The
Years of Decay é o quarto álbum de estúdio da banda
norte-americana chamada Overkill. Seu lançamento oficial ocorreu em
13 de outubro de 1989 através dos selos Atlantic e Megaforce
Records. As gravações aconteceram entre junho e julho daquele mesmo
ano, no Carriage House Studios, em Stamford, no estado
norte-americano de Connecticut. A produção ficou a cargo de Terry
Date, Jon Zazula, Marsha Zazula e do próprio conjunto.
Em
mais um post extra, o RAC traz novamente a suas páginas a ótima
banda de Thrash Metal Overkill com um de seus melhores trabalhos. O
primeiro post do site sobre o grupo pode ser encontrado neste link.
Taking
Over
Como
o leitor pode observar aqui mesmo no site, Taking Over, o
segundo álbum de estúdio do grupo, é um marco na carreira do
conjunto.
Taking
Over foi o primeiro disco da banda a ser lançado pela Megaforce
Records, em cooperação com o selo gigante Atlantic Records. O álbum
apresentou uma melhor forma de composição e produção das músicas,
além de ter um estilo um pouco mais épico, exibido em faixas como
em “In Union We Stand”.
A
música foi escolhida para ser o primeiro videoclipe do Overkill,
usado para promover a banda através do, na época, novo e crescente
meio das redes de televisão musicais.
Depois,
seguiu-se outra turnê europeia, desta vez como banda de abertura
para o Helloween.
No
final de 1987, o conjunto lançou o EP !!! Fuck You !!!,
consistindo de uma gravação em estúdio da música "Fuck You",
da banda The Subhumans, bem como um punhado de faixas ao vivo,
todas elas gravadas no início daquele ano, em Cleveland, nos Estados
Unidos.
Bobby Ellsworth |
O
ano de1987 também viu a partida do baterista Rat Skates. Ele foi
substituído temporariamente por Mark Achabal para alguns shows, e,
então de forma permanente, pelo baterista europeu Bob 'Sid' Falck,
anteriormente no grupo Paul
Di'Anno's Battlezone.
Under
the Influence
O
Overkill lançou o sucessor de Taking Over, intitulado
Under the Influence, em 1988.
Mais
uma vez produzido por Alex Perialas, Under the Influence foi
muito mais cru e mais thrash, sem a maior parte da grande atmosfera
épica de seu antecessor.
Sofrendo
por conta da composição e produção apressadas, o disco é muitas
vezes considerado um passo atrás para a banda.
A
música “Hello from the Gutter” foi lançada como single, e o
videoclipe musical ganhou exibição regular no conceituado programa
de TV da época, o Headbangers Ball, da MTV
norte-americana.
O
álbum atingiu a modesta 142ª posição da principal parada
norte-americana, a Billboard. Mas o registro contém algumas ótimas
faixas como “Shred”, “End of the Line” e “Overkill III
(Under the Influence)”.
Bobby Gustafson |
Mesmo
assim, o Overkill manteve-se em constante turnê, mantendo
viagens por todo o mundo, promovendo sua reputação como uma das
bandas de metal mais ativas.
The
Years of Decay
O
sucessor de Under the Influence, o inovador The Years of
Decay, seria lançado em 1989.
O
disco foi gravado com o famoso produtor Terry Date (Pantera,
White Zombie e Soundgarden) e apresentou a melhor
produção da banda até então.
Misturou
a abordagem mais bruta e ríspida de Under the Influence com
estruturas de música mais complexas e elementos épicos, resultando
em uma atmosfera mais séria e faixas mais longas, incluindo a
faixa-título de oito minutos e os dez minutos de “Playing With
Spiders/Skullkrusher”.
O
álbum foi gravado no Carriage House Studios, em Stamford, no estado
ianque de Connecticut, entre junho e julho de 1989.
A
capa é simples, com o logo e o mascote da banda. Vamos às faixas:
TIME
TO KILL
Não se deixe enganar, caro leitor: "Time to Kill" se inicia de modo mais cadenciado até seus primeiros 1 minuto e quarenta segundos. Mas, depois, a típica trilha Thrash Metal é desenvolvida de forma insana pelo grupo. A seção rítmica confere um peso absurdo à canção e é seguida, com total competência, pela guitarra de Bobby Gustafson. Oscilando entre passagens puramente Thrash com outras mais Heavy tradicional, "Time to Kill" é incrível.
