The
Man Who Sold the World é o terceiro álbum de estúdio do músico
britânico chamado David Bowie. Seu lançamento oficial aconteceu em
4 de novembro de 1970, através do selo Mercury Records. As gravações
ocorreram entre os dias 18 de abril e 22 de maio daquele mesmo ano. A
produção ficou a cargo de Tony Visconti.
Enfim
chegou o momento em que um dos maiores artistas do século passado
dará às caras no RAC: David Bowie.
Conforme a tradição, resumidamente se falará das origens do músico
para depois se ater ao álbum propriamente dito.
Primeiros
passos
David
Robert Jones nasceu em 8 de janeiro de 1947, em Brixton, no sul de
Londres, na Inglaterra. Sua mãe, Margaret, tinha ascendência
irlandesa e trabalhava como garçonete enquanto seu pai, Haywood, de
Yorkshire, era um oficial de promoções da instituição de caridade
infantil Barnardo. (Nota do Blog: a
Barnardo's é uma instituição de caridade britânica, fundada
por Thomas John Barnardo, em 1866, para cuidar de crianças e jovens
em estado de vulnerabilidade).
Bowie
frequentou a Stockwell Infants School até os seis anos de idade,
adquirindo uma reputação como uma criança talentosa e solitária -
e um lutador desafiante.
Em
1953, Bowie mudou-se com sua família para o subúrbio de
Bromley, onde, dois anos depois, ele começou a frequentar a Burnt
Ash Junior School. Sua voz foi considerada ‘adequada’ pelo coral
da escola e ele demonstrou habilidades acima da média ao tocar
flauta.
Com
a idade de nove anos, sua habilidade na dança, durante as novas
aulas de música e movimento, foi considerada impressionantemente
imaginativa: os professores chamaram suas interpretações de
‘vividamente artísticas’ e seu equilíbrio de ‘surpreendente’,
ambos, para uma criança.
No
mesmo ano, seu interesse pela música foi ainda estimulado quando seu
pai trouxe para casa uma coleção de vinis americanos de artistas que incluíam nomes como Teenagers, The Platters, Fats
Domino, Elvis Presley e Little Richard. Ao ouvir a
música “Tutti Frutti”, de Little Richard, Bowie diria
anos mais tarde: “Eu havia ouvido Deus”. (Nota do Blog:
Richard Wayne Penniman, conhecido como Little Richard, é um
músico, cantor, ator, comediante e compositor norte-americano cujos
trabalhos mais célebres são originários de meados da década de
1950, quando sua música dinâmica e sua aparição carismática
lançaram as bases para o rock and roll).
Também
Elvis Presley teve uma grande influência sobre o jovem Bowie,
incentivando-o a praticar instrumentos como o ukulele, uma espécie
de violão havaiano e o washtub bass. (Nota do Blog:
O washtub bass, ou gutbucket, é um instrumento de corda usado na
música folclórica americana que usa uma banheira de metal como um
ressonador).
Bowie
estudou arte, música e design, incluindo layout e composição.
Depois que Terry Burns, seu meio-irmão, apresentou-o ao jazz
moderno, seu entusiasmo por músicos excepcionais como Charles
Mingus e John Coltrane levou sua mãe a lhe dar um
saxofone Grafton em 1961; e ele logo estava recebendo lições
de um músico local.
Bowie
teve uma séria lesão na escola, em 1962, quando seu amigo George
Underwood perfurou seu olho esquerdo durante uma briga por causa de
uma garota. Após uma série de operações, durante uma
hospitalização de quatro meses, seus médicos determinaram que o
dano não poderia ser completamente reparado e Bowie ficou com
a percepção de profundidade defeituosa e a pupila permanentemente
dilatada, o que deu uma falsa impressão da mudança na cor de sua
íris.
David Bowie |
Apesar
da briga, Underwood e Bowie permaneceram bons amigos, e
Underwood passou a criar a obra da capa para os primeiros álbuns de
David.
Início
da carreira musical
Em
1962, Bowie formou sua primeira banda, com 15 anos. Tocando
rock baseado em guitarras, em encontros e casamentos locais para
jovens, os the Konrads apresentava uma formação que variava entre
quatro e oito membros, com Underwood entre eles.
Quando
Bowie deixou a escola técnica, no ano seguinte, ele informou
a seus pais sobre sua intenção de se tornar uma estrela pop. Sua
mãe prontamente conseguiu-o um emprego como assistente de
eletricista.
Frustrado
por conta das limitadas aspirações de seus companheiros de banda,
Bowie deixou o Konrads e se juntou a outro grupo, o King Bees.
Ele escreveu para o recém bem-sucedido empresário, John Bloom,
convidando-o a “fazer por nós o que Brian Epstein fez pelos
Beatles - e conseguir outro milhão”.
