Elf
é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, ou
seja, o Elf. Seu lançamento oficial aconteceu em agosto de 1972, com
as gravações ocorrendo entre abril e julho daquele mesmo ano. O
disco foi lançado pelas gravadoras Purple Records e Epic Records com
a produção sob responsabilidade de Ian Paice e Roger Glover, ambos
músicos do Deep Purple.
A
história do Elf está intimamente ligada a de uma lenda do Heavy
Metal mundial, o saudoso Ronnie James Dio. E é a partir dele que o
Blog pretende contá-la antes de abordar as faixas do trabalho.
Ronnie
James Dio (cujo nome de batismo era Ronald James Padavona) nasceu em
10 de julho de 1942, na cidade de Portsmouth, no estado
norte-americano de New Hampshire. Dio era filho de pais
ítalo-americanos que haviam se mudado de Cortland, no Estado de New
York, onde havia ocorrido parte do serviço militar do pai de Dio na
Segunda Guerra Mundial.
A
família residiu em Portsmouth por pouco tempo, retornando a
Cortland. Dio ouviu muita ópera enquanto crescia e foi influenciado
vocalmente pelo tenor americano Mario Lanza. Seu primeiro e único
treinamento musical formal começou aos 5 anos de idade, quando
aprendeu a tocar trompete.
Durante
o ensino médio, Dio tocou na banda do colégio e foi um dos membros
mais jovens selecionados para participar na banda de dança oficial
da escola.
Foi
também durante o ensino médio em que Dio formou seu primeiro grupo
de Rock, chamado Vegas Kings (o nome logo mudaria para Ronnie and
the Rumblers, e, depois, para Ronnie and the Red Caps).
Embora
o Dio houvesse começado sua carreira no Rock tocando trompete, ele
rapidamente adicionou o baixo a suas habilidades, uma vez que também
assumira as funções de cantar no grupo.
Ronnie James Dio |
Dio
graduou-se na High School de Cortland em 1960. Embora tenha afirmado,
em uma entrevista posterior, que a ele tenha sido oferecida uma bolsa
de estudos na prestigiosa Juilliard School of Music, ele não a
obteve devido a seu interesse crescente no Rock 'n' Roll. (Nota do
Blog: A Juilliard School (popularmente identificada somente como
Juilliard) é uma escola de música e artes cênicas localizada em
Nova Iorque, nos Estados Unidos, reconhecida por seus alunos
graduados em música, entre os quais Leontyne Price, Itzhak Perlman,
Renée Fleming, Toninho Horta, Ray Conniff,Nina Simone, e Yo-Yo Ma.
Atualmente sediada no Lincoln Center, a Juilliard gradua alunos nas
áreas de dança, música e dramaturgia. A instituição foi
considerada pela QS Universty Rankings como a melhor do mundo na área
de artes performáticas em 2016).
Após
a formatura, Dio frequentou a Universidade de Buffalo, em
especialização em Farmacologia. Nela permaneceu de 1960 a 1961 e
tocou trompete na banda de concerto da universidade e, por fim, não
se formou.
Apesar
de ser conhecido por sua poderosa voz cantando, Dio alegou nunca ter
realizado qualquer treinamento vocal. Em vez disso, atribuiu sua
capacidade de canto devido ao uso de técnicas corretas de
respiração, aprendidas enquanto tocava trompete.
Conforme
dito, a carreira musical de Dio começou em 1957, quando vários
músicos de Cortland, em Nova York, formaram a banda The Vegas Kings.
A
formação do grupo consistia de Dio no baixo, Billy DeWolfe nos
vocais, Nick Pantas na guitarra, Tom Rogers na bateria e Jack Musci
no saxofone.
Em
1958, a banda novamente mudou seu nome de Ronnie & The
Rumblers para Ronnie and the Redcaps. Musci deixou o grupo
em 1960 e um novo guitarrista, Dick Botoff, se juntou ao conjunto.
