Led
Zeppelin é o álbum de estreia da banda de mesmo nome, ou seja, o
Led Zeppelin. Seu lançamento oficial ocorreu em 12 de janeiro de
1969 através do selo Atlantic Records. As gravações aconteceram
entre setembro e outubro de 1968, no Olympic Studios, em Londres, na
Inglaterra. A produção ficou por conta de Jimmy Page.
Hora
dos gigantes do Led Zeppelin retornarem ao RAC
com seu álbum de estreia. Vamos aproveitar a ocasião e contar sobre
os primórdios da banda.
The Yardbirds
Em
1966, o guitarrista de estúdio que morava em Londres, chamado Jimmy
Page, juntou-se à banda de rock, com forte influência do blues,
chamada The Yardbirds, para substituir o baixista Paul
Samwell-Smith.
Com
pouco tempo, Page mudou do baixo para a guitarra principal, criando
uma dupla de guitarristas com o lendário Jeff Beck. Após a
saída de Beck, em outubro de 1966, o The Yardbirds, cansados
de gravar e das viagens em turnê constantes, começaram a diminuir
seu ritmo.
Inicialmente,
Page queria formar um supergrupo com ele mesmo e Beck nas guitarras,
Keith Moon e John Entwistle, ambos do The Who, na bateria e no
baixo, respectivamente. Os vocalistas Steve Winwood e Steve Marriott
também foram considerados para o projeto.
O
grupo nunca se formou, embora Page, Beck e Moon tivessem gravado uma
música em 1966, “Beck's Bolero”, em uma sessão que também
incluiu o baixista e tecladista John Paul Jones.
O
The Yardbirds tocou seu show final em julho de 1968, no Luton
College of Technology, em Bedfordshire, Reino Unido. Eles ainda
estavam comprometidos com vários shows na Escandinávia, então o
baterista Jim McCarty e o vocalista Keith Relf autorizaram a Page e
ao baixista Chris Dreja usarem o nome ‘Yardbirds’ para cumprirem
as obrigações da banda.
Jimmy Page |
Mudanças
e novo projeto
Page
e Dreja começaram a colocar em prática uma nova formação juntos.
A primeira escolha de Page para o lugar de vocalista foi Terry Reid,
mas Reid recusou a oferta e sugeriu Robert Plant, o vocalista dos
grupos Band of Joy e Hobbstweedle. (Nota do Blog:
Band of Joy (às vezes conhecida como Robert Plant and the
Band of Joy) é uma banda de rock da Inglaterra. Várias
formações do grupo tocaram de 1965 a 1968 e de 1977 a 1983. Robert
Plant reviveu o nome da banda em 2010 para uma turnê de shows na
América do Norte e na Europa. A banda é notável por ter possuído
em sua formação dois músicos, Robert Plant e John Bonham, que se
juntaram ao Led Zeppelin. E, em menor grau, porque um dos
roadies da banda era Noddy Holder, que mais tarde juntou à banda
Slade).
Plant
acabou aceitando a vaga e recomendando o antigo baterista da Band
of Joy, John Bonham. Chris Dreja acabou deixando o grupo para se
tornar fotógrafo e John Paul Jones perguntou sobre o cargo vago, por
sugestão de sua esposa. Page conhecia Jones já que ambos eram
músicos de estúdio e concordou em deixá-lo participar como membro
final da formação.
Os
quatro tocaram juntos pela primeira vez em uma sala abaixo de uma
loja de discos, na Gerrard Street, em Londres. Page sugeriu que eles
tentassem “Train Kept A-Rollin’”, originalmente um blues, mas
popularizada em uma versão rockabilly por Johnny Burnette, e que foi
alvo de uma versão pelos Yardbirds.
“Assim
que ouvi John Bonham tocar...”, Jones lembrou: “(…) Eu sabia
que isso seria ótimo... Nós nos unimos como um time imediatamente”.
Antes
de partir para a Escandinávia, o grupo participou de uma sessão de
gravação para o álbum Three Week Hero, de 1969, do músico
norte-americano P.J. Proby. A faixa do álbum “Jim's Blues”,
com Plant na harmonica, foi a primeira faixa de estúdio a contar com
os quatro futuros membros do Led Zeppelin. (Nota do Blog: P.J.
Proby (nascido James Marcus Smith) é um cantor, compositor e ator
americano. Ele também retratou Elvis Presley e Roy Orbison em
produções de teatro musical. O nome artítico P.J. Proby foi
sugerido por uma amiga, Sharon Sheeley, que teve um namorado com esse
nome no ensino médio).
Robert Plant |
The
New Yardbirds
A
banda completou a turnê escandinava sob a denominação de The
New Yardbirds, tocando juntos ao vivo, pela primeira vez, no
Gladsaxe Teen Clubs, em Gladsaxe, Dinamarca, em 7 de setembro de
1968.
Mais
tarde, naquele mês, eles começaram a gravar seu primeiro álbum, o
qual foi baseado em seu repertório ao vivo. O álbum foi gravado e
mixado em nove dias, e Page cobriu os custos.
Finalmente…
Led Zeppelin
Após
a conclusão do álbum, a banda foi forçada a mudar seu nome, pois
Dreja emitiu um documento de aviso, afirmando que Page estava
autorizado a usar o nome The New Yardbirds somente nas datas
escandinavas e não poderia prosseguir com o mesmo.
Uma
versão de como o nome da nova banda foi escolhido sustenta que Moon
e Entwistle sugeriram que o supergrupo com Page e Beck surgiria como
um “balão de chumbo” (em inglês, lead balloon), um axioma para
resultados desastrosos.
O
grupo abandonou o ‘a’ em ‘Lead’ por sugestão de seu gerente,
Peter Grant, de modo que aqueles que não estão familiarizados com o
termo não o pronunciariam ‘leed’.
O termo ‘balloon’ foi substituído por ‘zeppelin’, uma
palavra que, de acordo com o jornalista musical Keith Shadwick,
trouxe “a combinação perfeita de peso e leveza, combustível e
graça” para a mente de Page.