Bloom
não respondeu à oferta, mas fez referência a um parceiro de Dick
James, chamado Leslie Conn, originando o primeiro contrato de gestão
pessoal de Bowie. (Nota do Blog: Dick James, nascido
Leon Isaac Vapnick, em Londres, foi um editor e cantor musical
britânico e, juntamente com seu filho Stephen, fundou o selo e os
estúdios de gravação DJM, bem como (com Brian Epstein) a editora
dos Beatles, Northern Songs).
Single
e mais mudanças
Leslie
Conn rapidamente começou a promover Bowie. O single de
estreia do cantor, “Liza Jane”, creditado a Davie Jones e ao King
Bees, não teve sucesso comercial.
Insatisfeitos
com o King Bees e seu repertório que incluíam covers de clássicos
do blues de Howlin’ Wolf e Willie Dixon, Bowie desistiu da
banda para menos de um mês depois se juntar ao Manish Boys, outro
conjunto de blues, mas que incorporava elementos de folk e soul - “Eu
sonhava em ser seu Mick Jagger”, Bowie recordava.
Seu
cover para “I Pity the Fool”, de Bobby Bland, não obteve
mais sucesso que “Liza Jane”, e Bowie logo se juntou ao Lower
Third, um trio de blues fortemente influenciado pelo The Who.
O single “You've Got a Habit of Leaving” não teve desempenho
melhor, sinalizando o fim do contrato com Leslie Conn.
Brevemente,
Bowie se manteve com o Lower Third. Seu novo manager, Ralph
Horton, o qual mais tarde seria importante em sua transição para artista
solo, logo testemunhou a mudança de Bowie para outro grupo, o
Buzz, o qual propiciou o quinto lançamento sem sucesso do cantor,
“Do Anything You Say”.
Mesmo
com o Buzz, Bowie também se juntou ao Riot Squad;
cujas gravações incluíam uma canção de David e material
cover do Velvet Underground, mas não foram lançadas. Ken
Pitt, apresentado por Horton, assumiu o cargo de manager de Bowie.
Mudança
de nome artístico e primeiro álbum
Insatisfeito
com seu nome artístico como Davy (e Davie) Jones, que em meados da
década de 1960 foi confundido com Davy Jones, dos Monkees,
Bowie se renomeou inspirado no pioneiro americano do século XIX
James Bowie. (Nota do Blog: James ‘Jim’ Bowie foi um
pioneiro americano do século XIX, que desempenhou um papel
proeminente na Revolução do Texas, culminando em sua morte na
Batalha do Álamo. Suas histórias como um lutador e homem da
fronteira, tanto reais quanto fictícias, fizeram dele uma figura
lendária na história do Texas e um herói popular da cultura
americana).
David Bowie, em 1970 |
Seu
single como artista solo, lançado em abril de 1967, “The Laughing
Gnome”, não repercutiu em termos de paradas de sucesso. Apenas
seis semanas depois, houve o lançamento de seu álbum de estreia,
David Bowie, uma mistura de pop, psicodelia e music hall, mas
que encontrou o mesmo destino. Foi seu último lançamento por cerca
dois anos.
Space
Oddity
Bowie
conheceu a dançarina Lindsay Kemp, em 1967, e se matriculou em sua
aula de dança, no London Dance Center. Ele comentou, em 1972, que a
reunião com Kemp aconteceu quando seu interesse pela imagem
“realmente floresceu”.
“Over
the Wall We Go” tornou-se um single, em 1967, entrando para a
disputa do Oscar; outra composição de Bowie, “Silly Boy
Blue”, foi lançada por Billy Fury no ano seguinte.
Em
janeiro de 1968, Kemp coreografou uma cena de dança para uma peça
da BBC, The Pistol Shot, na série Theatre 625, e usou Bowie
com uma dançarina, Hermione Farthingale; o casal começou a namorar
e se mudou para um apartamento em Londres.
Ao
tocar guitarra acústica, Farthingale formou um grupo com Bowie
e o guitarrista John Hutchinson; entre setembro de 1968 e início de
1969, o trio fez um pequeno número de concertos que combinavam folk,
merseybeat, poesia e mímica.
Bowie
e Farthingale romperam no início de 1969, quando ela foi para a
Noruega para participar de um filme, Song of Norway; isso o
afetou e várias canções, como “Letter to Hermione” e “Life
on Mars?” fazem referência a ela. Para o vídeo que acompanha
“Where Are We Now?”, ele usou uma camiseta com as palavras “m/s
Song of Norway”. Eles ficaram juntos pela última vez em janeiro de
1969, na filmagem de Love You till Tuesday, um filme de 30
minutos que não foi lançado até 1984.
Após
a ruptura com Farthingale, Bowie se mudou, com Mary Finnigan, como
seu inquilino. Durante este período, ele apareceu em um comercial
dos sorvetes Lyons Maid e foi rejeitado para outro do Kit Kat.
