Brutal
é o segundo álbum de estúdio da banda brasileira Dr. Sin. Seu
lançamento oficial aconteceu em 1995 através dos selos Laser
Company/Unimar Music. As gravações ocorreram no Carriage House, em
Stamford, nos Estados Unidos. A produção ficou por conta de Johnny
Montagnese e da própria banda.
O
RAC traz pela primeira vez a banda brasileira
Dr. Sin, com o álbum Brutal. De maneira muito breve,
vai-se abordar os primórdios do grupo para depois se partir para o
tradicional faixa a faixa.
Andria
e Ivan
Andria
Busic e seu irmão mais novo, Ivan Busic, são filhos do famoso
trompetista André Busic, fundador da Traditional Jazz Band.
Sob
influência paterna, os dois irmãos começaram a desenvolver
interesse pelo Rock desde cedo por bandas como Beatles, Rush,
Led Zeppelin, etc, além de outros estilos musicais como
Country, Blues e, evidentemente, o Jazz.
Andria
logo se interessou pelo Baixo.
Platina
Em
1981, Andria e Ivan se juntaram ao guitarrista Daril Parisi com a
intenção de formarem um conjunto Country. Ivan, originalmente nos
vocais, foi deslocado para a bateria, pois o grupo foi incapaz de
conseguir um baterista.
Já
em 1982, ainda com Ivan como vocalista, o grupo gravou a canção
“Campestre”.
Fãs
de KISS e Black Sabbath, os caras resolveram mudar sua
sonoridade para o Hard Rock/Heavy Metal, fundando a banda Prisma
e se apresentando como um Power Trio, tocando covers. Nesta
época, Andria já havia assumido a posição de vocalista. (Nota
do Blog: Um power trio é um formato de banda de rock and roll
popularizado na década de 1960. O power trio tradicional é composto
por uma guitarra, um baixo e uma bateria).
Ivan Busic |
Em
1984, o conjunto mudou seu nome para Platina. Em abril daquele
ano, a banda se apresentou no Teatro Lira Paulistana e logo depois
foi convidada para gravar um disco, através do produtor Luiz Calanca, pelo selo Baratos Afins. (Nota do Blog: Baratos Afins é
uma gravadora, produtora e loja musical situada na capital de São
Paulo (Galeria do Rock), de propriedade do lendário produtor Luiz
Calanca).
Durante
os ensaios para a gravação do disco, surgiu a necessidade de um
novo vocalista, o qual foi encontrado na figura de Sergio Sêman.
O
estúdio Vice Versa, em São Paulo, foi o local escolhido para as
gravações. Platina, o álbum de estreia do grupo, continha 6
faixas e foi lançado no início de 1985, no formato de 45 rotações.
Em
1986, o grupo gravou um videoclipe para a faixa “Fascínio”. Já
em 1987, quando o Platina se preparava para um novo disco, o
conjunto se desfez por diferenças musicais.
Cherokee
e Wander Taffo
Andria,
Ivan e Sêman se juntaram ao guitarrista Renato Nunes, formando o
grupo Cherokee e lançando um álbum, autointitulado.
Já
em 1989, Andria e Ivan participariam do álbum Wander Taffo, o
primeiro da carreira solo do saudoso Wander Taffo. (Nota do
Blog: Wanderley Taffo Júnior foi um cantor e guitarrista
brasileiro e proprietário da EM&T (Escola de Música e
Tecnologia). Ele tocou com Rita Lee, Guilherme Arantes e nas bandas
Memphis, Made in Brazil, Secos & Molhados, Gang 90 e as
Absurdettes, Joelho de Porco, Rádio Táxi e Banda Taffo).
Já
em 1991, e como a banda Taffo, o grupo grava o aclamado álbum
Rosa Branca. Durante este tempo, eventualmente, os irmãos
Busic faziam Jams na noite paulistana com o guitarrista Eduardo
Ardanuy.
Eduardo
Ardanuy
Ardanuy
começou a estudar música e tocar violão aos 13 anos.
