Neil
Young é o álbum de estreia da carreira-solo do músico canadense
chamado Neil Young. Seu lançamento oficial aconteceu em 22 de
janeiro de 1969, através do selo Reprise Records. As gravações
ocorreram nos estúdios Wally Heider Recording, Sunset Sound
Recording e TTG Recording, todos na Califórnia, nos Estados Unidos,
entre os meses de agosto e outubro de 1968. A produção ficou sob
responsabilidade do produtor David Briggs e dos músicos Neil Young,
Jack Nitzsche e Ry Cooder.
Finalmente
o RAC faz justiça a um dos grandes nomes da
história do Rock, o inacreditável canadense Neil Young. O
Blog vai abordar os primórdios de sua carreira, de maneira breve,
para depois se focar no álbum propriamente dito.
Primeiros
anos de Young
Neil
Young nasceu em 12 de novembro de 1945, em Toronto, no estado de
Ontário, no Canadá. Seu pai, Scott Alexander Young, foi jornalista
e crítico esportivo, que também escrevia ficção. Sua mãe, Edna
Blow Ragland, "Rassy" Young, foi membro da chamada
Daughters of the American Revolution. (Nota do Blog:
A The Daughters of the American Revolution (DAR) é uma organização
de serviço de adesão baseada em mulheres que são diretamente
descendentes de alguma pessoa envolvida nos esforços dos Estados
Unidos para sua independência. É um grupo sem fins lucrativos, o
qual trabalha para promover a preservação histórica, a educação
e o patriotismo. A associação da organização é limitada às
descendentes lineares diretas de soldados, ou outros, do período
revolucionário que ajudaram a causa da independência; as candidatas
devem ter atingido os 18 anos de idade e são revisadas no nível do
capítulo para a admissão).
Embora
canadense, a mãe de Young tinha ascendência americana e francesa.
Os pais de Young se casaram em 1940, em Winnipeg, no Canadá, e seu
primeiro filho, Robert ‘Bob’ Young, nasceu em 1942. Pouco depois
do nascimento de Neil Young, em 1945, sua família se
mudou para Omemee, uma região rural canadense, e a qual Young
descreveu com carinho como um “pequeno lugar sonolento”.
Neil
sofreu de poliomielite, em 1951, durante o último grande surto da
doença em Ontário (a cantora e compositora canadense Joni
Mitchell, então com nove anos, também contraiu o vírus durante
esta epidemia). (Nota do Blog: A poliomielite, também chamada
de pólio ou paralisia infantil, é uma doença infecciosa viral
aguda transmitida de pessoa a pessoa, principalmente pela via
fecal-oral. O termo deriva do grego poliós, que significa "cinza",
myelós ("medula"), referindo-se à substância cinzenta da
medula espinhal, e o sufixo -itis, que denota inflamação, ou seja,
inflamação da substância cinzenta da medula espinhal).
Após
sua recuperação, a família Young passou férias na Flórida, nos
Estados Unidos. Durante esse período, Young participou brevemente da
Escola Primária Chisolm, em New Smyrna Beach.
Em
1952, ao retornar ao Canadá, Young mudou-se de Omemee para
Winnipeg, por um ano, antes de se mudar novamente para Toronto e
Pickering, ambas no mesmo país. Young se interessou pela
música popular que ouvia no rádio.
Quando
Neil tinha doze anos, seu pai, que teve vários casos
extraconjugais, deixou sua mãe. Ela pediu divórcio, que foi
concedido em 1960. Young foi morar com sua mãe, que voltou
para Winnipeg, enquanto seu irmão Bob ficou com seu pai em Toronto.
Durante
meados da década de cinquenta, Young ouviu rock 'n’ roll,
rockabilly, doo-wop, R&B, country e western pop. Ele idolatrou
Elvis Presley e depois se referiu a ele em várias de suas
músicas. (Nota do Blog: Doo-wop é um estilo de música vocal
baseado no rhythm and blues. Surgiu inicialmente na comunidade negra
norte-americana, na década de 1940, e tornou-se popular nos Estados
Unidos durante as década de 50 e 60. O estilo é caracterizado por
um backing vocal harmonioso e suave, que muitas vezes os cantores
faziam com a boca, imitando os próprios instrumentos musicais e que,
frequentemente, repete onomatopeias).
