The
Allman Brothers Band é o álbum de estreia da banda norte-americana
de mesmo nome, ou seja, o The Allman Brothers Band. Seu lançamento
oficial aconteceu em 4 de novembro de 1969, através dos selos Atco
Records e Capricorn Records. As gravações ocorreram entre 3 e 12 de
agosto daquele mesmo ano, no Atlantic Studios, em New York City,
Estados Unidos. A produção ficou por conta de Adrian Barber.
O
The Allman Brothers Band é uma verdadeira instituição do Rock. O
Blog vai abordar sua formação para depois se ater ao seu memorável
álbum de estreia.
Duane
Allman, e seu irmão mais novo, Gregg, cresceram em Daytona Beach, no
estado norte-americano da Flórida. A dupla formou sua primeira
banda, chamada Escorts, que logo evoluiu para The Allman Joys, em
meados dos anos 1960.
Um
amigo introduziu Gregg aos ritmos R&B e Soul Music, e os irmãos
logo começaram a incorporá-los em seu som.
Em
1967, o grupo passou um tempo em St. Louis, onde um executivo de uma
gravadora baseada em Los Angeles os descobriu. Assim,
consequentemente, a banda se mudou para a Costa Oeste dos Estados
Unidos e foram renomeados como The Hour Glass, gravando dois álbuns
malsucedidos pela Liberty Records.
Duane
retornou para casa objetivando perseguir uma carreira como músico de
estúdio, em Muscle Shoals, no estado do Alabama. Gregg ficou em
Hollywood cumprindo obrigações contratuais com a gravadora Liberty,
a qual acreditava que poderia seguir uma carreira solo.
Assim,
ambos estavam separados pela primeira vez, por um ano, mas
conseguiram se reunir em Miami, produzindo um álbum demo com a banda
The 31st of February, um grupo que incluía o baterista Butch Trucks.
No
FAME Studios, em Muscle Shoals, Duane Allman se tornou o guitarrista
principal de estúdio, gravando com artistas como Aretha Franklin e
King Curtis.
O
FAME assinou um contrato de gravação, de cinco anos, com Duane e
assim ele montou um grupo, incluindo Johnny Sandlin e Paul Hornsby.
Duane também recrutou Jai Johanny Johanson (Jaimoe) depois de ouvir
sua bateria em uma demo de Jackie Avery, e os dois se mudaram para
sua casa em Tennessee River.
Duane
Allman convidou o baixista Berry Oakley para tocar com o novo grupo
já que a dupla havia se conhecido em um clube de Jacksonville,
Florida, algum tempo antes, e se tornaram amigos rapidamente.
O
grupo teve química imediata, e a visão de Duane para uma banda
"diferente" - com dois guitarristas e dois bateristas -
começou a evoluir.
Duane Allman |
Enquanto
isso, Phil Walden, o manager de Otis Redding e vários outros
artistas de R&B, estava procurando expandir seus negócios a
bandas de rock. O proprietário do FAME ficara frustrado com os
métodos de gravação do grupo e ofereceu as faixas gravadas e seu
contrato para Walden e Jerry Wexler, da Atlantic Records, por 10 mil
dólares.
Desse
modo, Walden destina o grupo para ser a peça central de seu novo
selo, a Capricorn Records.
Duane
e Jaimoe se mudaram para Jacksonville, no início de março de 1969,
pois Duane havia se frustrado em sua relação com o FAME Studios.
Duane
acabou convidando quem quisesse se juntar às jam sessions que deram
origem ao Allman Brothers Band. Dickey Betts, líder da banda
anterior de Berry Oakley, The Second Coming, tornou-se o segundo
guitarrista do grupo, enquanto Butch Trucks, com quem Duane e Gregg
haviam gravado a demo menos de um ano antes, ficou com o posto de
segundo baterista do novo grupo.
Reese
Wynans, também do The Second Coming, tocava teclado, e Duane,
Oakley, e Betts compartilhavam os vocais. O grupo, ainda sem nome,
começou a fazer shows gratuitos no Willow Branch Park, em
Jacksonville, com um elenco de músicos bem rotativo.