Em
novembro de 1968, o gerente Peter Grant garantiu um contrato de
adiantamento no valor de 143 mil libras da Atlantic Records, que foi
o maior negócio desse tipo para uma nova banda até então.
A
Atlantic era um selo com um catálogo de artistas principalmente de
blues, soul e jazz, mas, no final da década de 1960, começara a se
interessar pelos grupos britânicos de rock progressivo. Os
executivos da gravadora assinaram com o Led Zeppelin sem os
terem visto tocar.
Nos
termos do contrato, a banda teve autonomia para decidir quando
lançariam álbuns e turnês, tendo a última palavra sobre o
conteúdo e o design de cada disco. Ela também decidiria como
promover cada lançamento e quais faixas seriam lançadas como
singles.
A
banda formou sua própria empresa, Superhype, para lidar com todos os
direitos de publicação.
A
banda começou sua primeira turnê no Reino Unido, em 4 de outubro de
1968, ainda como The New Yardbirds; eles tocaram seu primeiro show
como Led Zeppelin na Universidade de Surrey, em Guildford, em
25 de outubro. O gerente da turnê, Richard Cole, quem se tornaria
uma figura importante na vida itinerante do grupo, organizou sua
primeira turnê norte-americana no final daquele ano.
Imagem da primeira apresentação |
O
álbum Led Zeppelin
Em
entrevista, Jimmy Page afirmou que o álbum levou cerca de 36 horas
de tempo em estúdio (durante um período de algumas semanas) para
ser criado (incluindo a mixagem), acrescentando que ele soube disso
por causa do valor cobrado na conta do estúdio.
Um
dos principais motivos para o curto tempo de gravação foi que o
material selecionado para o álbum havia sido muito bem ensaiado e
previamente organizado pela banda na turnê do The New Yardbirds,
pela Escandinávia, em setembro de 1968.
Como
explicou Page, “(a banda) começou a desenvolver os arranjos na
turnê escandinava e eu sabia o som que estava procurando. Ele se
formou incrivelmente rápido”.
Além
disso, uma vez que a banda ainda não havia assinado o acordo com a
Atlantic Records, Page e o gerente do Zeppelin, Peter Grant, pagaram
as sessões inteiramente por si mesmos, o que significou que não
haveria dinheiro da gravadora para tempo de estúdio excessivo.
Em
outra entrevista, Page revelou que o autofinanciamento garantiria a
liberdade artística: “Eu queria o controle artístico, porque
sabia exatamente o que queria fazer com esses companheiros. Na
verdade, eu financiei e gravei completamente o primeiro álbum antes
de ir para a Atlantic... Não era a história típica onde você
conseguiu um aporte para fazer um álbum - chegamos à Atlantic com
fitas na mão... A reação da Atlantic foi muito positiva - quero
dizer, eles nos contrataram, não?”
O
grupo relatou que a gravação ficou no valor de 1.782 libras
inglesas.
Para
as gravações, Page tocou uma Fender Telecaster
psicodelicamente pintada, um presente de Jeff Beck, depois que
Page recomendou seu amigo de infância ao Yardbirds, em 1965, como um
potencial substituto para Eric Clapton no posto de guitarrista
principal. (Nota do Blog: A Fender Telecaster, conhecida
coloquialmente como ‘Tele’, é a primeira guitarra elétrica de
corpo sólido comercialmente bem-sucedida no mundo. Seu design
simples e efetivo e o som revolucionário quebraram terreno e
definiram tendências tanto na fabricação de guitarra elétrica
quanto na música popular. Introduzida para a distribuição nacional
como o Broadcaster no outono de 1950, foi a primeira guitarra
fabricada em escala substancial e mantem-se em produção contínua
de uma forma ou outra desde a sua primeira encarnação. Entre os
guitarristas que usam o modelo estão Jeff Beck, Bob Dylan, Alex
Lifeson, Bruce Springsteen e Jimmy Page).
Esta
era uma guitarra diferente daquelas que Page usaria para os álbuns
posteriores (mais notavelmente uma Gibson Les Paul). Jimmy reproduziu
a Telecaster através de um amplificador Supro. Ele também usou uma Gibson J-200, emprestada de Big Jim Sullivan, para as
faixas acústicas do disco. (Nota do Blog: James George
Tomkins, conhecido profissionalmente como Big Jim Sullivan, era um
músico inglês cuja carreira começou em 1958. Ele era mais
conhecido como um guitarrista de estúdio. Nos anos 1960 e 1970, foi
um dos músicos de estúdio mais procurados no Reino Unido e atuou em
cerca de 750 singles ao longo de sua carreira, incluindo 54 hits
número um do Reino Unido).
Em
“Your Time Is Gonna Come”, ele usou uma guitarra Fender,
de 10 cordas, fora de sintonia.
Led
Zeppelin foi produzido por Jimmy Page e projetado por Glyn Johns,
ambos se conheciam desde a adolescência no subúrbio de Epsom.
De
acordo com Page: “O primeiro álbum é um disco ao vivo, realmente
o é, e foi feito intencionalmente dessa forma. Há overdubs sobre
ele, mas as faixas originais estão ao vivo”.
Page
usou o ambiente natural da sala para aprimorar a textura de
reverberação e gravação no registro, demonstrando as inovações
na maneira de gravação de som que ele havia aprendido durante seus
dias de músico de estúdio.
Até
o final da década de 1960, a maioria dos produtores de música
colocava os microfones diretamente em frente aos amplificadores e
bateria.
John Bonham |
Para
Led Zeppelin, Page desenvolveu a ideia de colocar um microfone
adicional a alguma distância do amplificador (até vinte pés) e
depois registrar o equilíbrio entre os dois. Ao adotar essa técnica
de “distância igual a profundidade”, Jimmy Page tornou-se um dos
primeiros produtores a gravar o ‘som ambiente’ de uma banda: a
distância do intervalo de tempo de uma nota de uma extremidade a
outra da sala de gravação.