Outras
influências musicais iniciais incluíram Link Wray, Jimmy Gilmer and
the Fireballs, The Ventures, Cliff Richard and the Shadows, Chuck
Berry, Hank Marvin, Little Richard, Fats Domino, The
Chantels, The Monotones, Ronnie Self, Fleetwoods, Jerry Lee Lewis,
Johnny Cash, Roy Orbison e Gogi Grant.
Neil Young |
O
jovem primeiro começou a tocar música em um ukulele de plástico,
como mais tarde relataria, passando para “de um ukulele melhor para
um ukulele de banjo e para um ukulele de barítono - tudo menos uma
guitarra”. (Nota do Blog: O ukulele é um instrumento
musical de cordas beliscadas, geralmente com 4 cordas de tripa ou com
materiais sintéticos como nylon, nylgut, fluorocarbono, entre
outros).
Juventude
de Young
Young
e sua mãe se instalaram na área, da classe trabalhadora, de Fort
Rouge, em Winnipeg, onde um jovem tímidos Neil se matriculou na Earl
Grey Junior High School. Foi lá que ele formou sua primeira
banda, a The Jades, e conheceu Ken Koblun. (Nota do Blog: Ken
Koblun é um músico canadense que, durante os anos 60, tocou ao lado
de Neil Young na banda The Jades, the Squires, the
Stardusters, e brevemente no Buffalo Springfield).
Ao
frequentar a Kelvin High School, em Winnipeg, Neil
tocou em vários grupos instrumentais de rock, eventualmente
abandonando a escola em favor de uma carreira musical. A primeira
banda estável de Young foi o The Squires, com Ken
Koblun, Jeff Wuckert e Bill Edmondson na bateria, e que teve um hit
local chamada “The Sultan”.
A
banda tocou na cidade de Fort William, onde gravou uma série de
demos produzidas por um produtor local, Ray Dee, que Young chamou de
‘Briggs original’.
Ao
tocar em local chamado The Flamingo,
Young conheceu Stephen Stills, cuja banda The Company
estava tocando no mesmo local, e eles se tornaram amigos. A The
Squires tocou em vários salões de dança e clubes, em Winnipeg e no
estado de Ontário.
Depois
de deixar o The Squires, Young trabalhou em clubes populares
de Winnipeg, onde ele conheceu Joni Mitchell. Mitchell
recorda-se de Young como tendo sido altamente influenciado por Bob
Dylan naquela época.
Foi
nesta época em que Neil compôs algumas de suas músicas mais
antigas, populares e duradouras, como “Sugar Mountain”, sobre a
juventude perdida. Mitchell compôs “The Circle Game”, em
resposta.
A
conhecida banda de Winnipeg, The Guess Who (com Randy Bachman
como guitarrista principal) teve um hit canadense com “Flying on
the Ground is Wrong”, a qual foi o primeiro grande sucesso de Young
como compositor.
Tempo
de mudanças
Em
1965, Young fez uma turnê pelo Canadá como artista solo. Em
1966, enquanto estava em Toronto, ele se juntou ao Mynah Byrds,
de Rick James. A banda conseguiu garantir um contrato de gravação
com o selo Motown Records, mas, enquanto gravavam seu primeiro álbum,
James foi preso por ser desertor da Marinha norte-americana.
Depois
que o Mynah Byrds se dissolveru, Young e o baixista Bruce
Palmer se mudaram para Los Angeles, nos Estados Unidos. Neil admitiu,
em uma entrevista de 2009, que ele estava nos Estados Unidos
ilegalmente até receber um green card (permissão de
residência permanente), em 1970.
Buffalo Springfield
Uma
vez que chegaram a Los Angeles, Young e Palmer se encontraram
com Stephen Stills, Richie Furay e Dewey Martin para formar a
sensacional banda Buffalo Springfield.