Duane
sentia fortemente que seu irmão Gregg deveria ser o vocalista do
novo grupo (o que efetivamente eliminou Wynans da banda, pois Gregg
também tocava teclado). Assim, Gregg deixou Los Angeles e entrou em
ensaio em 26 de março de 1969, quando o grupo estava praticando a
canção de Muddy Waters chamada "Trouble No More".
Apesar
de Gregg se sentir intimidado, inicialmente, pelos demais músicos,
Duane pressionou seu irmão a soltar sua voz.
Quatro
dias mais tarde, o grupo fez sua estréia no Jacksonville Armory.
Embora muitos nomes tenham sido usados, incluindo Beelzebub, o
sexteto acabou por se decidir em Allman Brothers Band.
O
grupo mudou-se para Macon, uma cidade no estado norte-americano da
Geórgia por volta do dia 1 de maio de 1969, onde Walden estava
estabelecendo sua Capricorn Records. A banda se apresentava localmente,
bem como a cerca de oitenta milhas ao norte, no Parque Piedmont, de
Atlanta, além de ensaiar nos estúdios da Capricorn quase todos os
dias.
O
conjunto forjou uma fraternidade forte entre seus membros, gastando
incontáveis horas ensaiando, consumindo drogas psicodélicas e até
mesmo indo ao Cemitério de Rose Hill, onde eles escreveriam músicas.
(Nota do Blog: Rose Hill Cemetery é um cemitério localizado
na cidade de Macon, no estado norte-americano da Geórgia, inaugurado
em 1840 e onde estão enterrados Duane Allman e Berry Oakley).
Dickey Betts |
As
primeiras apresentações do grupo, fora do Sul dos EUA, ocorreram em
30 e 31 de maio, em Boston, sendo banda de abertura para o Velvet
Underground.
Precisando
de mais material, o grupo remodelou velhas canções de blues como
“Trouble No More” e “One Way Out”, além de criar improvisos
como “Mountain Jam”. Em paralelo, Gregg, o qual lutara para
escrever no passado, tornou-se o único compositor da banda, criando
músicas como “Whipping Post” e “Black-Hearted Woman”.
Grande
parte do material que estaria presente no disco de estreia da banda
foi escrito no período compreendido entre maio e agosto de 1969, e
estreou ao vivo. De acordo com Johanson, o grupo avaliava a reação
da multidão às canções e ajustava-as em conformidade com a
resposta do público.
A
banda partiu de Macon para a cidade de Nova York, em agosto de 1969,
e enfrentou retrocessos ao longo do caminho, como o caminhão com
seus equipamentos quebrando na Carolina do Sul. Ademais, o grupo
havia programado para trabalhar com o produtor do Cream, Tom Dowd,
mas que ficou indisponível. Desta forma, Adrian Barber, engenheiro
de som da Atlantic Records, foi quem gravou as sessões, sendo
creditado como o produtor do álbum.
O
álbum The Allman Brothers Band foi gravado e mixado em
duas semanas. A banda havia executado suas músicas incontáveis
vezes nos meses anteriores e sabia o caminho a ser seguido. Numerosos
artistas, incluindo Ray Charles, haviam gravado no órgão Hammond do
estúdio, mas Gregg Allman optou pelo seu próprio equipamento, pois
se sentiu incapaz de tocar no mesmo instrumento que Charles.
Um
fato curioso: uma luz vermelha,
na placa de gravação, ascendia-se
quando a banda começava
a gravar, enfurecendo
Gregg Allman; que, a
fim de finalizar
as tomadas, conforme necessário, acabou
desenroscando
a lâmpada.
A
reserva de duas semanas, do estúdio, foi projetada, inicialmente,
para gravação das faixas básicas, com os overdubs sendo
adicionados posteriormente, mas o grupo terminou finalizando o
registro inteiro em seis dias não consecutivos.