Outra
característica notável do álbum foi o ‘vazamento’ nas
gravações dos vocais de Plant. Em uma entrevista para a revista
Guitar World, em 1998, Page afirmou que: “a voz de
Robert era extremamente poderosa e, como resultado, conseguiria
algumas das outras faixas. Mas, estranhamente, o vazamento parece
intencional”.
Em
“You Shook Me”, Page usou a técnica de ‘eco reverso’.
Envolve ouvir o eco antes do som principal (em vez de depois), e é
conseguido girando a fita e gravando o eco em uma faixa
sobressalente, depois voltando a fita novamente para obter o eco que
precede o sinal.
O
álbum foi um dos primeiros discos a serem lançados em forma
estéreo; na época, a prática de liberar versões mono e estéreo
era a prática.
A
capa de Led Zeppelin, que foi escolhida por Page, apresenta
uma imagem em preto e branco do dirigível Hindenburg, fotografado
por Sam Shere. A imagem refere-se à origem do próprio nome da
banda. (Nota do Blog: LZ 129 Hindenburg (Luftschiff Zeppelin #
129; Registro: D-LZ 129) foi uma grande aeronave alemã que
transportava passageiros, o principal da classe Hindenburg, a classe
mais longa da máquina voadora e a maior aeronave por volume de
envelope. O dirigível voou de março de 1936 até que foi destruído
pelo fogo, 14 meses depois, em 6 de maio de 1937, no final da
primeira jornada transatlântica norte-americana de sua segunda
temporada de serviço. Trinta e seis pessoas morreram no acidente,
que ocorreu ao pousar na estação aérea naval Lakehurst, em
Manchester Township, Nova Jersey, Estados Unidos).
A
imagem traseira do álbum apresenta uma fotografia da banda tirada
pelo antigo baixista do The Yardbirds, Chris Dreja.
Todo
o design do encarte do disco foi coordenado por George Hardie, com
quem a banda continuaria a trabalhar em futuras capas. O próprio
Hardie também criou a ilustração da capa frontal, tornando a
famosa fotografia original em preto e branco com uma caneta técnica
Rapidograph e uma técnica mezzotint.
Hardie
lembrou que originalmente ofereceu à banda um projeto baseado em um
antigo sinal de clube em San Francisco - uma imagem multi-sequencial
de uma aeronave zeppelin fálico nas nuvens.
Page
declinou, mas foi a imagem mantida como o logotipo para a capa
traseira dos dois primeiros álbuns do Led Zeppelin e uma
série de propagandas. A maioria das impressões do álbum tem o nome
da banda e o logotipo da Atlantic Records na capa, em vermelho, mas
em algumas impressões, como o lançamento do disco na iTunes Store,
podem ser encontrados em laranja em vez disso.
John Paul Jones |
Durante
as primeiras semanas de disponibilidade do álbum no Reino Unido,
houve algumas impressões da capa do álbum apresentando o nome da
banda e o logotipo da Atlantic em turquesa.
Quando
foi trocada para a impressão laranja, mais tarde naquele ano, a capa
impressa em azul-turquesa tornou-se um item de colecionador.
A
capa do álbum recebeu atenção generalizada quando, em um show em
fevereiro de 1970, em Copenhague, na Dinamarca, a banda foi
classificada como "The Nobs" como resultado de uma
ameaça legal da aristocrata Eva von Zeppelin (uma parente do criador
da aeronave Zeppelin).
Von
Zeppelin, ao ver o logotipo do Hindenburg batendo nas chamas,
ameaçou que o show fosse retirado do ar. Em 2001, Greg Kot escreveu
para a revista Rolling Stone: “A capa de Led
Zeppelin... mostra o dirigível Hindenburg, em toda a sua gloria
fálica, em chamas. A imagem faz um bom trabalho para encapsular a
música contida em seu anterior: sexo, catástrofe e coisas
explodindo”.
Há
informações de que Plant participou de composições para o disco,
mas não recebeu crédito por causa de obrigações contratuais,
ainda em vigor, resultantes de sua associação com a CBS Records.
Esta afirmação, entretanto, é contestada por Mick Wall, autor da
biografia do Led Zeppelin, When Giants Walked the Earth.
Muitas
das primeiras músicas de Led Zeppelin foram baseadas em padrões do
blues e o álbum também incluiu três músicas compostas por outros
artistas: “You Shook Me” e “I Can’t Quit You Baby”, ambas
do bluesman Willie Dixon.
Para
“Babe I'm Gonna Leave You”, Page erroneamente acreditava que
estava adaptando uma música popular tradicional a qual havia ouvido
em um registro de Joan Baez, mas isso foi corrigido em lançamentos
subsequentes, depois que foi revelado que a música foi composta por
Anne Bredon na década de 1950.
Bredon
eventualmente recebeu royalties pela música. Em “You Shook Me”,
Plant imita vocalmente os efeitos da guitarra da Page, uma versão
metálica da técnica de blues chamada call-and-response.
Page
afirmou, em 1975: “Para o material, obviamente fomos direto para
nossas raízes no blues. Eu ainda tinha muitos riffs restantes do
Yardbirds. (…) No primeiro LP, eu ainda estava fortemente
influenciado pelos dias anteriores. Eu acho que isso diz um pouco,
também... Era óbvio que alguém tinha que assumir a liderança,
caso contrário, nós teríamos todos sentados ao redor de bloqueios
por seis meses. Mas depois disso, no segundo LP, você pode realmente
ouvir a identidade do grupo se moldar”.
Vamos
às faixas:
GOOD
TIMES BAD TIMES
Já em sua primeira canção, é possível perceber os diferenciais do Led Zeppelin. Uma seção rítmica invejável e que produz as condições perfeitas para que a guitarra de Jimmy Page possa brilhar intensamente. Ótima atuação dos vocais de Robert Plant. Um Blues Rock simplesmente incrível!
A
letra fala sobre o fim da juventude:
Good
times, bad times
You know I've had my share
When my woman left home
For a brown eyed man
Well, I still don't seem to care
You know I've had my share
When my woman left home
For a brown eyed man
Well, I still don't seem to care
“Good
Times Bad Times” foi lançada como single para promover o álbum e
acabou conquistando a 80ª posição da principal parada
norte-americana desta natureza.
