Spirit
é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome,
obviamente, o Spirit. Seu lançamento oficial aconteceu em 22 de
janeiro de 1968, através do selo Ode Records. As gravações
ocorreram entre 31 de agosto e 17 de novembro de 1967 e aprodução
ficou sob responsabilidade de Lou Adler.
Mais
uma estreia acontece aqui no RAC: a ótima banda norte-americana
Spirit dá às caras por aqui pela primeira vez. Conforme os
leitores estão acostumados, vai-se fazer um apanhado sobre os
primórdios do grupo antes de se visitar o conteúdo do álbum
propriamente dito.
Randy California
Randy
Craig Wolfe, ou Randy California, nasceu em 20 de fevereiro de 1951.
Califórnia
nasceu em uma família de origem judia, em Los Angeles, e passou seus
primeiros anos estudando estilos musicais variados em um clube
popular de Los Angeles, o Ash Grove. Seu tio, Ed Pearl, era o
fundador do Ash Grove. (Nota do Blog: O Ash Grove foi um clube
de música folk localizado no número 8162 da Melrose Avenue, em Los
Angeles, sendo fundado, em 1958, por Ed Pearl e batizado por
inspiração na música folk galesa, “The Ash Grove”. O clube era
um lugar de interação entre lendas do folk e do blues, como
Mississippi John Hurt, Son House, Earl Hooker e
Muddy Waters, além de ser um espaço para novas estrelas como
Joan Baez e Johnny Cash, por exemplo).
California
tinha 15 anos quando sua mãe, Bernice Pearl, e seu novo padrasto, Ed
Cassidy, mudaram-se para a cidade de Nova York, em 1966, pois Cassidy
tinha vários shows de jazz marcados. Foi lá, em um local chamado
Manny’s Guitars, que Randy conheceu Jimi Hendrix.
Randy
tocou na banda de Hendrix, Jimmy James and the Blue
Flames, no verão norte-americano daquele ano.
California,
Cassidy e Pearl moravam em um prédio de apartamentos, em Forest
Hills (no Queens), chamado Balfour, cujos outros residentes incluíam
o futuro cofundador do Steely Dan, Walter Becker, que cita o
estilo de guitarra, influenciado pelo blues, de California, como uma
influência em sua forma de tocar.
O
nome artístico ‘Randy California’ lhe foi concedido por Hendrix,
para distingui-lo de outro Randy da banda, Randy Palmer, a quem
Hendrix apelidou de ‘Randy Texas’.
Quando
Hendrix e California foram convidados a irem para a Inglaterra, por
Chas Chandler - ex baixista da banda The Animals - que se
tornaria o manager e produtor de Hendrix - os pais de Randy
recusaram-se a permitir que ele fosse, insistindo para que o rapaz de
15 anos permanecesse e terminasse seus estudos.
Randy California |
Jay
Ferguson
John
Arden Ferguson, ou Jay Ferguson, nasceu em 10 de maio de 1947.
Ferguson
nasceu em Burbank, na Califórnia, no Vale de San Fernando. Ele
cresceu nas regiões de Van Nuys e Canoga Park, em Los Angeles.
Aos
12 anos, os pais de Ferguson o incentivaram com suas habilidades
musicais, com lições de piano clássico. Quando tinha 16 anos, o
interesse de Ferguson se voltou para o banjo.
Junto
com seu irmão Tom, violinista, ele formou um grupo de bluegrass
chamado The Oat Hill Stump Straddlers, o qual incuía Michael
Fondiler e Steve Fondiler. Ferguson também era membro das bandas
locais, de garagem, como a Western Union e a The Red Roosters. (Nota
do Blog: o Bluegrass é uma forma de música popular e
tradicional norte-americana, com raízes na música tradicional das
montanhas Apalaches. Este é um dos gêneros musicais característicos
do sul dos Estados Unidos. Utiliza-se, principalmente, de
instrumentos acústicos como banjo, guitarra acústica, violão,
baixo acústico, dobro e violino).
Jay
também trabalhava em empregos de meia jornada, em diferentes
posições, como porteiro do teatro e assistente de arquiteto, com
seu pai, John Ferguson, além de dar aulas de piano em uma loja de
música. Também estudou na renomada universidade UCLA, após
finalizar o ensino médio.
Jay Ferguson |
Mark
Andes
Mark
Andes nasceu em 19 de fevereiro de 1948.