A
letra é extremamente violenta:
All
the mental anguish
Speaks a common language
I have yet to lavisha chance to walk away
Every time I turn around
I start to hear a familiar sound
Counting down as time stands still
Yes I think it's time to kill
Speaks a common language
I have yet to lavisha chance to walk away
Every time I turn around
I start to hear a familiar sound
Counting down as time stands still
Yes I think it's time to kill
ELIMINATION
Pesada, intensa e insana: assim é a frenética "Elimination". Sem dar alívio aos tímpanos do ouvinte, a trilha Thrash, aqui, é rápida, intensa e altamente criativa. O refrão é absolutamente simples, mas funciona de modo preciso. Ótima presença da guitarra de Bobby Gustafson neste clássico do estilo!
A
letra fala sobre doença, morte e redenção:
Terminal,
what disease
Told me too late
What's this cough and wheeze
Fatal... you're shittin' me
A second opinion
There's gotta be
Laughin' at the epidemic
Something is going around
Crying at the epidemic
Pullin' on nails, six feet underground
Told me too late
What's this cough and wheeze
Fatal... you're shittin' me
A second opinion
There's gotta be
Laughin' at the epidemic
Something is going around
Crying at the epidemic
Pullin' on nails, six feet underground
“Elimination”
é um dos maiores clássicos da discografia do Overkill.
Lançada
como single, não obteve grande repercussão em termos das principais
paradas de sucesso.
O
videoclipe da canção teve regular exibição no histórico programa
da TV norte-americana, Headbangers Ball.
I
HATE
"I Hate" é uma faixa curta, simples e direta. Seu riff principal é bastante veloz, mas sem abrir mão do peso, funcionando de modo eficaz. A intensidade frenética da música funciona perfeitamente por conta da excepcional interpretação do vocalista Bobby Ellsworth.
A
letra é sobre ódio:
I
hate people that make ya feel small
I hate having my back against the wall
I hate bein' talked down to
I hate your rules
I hate'em all
Hate bein' marked to take the fall
Planet's not big enough for me and you
I hate having my back against the wall
I hate bein' talked down to
I hate your rules
I hate'em all
Hate bein' marked to take the fall
Planet's not big enough for me and you
NOTHING
TO DIE FOR
Desde o início de "Nothing to Die For", o ouvinte perceberá que o baixo de D.D. Verni é quem determina o andamento da música eficazmente. Desta vez, o ritmo é um pouco mais cadenciado, com a banda apostando mais em um som 'grooveado' que propriamente apenas no peso ou na velocidade. O resultado final é excelente.
A
letra é sobre crescimento:
I
wouldn't be so hard to see
I'm feelin' just the same
I'm feelin' just no pain
I'm not goin' down, the drain
I'm feelin' just the same
I'm feelin' just no pain
I'm not goin' down, the drain
PLAYING
WITH SPIDERS/SKULLKRUSHER
Na quinta canção do disco, o Overkill novamente trabalha criativamente, em uma faixa que transcende a casa dos 10 minutos de extensão. Em seu esforço inicial, o grupo aposta em um ritmo bastante arrastado, com a seção rítmica dando às cartas e arriscando em peso e groove muito acentuados. No meio da faixa, a típica trilha Thrash Metal americana reaparece, com muitas velocidade e intensidade. A ótima atuação dos vocais de Ellsworth são a cereja do bolo.
A
letra é sobre consequência de suas próprias escolhas:
Race
with the devil
Engine's slowin' down
Fifty years too early
You're laying underground...
Engine's slowin' down
Fifty years too early
You're laying underground...
You're
krushed
BIRTH
OF TENSION
"Birth of Tension" retoma o típico Thrash Metal que havia consagrado o Overkill até então, com a trilha Thrash criada pela guitarra de Bobby Gustafson se alternando entre momentos mais ou menos velozes. Ótima composição.