Nos
shows do Led Zeppelin, a canção poucas vezes foi tocada em
sua totalidade, sendo normalmente usada para introduzir a execução
de “Communication Breakdown”.
A
banda norte-americana Godsmack fez uma versão para “Good
Times Bad Times”, lançando-a como single, em 2007.
Em
2003, a revista norte-americana Blender colocou a faixa
em sua lista The 1001 Greatest Songs to Download Right Now!.
BABE
I’M GONNA LEAVE YOU
Outra faceta impactante do conjunto já é encontrada na segunda faixa: a capacidade incomparável de desenvolver melodias suaves, tocantes e, ao mesmo tempo, inesquecíveis. A face acústica de "Babe I'm Gonna Leave You" é apaixonante enquanto as passagens mais pesadas possuem o estilo Hard único do Led Zeppelin. Grande canção!
A
letra é sobre o rompimento de uma relação:
It
was really, really good
You made me happy every single day
But now I've got to go away
Baby, baby, baby, baby
That's when it's calling me
I said, that's when it's calling me back home
You made me happy every single day
But now I've got to go away
Baby, baby, baby, baby
That's when it's calling me
I said, that's when it's calling me back home
“Babe
I’m Gonna Leave You” é uma canção originalmente composta por
Anne Bredon, mas que foi gravada em 1962 pela cantora Joan Baez,
e lançada em seu disco Joan Baez in Concert, Part 1, do mesmo
ano.
Tanto
Jimmy Page quanto Robert Plant eram fãs de Baez.
A
versão que o Led Zeppelin se inspirou para o arranjo de “Babe
I’m Gonna Leave You” é o de Joan Baez. Originalmente, o grupo
cerditava a música como “tradicional com arranjos de Page”, mas
a partir do final da década de 80, após um aviso de Anne Brendon,
os lançamentos do álbum passaram a dar crédito a Brendon, Page e
Plant.
Anne
Brendon recebeu, posteriormente, uma quantia substancial como
recompensa financeira por seus direitos autorais.
Jimmy
Page, em entrevista à revista norte-americana Guitar World,
afirma que tocava “Babe I’m Gonna Leave You” desde os seus
tempos de músico de estúdio e, assim que se encontrou com Plant,
ambos pensaram que seria uma boa ideia colocá-la no disco de estreia
do grupo.
A
música foi regravada por incontáveis bandas e o próprio Robert
Plant, em sua carreira-solo ou com o grupo Strange Sensation,
já regravou-a.
YOU
SHOOK ME
A pegada Blues Rock é retomada com grande estilo na versão da banda para "You Shook Me", do grande Muddy Waters. Tanto Robert Plant na gaita quanto John Paul Jones no Hammond estão fenomenais. Fantástica versão.
A
letra é divertida:
You
know you shook me
You shook me all night long
You know you shook me, baby
You shook me all night long
You shook me so hard, baby
Baby, baby, please come home
You shook me all night long
You know you shook me, baby
You shook me all night long
You shook me so hard, baby
Baby, baby, please come home
“You
Shook Me” foi composta originalmente por Willie Dixon e J. B.
Lenoir, mas ficou famosa com a gravação do bluesman Muddy
Waters, lançada com single no ano de 1962.
Jeff
Beck havia gravado uma versão, com o seu Jeff Beck Group,
de “You Shook Me”, mas que apenas foi lançada em seu álbum solo
Truth, em agosto de 1968. John Paul Jones tocou o Hammond
nesta feita.
Uma
vez que sua versão foi lançada nove meses após a de Beck e tem
semelhanças, o Led Zeppelin foi acusado de roubar a idéia de
Jeff. Page denota a coincidência, citando os antecedentes e os
gostos do próprio Beck e negando ter ouvido a versão de Jeff. Em
1977, afirmou:
“[Beck]
tinha o mesmo tipo de gosto na música que eu. É por isso que você
encontrará nos primeiros Lps, que ambos fizemos, uma música como
“You Shook Me”. Era o tipo de coisa que nós dois tocamos em
bandas. Alguém me disse que ele já havia a gravado depois de tê-la
colocado no primeiro álbum do Zeppelin. Eu pensei: “Oh, querido,
vai ser idêntico”, mas não foi nada assim, felizmente. Eu
simplesmente não fazia ideia de que ele havia feito isso. Foi em
Truth, mas eu a escutei pela primeira vez quando estava em
Miami, depois de termos gravado nossa versão. É um exemplo clássico
de vir da mesma área musicalmente e de ter um gosto semelhante”.
No
entanto, a biógrafa de Beck, Annette Carson, observa que “durante
uma entrevista, em 1976, com Billy Altman da revista NME,
Beck atestava (o fato de Page ter acompanhado Peter Grant em vários
shows do Jeff Beck Group quando estava tocando pela primeira vez na
América), afirmando que [Jimmy] estava indo conosco de cidade em
cidade”.
Carson
continua: “Rod Stewart fez uma reivindicação semelhante
sobre Page, em um programa de rádio nos EUA, durante os anos
oitenta”. Carson ainda acrescenta: “Tanto Beck quanto Stewart
tinham memórias vívidas de Jimmy Page viajando juntamente à turnê
pelos EUA, naquele verão, quando ele, obviamente, ouviu todo o
material deles”.
O
biógrafo do Led Zeppelin, Mick Wall, também aponta. em When
Giants Walked the Earth: A Biography of Led Zeppelin. que “Peter
Grant deu [a Jimmy Page] uma cópia prévia de Truth semanas
antes do lançamento” e “parece inconcebível que John Paul Jones
não tenha mencionado em algum momento que ele realmente tocou o
órgão Hammond na versão de Truth”.
As
principais diferenças entre as duas versões incluem a proeminência
concedida ao piano de Nicky Hopkins e que Rod Stewart
canta apenas dois versos, ambos na gravação de Jeff Beck.