Andes
nasceu na cidade da Philadelphia, mas cresceu em Los Angeles, sendo
um dos dois filhos do ator Keith Andes. Enquanto adolescente, ele foi
um dos primeiros membros do grupo Canned Heat, mas saiu antes
que a banda fosse contratada por uma gravadora para gravar um álbum.
Ed
Cassidy
Edward
Claude Cassidy nasceu em 4 de maio de 1923, em Harvey, uma área
rural próxima a Chicago, nos Estados Unidos.
A
família de Cassidy mudou-se para Bakersfield, na Califórnia, em
1931. Ed começou sua carreira como músico profissional em 1937.
Ele
serviu na Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial
e, após a alta, trabalhou em diferentes empregos antes de se tornar
um músico em tempo integral novamente.
Ao
mesmo tempo, no final da década de 1940, Cassidy fez 282
apresentações musicais consecutivas, em 17 estados norte-americanos
diferentes.
Ele
trabalhou em bandas de shows, Dixieland, grupos de country e western,
e em trilhas sonoras de filmes, além de ter uma breve passagem com a
San Francisco Opera. (Nota do Blog: O dixieland é um
subgênero de jazz criado em 1910, em Nova Orleans. O dixieland ou
jazz tradicional foi o último estilo que surgiu da mistura da música
africana e europeia depois de 1900).
Em
1950, Cassidy se matriculou na faculdade, para obter uma credencial
de ensino musical. No entanto, após um ano, ele decidiu se mudar
para o sul da Califórnia com o objetivo de conhecer mais músicos de
jazz e, talvez, formar um grupo próprio.
Durante
este período, Cassidy tocou com muitos de alguns dos principais
músicos de jazz da época, incluindo Art Pepper, Julian
Cannonball Adderley, Roland Kirk, Lee Konitz e
Gerry Mulligan.
Com
Taj Mahal e Ry Cooder, Cassidy formou o grupo Rising Sons, em
1964.
Enfim,
o Spirit
Depois
do Rising Sons, Ed Cassidy decidiu formar um novo grupo, o qual foi
batizado de the Red Roosters.
O
Red Roosters, além de Cassidy na bateria, contava com o vocalista
Jay Ferguson, o baixista Mark Andes e um jovem guitarrista, Randy
California, enteado de Ed.
Com
a adição do tecladista John Locke, a banda passou a se chamar
Spirits Rebellious, (em português, Espíritos Rebeldes)
por causa do livro escrito pelo autor Kahlil Gibran.
Mas,
logo depois, o nome do conjunto foi reduzido para apenas Spirit.
Cassidy
era reconhecível por sua cabeça raspada (daí seu apelido, ‘Mr.
Skin’, mais tarde o título de uma música do Spirit) e seu
gosto por usar preto. Nascido em 1923, ele era cerca de vinte anos
mais velho que o resto do grupo.
Contrato
e primeiro álbum
As
primeiras gravações, as famosas ‘demos’, foram produzidas pelo
colega oriundo de Topanga Canyon, chamado Barry Hansen, o qual, mais
tarde, tornar-se-ia conhecido como o apresentador de rádio Dr.
Demento.
Em
agosto de 1967, o famoso produtor de discos Lou Adler (conhecido por
seu trabalho com o The Mamas & the Papas e o The Grass
Roots) contratou a banda para o seu selo, o Ode Records.
O
álbum se chamaria Spirit, como a banda. As gravações
ocorreram entre agosto e novembro daquele mesmo ano e a sonoridade
diversificada e criativa provou a qualidade musical do conjunto.
A
capa, bastante criativa, foi responsabilidade do artista Guy Webster.
Vamos
às faixas:
FRESH-GARBAGE
Já em sua primeira canção, o Spirit revela a diversificada proposta sonora de seu álbum de estreia. Um Rock leve, bem construído e cheio de swing é mesclado com uma passagem 'jazzística' cativante, na qual o baterista Ed Cassidy e o tecladista John Locke se destacam.
A
letra possui um quê de ambientalismo:
The
world's a can for your fresh garbage
Look
beneath your lid some morning
See
those things you didn't quite consume
“Fresh-Garbage”
é um clássico do Spirit.
A
música foi sampleada na canção da cantora norte-americana
Pink, “Feel Good Time”, encontrada na trilha sonora do filme
Charlie's Angels: Full Throttle.
“Fresh
Garbage” também foi usada como título (e música tema) de um
programa de música rock na BBC Radio, de Londres, no início da
década de 1970.