Uma
mistura de folk, country, psicodelia e rock, deu uma ponta Hard dada
pelas guitarras-gêmeas de Stills e Young, fez do Buffalo
Springfield um sucesso de crítica e comercial.
Entre
1966 e 1968, o grupo gravou e lançou 3 álbuns de estúdio: Buffalo
Springfield (1966), Buffalo Springfield Again (1967) e
Last Time Around (1968). Dar-se-á maiores detalhes sobre o
grupo posteriormente, aqui mesmo no RAC.
Em
maio de 1968, e de comum acordo, a banda se separou para sempre.
Carreira
solo
Após
a separação do Buffalo Springfield, Young assinou um
acordo solo com a Reprise Records, casa de sua colega e amiga Joni
Mitchell, com quem compartilhou o manager, Elliot Roberts, que
gerencia Neil até hoje.
Young
e Roberts imediatamente começaram a trabalhar no primeiro disco solo
do músico, que se chamaria simplesmente Neil Young.
Entre
agosto e outubro de 1968, deram-se as gravações do disco, sendo
realizadas em diferentes estúdios situados na Califórnia: Wally
Heider Recording, Sunset Sound Recording e TTG Recording.
A
produção ficou sob responsabilidade do produtor David Briggs e dos
músicos Neil Young, Jack Nitzsche e Ry Cooder.
Neil Young |
Para
as gravações, Young contou com alguns músicos tarimbados em
estúdio, incluindo Ry Cooder e Jack Nitzsche, além de seu
companheiro no Buffalo Springfield, Jim Messina.
A
capa, simples, mas bonita, conta com uma pintura estilizada do
próprio Neil Young. Obra do artista Roland Deihl.
Vamos
às faixas:
THE
EMPEROR OF WYOMING
A pequena obra instrumental, mas bela, "The Emperor of Wyoming" abre o disco com um ar sessentista, pequenas orquestrações, em um tom bucólico e cativante.
THE
LONER
A voz única de Neil Young aparece na clássica "The Loner". As guitarras já se encontram mais presentes, bem como o trabalho do baixo de Jim Messina. O refrão é muito bom e a distorção de sua guitarra já demonstra traços que formariam sua musicalidade posteriormente. Grande faixa!
A
letra pode ser inferida sobre alguém de que se desconfia:
He's
a perfect stranger,
Like a cross
Of himself and a fox
He's a feeling arranger
And a changer
Of the ways he talks
He's the unforeseen danger
The keeper of
The key to the locks
Know when you see him,
Nothing can free him
Step aside, open wide,
It's the loner
Like a cross
Of himself and a fox
He's a feeling arranger
And a changer
Of the ways he talks
He's the unforeseen danger
The keeper of
The key to the locks
Know when you see him,
Nothing can free him
Step aside, open wide,
It's the loner
“The
Loner” tornou-se um clássico da carreira de Neil Young,
sendo uma presença constante no repertório ao vivo do músico.
A
faixa foi lançada como o single principal para promover o álbum
Neil Young, mas não repercutiu entre as principais paradas
desta natureza. “The Loner” foi composta enquanto o Buffalo
Springfield estava em seus momentos finais.
O
pressuposto amplamente assumido é de que a música foi composta
sobre Stephen Stills e talvez não possa ser refutada (o
próprio Young raramente fornece clareza sobre tais
problemas), mas talvez seja mais provável que a música seja de
natureza autobiográfica, pois Young era, de todos os membros
do Springfield, o mais incomodado em ser membro de uma banda.
A
música foi gravada com o ex-membro da Springfield, Jim
Messina, no baixo e com George Grantham na bateria, embora ambos não
tenham sido creditados na capa do álbum, e é a primeira canção de
Young produzida por David Briggs, com quem o músico
colaboraria até a sua morte, em 1995.
Os
arranjos dos instrumentos de cordas foram organizados por David
Blumberg, que Young conheceu através de Briggs. As letras são
caracterizadas por medo e desorientação, provenientes de um
‘protagonista imobilizado’ que ‘testemunha exibições visuais
extraordinárias’.