Em
5 de agosto, a banda gravou “Black Hearted Woman” e “Trouble No
More”, e completou “Whipping Post” depois de um outro dia de
folga, no dia 7 de agosto, levando todo o dia para finalizar a faixa.
No
dia seguinte, a banda tentou gravar “Statesboro Blues”, que foi a
música a qual influenciou Duane Allman a começar a tocar slide
guitar. (Nota do Blog: Slide guitar, ou Bottleneck
guitar, é uma forma de tocar guitarra, em que se utiliza no dedo
médio, anular, mínimo ou indicador (este último menos comum), um
pequeno tubo oco cilíndrico, feito de metal, vidro ou cerâmica. Com
o objetivo de alterar o tom em que se toca, deslizando esse tubo
pelas cordas da guitarra. Este método, introduzido inicialmente na
música do Havaí, passou a ser utilizado nos blues (Blues rock) e no
country).
Incapaz
de obter a mesma energia de quando era executada ao vivo, a banda
desmantelou a gravação de “Statesboro Blues” e cancelou a
sessão para o dia.
“Every
Hungry Woman” foi gravada em 11 de agosto, e seu último dia no
estúdio na terça-feira, 12 de agosto, produziu uma versão final de
“Dreams”.
Durante
o período em Nova York, o grupo fez sua estreia, durante três
noites não consecutivas, no Ungano's, em Manhattan, um clube que
acabaria por ser considerado pelo conjunto como sua “segunda casa”.
Gregg
Allman sentiu que a banda havia apressado sua gravação de estreia
e, mais tarde, acabou infeliz com o som de seu vocal no registro.
Barber discordou dessa avaliação, e, não querendo causar qualquer
discussão, Allman acabou recuando.
As
músicas do álbum foram arranjadas, em grande parte, depois que
Gregg Allman se juntou à banda em Jacksonville. A maioria das
músicas surgiram a partir de longas e improvisadas jam sessions
(Nota do Blog: Em música popular, como o jazz, jam significa
tocar sem saber o que vem à frente, de improvisação. Nos clubes de
jazz é comum que, após o número principal, os músicos presentes
sejam convidados para subir ao palco e tocar junto com a banda sem
nenhum ensaio prévio. A origem do termo é controversa. Pode vir do
inglês jam que significa geléia, em alusão à mistura de estilos
que esta prática proporciona. Alguns também acreditam que vem das
inicias da expressão Jazz after midnight - Jazz depois da
meia-noite, pois a maior parte destas sessões acontecem bem tarde,
quando o público pagante já se retirou).
Gregg Allman |
O
estilo do grupo evoluiu a partir de uma mistura de jazz, música
country, blues e rock, sendo o resultado do gosto musical de cada
membro individualmente sendo apresentado aos seus colegas de
conjunto. Entre as influências estavam Grateful Dead, Rolling
Stones, Miles Davis e John Coltrane, entre vários outros.
As
contribuições líricas de Gregg Allman para o álbum de estreia da
banda foram chamadas de “concepções líricas notavelmente maduras
para um rapaz tão jovem, habilmente executadas em um estilo
minimalista, quase haicano” segundo o biógrafo Alan Paul.
Allman
escreveu em seu livro de memórias, My Cross to Bear, sobre o
processo de composição: “Eu escrevi a maior parte desse primeiro
álbum naquela semana. Eu tinha total paz de espírito. Los Angeles e
todas as suas mudanças nem sequer cruzaram minha mente. Eu senti
como se eu estivesse começando tudo, o que eu estava”. As músicas
do álbum foram escritas no Rose Hill Cemetery.
A
capa do álbum foi feita pelo artista Stephen Paley. Paley havia
chegado a conhecer Duane Allman durante sessões de fotos para a
Atlantic. Ele ficou por “cerca de uma semana” em Macon com a
banda, festejando com o grupo.
Juntos,
abordaram todas as áreas da cidade que pareciam fotogênicas, como
“campos, casas antigas, trilhos de trem e o cemitério”.