DAZED
AND CONFUSED
O toque angustiante e introspectivo de "Dazed and Confused" ganham novas possibilidades na extraordinária voz e na invejável capacidade de interpretação de Robert Plant, o grande destaque da música. O baixo de John paul Jones está ainda mais marcante e há um solo fenomenal de Jimmy Page. Faixa soberba!
A
letra fala sobre um relacionamento:
Been
dazed and confused for so long it’s not true
Wanted a woman, never bargained for you
Take it easy baby, let them say what they will
Tongue wag so much when I sent you the bill
Wanted a woman, never bargained for you
Take it easy baby, let them say what they will
Tongue wag so much when I sent you the bill
O
cantor e compositor Jake Holmes escreveu “Dazed and
Confused” e a lançou em sua estreia da carreira, “The Above
Ground Sound” of Jake Holmes, de 1967.
Após
Holmes fazer um show com o The Yardbirds, em agosto de 1967, a
banda passou a tocar “Dazed and Cofused” em suas turnês finais
em 1967 e 1968. Mas o grupo nunca chegou a gravá-la.
Quando
o Yardbirds se dissolveu, em 1968, Page planejava gravar a
música no estúdio com o grupo sucessor que ele havia montado
naquele verão. De acordo com o baixista do Zeppelin, John
Paul Jones, a primeira vez que ouviu a música foi na primeira sessão
de ensaio da banda em Gerrard Street, em Londres, em 1968: “Jimmy
tocou os riffs no primeiro ensaio e disse: Este é um número que
quero que façamos”.
O
futuro Led Zeppelin gravou sua versão em outubro de 1968, no
Olympic Studios.
O
cantor Robert Plant escreveu um novo conjunto de letras bluesy, de
acordo com Page, embora Plant não seja creditado no álbum. Outras
fontes dizem que Page escreveu as letras novas. A despeito das letras
e vocal, a música permaneceu muito semelhante à realizada pelos
Yardbirds no início daquele ano.
Em
junho de 2010, Holmes apresentou uma ação judicial no Tribunal
Distrital dos Estados Unidos, alegando violação de direitos
autorais e nomeando Page como um corréu. O processo foi arquivado em
17 de janeiro de 2012, após um acordo não revelado entre a Page e
Holmes, alcançado fora do tribunal, no outono de 2011.
Os
lançamentos subsequentes do Led Zeppelin, como o Celebration
Day (2012) e as edições remasterizadas e de luxo do álbum
de estréia do grupo (2014), expandiram o crédito do compositor
para “Dazed and Confused” para By
Page – Inspired by Jake Holmes.
YOUR
TIME IS GONNA COME
O Hammond de Jones volta a ser protagonista em "Your Time Is Gonna Come". A beleza da melodia da canção é tocante e se torna ainda mais dominante graças a atuação impecável do vocalista Robert Plant. Belíssima faixa!
A
letra é sobre as consequências de seus atos:
Always
the same, playing your game
Drive me insane, trouble is gonna come to you
One of these days and it won't be long
You'll look for me but baby I'll be gone
This is all I gotta say to you woman
Drive me insane, trouble is gonna come to you
One of these days and it won't be long
You'll look for me but baby I'll be gone
This is all I gotta say to you woman
A
única performance conhecida desta música nos concertos do Led
Zeppelin é um breve trecho durante um show, em Tóquio, no dia
24 de setembro de 1971, durante o medley “Whole Lotta Love”, da
qual existe uma gravação bootleg. O nome do bootleg é Light and
Shade.
Jimmy
Page interpretou “Your Time Is Gonna Come” em sua turnê com a
banda norte-americana The Black Crowes, em 1999. Uma versão
da música interpretada por ambos está no álbum Live at the
Greek, de 2000.
Slash,
o guitarrista do Guns N' Roses, disse que “Your Time Is
Gonna Come” é sua música favorita de Led Zeppelin. Outra
versão famosa é a que o Vanilla Fudge apresenta no álbum
Out Through the In Door, de 2007.
BLACK
MOUNTAIN SIDE
A instrumental "Black Mountain Side" tem um certo toque flamenco e possui como protagonista Jimmy Page em uma abordagem acústica deveras tocante.
“Black
Mountain Side” foi inspirada em uma música popular tradicional
irlandesa chamada “Down by Blackwaterside”.
O
arranjo de guitarra acompanha de perto a versão de Bert Jansch
para aquela música, gravada em seu álbum de 1966, Jack Orion.
Este arranjo foi aprendido por Al Stewart, que acompanhou de
perto os shows de Jansch e que, por sua vez, ensinou a Jimmy Page,
que era músico de estúdio para o álbum de estreia de Stewart.
Quando
a música foi tocada nos shows do Led Zeppelin, ela geralmente
aparecia como parte do instrumental ‘White Summer’, de Jimmy
Page, com o arranjo combinado ‘White Summer-Black Mountain Side’,
que normalmente atingia os 11 minutos.
Page
sentava-se em um banquinho durante as duas músicas e costumava
tocá-las em uma guitarra ‘Double Cutaway’, da Danelectro
DC de 1959, sintonizada de forma diferente de sua
favorita Gibson Les Paul.
Essas
músicas foram utilizadas pela banda para mostrar as habilidades da
Page como guitarrista, porque ele as tocou quase que inteiramente por
si mesmo, apenas com o baterista John Bonham adicionando alguns
detalhes mais tarde na música.
A
combinação ‘White Summer/Black Mountain Side’ foi tocada pela
primeira vez como parte de seu primeiro concerto no Fillmore West, em
San Francisco, em 10 de janeiro de 1969.
Esta
música foi um componente do set ao vivo do Led Zeppelin até
a quinta Tour pelos EUA, em 1970. Anos mais tarde, foi restaurada
para o set da turnê pelos EUA, de 1977, os concertos de 1979 e a
turnê europeia de 1980.
“Black
Mountain Side” também foi usada como introdução para “Kashmir”
nesta última turnê. Page tocava esta música com a banda The Firm, da qual fez parte com Paul Rodgers.
