheceu que foi Rubin o catalisador que
trouxe o Audioslave à vida. Ele o chamou de “o anjo na
encruzilhada”, pois “se não fosse por ele, eu não estaria aqui
hoje”.
A
química entre Cornell e os outros três foi imediatamente visível;
com Morello descrevendo: “Ele deu um passo para o microfone, cantou
a música e eu não podia acreditar. Não soava apenas bom. Não
soava apenas grandioso. Soava transcendental. E… quando há uma
insubstituível química desde o primeiro momento, você não pode
negá-la”.
O
quarteto escreveu 21 músicas durante 19 dias de ensaios e começou a
trabalhar no estúdio no final de Maio de 2001, tendo Rubin como
produtor, enquanto discutiam as questões de gravadoras e de gestão.
Em
19 de março de 2002, o Audioslave foi confirmado na sétima edição
do Ozzfest, embora naquela época a banda não tivesse um nome ou
data de lançamento oficial do seu álbum de estreia.
Poucos
dias depois, surgiram relatos de que a banda havia se separado antes
mesmo de terem feito qualquer apresentação pública. O manager de
Cornell confirmou que o vocalista havia deixado a banda, sem nenhuma
explicação dada.
Sob
o nome de Civilian (ou The Project Civilian), 13 mixagens de músicas
em que a banda estava trabalhando vazaram em redes de
compartilhamento de arquivos na Internet, em maio de 2002. De acordo
com Morello, a banda ficou frustrada, pois as composições não
estavam em sua forma final e, em alguns casos, “não eram sequer as
letras, os solos de guitarra, as performances definitivos”.
Os
rumores iniciais sugeriram que Cornell teve problemas pelo fato de
haver dois gestores envolvidos ativamente no projeto (Jim Guerinot,
da Rebel Waltz, representava Cornell; e Peter Mensch, da Q Prime
tratava dos ex-Rage Against the Machine).
Tim Commerford |
A
banda quase descarrilou antes do lançamento do álbum. Cornell
estava passando por problemas com álcool e a vaga no Ozzfest foi
cancelada. Durante este tempo, houve um rumor de que Cornell havia se
internado em uma clínica de reabilitação de drogas.
Em
um artigo do San Diego CityBeat, Cornell explicou que ele passou por
“uma crise pessoal horrível” durante a produção do primeiro
disco, “estando em reabilitação por dois meses e separado de sua
esposa”. Os problemas foram resolvidos e ele manteve-se sóbrio
desde esse tempo.
De
acordo com a banda, no entanto, a separação não havia sido
desencadeada por conflitos pessoais, mas pelos seus gestores em
disputa.
Após
a mixagem do álbum terminar, cerca de seis semanas mais tarde, o
grupo foi reformado e, simultaneamente, demitiram suas antigas
empresas de gestão e contrataram uma nova, a The Firm. Suas
gravadoras anteriores, Epic e Interscope, resolveram suas diferenças
ao concordarem em alternar os lançamentos de álbuns da banda.
A
banda divulgou seu nome oficial e lançou seu site no início de
setembro. O primeiro single, “Cochise”, foi publicado on-line, no
final de setembro, e estava nas rádios no início de outubro. Os
críticos elogiaram o estilo vocal de Cornell, um contraponto ao rap
de Zack de la Rocha.
A
capa do álbum foi desenhada por Storm Thorgerson (com Peter Curzon e
Rupert Truman), aquele, conhecido como o líder do grupo de artistas
denominado Hipgnosis, mais conhecido por seu trabalho de capas para
os álbuns do Pink Floyd. “Sabíamos que estávamos definindo essa
ideia de chama eterna, a chama gráfico, em Lanzarote, uma ilha
vulcânica, desde vulcões adequados a ameaçar o Audioslave”.
Vamos
às faixas:
COCHISE
"Cochise" possui um riff matador, um dos mais clássicos e reconhecidos que foram compostos pelo grupo. A canção é pequena, direta, pesada... indo direto ao ponto. Uma amostra do poder que o conjunto possuía.
A
letra se refere à religião:
I'm
not a martyr
I'm
not a prophet
And
I won't preach to you
But
here's a caution
You
better understand
That
I won't hold your hand
But
if it helps you mend
Then
I won't stop it
Lançada
como single, atingiu a 69ª posição na principal parada
norte-americana desta natureza, alcançando a 24ª colocação na
correspondente britânica.