Os
elogios surgiram rapidamente, por exemplo, na crítica sobre o álbum
presente na revista norte-americana Rolling Stone: ““The
Loner” é um lamento contemporâneo que caracteriza uma mistura
agradável da guitarra de Neil com cordas, de forma não
invasiva, permitindo que o gelado vocal equilibrado de Young
puxe efetivamente o ouvinte”.
A
música ainda é tocada ao vivo, assim como outra presente em Neil
Young, “The Old Laughing Lady”. Também Stephen Stills
tocou a música, ao vivo, com e sem Young.
Stephen
Stills regravou “The Loner” para seu álbum Illegal
Stills, de 1976. Outras versões famosas foram gravadas pelo
grupo Three Dog Night e pelo músico Nils Lofgren.
IF
I COULD HAVE HER TONIGHT
Um rock bem simples, suave e tocante é a marca de "If I Could Have Her Tonight". Os vocais de Neil Young são bem dosados e se casam perfeitamente com a sonoridade. Uma canção bem pequena, mas bonita.
A
letra demonstra alguém apaixonado:
Lately
I've found myself
Losing my mind
Knowing how badly I need her
It's something hard to find
Losing my mind
Knowing how badly I need her
It's something hard to find
I’VE
BEEN WAITING FOR YOU
Embora a abordagem continue sendo mais voltada para a sutileza, esta composição apresenta mais força e presença em comparação com sua antecedente. Um bom trabalho da bateria acompanha um solo de guitarra incrível de Young. Excelente canção!
A
letra fala sobre esperança e amor:
I've
been waiting for you
And you've been coming to me
For such a long time now
Such a long time now
And you've been coming to me
For such a long time now
Such a long time now
“I’ve
Been Waiting for You” é uma canção de Neil Young que já
foi ‘vítima’ de diversas versões, incluindo nomes como Pixies
e Dinosaur Jr.
Mas
a versão cover mais conhecida é a que foi gravada pelo inesquecível
David Bowie (e que conta com Dave Grohl na guitarra), presente
no álbum Heathen, de 2002. Esta versão foi lançada como
single no Canadá onde conquistou a 11ª posição da parada do país.
THE
OLD LAUGHING LADY
"The Old Laughing Lady" possui um toque suave e, ao mesmo tempo, uma atmosfera triste e contemplativa. Boa parte deste ambiente é criado pelas orquestrações e um eficiente trabalho de backing vocals, tomando parte de uma sonoridade que busca influências do Blues e do Soul norte-americanos. Belíssima canção!
A
música se refere a velhos hábitos:
See
the drunkard of the village
Falling on the street
Can't tell his ankles
From the rest of his feet
He loves his old laughing lady
'Cause her taste is so sweet
But his laughing lady's loving
Ain't the kind he can keep
Falling on the street
Can't tell his ankles
From the rest of his feet
He loves his old laughing lady
'Cause her taste is so sweet
But his laughing lady's loving
Ain't the kind he can keep
STRING
QUARTET FROM WHISKEY BOOT HILL
Pequena faixa instrumental orquestrada.
HERE
WE ARE IN THE YEARS
A atmosfera sessentista continua muito nítida na bela "Here We Are in the Years", a qual conta com uma abordagem Rock, mas com um pé no Folk. O trabalho do violão é muito bonito e acaba por cativar o ouvinte com sua inquietante suavidade.
A
letra é uma ode à vida no campo:
While
people
Planning trips to stars
Allow another boulevard to claim
A quiet country lane
It's insane
Planning trips to stars
Allow another boulevard to claim
A quiet country lane
It's insane
WHAT
DID YOU DO TO MY LIFE?
Nesta música, a guitarra de Young volta a aparecer de forma mais "agressiva" e marcante, mesmo que por pouco tempo. Os vocais mais contidos voltam a funcionar perfeitamente para a sonoridade proposta.
A
letra pode ser interpretada como um amor que se perdeu:
It's
hard enough losing
Without the confusion
Of knowing I tried
But you've made your mind up
That I'll be alone
Now there's nothing to hide
Without the confusion
Of knowing I tried
But you've made your mind up
That I'll be alone
Now there's nothing to hide
I’VE
LOVED HER SO LONG
Nesta bela composição, o flerte com o Folk continua, em uma musicalidade suave. O trabalho do baixo é otimamente construído, assim como os eficientes backing vocals, lembrando os grupos de Soul, bastante comuns no sul dos EUA.