Entre
fevereiro e março de 1969, ele realizou uma breve turnê com a dupla
de Marc Bolan, Tyrannosaurus Rex, realizando um ato de mímica.
Em 11 de julho de 1969, “Space Oddity” foi lançado, cinco dias
antes do lançamento da Apollo 11 e alcançou o Top 5 no Reino
Unido.
Continuando
com a divergência entre rock and roll e blues, iniciados por seu
trabalho com Farthingale, Bowie juntou forças com Finnigan,
Christina Ostrom e Barrie Jackson para se apresentar em um clube
popular nas noites de domingo, no pub Three Tuns, em Beckenham High
Street.
O
popular movimento Arts Lab, o qual influenciou Bowie,
organizou um festival gratuito, em um parque local, e tornou-se o
tema de sua música “Memory of a Free Festival”.
O
segundo álbum de Bowie saiu em novembro; originalmente
emitido no Reino Unido com o nome David Bowie, causando alguma
confusão com seu antecessor de mesmo nome, e o lançamento nos EUA
foi intitulado, inicialmente, Man of Words/Man of Music.
O
disco foi reeditado, internacionalmente, em 1972, pela RCA Records,
com o nome de Space Oddity. Apresentando letras filosóficas
pós-hippie sobre paz, amor e moralidade, tinha uma sonoridade
apostando em um rock acústico popular, ocasionalmente fortificado
pelo Hard Rock, e o álbum não foi um sucesso comercial no momento
de seu lançamento.
Já
em 1972, atingiria a 17ª posição da principal parada britânica. A
faixa “Space Oddity” se tornaria um clássico da carreira do
músico.
Bowie
conheceu Angela Barnett, em abril de 1969. Eles se casaram dentro de
um ano. Seu impacto sobre ele foi imediato e seu envolvimento em sua
carreira de longo alcance, deixando o manager de Bowie, Ken
Pitt, com influência limitada – e que ele acharia frustrante.
Tendo
se estabelecido como um artista solo em Space Oddity, Bowie
começou a sentir falta de uma banda em tempo integral, para shows e
gravações - pessoas com as quais ele poderia se relacionar
pessoalmente.
Uma
banda foi devidamente reunida: John Cambridge, um baterista que Bowie
conheceu no Arts Lab, juntou-se a Tony Visconti no baixo e Mick
Ronson na guitarra. Conhecido como the Hype, os colegas
de grupo criaram personagens para si próprios e usaram trajes
elaborados, que prefiguravam o estilo glam dos Spiders
from Mars.
Depois
de um desastroso show de abertura. no London Roundhouse, eles
voltaram a uma configuração apresentando Bowie como artista
solo.
O
trabalho inicial, no estúdio, foi prejudicado por um acalorado
desacordo entre Bowie e Cambridge, por conta do estilo de
bateria do último. Tudo veio à tona quando um furioso Bowie
acusou o baterista de distúrbio, exclamando: “Você está fodendo
meu álbum”.
Bowie com Mick Ronson |
Cambridge
saiu sumariamente e foi substituído por Mick Woodmansey. Pouco tempo
depois, o cantor demitiu seu manager e o substituiu por Tony Defries.
Isso resultou em anos de litígio que se concluíram com Bowie
tendo que pagar uma compensação a Pitt.
The
Man Who Sold the World
Então,
se deu o tempo de preparar seu terceiro disco de estúdio, o que se
tornaria The Man Who Sold the World.
O
álbum foi composto e ensaiado na casa de David Bowie em
Haddon Hall, Beckenham, uma mansão eduardiana convertida em um bloco
de apartamentos a qual foi descrita, por um visitante, como tendo um
ambiente ‘como a sala de estar de Dracula’.
Como
Bowie estava preocupado com sua nova esposa na época, Angie,
as músicas foram organizadas, em grande parte, pelo guitarrista Mick
Ronson e pelo baixista/produtor Tony Visconti.
Embora
Bowie seja oficialmente creditado como compositor de toda a
música no álbum, o biógrafo Peter Doggett citou Visconti afirmando
que “as músicas foram escritas por todos nós (quatro). Nós
ficamos no porão, e Bowie simplesmente dizia se gostava ou
não”.
Na
narrativa de Doggett, “A banda (às vezes com guitarra contributiva
de Bowie, às vezes não) gravava uma faixa instrumental, que
poderia ou não se basear em uma idéia original de Bowie.
Então, no último momento possível, Bowie, relutantemente, desceu
do sofá em que ele estava se debruçando com sua esposa e lançou um
conjunto de letras”.
Apesar
do aborrecimento com a fixação de Bowie na vida conjugal,
durante a gravação de The Man Who Sold World, Visconti ainda
o avaliou como o melhor trabalho com Bowie até Scary
Monsters (And Super Creeps), de 1980.
O
próprio Bowie comentou, em uma entrevista de 1998, dizendo
que “eu realmente me opus à impressão de que não escrevi as
músicas em The Man Who Sold the World. Você só precisa
verificar as mudanças de acordes. Ninguém escreve mudanças de
acordes como aquelas”.