Aos
16 anos, ele começou a estudar guitarra, quando seu pai lhe deu uma
guitarra elétrica e, portanto, seu interesse pelo rock aumentou,
inspirado por bandas como Deep Purple, Black Sabbath e
Led Zeppelin.
Edu
estudava por até dez horas por dia, inspirado em artistas como Eddie Van Halen, Yngwie Malmsteen, Ritchie Blackmore, Jimmy Page, Jimi Hendrix, Jeff Beck, Alex Lifeson, entre outros.
Em
1989, Edu se juntou ao A Chave Do Sol, com quem lançou o
disco A New Revolution, no mesmo ano.
Logo
depois, Edu decidiu deixar A Chave Do Sol e se juntou ao Anjos
da Noite, o qual lançou o álbum Anjos da Noite, pela
gravadora Sony BMG, em 1990. Na sequência, Edu deixou o Anjos da
Noite.
Supla
Edu,
Andria e Ivan formaram a banda de apoio do vocalista Supla, o
qual estava em carreira solo. Com ele, gravaram o álbum Supla
(também chamado de Encoleirado), lançado em 1991.
Os
três deixaram o vocalista e formaram um projeto próprio. Surgia ali
o Dr. Sin.
Dr.
Sin
Com
Andria nos vocais e no baixo, Ivan na bateria e Edu na guitarra,
estava formado o Dr. Sin.
Entre
1991 e 1992, o grupo grava uma fita demo para enviar para gravadoras.
O primeiro show da banda foi no dia 11 de Janeiro de 92, no Black
Jack, em São Paulo.
Entre
fevereiro e março de 1992, eles fazem 3 shows em Nova York nos EUA
para buscarem uma carreira musical. Em maio, abrem para o Ian Gillan em São Paulo.
Eduardo Ardanuy |
Finalmente,
ainda em 1992, o grupo assina com a gravadora Warner Music, mesmo sem
nenhum material oficial para apresentar.
Já
em 1993, o Dr. Sin participa do Hollywood Rock Festival, onde
compartilharam o palco com nomes como Nirvana e L7.
O
álbum Dr. Sin
Em
23 de outubro de 1993, o Dr. Sin lança seu autointitulado
álbum de estreia.
O
disco foi gravado no estúdio Carriage House, em Stamford, Estado de
Connecticut, nos Estados Unidos, em julho de 1993, sendo produzido
pelo renomado Stephan Galfas e lançado pela gravadora Warner Music.
A
faixa “Emotional Catastrophe” foi trilha da novela brasileira
Confissões de Adolescente e
o videoclipe da mesma ficou em primeiro lugar nas paradas da MTV
do Brasil.
Foram
gravados videoclipes para outras duas músicas, a balada “You Stole
My Heart” e a pesada “Scream and Shout”.
O
álbum foi lançado em 9 países, fazendo sucesso no Brasil.
Em
1994, o grupo participa de inúmeros festivais, tais como o M2000
Summer Concerts, no qual dividiu palco com bandas como Mr.
Big, The Lemonheads e Rollins Band, e a primeira
edição brasileira do Monsters of Rock, junto com Slayer,
Black Sabbath e KISS.
Em
1995, a banda teve um especial na MTV norte-americana, com muitos
vídeos sobre o registro do primeiro álbum, clipes e shows.
Segundo
álbum
Ainda
em 1995, o grupo partiu para os Estados Unidos, com a finalidade de
registrar seu segundo álbum de estúdio, o qual se chamaria Brutal.
As
gravações aconteceram novamente no estúdio Carriage House, mas,
desta feita, o próprio conjunto resolveu produzir o trabalho, pois
buscava uma identidade musical. Para auxiliá-lo, o produtor Johnny
Montagnese foi escolhido.
Com
uma capa bem legal, o disco possui 15 canções. Vamos a elas:
SILENT SCREAM
"Silent Scream" se inicia com peso, técnica e muito senso melódico. O ótimo trabalho da seção rítmica permite que a guitarra de Eduardo Ardanuy assuma o comando. Hard Rock empolgante, com uma pegada técnica que lembra o Rush.