O
The Redcaps lançou dois singles: o primeiro single foi
“Conquest”/”Lover” com o lado A sendo uma reminiscência
instrumental da banda The Ventures e o lado B contava com DeWolfe nos
vocais. (Nota do Blog: The Ventures é uma banda instrumental
estadunidense formada inicialmente como The Versatones, em
1958, por Bob Bogle e Don Wilson, em Tacoma, Washington. É conhecida
por clássicos como “Walk Don't Run”, “Surf Rider” e
“Journey To The Star”, entre outros).
O
segundo single foi “An Angel Is Missing”/”What'd I Say”, as
quais contavam com Dio nos vocais em ambas as faixas.
As
explicações variam conforme a fonte para definir como Padavona
adotou o nome artístico “Dio”. Uma história é que Dio seria
uma referência ao membro da máfia Johnny Dio. (Nota do Blog:
Giovanni Ignazio Dioguardi, também conhecido como “John Dioguardi”
e “Johnny Dio”, foi uma figura do crime organizado
ítalo-americano. Ele é conhecido por estar envolvido no ataque
ácido que levou à cegueira do jornalista Victor Riesel e pelo seu
papel na criação de falsos sindicatos locais para ajudar Jimmy
Hoffa a tornar-se Presidente Geral dos Teamsters).
Outra
versão afirma que a avó de Padavona disse que ele tinha um dom de
Deus e que deveria ser chamado de “Dio” (Deus em italiano).
Seja
qual for a inspiração, Padavona utilizou o termo, pela primeira
vez, em uma gravação no ano de 1960, quando o adicionou ao segundo
lançamento do conjunto, em Seneca. Logo depois disso, a banda
modificou seu nome para Ronnie Dio and the Prophets.
A
formação do The Prophets durou vários anos, com o grupo viajando
por toda a região de Nova York e participando de festas de
fraternidades universitárias. Eles produziram um single pela
Atlantic Records (“The Ooh-Poo-Pah-Doo”/”Love Pains”) e,
também, um álbum, chamado Dio At Domino's, de 1963.
Alguns
dos singles (como “Mr. Misery”, lançado pela Swan Records) foram
batizados como sendo gravados como Ronnie Dio sendo um artista solo,
mesmo que o resto dos The Prophets tenham contribuído na gravação.
O
grupo lançou vários singles durante os anos seguintes, até o
início de 1967. Dio continuou a usar o seu nome de nascimento em
qualquer crédito pela composição nesses lançamentos.
No
final de 1967, Ronnie Dio and The Prophets se transformaram em uma
nova banda chamada The Electric Elves, adicionando um tecladista. Com
este nome, ainda lançaram um single, “Hey, Look Me Over”,
naquele mesmo ano.
Nesta
altura, a formação do The Eletric Elves consistia em: vocalista e
baixista Ronnie James Dio, tecladista Doug Thaler, baterista Gary
Driscoll e guitarristas Nick Pantas e David Feinstein (este, primo de
Ronnie James Dio).
Gary Driscoll |
Um
acidente de carro mortal, ocorrido em fevereiro de 1968, que matou o
guitarrista Nick Pantas e colocou Dio e os outros membros do conjunto
no hospital, o grupo encurtou seu nome para The Elves.
O
The Elves lançou 3 singles, o primeiro chamado “Walking In
Different Circles”, em 1969, e os outros dois “Amber Velvet”,
lançados por selos diferentes no ano de 1970.
O
terrível acidente ocorrido em 1968, o qual matou o guitarrista Nick
Pantas, forçou uma nova configuração dos papéis dos membros
dentro da banda. O tecladista original, Doug Thaler foi para a
guitarra (após a recuperação de seus ferimentos) e o grupo
contratou Mickey Lee Soule para fazer os deveres do teclado.
Soule
tinha uma banda nos meados da década de 1960, até ser recrutado
para o exército. Após sua honrosa libertação, ele se juntou ao
The Elves, como dito, depois que o tecladista original da banda, Doug
Thaler, foi gravemente ferido no supracitado gravíssimo acidente de
carro.
Mickey Lee Soule |
Ao
deixar o grupo, já em 1972, Thaler mudou-se para Nova York e
conseguiu um emprego como agente de bandas – o Elf foi uma das
bandas que ele contratou.