“The
Width of a Circle” e “The Supermen”, por exemplo, já existiam
antes das sessões terem começado. Ralph Mace tocou um sintetizador
modular Moog, emprestado por George Harrison; Mace era
um pianista de concertos, de 40 anos, e também era chefe do
departamento de música clássica da Mercury Records.
Composição
Muito
de The Man Who Sold the World possui uma abordagem Heavy
Metal, que o distingue de outros lançamentos de Bowie e
foi comparado a atos contemporâneos como Led Zeppelin e Black Sabbath.
O
disco também proporcionou alguns desvios musicais incomuns, como o
uso de ritmos latinos para manter a melodia na faixa-título.
O
peso sonoro do álbum foi combinado com a temática, que inclui
insanidade (“All the Madmen”), assassinos e comentários sobre a
Guerra do Vietnã (“Running Gun Blues”), um computador onisciente
(“Saviour Machine”), e, em “The Width of a Circle”, um
encontro sexual - com Deus, o Diabo ou algum outro ser sobrenatural,
de acordo com diferentes interpretações - nas profundezas do
inferno.
O
trabalho também foi visto como refletindo a influência de figuras
como Aleister Crowley, Franz Kafka e Friedrich Nietzsche.
Capa
A
versão original norte-americana de The Man Who Sold the World,
de 1970, usou um desenho semelhante ao de uma obra do amigo de Bowie,
Michael J. Weller, com um cowboy na frente do asilo mental de
Cane Hill. Weller, cujo amigo era um paciente lá, sugeriu a ideia
depois que Bowie pediu que ele criasse um projeto que
capturasse o tom de pressentimento da música.
Com
base em estilos de arte pop, Weller retratou um bloco de entrada
principal triste para o hospital com uma torre de relógio
danificada. Para o primeiro plano do projeto, ele usou uma fotografia
de John Wayne (para desenhar uma figura de cowboy vestindo um
chapéu de dez galões e um rifle), e que foi uma alusão à música
“Running Gun Blues”. (Nota do Blog: John Wayne, nome
artístico de Marion Robert Morrison, foi um premiado ator dos
Estados Unidos).
Bowie
sugeriu a Weller que incorporasse a assinatura da ‘cabeça
explosiva’ no chapéu do vaqueiro, uma característica que ele
usara anteriormente em seus pôsteres enquanto fez parte do Arts Lab.
Ele
também adicionou um balão de discurso vazio, para a figura do
vaqueiro, que pretendia ter a mensagem “enrolar as mangas e nos
mostrar seus braços” (em inglês: roll up your sleeves and show
us your arms) - um trocadilho para jogadores, armas e uso de drogas -
mas a Mercury Records a vetou e o balão foi deixado em branco.
De
acordo com o biógrafo de Bowie, Nicholas Pegg, “neste
momento, a intenção de David era nomear o álbum de
Metrobolist, uma brincadeira com Metropolis, de Fritz Lang: o
título permanecera nas caixas das fitas mesmo depois que a Mercury
havia lançado o LP, na América, como The
Man Who Sold the
World. (Nota do Blog: Metropolis é um filme
expressionista alemão, de 1927, com temática de ficção científica
e dirigido por Fritz Lang).
A capa original de The Man Who Sold the World |
Bowie
ficou entusiasmado com o projeto acabado, mas logo reconsiderou a
ideia e foi ao departamento de arte da Philips Records, uma
subsidiária da Mercury, recrutando o fotógrafo Keith MacMillan para
fazer uma capa alternativa.
Uma
foto foi tirada em um ‘ambiente doméstico’, da sala de estar do
Haddon Hall, onde Bowie reclinou-se em uma espreguiçadeira em
um ‘vestido de homem’, de cetim, nas cores creme e azul, uma
clara indicação inicial de seu interesse em explorar sua aparência
andrógina. O vestido foi projetado pelo estilista britânico Michael
Fish.
Nos
Estados Unidos, a gravadora Mercury rejeitou a foto de MacMillan e
lançou o álbum com o design de Weller como capa, para o desagrado
de Bowie, embora ele tenha pressionado o selo para usar a foto
no lançamento do disco no Reino Unido.
Em
1972, David afirmou que o design de Weller era ‘horrível’,
mas o reapreciou em 1999, dizendo que “na verdade, acho que a capa
dos desenhos animados era realmente legal”.
Ao
promover The Man Who Sold the World, nos EUA, Bowie
vestiu o vestido de Fish, em fevereiro de 1971, em sua primeira turnê
promocional e durante entrevistas, apesar do fato dos americanos não
terem conhecimento da nova capa, ainda não liberada no Reino Unido.
A
versão alemã, de 1971, apresentou a capa com uma criatura alada.