A
letra fala de um amor passado:
Oh,
I've loved her so long
Oh, I've loved her so long
There's a place that I know
We could go
get away for a while
I can bring her the peace
That she needs
Give her reason to smile
Oh, I've loved her so long
There's a place that I know
We could go
get away for a while
I can bring her the peace
That she needs
Give her reason to smile
THE
LAST TRIP TO TULSA
A décima - e última - faixa de Neil Young é "The Last Trip to Tulsa". Com quase 10 minutos de duração, a derradeira música do disco é um atestado inicial do talento de Young. Contando, apenas, com o violão e a voz de Neil - e sua pegada Folk inconfundível - a canção envolve e comove, muito por causa de uma interpretação emocionante do canadense nos vocais. Fecha o álbum incrivelmente.
A
letra é uma longa história sobre confiança:
Well,
I used to be a folk singer
Keeping managers alive,
When you saw me on a corner
And told me I was jive
So I unlocked your mind, you know
To see what I could see
If you guarantee the postage,
I'll mail you back the key
Well I woke up in the morning
With an arrow through my nose
There was an indian in the corner
Tryin' on my clothes
Keeping managers alive,
When you saw me on a corner
And told me I was jive
So I unlocked your mind, you know
To see what I could see
If you guarantee the postage,
I'll mail you back the key
Well I woke up in the morning
With an arrow through my nose
There was an indian in the corner
Tryin' on my clothes
Considerações
Finais
Embora
seja de qualidade inquestionável, o disco Neil Young não fez
grande sucesso comercial.
Também,
o álbum não causou nenhuma repercussão em termos das principais
paradas de sucesso. O trabalho ficou mais conhecido à medida que a
carreira solo de Neil Young decolou e seus novos fãs
procuravam seus discos anteriores.
O
primeiro lançamento, de janeiro de 1969, usou o sistema de
codificação Haeco-CSG. Esta tecnologia destinava-se a tornar
os discos lançados em estéreo compatíveis com gravadores mono, mas
teve o infeliz efeito colateral de degradar o som.
Neil
Young estava infeliz com o primeiro lançamento. “A primeira
mixagem foi horrível”, foi a forma com que ele foi informado,
segundo afirmou ao Cash Box, em 6 de setembro de 1969.
O
álbum foi, portanto, remixado e relançado sem o processamento
Haeco-CSG. O nome ‘Neil Young’ foi adicionado à
capa do álbum. No entanto, novas cópias com a remixagem foram
soltas no mercado com a capa original de janeiro de 1969, e, então,
existem cópias de ambas as mixagens com a capa original.
Entretanto,
as cópias com a mixagem original são agora raras e procuradas, pois
muitos fãs de Neil Young acreditam que o remix prejudicou as
músicas, especialmente “Here We Are in the Years”.
Neil
Young foi remasterizado e lançado em CD, codificados em HDCD, e
download digital, em 14 de julho de 2009, como parte da série Neil
Young Archives Original Release. Foi lançado, também, em
vinil audiophile, em dezembro de 2009, tanto
individualmente como parte de um Box Set dos primeiros quatro LPs do
Neil, estando disponíveis em seu site oficial.
A
supracitada Box Set foi limitada a 1000 cópias; uma versão da mesma
em CD contava com 3000 cópias. Um disco Blu-ray digital, de alta
resolução, está planejado, embora nenhuma data de lançamento
tenha sido definida.
A
revista norte-americana Rolling Stone fez uma crítica
favorável a Neil Young, afirmando: “em muitos aspectos, uma
repetição deliciosa desse som do Springfield feito de uma
nova maneira”.