Já
como simplesmente Elf, o conjunto chamou a atenção do baixista do
Deep Purple, Roger Glover, bem como de seu companheiro de banda, o
baterista Ian Paice, e ambos resolveram produzir o primeiro álbum do
grupo.
O
Elf, então, era formado pelo baixista e vocalista Ronnie James Dio,
pelo baterista Gary Driscoll, pelo guitarrista David Feinstein e pelo
tecladista Mickey Lee Soule.
O
grupo fez as gravações para o disco entre abril e julho de 1972. A
capa, com uma foto do que supostamente seria um elfo, ficou de gosto
bastante discutível.
Vamos
às faixas:
HOOCHIE
KOOCHIE LADY
Tanto a guitarra de David Feinstein quanto o piano de Mickey Lee Soule começam o álbum ditando o ritmo e o 'balanço' desta canção. É muito considerável a influência do Blues no andamento da faixa, cadenciada, mas repleta de melodia e malícia. Feinstein ainda abusa do feeling no solo. Ótimo início!
A
letra é simples e fala sobre uma mulher:
Let
me tell you, she's handsome
She got everything a woman could need
And don't you know that she'll dance some
She can't follow cause she only can lead
But she's built good
But she never missed a day of school
And her black, black eyes could
Make you stop to feel like a fool
She got everything a woman could need
And don't you know that she'll dance some
She can't follow cause she only can lead
But she's built good
But she never missed a day of school
And her black, black eyes could
Make you stop to feel like a fool
FIRST
AVENUE
A inegável veia Blues do grupo está ainda mais proeminente em "First Avenue", um Blues Rock 'classudo', cheio de cadência e um inconfundível molejo. Ótimas incursões do órgão de Mickey Lee Soule, comandando a parte instrumental, enquanto Ronnie James Dio entrega uma atuação vocal com a costumeira competência.
A
letra fala sobre recomeço:
Crazy
little mama, is your heart still meant today?
Feeling alive in some peculiar way
Baby come home
Baby come home
Pretty little woman, please come back today
It's just gotta be wrong to throw my love away
Feeling alive in some peculiar way
Baby come home
Baby come home
Pretty little woman, please come back today
It's just gotta be wrong to throw my love away
NEVER
MORE
Já em "Never More", a banda opta por uma abordagem mais minimalista, com uma pegada mais cadenciada. O andamento mais lento casa-se com uma sonoridade mais leve, mas sem perder potência, com a guitarra de Feinstein e a bateria de Gary Driscoll, ambas, aparecendo de forma exuberante. Outra atuação muito boa de Dio nos vocais.
A
letra é uma mensagem de seguir em frente:
Hell
and Fire burning higher
Now I can see the ever after
Clock is moving only
While I see you down here me in laughter
Never more
Now I can see the ever after
Clock is moving only
While I see you down here me in laughter
Never more
I'M
COMING BACK FOR YOU
Com a guitarra de Feinstein comandando a canção e um clima bastante positivo, "I'm Coming Back For You" traz uma atmosfera bastante Rock 'n' Roll para o trabalho. Em comparação às faixas anteriores, a música apresenta um inegável sentimento de urgência, muito bem-vindo. Outra atuação muito boa de Dio.
A
letra é divertida, em tom de ameaça:
Don't
let the big world get you down
I'm gonna turn it all around
And when the morning comes you'll see my face
You know
I'm coming back for you
I'm coming back for you - yes i am
I'm coming back for you
I'm gonna turn it all around
And when the morning comes you'll see my face
You know
I'm coming back for you
I'm coming back for you - yes i am
I'm coming back for you
SIT
DOWN HONEY (EVERYTHING WILL BE ALLRIGHT)
O teclado de Mickey Lee Soule domina esta canção na qual até o baixista Dio se destaca. O ritmo é muito malicioso, casando-se perfeitamente com a letra divertida. Um Blues Rock composto e executado com alta categoria.