Híbrida, com a cabeça de Bowie e uma mão saindo do corpo,
preparando-se para afastar a Terra.
A
reedição do álbum, de 1972, lançada em todo o mundo pela RCA
Records, usou uma imagem em preto e branco de Ziggy Stardust
(personagem que Bowie criaria depois) na capa. Esta imagem
permaneceu como a arte de capa, em reedições, até 1990, quando o
relançamento pelo selo Rykodisc reintegrou a capa britânica do
‘vestido’.
Vamos
às faixas:
THE
WIDTH OF A CIRCLE
O álbum abre com uma bela canção, "The Width of a Circle", a qual permite a junção de melodias suaves e belas com uma dose considerável de peso, alternando agressividade com passagens mais intimistas. O trabalho do baixista Tony Visconti é excelente, bem como o do guitarrista Mick Ronson. Faixa incrível!
A
letra refere-se a um encontro sexual com um deus/demônio nos confins
do inferno:
His
nebulous body swayed above
His
tongue swollen with devil's love
The
snake and I, a venom high
I
said "Do it again, do it again"
(Turn
around, go back!)
“The
Width of a Circle” foi composta, por Bowie, em 1969 e já
havia aparecido em diversos shows antes mesmo do lançamento de The
Man Who Sold the World.
Ela
está presente em diversos lançamentos ao vivo do cantor, muitas
vezes em versões estendidas, como nas presentes em Live Santa
Monica '72, de 1972; e em Ziggy Stardust – The Motion
Picture, de 1983, por exemplo.
ALL
THE MADMEN
A bela "All the Madmen" se inicia de modo suave, com um toque leve e uma interpretação mais contida de Bowie. Mas, logo na sequência, a música vai ganhando peso e a guitarra de Mick Ronson assume o protagonismo. Louvável a atuação do baterista Mick Woodmansey. Trata-se de um Hard Rock com pequenos toques Progressivos, como o Moog bem evidente. Outra baita canção!
A
letra remete à insanidade:
Here
I stand, foot in hand, talking to my wall
I'm
not quite right at all
Don't
set me free, I'm as helpless as can be
My
libido's split on me
Gimme
some good 'ole lobotomy
Bowie
afirmou que a música foi escrita para e sobre seu meio-irmão,
Terry, um esquizofrênico e interno da instituição mental de Cane
Hill até seu suicídio, em 1985.
As
letras incluem referências à lobotomia, ao tranquilizante Librium
e a EST, ou terapia de eletrochoque, um tratamento controverso para
alguns tipos de depressão profunda e doenças mentais.
“All
the Madmen” foi lançada, pela Mercury Records, sob a forma editada
como um single promocional (com a mesma música em ambos os lados),
nos Estados Unidos, em dezembro de 1970, antes mesmo da turnê
promocional de Bowie, por lá, no início de 1971.
Em
junho de 1973, a RCA Records, a qual reeditou o álbum original da
música no ano anterior, emitiu “All the Madmen” como single, na
Europa Oriental, apoiado por “Soul Love”, esta presente no
clássico The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the
Spiders from Mars.
Bowie
tocou a música, ao vivo, na turnê de Glass Spider, de 1987,
embora não tenha sido incluída no lançamento do vídeo com estes
shows até a Special Edition, em DVD, em 2007 (no qual foi lançada
apenas como uma faixa de áudio).
Juntamente
a “After All”, do mesmo álbum, “All the Madmen” foi citada
como uma influência significativa em bandas como Siouxsie and the
Banshees, The Cure e Nine Inch Nails.
Em
2015, a edição do single promocional da música foi oficialmente
lançado pela primeira vez, em Re: Call 1, parte da compilação
Five Years (1969-1973).
Entre
as versões covers mais conhecidas estão as de Alien Sex Friend,
Jeannie Lewis e Max Lorentz.
BLACK
COUNTRY ROCK
Embora as guitarras continuem afiadas, o clássico "Black Country Rock" é um pouco menos densa que as composições que a precedem. Um rock com DNA setentista, guitarra proeminente, pegada Glam, ou seja, certo peso, muita melodia e uma dose inconteste de balanço. Genial!
A
letra possui uma visão otimista:
Some
say the view is crazy
But
you may adopt another point of view
So
if it's much too hazy
You
can leave my friend and me with fond adieu
“Black
Country Rock” é normalmente descrita como um “respiro” ao
peso, musical e temático, do restante do álbum. Seu estilo foi
comparado ao da banda Tyrannosaurus Rex, de Marc Bolan, até o
vibrato imitativo de Bowie no verso final.
“Black
Country Rock” aparece como lado B do single “Holy Holy”, de
1971, e do single português de “Life on Mars?”, de 1973.
Entre
as versões covers mais famosas está a da banda punk Big Drill
Car.
AFTER
ALL
"After All" possui um ar mais sombrio e uma perspectiva mais escurecida. Os vocais mais contidos de Bowie são perfeitos para a abordagem instrumental proposta, também pouco expansiva e mais sóbria. A atmosfera mais enigmática é inquietante.