A
foto da capa do álbum foi tirada na entrada da College House (hoje
pertencente à Mercer University) ao lado da 315 College Street. A
foto da contracapa do álbum foi obtida na Bond Tomb, no
cemitério Rose Hill Cemetery.
Vamos
às faixas:
DON'T
WANT YOU NO MORE
O álbum já começa com um esforço instrumental por parte da banda, em uma sessão totalmente livre, na qual o grupo apresenta toda sua diversidade de influências musicais. Embora curta, uma amostra do talento superior do conjunto.
Trata-se
de uma versão para a faixa “Don't Want You No More”, presente no
álbum With Their New Face On, de 1968, da banda britânica
Spencer Davis Group.
IT'S
NOT MY CROSS TO BEAR
Em "It's Not My Cross to Bear", a forte influência bluesy aparece desde os primeiros segundos de execução. As guitarras estão ótimas, muito presentes, e cortam a música por todos os instantes, em grandes trabalhos de Duane Allman e Dickey Betts. Os vocais de Gregg Allman são um show à parte.
A
letra é uma mensagem para que se siga sempre em frente, mesmo com
adversidades:
I
sat down and wrote you a long letter, it was just the other day
Said, sure as the sunrise, baby, tomorrow I'll be up and on my way
But I'll live on and I'll be strong
'cause it just ain't my cross to bear
Said, sure as the sunrise, baby, tomorrow I'll be up and on my way
But I'll live on and I'll be strong
'cause it just ain't my cross to bear
BLACK
HEARTED WOMAN
Já "Black Hearted Woman" possui um andamento mais urgente e acelerado sem, no entanto, abrir mão de uma melodia envolvente e, simultaneamente, repleta de swing. Trata-se de um Blues Rock com muita malemolência e um grande ritmo dançante. As guitarras, novamente, dão um show!
A
letra é sobre uma mulher que enfeitiçou um homem:
Black
hearted woman, can't you see your poor man dyin'
Can't count on both hands, babe, all the lonely nights I've been cryin'
Well I'm tired of all your slippery ways, I can't take your evil lyin'
Can't count on both hands, babe, all the lonely nights I've been cryin'
Well I'm tired of all your slippery ways, I can't take your evil lyin'
Lançada
como single, não obteve maior repercussão em termos das principais
paradas de sucesso.
TROUBLE
NO MORE
Mais um Blues repleto de swing, sem negar sua forte veia rock, é o que a versão para "Trouble No More" nos traz. O órgão de Gregg Allman está mais marcante, fazendo uma colcha sobre a qual as guitarras podem brilhar.
A
letra é sobre uma garota que vive no limite:
Don't
care how long you go,
I don't care how long you stay,
It's good kind treatment,
Bring you home someday
I don't care how long you stay,
It's good kind treatment,
Bring you home someday
Trata-se
de uma versão para “Trouble No More”, single originalmente
lançado pelo gênio do Blues, Muddy Waters, em 1955.
EVERY
HUNGRY WOMAN
Em "Every Hungry Woman", o grupo aposta em um andamento mais cadenciado e arrastado, mas, em mais uma oportunidade, conservando um ritmo swingado e envolvente. A percussão, cortesia de Butch Trucks, está ainda mais realçada, casando-se perfeitamente com a sonoridade bastante maliciosa da faixa.
A
letra é bastante divertida:
You
got 16 lovely children
No proud father knocking at your door
Yeah--- but every hungry woman
Has been in your place before
No proud father knocking at your door
Yeah--- but every hungry woman
Has been in your place before
DREAMS
No início de "Dreams", o órgão cria um clima mais sombrio e soturno, onde se destaca uma interpretação intensa, mas contida, tudo isto obra de Gregg Allman. É a canção mais extensa do disco e oscila em passagens mais cadenciadas e em outras nas quais a banda acelera o seu andamento. A faixa é quase que totalmente instrumental, carregando em seu cerne um inegável espírito de improviso.