COMMUNICATION
BREAKDOWN
"Communication Breakdown" é curta, direta, indo direto ao ponto. Ela é uma verdadeira paulada, amostra das sonoridades Hard & Heavy que conquistariam a década seguinte. Atuações incríveis e o Led Zeppelin em estado puro!
A
letra é sobre relacionamento:
Hey,
girl, I got something I think you ought to know
Hey, babe, I wanna tell you that I love you so
I wanna hold you in my arms, yeah
I'm never gonna let you go
'Cause I like your charms
Hey, babe, I wanna tell you that I love you so
I wanna hold you in my arms, yeah
I'm never gonna let you go
'Cause I like your charms
A
música foi um movimento popular nos shows do Led Zeppelin, e
junto com “Heartbreaker”, foi a única canção a ser tocada
durante todos os anos que a banda fez turnê. Geralmente, ou abria os
shows ou era um bis.
Em
alguns casos, ainda em 1969, “Good Times Bad Times” foi usada
como uma introdução à “Communication Breakdown”.
“Communication
Breakdown” foi a última música tocada nos anos de 1975 e 1979
pela banda, em Earls Court, em 25 de maio de 1975, e, Knebworth, em
11 de agosto de 1979.
O
baixista Andy Shernoff, da banda The Dictators, afirma que o
riff de guitarra de Jimmy Page em “Communication Breakdown” foi
uma inspiração para o estilo de guitarra do guitarrista dos
Ramones, Johnny Ramone.
Johnny
Ramone afirmou no documentário Ramones: The True Story que
ele construiu sua habilidade em seu estilo musical, tocando a música
incontáveis vezes durante maior parte de sua carreira inicial.
A
música é conhecida pelo seu uso em filmes, particularmente, em um
contexto militar. A música é usada no filme Small Soldiers.
“Communication
Breakdown” também está na lista da revista norte-americana
Blender The 1,001 Greatest Songs to Download Right
Now!, de 2003.
Iron Maiden, Sebastian Bach, The Flaming Lips e Gary
Cherone estão entre os nomes que já fizeram versões para a
música.
I
CAN’T QUIT YOU BABY
O clássico do Blues, do mestre Willie Dixon, "I Can't Quit You Baby", ganha uma versão inacreditável do Led Zeppelin. John Bonham faz um trabalho formidável e o baixo de Jones é onipresente, mas tanto a voz de Plant quanto a guitarra de Jimmy Page estão impressionantes. Enfim, um cover fabuloso!
A
letra fala de uma má garota:
Ohhh,
I can't quit you, baby
So I'm gonna put you down for a while
I said I can't quit you, baby
I guess I'm gonna have to put you down for a while
Said you messed up my happy home
Made me mistreat my only child
So I'm gonna put you down for a while
I said I can't quit you, baby
I guess I'm gonna have to put you down for a while
Said you messed up my happy home
Made me mistreat my only child
“I
Can’t Quit You Baby” é um clássico do Blues, composta por
Willie Dixon e primeiramente gravada por Otis Rush, em
1956.
A
interpretação do Led Zeppelin geralmente segue a versão de
Otis Rush de 1966, mas com diferentes instrumentação e dinâmica.
Ela também incorpora uma pausa no solo de guitarra de Jimmy Page.
O biógrafo Keith Shadwick observa: “acaba como uma das peças mais
bem sucedidas no primeiro álbum, sem pontos planos e uma forma
perfeitamente simétrica, tudo dentro do clássico blues
tradicional”.
O
Led Zeppelin tocou regularmente “I Can’t Quit You Baby”
em seus shows de 1968 até o início de 1970. Duas versões ao vivo,
de 1969, estão incluídas na coletânea Led Zeppelin BBC
Sessions, de 1997. Uma performance da música, em 9 de janeiro de
1970, no Royal Albert Hall, está incluída no DVD Led Zeppelin,
de 2003 (uma versão editada desta performance foi lançada no álbum
de 1982, Coda).
Em
1970, a música foi retirada do set list típico dos
concertos do Led Zeppelin, pois eles incorporaram material do
álbum Led Zeppelin III em seus shows, com “I Can’t Quit You
Baby” sendo essencialmente substituída por “Since I've Been
Loving You”.
No
entanto, foi revivida como parte do medley “Whole Lotta Love”
durante alguns concertos do Led Zeppelin em 1972 e 1973. A
música foi ensaiada pelos membros sobreviventes do grupo para a
celebração do aniversário da Atlantic Records, em 14 de maio de
1988, mas não foi executada durante o evento.
HOW
MANY MORE TIMES
A nona - e última - faixa de Led Zeppelin é "How Many More Times". Em sua derradeira canção, o álbum dá uma amostra daquilo que se tornaria a sonoridade dominante nos anos seguintes. A guitarra de Page está fabulosa, enquanto Bonham destrói nas baquetas e Jones cria a base dominante no baixo. Por fim, os vocais incríveis de Plant encerram a questão: o Hard Rock está sacramentado.
A
letra é em tom sexual:
Now
I got ten children of my own
I got another child on the way that makes eleven
But I'm in constant heaven
I know it's all right in my mind
'Cause I got a little schoolgirl and she's all mine
I can't get through to her 'cause it doesn't permit
But I'm gonna give her everything I've got to give
I got another child on the way that makes eleven
But I'm in constant heaven
I know it's all right in my mind
'Cause I got a little schoolgirl and she's all mine
I can't get through to her 'cause it doesn't permit
But I'm gonna give her everything I've got to give
Com
oito minutos e meio, “How Many More Times” é a música mais
longa do álbum. Consiste em várias seções menores mantidas unidas
por um ritmo de bolero que empurra a peça.
Alguns
elementos desta música são levemente remanescentes da incrível
canção “Beck's Bolero”, de Jeff Beck, previamente gravada e na
qual Jimmy Page tocou guitarra e John Paul Jones tocou baixo.
Tal
como acontece com todas as outras faixas do álbum de estréia do Led
Zeppelin, Robert Plant não obteve crédito de compositor para
esta música devido a obrigações contratuais então vigentes.