A
letra revela sofrimento:
Millions
of people
It's
the life on the brink
Everyone's
shouting
Can't
hear yourself think
A
parade of confusion
Of
loss and regret
Sold
out for convenience
They
deserve what they get
“Silent
Scream” foi uma das canções escolhidas para promover Brutal,
tanto que teve um videoclipe filmado para promovê-la.
KARMA
"Karma" conta com um riff criativo e pegajoso (no melhor sentido possível da palavra). Novamente, e de modo extremamente louvável, o grupo une peso e melodia, construindo uma canção empolgante. Os ótimos vocais Andria Busic são a chamada "cereja do bolo".
A
letra possui uma mensagem sobre consequências:
Everything
you do comes back to you
This
you can't deny
Good
or bad it all comes back to you
That's
the law of life
ISOLATED
A guitarra de Eduardo Ardanuy brilha intensamente em "Isolated", uma faixa que remonta aos melhores momentos do Hard americano da década anterior e bandas como o Dokken. O peso abre espaço para uma melodia cativante e com a participação mais efetiva dos teclados.
A
letra é sobre uma forma de viver sozinho:
Sometimes
I feel confused
Rejected
and refused
But
I still choose to be
Isolated
DOWN
IN THE TRENCHES
Esta composição volta a apostar no peso das guitarras e um trabalho intenso da seção rítmica. A técnica dos músicos se torna evidenciada e a sonoridade aponta um Hard/Heavy muito bem tocado. Impressionante!
A
letra reflete uma história de vida:
Hard
times and struggle and arguments
Who
won? It really doesn't matter now -
Now
there's no one who can help me out
DOWN
IN THE TRENCHES (PT. II)
Continuação da música anterior, mas com uma pegada muito mais intimista e suave. Mesmo assim, uma faixa muito cativante, com um show dos vocais de Andria.
A
letra é sobre morrer:
Losing
all my strength
Oh!
I think I died
Oh
no! I died…
“Down
in the Trenches” foi a outra faixa escolhida para promover Brutal,
também possuindo um videoclipe para divulgá-la.
FIRE
"Fire" é mais Heavy Metal que Hard propriamente dito. A sonoridade remete facilmente ao lendário Judas Priest, com uma canção a qual se apresenta rápida, direta, pesada, mas extremamente cativante do ponto de vista da melodia. Espetáculo!
A
letra remete à sedução:
I
just can't help myself
Helpless
like a fragile moth to flame
She
calls my name - I'm burning a trail
INNER
VOICES
O ótimo riff inicial de "Inner Voices" trouxe à mente bandas como o Mötley Crüe (o que é realmente ótimo). A sonoridade é um Hard Rock de primeira linha, com o lado técnico evidente do Dr. Sin. Ótimo trabalho da guitarra de Ardanuy e excelentes backing vocals.
A
letra possui sentido de magia:
She
start talkin' bout my life
Secrets
that nobody else could know
She
told me to listen to her advice
Told
me she was sent here to protect me
CHILD
OF SIN
"Child of Sin" possui uma musicalidade que lembra o Whitesnake, contando com a brilhante performance de Steve Morrel na gaita. O ritmo é cadenciado e mais arrastado, com um pé fincado no Blues. Grande momento do álbum.
A
letra fala sobre consequências de nossas escolhas:
But
deep within
I'm
still a child of sin
From
the wrong side of the tracks
Shame
HEY
YOU
O grande destaque de "Hey You" é a guitarra de Ardanuy, com um peso ainda mais brutal, se se permite o trocadilho com o nome do disco. Ivan continua quebrando tudo na bateria em uma faixa bem pesada, no limite entre o Hard e o Heavy.
A
letra é uma mensagem de encorajamento:
Hey
you! Don't say to me
You've
never been a fool?
Never
cry, never lie?
Have
you ever been afraid to die?