A
letra é sobre decepção e esperança:
Just
one more morning
I had to wake up with the blues
Pulled myself outta bed, yeah
Put on my walkin shoes,
Went up on the mountain,
To see what I could see,
The whole world was fallin,
Right down in front of me
I had to wake up with the blues
Pulled myself outta bed, yeah
Put on my walkin shoes,
Went up on the mountain,
To see what I could see,
The whole world was fallin,
Right down in front of me
WHIPPING
POST
A sétima - e última - faixa de The Allman Brothers Band é "Whipping Post". Quaisquer palavras serão um esforço praticamente inútil para traduzir a sutil, mas, ao mesmo tempo, hipnotizante beleza de uma das grandes canções da história. Guitarras e órgão perfeitos, seção rítmica marcante e uma interpretação esplendorosa dos vocais de Gregg Allman. Espetacular!
A
letra fala sobre amor e consequências:
I
been run down, I been lied to
I don't know why I let that mean woman make me a fool
She took all my money, wrecked my new car
Now she's with one of my goodtime buddies
They're drinkin' in some crosstown bar
I don't know why I let that mean woman make me a fool
She took all my money, wrecked my new car
Now she's with one of my goodtime buddies
They're drinkin' in some crosstown bar
“Whipping
Post” é um dos grandes clássicos da carreira do The Allman
Brothers Band.
O
sucesso e reconhecimento desta linda canção somente ocorreu com seu
relançamento no álbum ao vivo At Fillmore East, lançado em
julho de 1971.
“Whipping
Post” ganhou uma repaginação, dando margem a vários improvisos,
estendendo sua duração além dos 22 minutos. Desta forma, esta
versão estendida, ganhou ampla circulação nas rádios que tocavam
Rock Progressivo nos Estados Unidos.
O
The Allman Brothers Band gravou outras versões para “Whipping
Post”, mas nenhuma sem a mesma importância ou repercussão daquela
presente em At Fillmore East. Tanto
que foi esta a versão a qual foi incluída na lista Rock
and Roll Hall of Fame's 500 Songs that Shaped Rock and Roll,
do Hall da Fama do Rock, nos Estados Unidos e, também, é a presente
na lista The 500 Greatest Songs of All Time,
da revista norte-americana Rolling Stone.
O sucesso foi tão grande que, durante
os anos 70, o público pedia “Whipping Post” durante shows de
outros artistas, sendo que uma das vezes mais conhecidas foi a de um
show do Frank Zappa, em 1974. Uma espécie de “Toca Raul”, tão
conhecido no Brasil.
Considerações Finais
The
Allman Brothers Band não
atingiu o sucesso comercial almejado pelo grupo. Em termos das
principais paradas de sucesso, alcançou o modesto 188º lugar na
Billboard.
O
disco foi lançado em novembro de 1969, através da Atco e Capricorn
Records. A Atco era uma gravadora subsidiária da Atlantic Records, e
Walden ainda não havia sequer criado um logotipo para a Capricorn
Records. Em vez disso, o LP apresentava o logo da Atco com uma linha
“quase imperceptível” com os dizeres Capricorn Records
Series.
O registro recebeu uma resposta
comercial pobre, vendendo menos de 35 mil cópias após sua liberação
inicial. Alguns executivos sugeriram a Walden que mudasse a banda
para Nova York ou Los Angeles, a fim de aclimatá-los à indústria.
Por sua vez, os membros do grupo
permaneceram otimistas, optando por ficarem no sul. Segundo Gregg
Allman, a colaboração entre banda e Capricorn Records “transformou
Macon de pequena cidade sonolenta em um lugar com muito hip, selvagem
e louco, cheio de motociclistas e roqueiros”.
A banda fez shows ao longo da Costa
Leste norte-americana, em dezembro de 1969, tentando colocar o álbum
no Top 200 da Billboard. Em janeiro de 1970, o grupo se apresentou no
Electric Factory, em Filadélfia, e no Fillmore West, em San
Francisco, antes de estrear no Whiskey a Go Go, em Los Angeles, este
último representando o primeiro compromisso dos irmãos Allmans no
local desde seus dias no Hour Glass.