Em
uma entrevista que deu à revista Guitar
World em 1993, Page afirmou que a música “foi
composta de pequenos pedaços que desenvolvi enquanto estava com os
Yardbirds, assim como outras canções como “Dazed and
Confused”. Foi tocada, ao vivo, em estúdio, com sugestões e
acenos de cabeça”.
Também
foi relatado que as componentes ‘Rosie’ e ‘Hunter’ da música
vieram espontaneamente ao grupo na noite da sessão de gravação. O
componente ‘Hunter’ é retirado de "The Hunter" gravado
pelo bluesman Albert King com Booker T. & Mg’s.
O
título e os vocais de Robert Plant contêm referências
identificáveis com o clássico de Howlin’ Wolf, “How Many
More Years”, de 1951, como homenagem a Wolf, que era o compositor
sob seu nome verdadeiro, Chester Burnett, e outros músicos de blues
que Plant admirava na época da gravação.
Nas
primeiras turnês de shows do Led Zeppelin, “How Many More
Times” era frequentemente o número de encerramento da banda. No
final de 1969, a introdução da música seria bastante extensa e a
banda incorporaria cada vez mais material na faixa como um medley.
Em
1970, “How Many More Times” foi retirada do setlist
habitual do Led Zeppelin, embora continuasse a realizá-lo de
vez em quando até os primeiros shows de sua turnê norte-americana
de 1975, quando foi reintroduzida, na íntegra, como resultado de um
dedo machucado de Jimmy, que o impediu temporariamente de tocar a
mais desafiante “Dazed and Confused”.
Também
foi apresentada uma vez em 1973, em 22 de janeiro, enquanto a banda
estava excursionando pelo Reino Unido. Page e Plant tocaram a música
na turnê Walking in Clarksdale, em 1998, lançando a
apresentação em Shepherd's Bush como um CD single.
“How
Many More Times” possui inúmeras versões cover. Uma das mais
conhecidas foi feita pela banda LA Guns e está presente no
álbum Shrinking Violet, de 1999.
Considerações
Finais
Led
Zeppelin é um álbum fundamental para o Rock. Além disso é um
inegável sucesso comercial e seu desempenho em termos de paradas de
sucesso constatam estas afirmações.
O
disco atingiu a ótima 10ª posição da principal parada
norte-americana desta natureza, bem como a 6ª colocação na sua
correspondente britânica. Também conquistou os 1º, 8º, 9º e 11º
lugares nas paradas de Espanha, Dinamarca, Austrália e Canadá.
O
álbum foi anunciado em jornais musicais selecionados sob o slogan
‘Led Zeppelin - a única
maneira de voar’.
Inicialmente,
o disco recebeu críticas negativas.
Em
uma avaliação pungente, a revista Rolling Stone
afirmou que a banda ofereceu “menos que seu gêmeo, o Jeff Beck
Group, não soou bem ou melhor há três meses ... Parece que, se
quiserem preencher o vazio criado pelo desaparecimento do Cream, eles
terão que encontrar um produtor, editor e algum material digno de
seus talentos coletivos”.
A
revista também chamou Plant de “tão fofo como Rod Stewart,
mas em nenhum lugar tão excitante”.
Como
foi observado pelo jornalista de rock, Cameron Crowe, anos mais
tarde: “Era um tempo de supergrupos, de bandas furiosamente
superestimadas e que mal conseguiram cortá-lo, e o Led Zeppelin
inicialmente se viu lutando a montante para provar sua
autenticidade”.
No
entanto, a reação da imprensa ao álbum não foi inteiramente
negativa. No Reino Unido, o álbum recebeu uma crítica brilhante no
jornal inglês Melody Maker. Chris Welch escreveu, em
uma revisão intitulada Jimmy Page triunfa - Led Zeppelin é um
gás!: “Seu material não depende de riffs óbvios de blues,
embora quando os toquem, eles evitam a fraqueza demarcada da maioria
das chamadas bandas britânicas de blues”.
Ao
comparar o disco com o sucessor, Led Zeppelin II, Robert
Christgau escreveu no tabloide norte-americano, The Village
Voice, que a estreia foi “mais sutil e mais ambiciosa
musicalmente”, e não tão boa, “porque a sutileza derrotou o
efeito. A musicalidade, em outras palavras, era realmente acessível
a essa música, mas ela tinha força e validade reais: uma combinação
de espetáculo e força física esmagadora”.
O
álbum teve muito sucesso comercialmente. Inicialmente foi lançado
nos Estados Unidos, em 12 de janeiro de 1969, para capitalizar a
primeira turnê norte-americana da banda. Antes disso, a Atlantic
Records havia distribuído algumas centenas de cópias antecipadas
para estações de rádio e críticos.
Uma
reação positiva ao seu conteúdo, juntamente a uma boa reação aos
shows iniciais da banda, resultou no álbum gerando 50.000 pedidos
antecipados. Dentro de dois meses de seu lançamento, o disco atingiu
o top ten da Billboard e ganhou sua primeira
certificação de ouro, nos EUA, em 22 de julho de 1969.
Led
Zeppelin ficou na parada da Billboard por 73 semanas e permaneceu
por 79 semanas nas paradas britânicas.
O
sucesso e a influência do álbum são hoje amplamente reconhecidos,
mesmo entre publicações que inicialmente foram céticas. Em 2006, a
revista norte-americana Rolling Stone afirmou:
“(O
álbum) era bem diferente de qualquer outra coisa. Os arranjos foram
mais esculpidos que aqueles de Cream ou Jimi Hendrix, e
a musicalidade não era pesada como a do Iron Butterfly ou
bombástica como do Vanilla Fudge. As comparações mais
próximas podem ser o MC5 ou o Stooges - ambos do
Michigan -, mas ambos sem o polimento ou a proeza do Led Zeppelin,
e nem o Led Zeppelin tivera a sensibilidade política, social
ou mortal daquelas bandas. O que ele tinha, no entanto, era o
potencial para uma audiência em massa”.