“Cochise”
é baseada no Chefe Apache indígena de mesmo nome e “declarou
guerra ao Sudeste e expulsou milhares de colonos” (Nota do Blog:
sudeste dos Estados Unidos. “Os apaches são povos nativos dos
Estados Unidos que falam a língua apache e que habitam atualmente
reservas indígenas no sudoeste dos Estados Unidos. Antigamente, os
povos Apaches ocupavam territórios em Arizona, norte do México,
Novo México, oeste e sudoeste do Texas e sul de Colorado. Os locais
tradicionais dos Apaches consistiam em montanhas altas, vales
abrigados e fornecidos de água, grandes ravinas, desertos e as
Grandes Planícies do Sul”).
Falando
sobre o tema de mesmo nome, o guitarrista Tom Morello observou que
“Cochise, o Vingador, destemido e resoluto, atacou tudo em seu
caminho com uma fúria desenfreada”, afirmando que a música “meio
que soa assim”.
A
faixa foi bem recebida tanto pelo público quanto pela crítica.
Retrato dessa informação é sua indicação ao prêmio de Melhor
Single do ano pela revista britânica Metal Hammer.
“Cochise”
permaneceu como a música que encerrava os shows da banda durante a
turnê que promovia seu álbum de estreia.
A
canção aparece em várias versões do game Guitar Hero, no
filme Talladega Nights: The Ballad of Ricky Bobby, de 2006 e
no game WWE 2K16.
SHOW
ME HOW TO LIVE
Cadenciada, mas com o peso na dose exata, esta é "Show Me How to Live". Desta feita, os vocais de Cornell estão mais suaves, tornando-se mais agressivos no - excelente - refrão. O trabalho de bateria de Brad Wilk é muito bom, com o baixo de Commerford acompanhando no mesmo nível. A guitarra de Morello determina a intensidade da composição. Excelente!
A
letra se refere à culpa e fé:
And
in the after birth
On
the quiet earth
Let
the stains remind you
You
thought you made a man
You
better think again
Before
my role defines you
Foi
lançada como single, alcançando a 67ª posição da principal
parada norte-americana desta natureza.
O
videoclipe para a música foi inspirado no filme Vanishing Point,
de 1971, dirigido por Richard Sarafian e estrelado por Barry Newman.
Inclusive, o carro utilizado nas gravações é uma réplica perfeita
do automóvel Dogde Challenger 1970 usado no filme.
GASOLINE
Outro riff formidável de Tom Morello é a base de "Gasoline". E a guitarra de Morello é o grande destaque da música, fazendo-se presente de maneira muito marcante, com seu timbre inconfundível. O peso é determinado pela grande atuação da seção rítmica. O solo de Morello é bem legal!
A
letra se refere à solidão:
New
day yawning another day of solitaire
House
is honest
Clearly
more than I can bear
Drag
me off
Before
I set my world on fire
Out
and gone the sun will never
Set
tonight
“Gasoline”
foi um single promocional voltado para as Rádios dos Estados Unidos.
WHAT
YOU ARE
Em "What You Are", o baixo de Tim Commerford está ainda mais presente, com linhas pesadas e determinantes para o sucesso da faixa. O refrão é bem mais pesado que as demais passagens da composição. Ótima atuação de Cornell.
A
letra pode ser interpretada como um relacionamento escravizante:
Cause
now I'm free from what you want
Now
I'm free from what you need
Now
I'm free from what you are
Lançada
como single, não causou maiores repercussões nas principais paradas
desta natureza.
LIKE
A STONE
Uma leve, suave, mas intrigante melodia, ditada pela guitarra 'rebelde' de Tom Morello, é a base da linda balada "Like a Stone". A seção rítmica faz um trabalho muito bom, mas o destaque vai para a espetacular atuação de Chris Cornell nos vocais. O refrão, mais forte, dá um ar mais intenso à faixa e é quando a fusão da voz do vocalista e a melodia instrumental se fundem perfeitamente. Morello ainda faz um solo repleto de criatividade. Música incrível!
A
letra novamente pode ser associada à fé, arrependimento e
liberdade:
And
on I read, until the day was gone
And
I sat in regret, of all the things I've done
For
all that I've blessed and all that I've wronged
In
dreams until my death, I will wander on
“Like
a Stone” é, muito provavelmente, o maior clássico da curta
carreira do Audioslave.