UNCLE
JACK
"Uncle Jack" possui a áurea do Rock sessentista, suave, mas intenso e direto ao ponto. A guitarra de Randy California aparece aguçada e é o fator determinante para o carisma da faixa. Momento bem interessante do trabalho.
A
letra é divertida:
Have
you met my Uncle Jack?
Have
you met my Uncle Jack?
Wonder
what you're all about
He
can bring the inside out
He
can show you (show you)
MECHANICAL
WORLD
"Mechanical World" é uma música muito interessante. Seu viés progressivo é incontestável, especialmente no que tange ao seu comportamento, com mudanças de andamento e mescla de sonoridades diversas. A pegada Jazz permanece e Randy California brilha na guitarra.
A
letra é sobre perda e sofrimento:
Death
falls so heavy on my soul
Death
falls so heavy, makes me moan
Somebody
tell my father that I died
Somebody
tell my mother that I cried
Lançada
como single, a faixa atingiu a modestíssima 123ª posição da
principal parada norte-americana desta natureza.
TAURUS
"Taurus" é uma pequena faixa instrumental com pouco mais de 2 minutos e meio, repleta de uma atmosfera bucólica e conduzida, habilmente, pelo violão de Randy California. Sua áurea quase pastoril é um ponto alto do disco.
“Taurus”
está envolvida em uma grande polêmica.
“Taurus”
é uma música instrumental da banda, originalmente lançada em seu
álbum de estreia autointitulado, em 1968. A faixa, composta pelo
guitarrista Randy California, foi gravada em novembro de 1967.
Houve
uma alegação de que Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin,
‘pegou emprestado’ a figura de guitarra descendente de “Taurus”
para a canção de assinatura do Led Zeppelin,
“Stairway to Heaven”.
Um
fato incontestável é que o Led Zeppelin foi o grupo de
abertura para o Spirit em uma de suas primeiras turnês
americanas, fornecendo a possibilidade de que o Led Zeppelin
pudesse ter ouvido a música do Spirit bem antes do surgimento
de “Stairway to Heaven”.
Nas
notas para o relançamento do álbum Spirit, na edição de
1996, o compositor Randy California escreveu:
“As
pessoas sempre me perguntam por que “Stairway to Heaven” soa
exatamente como “Taurus”, que foi lançada dois anos antes. Eu
sei que o Led Zeppelin também tocou “Fresh-Garbage” em
seu set ao vivo. Eles abriram para nós em sua primeira turnê
americana”.
Em
maio de 2014, um advogado contratado por Randy California anunciou
planos para entrar com um processo de violação de direitos autorais
buscando um crédito de coautoria para California em “Stairway to
Heaven”.
Em
abril de 2016, o juiz distrital Gary Klausner decidiu que havia
semelhanças suficientes entre as músicas e que Jimmy Page e Robert
Plant (que é creditado como coautor de “Stairway to Heaven”)
seriam julgados pelo júri por violação de direitos autorais.
O
julgamento começou em 14 de junho de 2016. Em 15 de junho de 2016,
Jimmy Page passou horas testemunhando. O julgamento foi concluído em
23 de junho de 2016, com o júri constatando que o Led Zeppelin
não era culpado por plágio.
Os
jurados não podiam ouvir as gravações originais das músicas; em
vez disso, ouviram um especialista tocar as duas músicas, no
tribunal, usando as partituras originais.
GIRL
IN YOUR EYE
A sonoridade psicodélica sessentista volta a predominar em "Girl in Your Eye". Os bons vocais de Jay Ferguson e a guitarra frenética de Randy California dominam a canção que se desenvolve de modo envolvente.
A
letra possui um aspecto romântico:
And
then you think that the feeling is over
And
if you see it when you look on her face
She
will call you on back from your reasons
With
words from a far away place
STRAIGHT
ARROW
"Straight Arrow" mantém a pegada do disco, com um Rock leve, simples, malemolente; enfim, com a cara dos anos 60. O trabalho do baixista Mark Andes é ainda mais notório na faixa, sendo bem acompanhado por Ed Cassidy. Canção muito interessante.
A
letra é baseada na personagem de histórias em quadrinhos, o Flecha
Ligeira:
See
him riding' cross the plain
See
how everybody fears his name
He's
working for the good in the mountains and the woods
Protector
of the lame, Straight Arrow is his name
TOPANGA
WINDOWS
A incontestável veia psicodélica do álbum de estreia do Spirit continua na refrescante "Topanga Windows". Nesta canção, os vocais de Jay Ferguson são um grande destaque, pois sua voz cativa profundamente mesmo com uma atuação muito contida do cantor.