Stephen
Thomas Erlewine, do site AllMusic, dá nota máxima ao
disco, atestando: “Led Zeppelin teve um som distinto e
totalmente formado desde o início, como ilustra sua estreia
homônima. Levando o blues elétrico, pesado e distorcido, de Jimi Hendrix, Jeff Beck e Cream, para um extremo, o
Zeppelin criou a marca de uma guitarra majestosa e poderosa
construída em riffs simples e memoráveis e ritmos pesados. Mas a
chave para o ataque do grupo era a sutileza: não era apenas uma
investida de barulho de guitarra, era sombreada e texturizada, cheia
de dinâmica e tempos alternados”.
Por
fim, Erlewine atesta: “Embora o álbum não seja tão variado como
alguns dos seus esforços posteriores, no entanto, marcou um ponto de
viragem significativo na evolução do hard rock e heavy metal”.
Em
2003, o canal de TV norte-americano, VH1, colocou Led
Zeppelin na 44ª posição de sua lista de maiores álbuns de todos
os tempos. Na mesma direção, a revista norte-americana Rolling
Stone colocou o disco na 29ª colocação de sua famosa lista
The Rolling Stone 500 Greatest Albums of All Time.
Em
2004, a revista britânica Q colocou o álbum no 7º lugar de sua
lista The Music That Changed the World, além de também
nomeá-lo, na 6ª posição, na lista 21 Albums That Changed
Music, em 2007.
Ainda
em 2007, o Rock and Roll Hall of Fame colocou o disco
na 165ª colocação de sua listagem chamada The Definitive 200.
Led Zeppelin ainda está presente no livro 1001 Albums You
Must Hear Before You Die, organizado por Robert Dimery.
Em
1969, o Led Zeppelin completou quatro turnês de shows nos EUA
e quatro no Reino Unido, e também lançou seu segundo álbum, LedZeppelin II, gravado principalmente enquanto a banda estava
viajando durante as supracitadas turnês, em vários e diferentes
estúdios norte-americanos.
Led
Zeppelin supera a casa de 9 milhões de cópias vendidas pelo
mundo.
Formação:
Jimmy
Page - Guitarras, Backing Vocals, Produção
Robert
Plant - Vocal, Harmônica
John
Bonham - Bateria, Timpani, Backing Vocal
John
Paul Jones - Baixo, Hammond, Backing Vocal
Músicos
Adicionais:
Viram
Jasani - Tabla em “Black Mountain Side”
Faixas:
01.
Good Times Bad Times (Page/Jones/Bonham/Plant) - 2:46
02.
Babe I'm Gonna Leave You (Bredon/Page/Plant) - 6:42
03.
You Shook Me (Dixon/Lenoir) - 6:28
04.
Dazed and Confused (Page, inspired by Jake Holmes) - 6:28
05.
Your Time Is Gonna Come (Page/Jones/Plant) - 4:34
06.
Black Mountain Side (Page) - 2:12
07.
Communication Breakdown (Page/Jones/Bonham/Plant) - 2:30
08.
I Can't Quit You Baby (Dixon) - 4:42
09.
How Many More Times (Page/Jones/Bonham/Plant) - 8:27
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/led-zeppelin/
Led Zeppelin é o pontapé inicial daquela que, para o RAC, é a melhor banda de todos os tempos: o Led Zeppelin.
O grupo era formado por músicos de um calibre incontestável e, também muito importante, já com experiência de palco e gravação. Isto tornou as coisas mais fáceis em se tratando de um álbum de estreia.
Jimmy Page, além de eficiente produtor, é um guitarrista incrível. John Paul Jones atua com a mesma qualidade tanto no baixo quanto no Hammond. John Bonham é uma das referências na bateria enquanto Plant está entre os melhores vocalistas da história.
O ouvinte está diante de um disco inovador, que traz a importância das beleza e sutileza de melodias como complemento a uma abordagem agressiva, extrema e voraz do Hard/Heavy nascente. A banda se mostra afiada e sedenta pelo reconhecimento de sua musicalidade.
Desta forma, Led Zeppelin aponta para o estilo Hard/Heavy que conquistaria as massas na década seguinte ao mesmo tempo em que traz a diferença estilística marcante do conjunto. Quando é pesado e feroz, o Led Zeppelin é dominante, mas, ao mesmo tempo, também cativa com a leveza e a sensibilidade das melodias mais amenas.
Também, a maneira como o grupo construía os arranjos é indubitavelmente um grande diferencial. As letras são legais e merecem uma olhadela.
Portanto, o conjunto consegue, ao mesmo tempo, ser letal como em "Good Times Bad Times" e absolutamente tocante na versão incrível de "Babe I'm Gonna Leave You".
Faixas incríveis estão neste disco. A versão fabulosa de "I Can't Quit You Baby" precisa ser destacada. A beleza descomunal de "Your Time Is Gonna Come" é referência da sensibilidade melódica do 'Led'. E não há como explicar a força de "How Many More Times".
Mas o RAC escolhe a paulada "Communication Breakdown" e a versão matadora de "Dazed and Confused" como suas favoritas do disco.
Concluindo, Led Zeppelin é apenas o início da jornada daquela que se tornaria a melhor banda de todos os tempos. Além disso, é um álbum extremamente influente e já apontava a sonoridade única do grupo e que seria lapidada nos trabalhos posteriores. Influente, seminal, marcante; enfim, o primeiro disco do Led Zeppelin é obrigatório!
Disco essencial. Sobre "You Shook Me", o Beck afirma que o Page roubou a versão dele e o Jimmy Page afirma que o Beck roubou a "Beck's Bolero" dele, tanto é que nas versões posteriores do álbum "Truth", a música vem credidata ao Page.
ResponderExcluirA Rolling Stones deu uma review negativa para esse álbum porque o Led Zeppelin, a mando do Peter Grant, negou a dar entrevista para a revista e como vingança eles fizeram essa crítica negativa na época.
Obrigado por complementar o post com suas informações, amigo. Abraço!
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