Lançada
como single, atingiu a 31ª posição da principal parada
norte-americana desta natureza. Além disso, o single atingiu 500 mil
cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
O
baixista Tim Commerford afirmou que a canção é sobre um velho
esperando a morte e que se senta em uma casa sozinho, depois de todos
os seus amigos e familiares já estarem falecidos, à espera de se
reunir com eles.
No
entanto, enquanto Commerford inicialmente pensava se tratar de uma
canção sobre amor e romance, o vocalista e principal compositor da
banda, Chris Cornell, explicou: “É uma canção que se concentra
na vida após a morte e sobre o quê você poderia esperar, em vez da
normal abordagem monoteísta: Você trabalha duro toda a sua vida
para ser uma boa pessoa e ter uma personalidade moral, justa e
generosa, e então você vai para o inferno de qualquer maneira”.
Houve
rumores de que as letras de “Like a Stone” teriam sido inspiradas
na morte do vocalista do Alice in Chains, Layne Staley, que morreu em
abril de 2002. Chris Cornell acabou por negar os boatos, afirmando
que suas letras geralmente não são sobre assuntos específicos.
O
videoclipe para a faixa foi dirigido por Meiert Alvis, sendo gravado
em uma mansão de arquitetura espanhola, em Los Angeles, nos Estados
Unidos, e onde o guitarrista Jimi Hendrix viveu.
SET
IT OFF
"Set It Off" possui um ótimo riff, o qual transborda a influência do Hard Rock setentista na musicalidade do supergrupo. O andamento, mais Bluesy, remete a bandas como o Led Zeppelin, em uma estrutura mais clássica da faixa, mas sem soar datada, especialmente pela criativa guitarra de Morello. Ótimo momento do álbum.
A
letra é ácida e uma clara crítica a como a religião manipula a
mente dos fiéis:
Jesus
at the backdoor
Everything
is all right
All
we need is some direction
Every
time the wind blows
Everything
you don't know
Turns
into a revelation
And
it all adds up inside your head
Time
is wasted
SHADOW
ON THE SUN
"Shadow on the Sun" é mais cadenciada e, com exceção do refrão, mais suave e amena. O baixo de Commerford comanda totalmente as ações, sendo muito bem acompanhado por uma impressionante atuação vocal de Cornell. Conta com um dos solos mais legais da guitarra de Morello.
A
letra remete a transitoriedade da vida e as mudanças que o tempo
impõe:
Every
drop of flame
Lights
a candle in
Memory
of the one
Who
lives inside my skin
I
AM THE HIGHWAY
"I Am the Highway" possui uma levada bem cadenciada e tranquila, sendo a suavidade uma das marcas relevantes da canção. A atuação do vocalista Chris Cornell é o maior destaque da música, a qual agrada, mas sem maiores emoções.
A
letra é uma crítica a más escolhas feitas na vida:
Pearls
and swine bereft of me
Long
and weary my road has been
I
was lost in the cities
Alone
in the hills
No
sorrow or pity
For
leaving
I
feel
Lançada
como single, atingiu a 66ª posição da principal parada
norte-americana desta natureza.
EXPLODER
"Exploder" é a menor faixa do disco, e, embora cadenciada, não abre mão de um peso absurdo (para os padrões do Audioslave) especialmente no refrão. Bons vocais e boa presença, novamente, do baixo de Tim Commerford.
A
letra fala sobre loucura e suicídio:
There
was a man who had a face
The
looked a lot like me
I
saw him in the mirror and
I
fought him in the street
And
when he turned away
I
shot him in the head
Then
I came to realize
I
had killed myself
HYPNOTIZE
"Hypnotize" também é uma das menores músicas do álbum Audioslave, contando com um ritmo acelerado, mas com pouco peso e intensa presença da seção rítmica, especialmente do baterista Brad Wilk.
A
letra fala sobre a manipulação da informação:
Well,
if you set your mind upon it
I
know that you can
You've
got everything you wanted
You've
done everything you planned
So
let me make an offer
I'm
only trying to help
You
can make your load
Just
a little lighter
All
you've got to do is share the wealth
BRING
EM BACK ALIVE
O pesadíssimo riff de "Bring Em Back Alive" traz à memória o mestre das seis cordas, Tony Iommi, guitarrista do Black Sabbath. A faixa ultrapassa os limites do Hard Rock e flerta deliberadamente com o Heavy Metal, tornando-se uma composição extremamente pesada e densa, mas com um andamento incrivelmente arrastado. Como foi dito, reproduz a sonoridade 'sabática', muito presente também no Soundgarden.