A
letra é divertida:
When
i'm coming home to you
Tell you what i'm gonna do
You gotta sit down honey, everything will be alright
Eyes just like a shining pearl
She was a high school girl
Well sit down honey, everything will be alright
Tell you what i'm gonna do
You gotta sit down honey, everything will be alright
Eyes just like a shining pearl
She was a high school girl
Well sit down honey, everything will be alright
DIXIE
LEE JUNCTION
Em "Dixie Lee Junction", a banda aposta em uma longa e comovente introdução com uma triste melodia. Com o desenrolar da faixa, o andamento continua lento, não há muito peso, apenas a guitarra de Feinstein comandando com solos e muito feeling. A partir da metade, a música se transforma em um animado Blues Rock. Há que se enaltecer os ótimos trabalhos de Mickey Lee Soule e Gary Driscoll.
A
letra fala sobre idas e vindas:
These
old boots will keep me walking
To
a place I long to be
High
upon a mountaintop
Down
in Tennessee
LOVE
ME LIKE A WOMAN
David Feinstein brilha novamente no álbum, com sua guitarra abusando do feeling em "Love Me Like a Woman", no que é mais do que bem acompanhado pelo teclado de Mickey Lee Soule. Dio usa e abusa de sua potência vocal em outra faixa muito competente.
A
letra tem conteúdo sexual:
I
don't know what you're gonna do
I just know what I want you to
So, love me like a woman
Touch me like a woman
Hold me like a woman
Be my woman
I just know what I want you to
So, love me like a woman
Touch me like a woman
Hold me like a woman
Be my woman
GAMBLER,
GAMBLER
A oitava - e última - faixa de Elf é "Gambler, Gambler". Contando com um criativo trabalho do baterista Gary Driscoll, a música que encerra o disco mantém o ritmo acelerado e animado. O teclado de Mickey Lee Soule e a guitarra de David Feinstein formam uma grande parceria e comandam as ações. Tudo é recheado com a brilhante atuação de Dio.
A
letra fala sobre uma vida bandida:
I
was banned in boston - set up in old saint lou
Surrounded by the f. b. i. for something i didn't do
Now my baby left me, left me all alone
Judge said: "son, you ain't going home"
Surrounded by the f. b. i. for something i didn't do
Now my baby left me, left me all alone
Judge said: "son, you ain't going home"
Considerações
Finais
O
álbum fez muito pouco barulho na época de seu lançamento e não
atingiu grande sucesso comercial.
Desta
maneira, passou em branco em termos das principais paradas de
sucesso. De fato, Elf foi se tornando um trabalho mais
conhecido em retrospectiva, à medida que Ronnie James Dio se tornou
um nome conhecido no Rainbow e no Black Sabbath.
Neste
álbum, Dio é creditado com seu nome de nascimento, Ronald Padavona.
Embora Dio tivesse usado Padavona para créditos como
compositor em singles anteriores, ele explicou, em uma entrevista em
1994, que usou seu nome de batismo neste álbum como uma homenagem a
seus pais para que eles pudessem ver seu nome de família em um álbum
pelo menos por uma vez.
Eduardo
Rivadavia, do site AllMusic, dá ao disco de estreia do Elf uma nota 3,5
de um máximo de 5 possível, atestando: “Na verdade, faixas como
“Hoochie Koochie Lady”, “First Avenue” e “Sit Down Honey”
soam mais como Rolling Stones a Black Sabbath e é apenas
ocasionalmente (“I'm Coming Back to You”, “Gambler Gambler”)
que a banda produz verdadeiramente um arenoso Hard Rock”.
Rivadavia
complementa: ““Never More” é, talvez, a faixa mais
interessante do álbum, começando com um piano e uma entrega
dramática de Dio (soando um pouco como Freddie Mercury) antes de se
lançar em um riff de Hard Rock direto na veia como em seus melhores
trabalhos com o Rainbow e o Sabbath, anos mais tarde”.
Para
os anos seguintes, o grupo desfrutou de um leve sucesso como banda de
abertura para shows do Deep Purple.
Dio
era o vocalista e baixista até que, após o lançamento do primeiro
álbum do Elf, Craig Gruber foi convidado a entrar na banda como
baixista, com Ronnie guardando apenas a função de cantor.