A
letra é inspirada na região californiana de Topanga:
watching
the world through our Topanga window
seeing
people running through their lies
the
sun shines warm through our Topanga window
the
cat lies sleeping waiting for the night
GRAMOPHONE
MAN
"Gramophone Man" continua com uma musicalidade leve e envolvente, embora, em alguns momentos, ganhe bastante em intensidade. Há uma considerável passagem com alto caráter de improvisação jazzística, mas que só agrega alto valor à canção.
Novamente,
a letra é simples:
Woke
up last friday morning
Went
and saw Mr. Gramophone man
And
the many magic presents
That
he keeps inside his head and his hand
WATER
WOMAN
"Water Woman" é uma faixa acústica, a qual aposta em um clima suave e cativante, sendo conduzida pelo violão de Randy California e pelos ótimos vocais de Jay Ferguson. Canção muito agradável.
A
letra possui toques de magia:
Water
woman and a water child
Living
underwater is something wild
Fishes
swimming through my hair
Mermaids
singing away my care
THE
GREAT CANYON FIRE IN GENERAL
Nesta música, o Spirit continua alternando o andamento da canção e mesclando sonoridades. A musicalidade possui inconteste viés bluesy, liderada pela guitarra de Randy California e pelos teclados de John Locke.
A
letra menciona um grande incêndio:
Hear
the trees crying
All
the years dying
Fire
has turned the hills into ashes
And
as the sun ran down from the sky
The
canyon burned
ELIJAH
A décima-primeira - e última - faixa de Spirit é "Elijah". O Spirit encerra sua estreia com um exercício musical formidável e que exprime de modo eficiente seu viés progressivo e, simultaneamente, a forte influência jazzística em sua sonoridade. Com atuação formidável de seus instrumentistas, "Elijah" é uma canção primorosa.
Considerações
Finais
Embora
sem um single que possa ser chamado exatamente de forte, Spirit
acabou fazendo barulho na principal parada de álbuns
norte-americana, a Billboard.
O
disco atingiu a 31ª colocação da supracitada parada, um feito para
um grupo novo e desconhecido. Além disso, o trabalho permaneceu por
seis meses consecutivos na Billboard.
Grande
parte do sucesso de Spirit é creditado por uma divulgação
intensa pelas rádios FM “undergrounds”.
O
álbum trouxe influências de jazz e usou arranjos de cordas
elaborados (não encontrados em suas gravações subsequentes) e é o
mais abertamente psicodélico de seus trabalhos.
O
crítico Richie Unterberger, do site AllMusic, em uma análise
em retrospectiva, dá ao disco uma nota 4,5 de um máximo de 5
possível. Unterberger afirma: “A estréia do Spirit revelou
uma banda que pareceu determinar ecologicamente todos as outras na
cena psicodélica da Califórnia, com sua melange de rock, jazz,
blues, folk-rock e até mesmo um pouco de música clássica e
indiana”.
E o
crítico também aponta: “Randy Califórnia estabeleceu
imediatamente um som de assinatura com o tom zumbido e pesado; o
baterista de meia-idade, Ed Cassidy, deu ao grupo uma versatilidade
incomum; e as músicas abordavam temas líricos incomuns, como “Fresh
Garbage” e “Mechanical World””.
A
banda capitalizou o sucesso de Spirit com outro single, “I
Got a Line on You”, o qual se tornou o seu maior sucesso, atingindo
o 25º lugar na parada correspondente da Billboard.
Em
dezembro de 1968, seria lançado o segundo álbum do Spirit, o
clássico The Family That Plays Together.
Formação:
Jay
Ferguson - Vocal, Percussão, Teclados
Randy
California - Guitarras, Backing Vocal, Baixo
John
Locke - Teclados
Mark
Andes - Baixo, Backing Vocal
Ed
Cassidy - Bateria, Percussão
Faixas:
01.
Fresh-Garbage (Ferguson) - 3:11
02.
Uncle Jack (Ferguson) - 2:44
03.
Mechanical World (Andes/Ferguson) - 5:15
04.
Taurus (California) - 2:37
05.
Girl in Your Eye (Ferguson) - 3:15
06.
Straight Arrow (Ferguson) - 2:50
07.
Topanga Windows (Ferguson) - 3:36
08.
Gramophone Man (Andes/California/Cassidy/Ferguson/Locke) - 3:49
09.
Water Woman (Ferguson) - 2:11
10.