A
letra é sombria sobre determinação:
Too
much tension, all around
Too
much tension, bring you down
All
the pressures in the narrow mind
All
the reasons you'll never find
Did
you kill your father, sleep with your mother
Idolize
your sister, jealous your brother
Did
ya kick the dog, were you beat a strap
Were
you really be abused, were you fakin'
All
that too tense
WHO
TENDS THE FIRE
Esta é outra composição longa do álbum, superando a casa dos 8 minutos de duração. Para quem escreve o Blog, é praticamente impossível não vir à mente o Metallica de ...and Justice for All durante os minutos iniciais de "Who Tends the Fire" - e isto é um tremendo elogio. Uma mistura inteligente entre o Thrash e o Heavy dita a música, com o grupo apostando mais na eficiência melódica que apenas na ferocidade frenética e no peso. Sensacional composição!
A
letra é sobre a finitude da vida:
I
don't know, cause I cannot see
All
I'm sure is gotta be
I'm
not sure that I'm even me
But
I know that I gotta be
Yes,
I know that you're gonna die
Birth,
life, death, is the reason why
Save
those fears that you're gonna cry
Cause
I know that you're gonna die
Yes,
I know I cannot see
And
I'm sure that I gotta be
All
these voices are killin' me
But
they say that I got
Say
that I got
Say
that I gotta be me
THE
YEARS OF DECAY
Com quase 8 minutos, a faixa-título "The Years of Decay" é outra composição longa do trabalho. A sonoridade predominante nesta canção é o Heavy Metal tradicional, contando com um ritmo mais cadenciado e com a banda apostando fortemente na riqueza das melodias. Embora todo o conjunto esteja atuando de maneira formidável, o vocalista Bobby 'Blitz' Ellsworth dá um show de interpretação. Espetacular.
A
letra é determinista sobre as escolhas que alguém faz:
Promised
the world, as your world
Changed
before your eyes
And
the days became the weeks
And
the weeks, the years
And
noone remembers that very first day
Or
how it slipped away
Forever
I wait, pulling in, pulling out
As
the motors whine
To
remind me I'm home
And
I'm here to stay
As
we decay
Another
day
Decay
away
E.VIL
N.EVER D.IES
A nona - e última - faixa de The Years of Decay é "E.vil N.ever D.ies". Para fechar o álbum com chave-de-ouro, o grupo nova-iorquino aposta no seu tradicional Thrash Metal com toda a fúria que lhe é comum. O peso e o groove estão presentes, a seção rítmica faz um trabalho eficiente e a atuação de Ellsworth é impecável. Ótima música.
A
letra é sobre a maldade humana:
Laughter
stands accusing me
Emotion
stands abusing me
The
battered and the bruising me
Is
there darkness when you die
I
heard a sound, no one there
I
heard a shot, no one cares
Laughter
turns into despair
Considerações
Finais
The
Years of Decay continuou o movimento de ascensão do Overkill
entre o público de Heavy Metal.
O
álbum atingiu a 155ª posição da principal parada norte-americana
de álbuns, a Billboard.
A
crítica especializada enaltece as qualidades de The Years of
Decay. Jason Anderson, do site AllMusic, em
retrospectiva, dá ao trabalho uma nota 4 de um máximo de 5
possível, constatando:
“O
disco final do Overkill com o guitarrista Bobby Gustafson,
esta gravação de 1989, é considerada um clássico pelos fãs do
grupo, e muitas vezes é mencionada como o pináculo de gravação da
carreira dos Thrashers da Costa Leste. Ouvintes casuais do Overkill
só poderão discernir diferenças sutis entre The Years of Decay
e esforços anteriores, mas não há dúvida de que o grupo aprimorou
consistentemente seu som durante os anos 80, oferecendo melhorias
sucessivas em cada um dos seus primeiros quatro lançamentos”.
Por
fim, Anderson atesta: “Recomendado fortemente aos fãs de longa
data do grupo, The Years of Decay é um dos esforços mais
satisfatórios da Overkill”.
Em
agosto de 2014, a revista norte-americana Revolver
colocou o álbum em sua lista de 14 álbuns de Thrash que você
precisa possuir. O disco também foi classificado na décima
posição da lista Thrash Albums NOT Released by the Big 4, do
site Loudwire.
O
Overkill passou quase um ano em turnê para suportar The Years of
Decay. Em novembro e dezembro de 1989, a banda viajou com
Wolfsbane e Dark Angel e, um mês depois, viajaram pela
Europa com o Mordred.