Em
agosto de 1973, o guitarrista e primo de Dio, David Feinstein, deixou
a banda e foi substituído por Steve Edwards.
Em
1974, o Elf lançou seu segundo álbum, Carolina County Ball.
Formação:
Ronald
Padavona (Ronnie James Dio) - Vocal, Baixo
David
Feinstein - Guitarra
Mickey
Lee Soule - Piano, Órgão
Gary
Driscoll - Bateria
Faixas:
01.
Hoochie Koochie Lady (Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 5:32
02.
First Avenue (Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 4:23
03.
Never More (Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 3:50
04.
I'm Coming Back for You (Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 3:27
05.
Sit Down Honey (Everything Will Be Alright)
(Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 3:48
06.
Dixie Lee Junction (Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 5:09
07.
Love Me Like a Woman (Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 3:47
08.
Gambler, Gambler (Driscoll/Soule/Feinstein/Padavona) - 4:26
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/elf/
Inúmeras vezes, já foi dita aqui no site toda a minha admiração pelo trabalho, obra e caráter do inesquecível e saudoso Ronnie James Dio, uma das mais belas vozes da história do Rock. Sua música e seu legado permanecerão vivos eternamente nos corações de seus fãs.
Hoje, o site apresenta um momento anterior da carreira do formidável vocalista, muito antes de se consagrar à frente de bandas gigantescas como o Rainbow e o Black Sabbath, ou mesmo no conjunto que levava seu nome.
O Elf é um trabalho mais sólido dos primeiros anos da carreira musical do Dio e seu momento exatamente anterior de alcançar o estrelato, o qual viria quando se juntou a Ritchie Blackmore, alguns anos mais tarde.
Claro, na época (e ainda hoje), o Elf não fez grande sucesso comercial. Fãs do Dio podem até estranhar, um pouco, a musicalidade oferecida pelo grupo, pois muito pouco lembra o Hard Rock vigoroso do Rainbow e o Heavy Metal alucinante do Sabbath.
Aqui a proposta é outra: um Rock 'n' Roll mais raiz, com uma pegada inspirada nos anos 50, com forte presença dos teclados. Há, por todo o disco, uma inegável e saborosa influência do Blues. E o ar de modernidade (para aquela época) vem de uma guitarra distorcida e cheia de feeling.
Tudo isto é possível por conta de uma banda muito competente. O guitarrista David Feinstein esbanja feeling em seus solos, apresentando uma guitarra por vezes furiosa e que contribui para engrandecer as canções.
Outro destaque que pode ser considerado um protagonista é o tecladista Mickey Lee Soule, cujas melodias trazem para Elf aquela musicalidade Rock dos anos 50. Gary Driscoll também é um baterista competente.
Neste álbum de estreia do Elf é possível já reconhecer o talento praticamente incomparável de Dio nos vocais, sempre priorizando uma interpretação que se case perfeitamente com a parte instrumental proposta. Ainda não temos o Dio magnífico de músicas como "Stargazer", mas faixas como "Never More" traz lampejos daquilo que ele se tornaria.
Elf é um álbum bastante curto, com pouco mais de 33 minutos, mas é bastante uniforme e com qualidades acima da média.
O ótimo Blues Rock de "First Avenue" é um dos grandes destaques do trabalho, com grande atuação de Dio. O mesmo pode ser dito da envolvente "Gambler, Gambler". O Rock 'n' Roll simples, mas contagiante, de "I'm Coming Back for You" também é um momento valoroso.
Mas o maior destaque, sem sombra de dúvidas, vai para "Never More". A faixa aponta para o futuro, com lampejos da musicalidade e do tipo de atuação que consagrariam Dio entre os fãs de Rock.
Enfim, o Elf foi uma banda de curta duração e com uma proposta musical interessante, unindo elementos do Rock clássico e do Blues com algumas pitadas da modernidade. Seu álbum de estreia, Elf, mostra um conjunto com garra e sede de sucesso e, ainda, apresenta aquela que seria uma das grandes estrelas do Rock/Metal em todos os tempos: o inesquecível Ronnie James Dio. Recomendado!
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