The Great Canyon Fire in General (Ferguson) - 2:46
11.
Elijah (Locke) - 10:42
Letras:
Para
o conteúdo mais completo das letras, recomenda-se o acesso a:
http://www.metrolyrics.com/spirit-albums-list.html
O RAC traz pela primeira vez, em suas páginas, a ótima banda Spirit, a qual fez mais sucesso de crítica (e comercial) entre o fim da década de 60 e o início da seguinte.
Tendo em sua composição músicos de diferentes origens e idades, era até meio óbvio que o Spirit apresentaria uma gama diversificada de influências e estas fossem responsáveis por uma sonoridade tão sortida na música da banda.
E o que se ouve em Spirit, seu álbum de estreia, é exatamente o relatado acima. Uma gama de canções que expressam esta diversidade sonora de seus componentes.
O já então veterano baterista Ed Cassidy é inegavelmente um dos grandes destaques individuais do disco, sendo bem acompanhado pelo baixista Mark Andes e pelo tecladista John Locke. O bom vocalista Jay Ferguson opta por uma abordagem mais contida e sutil e que funciona muito bem. Randy California também brilha na guitarra, tanto nos solos quanto nos riffs.
As letras são absolutamente simples, mas merecem uma olhada.
Spirit apresenta 11 canções em que a variação da sonoridade, muitas vezes dentro da mesma canção, é a tônica, demarcando um inegável viés Progressivo. Isto se torna explícito em faixas memoráveis como "Mechanical World" e "Elijah", esta última, possivelmente a melhor do disco.
Também é absolutamente palpável a base de Rock Psicodélico que envolve praticamente todas as canções. "Girl in Your Eye", "Topanga Windows" e "Uncle Jack" são reflexos diretos disto.
Cassidy contribuiu por trazer elementos de Jazz ao conjunto e que são refletidos em músicas absolutamente saborosas como "Fresh-Garbage", "Gramophone Man" e, obviamente, "Elijah". Ainda existem espaços para o bucólico e o Folk, expressos na primorosa "Taurus".
Enfim, o Spirit foi uma excelente banda, certamente menos conhecida do que deveria ser, mas com ótimos trabalhos em sua discografia. Spirit, seu disco de estreia, é uma coleção rica de canções as quais expressam tanto a categoria de seus músicos quanto a diversidade de suas influências. Álbum extremamente recomendado pelo Blog, especialmente para fãs de Progressivo e Psicodélico.
Taurus" foi plagiada com certeza. Achei o júri muito pobre de interpretação. Perceptível a sonoridade do violão, Randy Califórnia. Um trabalho instrumental acusticamente como base da musica “Stairway to Heaven” da Lendária Led Zeppelin.
ResponderExcluirSe eu fosse um produtor de cinema americano faria um longa sobre a banda de Randy California dando credito ao cenário ao compositor hábil de instrumento de cordas. Daria entender ao publico esse fato. Por se referir a consagrada banda que atravessou décadas com esse sucesso diria apenas reconhecer o não credito da melodia e sim da letra. Já seria indicado ao OSCAR esse roteiro.
Claro que teve um contorno melódico na canção e a poesia da banda como preenchimento. Mas, a origem foi de Randy California.
50 anos e ninguém faz nada. Teve falha no julgamento.
Eu faria um ROTEIRO fantástico desse historia musical
Gosto da banda L.Z mas fiquei ouvinte do Randy.
A vida do Randy renderia um ótimo filme, com certeza, desde os tempos em que ele tocou com o Hendrix. Valeu pelo comentário!
ExcluirDisco de estreia absurdamente bom de uma banda simplesmente sensacional. Spirit foi uma das bandas mais criativas do seu tempo, e os quatro primeiros discos são todos muito bons. Muita gente só conhece "The Twelve Dreams of Dr. Sardonicus", mas cada um dos quatro álbuns gravados entre 1968 e 1970 vale muito a pena. A última edição em CD, na box 1968-1972, é fantástica, com vários bônus interessantes e este primeiro LP em versão mono (mas para ser honesto só vi alguma diferença mesmo ao ouvir com headphones). O Spirit tinha muito potencial, mas não se sustentou após a saída de Ferguson e Andes; ainda assim, "Spirit of '76" é outro álbum excelente e "Cosmic Smile", ainda que um pouco fora de época, também é muito bom.
ResponderExcluirSpirit é daqueles casos de bandas criminosamente subestimadas, na minha humilde opinião. Ótimo comentário, amigo.
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