Eles
também apoiaram o Testament em sua turnê Practice What
You Preach tour. O Overkill embarcou em uma turnê
norte-americana de três meses, que aconteceu de março a junho de
1990. As bandas de apoio para esta tour foram Excel, Vio-lence
e Deceased.
Até
hoje, todas as músicas de The Years of Decay foram tocadas ao
vivo, exceto “Nothing to Die For”. De acordo com o líder e
vocalista do grupo, Bobby 'Blitz' Ellsworth, “E.vil N.ever D.ies”
é uma continuação da série de músicas intitulada “Overkill”,
contida nos três álbuns anteriores da banda, mas que não foi
nomeada “Overkill IV”.
Esta
seria a última música da série até o álbum Immortalis, de
2007, que apresenta a parte mais recente em “Overkill V... The
Brand”.
Em
1990, o guitarrista e compositor Bobby Gustafson deixou a banda. O
baixista D.D. Verni e Gustafson haviam travado longamente discussões
sobre a direção do grupo, com Blitz acompanhando Verni e pedindo a
Gustafson para deixar o Overkill.
Ellsworth,
Verni e o baterista Sid Falck adicionaram dois novos guitarristas ao
conjunto; Rob Cannavino, que era técnico de guitarras de Gustafson, e
Merritt Gant.
O
'novo' Overkill gravaria o quinto álbum de estúdio,
Horrorscope, novamente com Terry Date na produção, em 1991.
Formação:
Bobby
"Blitz" Ellsworth - Vocal
Bobby
Gustafson - Guitarra
Sid
Falck - Bateria
D.D.
Verni - Baixo
Músicos
Adicionais:
The
Satones - Backing Vocals
Faixas:
01.
Time to Kill (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 6:16
02.
Elimination (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 4:35
03.
I Hate (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 3:46
04.
Nothing to Die For (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 4:22
05.
Playing with Spiders/Skullkrusher (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) -
10:15
06.
Birth of Tension (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 5:04
07.
Who Tends the Fire (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 8:12
08.
The Years of Decay (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 7:58
09.
E.vil N.ever D.ies (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 5:49
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/overkill/
O RAC já havia apresentado o ótimo Overkill aos nossos leitores anteriormente e já estava na hora deste ótimo grupo retornar às nossas páginas com um de seus melhores trabalhos.
A esta altura de sua carreira, o Overkill já era mais experiente e sabia o que queria fazer: o resultado não poderia ser outro, se não, um dos grandes álbuns de Thrash Metal de todos os tempos, The Years of Decay.
Desta feita, o grupo nova-iorquino continua seguindo sua sonoridade genuína, um Thrash Metal frenético e bem pesado. Mas, simultaneamente, a banda desenvolve novas possibilidades, mesclando-as com o seu DNA-Thrash.
Há passagens repletas de groove, em outras o conjunto abre mão do ritmo alucinante para desenrolar momentos arrastados e com um peso absurdo. Em The Years of Decay, o papel fundamental do baixista D.D. Verni é ainda mais essencial.
Ou seja, o Overkill passa a criar uma atmosfera mais próxima do Heavy Metal tradicional, desenvolvendo mais claramente belas melodias, mas sem abrir mão de fúria Thrash. O resultado final é formidável.
Claro, o RAC já elegeu acima D.D. Verni como o destaque central do álbum. Mas é preciso enaltecer as guitarras insanas de Bobby Gustafson, a atuação impecável de Bobby 'Blitz' Ellsworth nos vocais e a forma precisa como o baterista Sid Falck acompanha o baixo de Verni.
As letras são ótimas, mas com um viés amarguroso da vida. Confira.
"Elimination" é um grande clássico, não apenas do Overkill, mas de todo o Thrash Metal. O groove insano de "Nothing to Die For" é irresistível e toda a magnitude de "Playing with Spiders/Skullkrusher" merecem destaque.
Mas o site elege a riqueza melódica e sonora das incríveis "Who Tends the Fire" e "The Years of Decay" como amostras fiéis da espetacular qualidade do Overkill como banda de Heavy Metal.
Enfim, The Years of Decay é um dos álbuns preferidos de quem faz o site quando o assunto é Thrash Metal. Uma amostra fiel de como o Overkill é um excelente grupo de Thrash Metal e, também, da maneira como o conjunto se desenvolvia formidavelmente no final dos anos 80. Disco extremamente recomendado!
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