A
letra revela um pensamento determinista sobre a humanidade:
We're
painting our faces
And
dressing in thoughts from the skies
From
paradise
But
they think that we're holding a secretive ball
Won't
someone invite them
They're
just taller children, that's all, after all
Como
muito de The Man Who Sold the World, as letras de “After All” são
imbuídas de filosofia de Nietzschian Übermensch (“O homem é um
obstáculo, triste como o palhaço”).
O
verso “Viver até o seu renascimento e fazer o que quiser” é
frequentemente citada como homenagem ao ocultista Aleister Crowley e
seu ditum: “Faça o que quiser”.
O
estilo foi inspirado pela ‘ligeiramente sinistra, melancolia
medida’ de músicas que Bowie recordava desde sua infância, como
“Inchworm”, de Danny Kaye.
Tal
como acontece com “All the Madmen”, a atmosfera gótica de “After
All” foi citada como uma influência significativa em bandas como
Siouxsie and the Banshees, The Cure e Bauhaus.
Entre
versões covers famosas estão a de Tori Amos e Billie Ray
Martin.
RUNNING
GUN BLUES
Em "Running Gun Blues", Bowie apresenta uma proposta sonora mais convencional, contando com um Hard/Blues Rock calcado no baixo onipresente de Tony Visconti e na guitarra dominante de Mick Ronson. O resultado é contagiante.
A
letra tem uma mensagem de dor e guerra:
It
seems the peacefuls stopped the war
Left
generals squashed and stifled
But
I'll slip out again tonight
Cause
they haven't taken back my rifle
For
I promote oblivion
And
I'll plug a few civilians
SAVIOUR
MACHINE
Com a seção rítmica bastante presente e oferecendo um peso extra, "Saviour Machine" possui uma abordagem Heavy/Hard bem acentuada. Os vocais de Bowie são ótimos e o Moog também aparece com destaque. Ótima música.
A
letra possui uma crítica à fé:
Don't
let me stay, don't let me stay
My
logic says burn so send me away
Your
minds are too green, I despise all I've seen
You
can't stake your lives on a Saviour Machine
SHE
SHOOK ME COLD
O peso de "She Shook Me Cold" assombra ouvintes mais desavisados, com a canção remetendo a bandas "Proto Metal", como o Blue Cheer, por exemplo. O trabalho das guitarras é impressionante e a seção rítmica enfurecida dá uma agressividade extra à composição.
A
letra tem teor sexual:
I
was very smart
Broke
the gentle hearts
Of
many young virgins
I
was quick on the ball
Left
them so lonely
They'd
just give up trying
O
título prévio da faixa era ‘Suck’.
“She
Shook Me Cold” possui um nome com semelhança à música de Muddy
Waters, “You Shook Me”, a qual foi gravada por Jeff Beck
para o então recente álbum Truth.
As
letras são sobre um encontro heterossexual com referências a sexo
oral. Versões covers foram feitas por bandas como Skin Yard e
Pain Teens.
THE
MAN WHO SOLD THE WORLD
Só o riff espetacular de "The Man Who Sold the World" já valeria todo o disco, mas a clássica composição de Bowie é muito mais que isso. A atuação brilhante de David nos vocais e de Visconti no baixo são incríveis. Enfim, palavras são desnecessárias. Clássico genial!
A
letra pode ser interpretada como existencialista:
I
laughed and shook his hand
And
made my way back home
I
searched for form and land
For
years and years I roamed
I
gazed a gazeless stare
At
all the millions here
We
must have died alone
A
long long time ago
“The
Man Who Sold the World” é um clássico da carreira de David Bowie.
A
persona na música tem um encontro com um tipo de doppelgänger,
como sugerido no segundo refrão onde “Eu nunca perdi o controle”
é substituído por “Nós nunca perdemos o controle”. Além
disso, o episódio é inexplicável, como escreveu James E. Perone:
“Bowie
encontra o personagem do título, mas não está claro exatamente o
que a frase significa, ou exatamente quem é esse homem... O
principal que a música faz é pintar - por mais elucidamente que
seja - o personagem do título como outro exemplo dos marginalizados
da sociedade, que povoam o álbum”.
Em
comum com uma série de outras faixas do disco, os temas da música
foram comparados às obras de fantasia e horror de H. P. Lovecraft.
As
letras também são citadas como refletindo as preocupações de
Bowie com personalidades fragmentadas ou múltiplas, e
acredita-se que tenham sido parcialmente inspiradas pelo poema
“Antigonish”, de William Hughes Mearns.
Entre
as versões mais famosas estão a que o Nirvana fez para o seu
aclamado show acústico.