No terceiro dia de shows no Whisky a
Go Go, o álbum alcançou o número 188 no top 200, o suficiente para
provar que o conjunto era mais do que uma banda regional. A Capricorn
lançou “Black Hearted Woman” como single do álbum, editado com
até quase dois minutos mais curto, em um esforço para colocá-la no
top 40.
Lester Bangs, da revista Rolling
Stone, chamou o álbum de “consistentemente sutil, honesto e
comovente”, descrevendo a banda como “um grupo branco que
transcendeu sua educação para produzir um som volátil, de
blues-rock, de pura energia, inspiração e amor”.
Uma revisão retrospectiva de Bruce
Eder, do Allmusic, indicou “pode ser o melhor álbum de estreia
lançado por uma banda americana de Blues, um ensaio forte, poderoso,
afiado e cheio de alma de blues elétrico com um ambiente nativo do
sul".
A banda alugou uma fazenda, ao valor
de 165 dólares por mês, em um lago fora de Macon, e com suas idas e
vindas lembrou-lhes do Aeroporto de Idlewild, em Nova York.
Idlewild
South foi o lar de ensaios e festas, e o lugar “onde a irmandade
surgiu”, de acordo com roadie Kim Payne. Grande parte do material
apresentado no segundo álbum da banda, Idlewild South,
foi lá originado.
A esposa de Oakley alugou uma grande
casa vitoriana, no 2321 Vineville Avenue, em Macon, e a banda se
mudou para o que eles chamaram de “The Big House”, em março de
1970.
Em
23 de setembro de 1970, o grupo lançaria seu segundo álbum de
estúdio, Idlewild South.
Formação:
Duane Allman - Guitarra Slide e
Guitarra-solo
Dickey Betts – Guitarra-solo
Gregg Allman - Órgão, Vocal
Berry Oakley - Baixo, Backing Vocal
Jai Johanny Johanson - Bateria, Congas
Butch Trucks - Bateria, Percussão
Faixas:
01. Don't Want You No More
(Davis/Hardin) – 2:25
02. It's Not My Cross to Bear
(G.Allman) – 5:02
03. Black Hearted Woman (G.Allman) –
5:08
04. Trouble No More (Waters) – 3:45
05. Every Hungry Woman (G.Allman) –
4:13
06. Dreams (G.Allman) – 7:18
07. Whipping Post (G.Allman) – 5:17
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/allman-brothers-band/
Opinião do Blog:
Maiores apresentações são totalmente dispensáveis para esta que é uma das mais importantes instituições da história do Rock: a The Allman Brothers Band.
Além de uma vasta e excepcional discografia, em especial seus trabalhos nos anos 70, o grupo foi um dos pilares do surgimento da vertente conhecida como Southern Rock, a qual apresenta outros nomes como o Lynyrd Skynyrd.
Em seu primeiro trabalho, a The Allman Brothers Band apresenta o Rock como base de sustentação para aplicar suas influências musicais sulistas (sul dos EUA), mais notoriamente o Blues. O que se ouve é um grupo extremamente criativo, altamente competente e que está lapidando sua sonoridade.
Tudo é feito com notável bom gosto e competência, só sendo possível, pois os músicos que formam a banda são muito acima da média. Preste atenção, caríssimo leitor, no feeling monstruoso da guitarra de Duane Allman, no sempre presente baixo de Berry Oakley e na interpretação apaixonada do vocalista Gregg Allman.
Um ponto negativo em The Allman Brothers Band é sua pequena duração, pouco mais de 33 minutos. Fica um inafastável gosto de "quero mais".
As letras são na média geral, focando nas relações humanas.
Pequeno, mas brilhante, não há canções de enchimento no disco. Difícil mesmo apontar destaques, mas é o dever do Blog.
"Dreams" tem um quê de jam session, confluindo o Rock e o Blues, mas com toques de Jazz os quais a tornam ainda mais memorável. "It's Not My Cross to Bear" é um Blues Rock mais sentido, com a guitarra de Duane Allman brilhante, formando uma música esplendorosa.