A
letra menciona a fé cega:
I
am a virus, I live in silence
And
just like the heathens thinking
On
our feet we believe in God
And
with one step, two steps
Three
steps toward the graveyard
On
the high road to remembering
It
seems that we forgot
LIGHT
MY WAY
A introdução de "Light My Way" lembra, ainda que vagamente, a sonoridade mais Hard Rock do Rush. Mas, logo depois, a faixa é dominada por um andamento lento e arrastado, com o peso intensificado no refrão. Boa atuação de Cornell.
A
letra é sobre determinação:
So
when I'm lost
Or
I'm tired and deprayed
Or
when my high bullet mind
Goes
astray won't you light my way
GETAWAY
CAR
"Getaway Car" possui uma inconfundível levada Bluesy, composta por uma suave, embora não tão marcante melodia. O refrão é mais forte e a voz de Cornell se torna mais 'rasgada', sendo o vocalista o maior destaque da música.
A
letra é sobre um relacionamento:
Well
settle down, I won't hesitate
To
hit the highway
Before
you lay me to waste
Settle
up and I'll help you find
Something
to drive, before you drive me insane
THE
LAST REMAINING LIGHT
A décima quarta - e última - faixa de Audioslave é "The Last Remaining Light". Novamente, o grupo aposta em uma canção com o andamento severamente arrastado e com doses homeopáticas de peso. Os vocais de Cornell são bons e se casam perfeitamente com a massa instrumental. Encerra o disco de maneira não mais que correta.
A
letra é sobre a velocidade com que a vida se transforma:
Seven
moons and seven suns
Heaven
waits for those who run
Down
your winter and
Underneath
your waves
Where
you watch and you wait
And
pray for the day
Considerações
Finais
O
excesso de exposição, natural para um supergrupo, e a qualidade de
suas canções fez de Audioslave um grande sucesso.
Em
termos de paradas de sucesso, alcançou a ótima 7ª posição da
principal parada norte-americana desta natureza, conquistando a boa
19ª colocação na sua correspondente britânica. Ainda galgou os
6º, 5º e 4º lugares nas paradas canadense, norueguesa e
neozelandesa; respectivamente.
O
álbum vendeu cerca de 162 mil cópias somente em sua primeira semana
de lançamento, atingindo a marca de 500 mil cópias comercializadas
já no primeiro mês.
Apesar
de seu sucesso comercial, Audioslave recebeu críticas mistas.
Alguns jornalistas criticaram o esforço do grupo como sem inspiração
e previsível. Críticos do site norte-americano Pitchfork, Chris
Dahlen e Ryan Schreiber, elogiaram a voz de Cornell, mas criticaram
praticamente todas as outras partes do álbum, chamando-o de “o
pior tipo de álbum de estúdio de rock, rigorosamente controlado –
até mesmo rebaixado – artificialmente pelo estúdio”. Eles
descreveram as letras de Cornell como “completamente clichê” e
do trabalho de produção de Rick Rubin “sem emoção”.
Jon
Monks, do website britânico Stylus, tinha a mesma opinião. Ele
considerou a produção de Rubin excessivamente polida e escreveu que
“falta individualidade, distinção e imaginação neste álbum, é
excessivamente produzido, muito longo e muito indulgente”.
Por
outro lado, outros críticos elogiaram o estilo do supergrupo,
apontando uma reminiscência de Heavy Metal setentista e comparando-o
com nomes como Led Zeppelin e Black Sabbath, dizendo que eles
adicionaram uma sonoridade moderna muito necessária ao rock
mainstream contemporâneo e possuíam o potencial para se tornarem
uma das melhores bandas de rock do século 21.
Em
2005, Audioslave foi classificado como 281º lugar no livro The
500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time, da revista
alemã Rock Hard.
A
banda excursionou extensivamente em todo o mundo em 2003, ganhando
críticas positivas por suas performances ao vivo, inclusive no
festival Lollapalooza, o qual acabara de ser reativado.
Seu
desempenho na turnê Lollapalooza foi tão bem recebido pelos
leitores da extinta revista norte-americana Metal Edge que eles
ganharam a votação do público, em 2003, como Banda Favorita do
Lollapalooza, com enorme margem de vantagem.