THE
SUPERMEN
A nona - e última - faixa de The Man Who Sold the World é "The Supermen". Na derradeira canção do disco, Bowie opta por uma abordagem mais tradicional presente no trabalho, ou seja, um Rock/Hard dominado pela guitarra de Mick Ronson. Bons vocais, seção rítmica inspirada e a guitarra afiada perfazem uma grande música!
A
letra critica falsos deuses:
Far
out in the red-skies
Far
out from the sad eyes
Strange,
mad celebration
So
softly a supergod cries
A
música foi citada como refletindo a influência do romantismo
alemão, seu tema e letras referentes às visões apocalípticas de
Friedrich Nietzsche.
Bowie
disse mais tarde: “Eu ainda estava passando pela coisa quando eu
estava fingindo que eu entendi Nietzsche... E eu tentei traduzi-lo em
meus próprios termos para entender isso", então Supermen “saiu
disso”.
Críticos
também viram a influência das histórias de HP Lovecraft em “deuses
idosos dormentes”.
De
acordo com o próprio Bowie, Jimmy Page lhe deu o riff de
guitarra quando este foi guitarrista de estúdio da banda Shel
Talmy, em meados da década de 1960, e tocou em um dos primeiros
lançamentos de Bowie, “I Pity the Fool”.
O
riff foi usado, mais tarde, em outra música de Bowie, “Dead
Man Walking”, do álbum Earthling, em 1997.
Uma
versão alternativa da música foi gravada em 12 de novembro de 1971,
durante as sessões para The Rise and Fall of Ziggy Stardust and
the Spiders from Mars. Ela apareceu, pela primeira vez, no álbum
Revelations - A Musical Anthology for Glastonbury
Fayre, em julho de 1972, compilado pelos organizadores do
Glastonbury Festival, no qual Bowie tocou em 1971.
Mais
tarde, ela foi lançada como uma faixa bônus, no CD e fita cassete, na reedição de Hunky Dory, em 1990, e novamente no disco
bônus Ziggy Stardust - 30th Anniversary Reissue, em
2002.
Versões
covers incluem nomes como Aquaserge e Death Grips.
Considerações
Finais
The
Man Who Sold the World tinha excelentes canções e manteve a
carreira de David Bowie em uma curva ascendente.
The
Man Who Sold the World geralmente foi mais bem-sucedido,
comercial e criticamente, nos EUA que no Reino Unido, quando foi
lançado pela primeira vez.
As
publicações musicais Melody Maker e NME
classificaram-no como “surpreendentemente excelente” e “bastante
histérico”, respectivamente. John Mendelsohn, da Rolling Stone,
chamou o álbum de “uniformemente excelente” e comentou que o
“uso do eco, o phasing e outras técnicas na voz de Bowie, (...)
serviram para reforçar a irritação das palavras e da música de
Bowie”, que John interpretou como “imagens oblíquas e
fragmentadas que são quase impenetráveis separadamente, mas que
transmitem com eficácia um sentido irônico e amargo do mundo quando
considerado em conjunto”.
As
vendas não foram altas o suficiente para abalarem as paradas de
sucesso em qualquer país, na época, no entanto, o álbum atingiu a
ótima 24ª posição da principal parada britânica, enquanto
alcançou apenas a modesta 105ª colocação de sua correspondente
norte-americana, mas, ambas, apenas após o seu relançamento, em 25
de novembro de 1972, na sequência do avanço comercial de The
Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars.
The
Man Who Sold the World já foi citado como inspirador do rock
gótico, da onda sombria e elementos de ficção científica no
trabalho de artistas como Siouxsie and the Banshees, The
Cure, Gary Numan, John Foxx e Nine Inch Nails.
Em
seu diário, Kurt Cobain, do Nirvana, listou-o no 45º lugar
de seus 50 álbuns favoritos. Em 1993, o Nirvana tocou sua
faixa-título para seu MTV Unplugged, televisionado de Nova
York. Alega-se, inclusive, que o glam rock tenha
começado com o lançamento deste disco, embora isso esteja longe da
unanimidade.
Em
uma revisão retrospectiva para o site AllMusic,
o editor sênior, Stephen Thomas Erlewine, cita The Man Who Sold
the World como “o início do período clássico de David
Bowie” e elogiou sua “guitarra forte e pesada, que parece
simples na superfície, mas aparece mais nodosa a cada audição”.
Erlewine
deu uma nota 4,5 de um máximo de 5, vendo a música e os “contos
futuristas paranoicos” de Bowie, como “bizarros”, acrescentando
que “Musicalmente, não há muita inovação... é quase todo o
hard/blues rock ou o folk rock psicodélico - mas há um limite
inquietante para o desempenho da banda, que faz do álbum um dos
melhores de Bowie”.
Em
uma revisão após a reedição do álbum, a revista Q o
considerou “um caso robusto e sexualmente carregado”, enquanto a
Mojo o descreveu como “um conjunto robusto que gira com uma
desorientação vertiginosa... O arsenal de Bowie estava sendo
montado apressadamente, embora nunca fosse implementado com um novo e
emocionante abandono novamente”.