O swing de "Black Hearted Woman" é mais que envolvente, ele contagia mesmo os ouvintes mais ortodoxos.
E ainda há a espetacular "Whipping Post", simplesmente uma das melhores composições de todos os tempos.
Enfim, The Allman Brothers Band é um dos melhores álbuns de estreia de todos os tempos, sendo o pontapé inicial de uma das maiores e mais importantes instituições da história do Rock, a The Allman Brothers Band. Um grupo extremamente criativo, talentoso e competente. Pena que tenha demorado tanto tempo para aparecer no Blog.
Maiores apresentações são totalmente dispensáveis para esta que é uma das mais importantes instituições da história do Rock: a The Allman Brothers Band.
Além de uma vasta e excepcional discografia, em especial seus trabalhos nos anos 70, o grupo foi um dos pilares do surgimento da vertente conhecida como Southern Rock, a qual apresenta outros nomes como o Lynyrd Skynyrd.
Em seu primeiro trabalho, a The Allman Brothers Band apresenta o Rock como base de sustentação para aplicar suas influências musicais sulistas (sul dos EUA), mais notoriamente o Blues. O que se ouve é um grupo extremamente criativo, altamente competente e que está lapidando sua sonoridade.
Tudo é feito com notável bom gosto e competência, só sendo possível, pois os músicos que formam a banda são muito acima da média. Preste atenção, caríssimo leitor, no feeling monstruoso da guitarra de Duane Allman, no sempre presente baixo de Berry Oakley e na interpretação apaixonada do vocalista Gregg Allman.
Um ponto negativo em The Allman Brothers Band é sua pequena duração, pouco mais de 33 minutos. Fica um inafastável gosto de "quero mais".
As letras são na média geral, focando nas relações humanas.
Pequeno, mas brilhante, não há canções de enchimento no disco. Difícil mesmo apontar destaques, mas é o dever do Blog.
"Dreams" tem um quê de jam session, confluindo o Rock e o Blues, mas com toques de Jazz os quais a tornam ainda mais memorável. "It's Not My Cross to Bear" é um Blues Rock mais sentido, com a guitarra de Duane Allman brilhante, formando uma música esplendorosa.
O swing de "Black Hearted Woman" é mais que envolvente, ele contagia mesmo os ouvintes mais ortodoxos.
E ainda há a espetacular "Whipping Post", simplesmente uma das melhores composições de todos os tempos.
Enfim, The Allman Brothers Band é um dos melhores álbuns de estreia de todos os tempos, sendo o pontapé inicial de uma das maiores e mais importantes instituições da história do Rock, a The Allman Brothers Band. Um grupo extremamente criativo, talentoso e competente. Pena que tenha demorado tanto tempo para aparecer no Blog.
Parabéns pelo blog que é sensacional. Achei demais esta matéria sobre esse clássico antológico que é o primeiro disco da maravilhosa THE ALLMAN BROTHERS BAND, um dos grupos que mais curto e olhe que sou um apaixonado pela boa música, ou seja, vou do eterno rock ao jazz, Blues, música instrumental até a nossa música brasileira.. Saudações e mais uma vez o rockalbunsclassicos.com.br é muito legal... Siga em frente com o seu belo trabalho.
ResponderExcluirLuis Carlos Pael - Ponta Porã - MS
Muito obrigado pelos generosos elogios ao Blog, Luis Carlos. Foi um grande prazer escrever sobre este álbum sensacional, mas, ao mesmo tempo, grande responsabilidade ao tentar transmitir toda sua qualidade, com palavras, em um espaço reduzido como este.
ExcluirNão há como negar que sou um cara do Rock/Metal, mas também gosto muito de Blues e Jazz, e um pouco de música instrumental. Isto traz mais possibilidades para escrever sobre bandas tão incríveis como a The Allman Brothers Band. Por fim, agradeço imensamente o comentário e o convido a continuar lendo/participando do Blog sempre que desejar. Abraço,
Daniel