Em
2004, o Audioslave estava entre os indicados para a 46ª edição do
Grammy Awards: “Like a Stone” foi indicada para “Melhor
Performance de Hard Rock” e Audioslave para “Melhor Álbum de
Rock”, embora não tenha vencido em nenhuma categoria.
Eles
passaram o restante de 2004 em pausa de turnês e trabalhando no
segundo álbum, Out of Exile, de 2005.
Audioslave
supera a casa de 3 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados
Unidos.
Formação:
Chris
Cornell - Vocal
Tim
Commerford - Baixo
Brad
Wilk - Bateria
Tom
Morello - Guitarras
Faixas:
01.
Cochise (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 3:42
02.
Show Me How to Live (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 4:38
03.
Gasoline (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 4:39
04.
What You Are (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 4:09
05.
Like a Stone (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 4:54
06.
Set It Off (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 4:23
07.
Shadow on the Sun (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 5:43
08.
I Am the Highway (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 5:35
09.
Exploder (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 3:26
10.
Hypnotize (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 3:27
11.
Bring Em Back Alive (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 5:29
12.
Light My Way (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 5:03
13.
Getaway Car (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 4:59
14.
The Last Remaining Light (Cornell/Commerford/Wilk/Morello) - 5:17
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/audioslave/
Em qualquer área da atividade humana, uma das maiores dificuldades, em especial no momento em que se apresenta um novo trabalho, é lidar com as expectativas que o mesmo gerou. Tudo se torna mais complicado de modo diretamente proporcional à quantidade das tais expectativas existentes.
Supergrupos, naturalmente, lidam com altas expectativas, especialmente quando são formados por nomes consagrados do Rock. Este foi o caso do Audioslave, especialmente por conter músicos de bandas tão diferentes como o ótimo Soundgarden e o Rage Against the Machine, este, um conjunto que não me desperta nenhuma atenção.
O início dos anos 2000 lidava, especialmente nos Estados Unidos, ao menos no Rock, com sonoridades desprezíveis como o famigerado "New Metal" e bandas insuportáveis como o Limp Bizkit. O Audioslave trouxe uma musicalidade mais clássica, mas com ar de contemporaneidade, sendo um alívio musical para as principais paradas de Rock dominadas pelo New Metal.
Assim, as avaliações sobre o álbum Audioslave dependem muito da expectativa que os críticos musicais possuíam quanto ao resultado do trabalho. Ouvindo o disco novamente, quase 15 anos depois, a sensação que me traz é gratificante.
Embora não goste do Rage Against The Machine, não há o que se discutir quanto à qualidade musical de nomes como Brad Wilk, Tim Commerford e Tom Morello. Todos, sem exceção, possuem grandes momentos dentro de Audioslave e são fundamentais por uma musicalidade tradicional, mas repleta de elementos essencialmente de seu tempo!
Chris Cornell dispensa maiores comentários e àquela altura já era consagrado pelo seu extraordinário trabalho no Soundgarden. Cornell é facilmente um dos meus vocais preferidos e o considero um dos melhores vocalistas de sua geração.
As letras possuem uma inegável vocação crítica, repletas de acidez e indignação, merecendo uma conferida.
E há algum problema com Audioslave? Para o Blog, sim, um erro comum em muitos álbuns que foram lançados após o surgimento do formato CD: o disco é mais longo que deveria, com algumas composições que, caso tivessem sido limadas, não reduziriam em nada o valor do trabalho, tornando-o menos cansativo.
Mas, simultaneamente, o álbum traz excelentes canções, algumas das melhores do início dos anos 2000. "Cochise" é eletrizante, "Show How To Live" mistura o peso do Hard Rock com uma levada essencialmente criativa, bem como a ótima "Gasoline". "Set It Off" possui uma energia magnetizante.
Claro, todos os elogios são poucos para a belíssima "Like A Stone", até hoje, para o Blog, uma das mais criativas e tocantes canções surgidas após o ano 2000. A atuação de Chris Cornell nesta música é surreal.
Concluindo, Audioslave é um grande álbum, talvez mais longo que deveria, mas também possuidor de faixas criativas e talentosas, executadas de maneira incrível. Certamente, um dos melhores trabalhos das últimas duas décadas. Extremamente recomendado!
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