Para
promover o disco nos EUA, a Mercury Records financiou uma turnê de
publicidade de costa a costa, por todo o país, através da qual
Bowie, entre janeiro e fevereiro de 1971, foi entrevistado por
estações de rádio e mídia.
Em
dezembro de 1971, David Bowie lançaria seu quarto álbum de
estúdio, o excelente Hunky Dory.
Formação:
David
Bowie – Vocal, Guitarras, Stylophone, Órgão, Saxofone
Mick
Ronson – Guitarras, Backing Vocals
Tony
Visconti – Baixo, Piano, Violão, Flauta, Backing Vocals
Mick
Woodmansey – Bateria, Percussão
Ralph
Mace - Sintetizador Modular Moog
Faixas:
01.
The Width of a Circle (Bowie) - 8:05
02.
All the Madmen (Bowie) -5:38
03.
Black Country Rock (Bowie) - 3:32
04.
After All (Bowie) - 3:52
05.
Running Gun Blues (Bowie) - 3:11
06.
Saviour Machine (Bowie) - 4:25
07.
She Shook Me Cold (Bowie) - 4:13
08.
The Man Who Sold the World (Bowie) - 3:55
09.
The Supermen (Bowie) - 3:38
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/david-bowie/
Finalmente o RAC se rende e coloca em suas páginas um dos artistas mais incríveis do século XX e alguém para o qual a palavra gênio definitivamente não é exagero: David Bowie.
Bowie teve uma carreira longa e prolífica, variando e experimentando várias vertentes musicais, quase sempre com a mesma competência e genialidade, seja em sua consagrada carreira-solo quanto em suas parcerias e participações com outros artistas. Conhecer a obra de David Bowie é uma obrigação para os amantes da boa música.
Evidentemente, como o nome de nosso humilde Blog sugere, a preferência por aqui é por seus primeiros trabalhos, mais voltados para o Rock, embora, ressalte-se mais uma vez, sugere-se que o leitor procure toda a carreira do saudoso músico.
Em The Man Who Sold the World, David Bowie faz um disco de Rock, mas com um pé fincado no Hard Rock. Além disto, os ouvintes mais atentos percebem sua genialidade ao encontrarem passagens Folk, Prog, Glam por todo o disco.
E o disco só é formidável pelo fato de Bowie ser acompanhado por uma banda formidável. Mick Ronson faz um ótimo trabalho na guitarra, Mick Woodmansey está muito bem na bateria e o baixo de Tony Visconti é um dos maiores destaques para o Blog.
David Bowie possui uma voz única e sua capacidade de interpretação é uma faceta de seu talento incrível. O álbum é uma amostra, fidedigna, da capacidade de David como compositor e letrista, pois sempre há detalhes para se ler, ouvir e, sobretudo, refletir e contemplar.
The Man Who Sold the World é um disco cuja audição flui de modo orgânico e suave. Aqui não há música desnecessária e nem de enchimento.
"The Width of a Circle" possui uma pegada Hard e Bluesy fascinante, além de flertar com o Folk de modo encantador. "Black Country Rock" é um clássico contagiante e a intensidade de "Saviour Machine" e seu fabuloso riff impressionam.
Mas as (mais) preferidas do RAC são a fabulosa faixa-título e a excessivamente subestimada "She Shook Me Cold".
Enfim, finalmente o RAC fez justiça a um dos maiores nomes da música em todos os tempos, o genial David Bowie. The Man Who Sold the World é uma pequena amostra de sua genialidade e, ainda assim, um álbum essencial para fãs, não apenas do Rock, mas da boa música em geral. Disco mais que recomendado!
Dos quatro álbuns lançados por Bowie antes do estrelato com "Ziggy Stardust", este é o melhor, na minha opinião. "Width of a Circle" e "The Man Who Sold the World" são aquelas músicas que te pegam já de cara, mas tem muitas coisas boas no disco, como "All the Madmen", "The Supermen" e "She Shook me Cold". É interessante que a presença de Mick Ronson neste álbum conferiu mais peso às músicas, o que não ocorreria em "Hunky Dory".
ResponderExcluirMais recentemente, dois lançamentos jogam um pouco mais de luz sobre esse período da carreira do Bowie, "Metrobolist" - que não muda tanto assim em relação a "The Man..." e "The WIdth of a Circle", com singles, sessões da BBC, versões alternativas - este é altamente recomendável!
Nó, faz tempo que não ouço este disco, certamente não o fiz após minha doença... vou procurar este "The WIdth of a Circle" para saber do que se trata. Valeu, amigo!
ExcluirÉ um bom lançamento, com boa qualidade sonora, livreto informativo e várias fotos interessantes. Nem todo o material é inédito, mas as sessões de rádio são muito boas. É como "Conversation Piece", mas restrito a dois CDs
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