Já
o site AllMusic, através do crítico William Ruhlmann, dá ao álbum
uma nota 3,5 de um máximo de 5, atestando: “Os elementos de
Country e Western que tingiram o som do Springfield também
estavam presentes, principalmente na faixa de abertura, “The
Emperor of Wyoming”, uma instrumental que lembrou a música do
Springfield “A Child's Claim to Fame”. Ainda inseguro de
sua voz, Young cantava em um alto tenor o qual poderia
assombrar com tanta frequência quanto era apático e choramingando”.
Por
fim, Ruhlmann conclui: “Ainda assim, Neil Young faz uma
introdução desigual e discreta à carreira solo de Young e,
quando lançado, foi um fracasso comercial, seu único álbum que não
entrou nas paradas de sucesso”.
Para
o seu próximo álbum, Young recrutou três músicos de uma
banda chamada The Rockets: Danny Whitten na guitarra, Billy
Talbot no baixo e Ralph Molina na bateria.
Estes
três tomaram o nome Crazy Horse (inspirados na figura
histórica de mesmo nome), e, seu segundo disco solo, o aclamado
Everybody Knows This Is Nowhere, lançado em maio de 1969, é
creditado a Neil Young with Crazy Horse.
Formação:
Neil
Young - Vocal, Guitarras, Piano, Sintetizador, Cravo, Órgão
Ry
Cooder - Guitarra
Jack
Nitzsche - Piano elétrico, Arranjos
Jim
Messina, Carol Kaye - Baixo
George
Grantham, Earl Palmer - Bateria
Merry
Clayton, Brenda Holloway, Patrice Holloway, Gloria Richetta Jones,
Sherlie Matthews, Gracia Nitzsche - Backing Vocals
Faixas:
01.
The Emperor of Wyoming (Young) - 2:14
02.
The Loner (Young) - 3:55
03.
If I Could Have Her Tonight (Young) - 2:15
04.
I've Been Waiting for You (Young) - 2:30
05.
The Old Laughing Lady (Young) - 5:58
06.
String Quartet from Whiskey Boot Hill (Nitzsche) - 1:04
07.
Here We Are in the Years (Young) - 3:27
08.
What Did You Do to My Life? (Young) - 2:28
09.
I've Loved Her So Long (Young) - 2:40
10.
The Last Trip to Tulsa (Young) - 9:25
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/neil-young/
Peço licença aos leitores, pois, hoje, o Opinião do Blog será um pouco diferente do que se está acostumado a acontecer por aqui. É mais um desabafo que qualquer outra coisa.
Por muitos anos, ignorei completamente a carreira de Neil Young. Não o ouvia e nem procurava seus trabalhos para conhecer. Mas, felizmente, um dia quebrei este estigma e o único arrependimento que tenho é de não ter feito isto anteriormente.
Young possui uma carreira incrível e que deve ser apreciada sem moderações. É óbvio que, com uma discografia tão extensa, ocorram altos e baixos, mas, em sua maioria, os discos da carreira-solo de Neil Young são altamente referendados pelo RAC.
Minha fase preferida do canadense é aquela que vai do fim da década de 60 até os anos finais da década seguinte. O leitor que não está iniciado no músico canadense pode começar com estes discos.
Neil Young, primeiro álbum solo de Neil Young, ainda não apresenta sua sonoridade mais clássica, um Rock em que sua guitarra brilha de modo crucial. Isto pode ser ouvido mais precisamente, neste trabalho, na clássica e atemporal "The Loner".
A abordagem fundamental neste trabalho aqui comentado é mais voltada para a sutileza, para a suavidade e de modo bem intimista. Neil Young cria uma atmosfera por vezes bucólica, rústica e, insisto, sutil, mas construída com absoluto bom gosto.
Além da supracitada "The Loner", destaco as belíssimas "I've Been Waiting for You", "The Old Laughing Lady"e "What Did You Do to My Life". Também merece ser reverenciada a minimalista "The Last Trip to Tulsa", uma amostra da genialidade de Young.
É claro que o RAC indica Neil Young como uma forma de adentrar a obrigatória carreira do canadense Neil Young. O disco está distante de seus trabalhos mais célebres e influentes, mas, mesmo assim, apresenta um belo conjunto de composições e deve ser apreciado sem restrições.
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