Hey
you! Sometimes it's hard
It's
hard to face the truth
It
almost always brings us pain
Have
you ever felt this pain before?
KIZUMBA
"Kizumba" possui pouco mais de 1 minuto. Pequena canção instrumental dominada pela técnica de Ivan Busic.
SOMEONE
TO BLAME
A pesada "Someone to Blame" flerta deliberadamente com o Heavy Metal, contando com um riff pesado o qual parece retirado do Black Album, do Metallica. Os vocais de Andria continuam em um nível alto e a faixa é realmente empolgante.
A
letra também reflete sobre viver perigosamente:
Can't
let it go
Can't
take it slow
You
just can't keep it contained
I
can let it go
I
won't sink that low
Can't
get it through your thick brain
THIRD
WORLD
"Third World" é um Hard Rock que em muitas passagens se apresenta com uma pegada Glam Metal e, em outras, mostra-se quase como um Heavy Metal mais pesado, pois a seção rítmica está destruidora. Atenção especial à 'matadora' guitarra de Ardanuy.
A
letra fala sobre o Brasil:
The
bitter wine of the third
World
is in my veins
The
bloody past of
My
homeland is my shame
Can't
erase all those
Images
in my mind
As
I try to forget what I left behind
SHED
YOUR SKIN
"Shed Your Skin" segue a linha do disco, combinando Hard e Heavy com muita técnica e extremo bom gosto. Esta é uma faixa mais curta, bem direta e com ótimas doses de peso, contando com um riff muito preciso.
A
letra remete à busca por libertação:
In
this netherworld
There
is nothing sacred
All
our knowledge just confirms
We
are fools
Faith
and trust replaced by greed and money
Our
bodies numb
After
it all it's through
YEARS
GONE
"Years Gone" faz o Dr. Sin colocar o pé no freio, com uma proposta mais leve e intimista. A sonoridade, novamente, aponta para as baladas do Whitesnake, o que é ótimo. Bela música.
A
letra fala sobre envelhecer:
Hang
on, don't you lose it
Write
it off
That's
the way it is
Give
up you gotta choose it
Today
or yesterday
WAR
A décima-quinta - e última - faixa de Brutal é "War". Uma canção bem direta encerra o disco de modo contagiante e em alto nível. Um Hard Rock técnico, muito bem construído, e com a guitarra de Ardanuy 'infernal'.
A
letra fala sobre reflexos das guerras:
Whatever
they're trying to sell
I'm
not buying
Considerações
Finais
Embora
de qualidade inquestionável, Brutal não repercutiu em termos das
duas principais paradas de sucesso do mundo, a norte-americana e a
britânica.
Entre
o público em geral, Brutal é bem avaliado. No site Rate Your
Music, o álbum possui uma nota 3.57 de um total máximo de 5.
Os
videoclipes para “Silent Scream” e “Down in the Trenches (pt. I
& II)” foram bem recebidos pelo público e tiveram boa
divulgação, especialmente na MTV brasileira.
Na
turnê de promoção do disco, o grupo foi banda de abertura para
nomes como Bon Jovi, AC/DC, Joe Satriani e Steve
Vai. A partir de então, o Dr. Sin conseguiu sucesso e um
grande número de fãs.
No
Japão, onde o grupo também fez sucesso, Brutal saiu com o nome de
Silent Scream, em 1996.
O
terceiro álbum de estúdio do Dr. Sin, Insinity, foi
lançado em 1997.
Formação:
Andria
Busic – Baixo, Vocal
Ivan
Busic – Bateria, Backing Vocals
Eduardo
Ardanuy – Guitarras
Músicos
Adicionais:
Steve
Morrel - Harmonica em 07 e 08
Beth,
Sarah, Dan, Dave, Diane - Backing Vocal em 07
Marcelo
Souss – Teclados
Faixas:
01.
Silent Scream (Busic/Busic/Aradanuy) – 3:57
02.
Karma (Busic/Busic/Aradanuy) – 3:29
03.
Isolated (Busic/Busic/Aradanuy) – 3:54
04.
Down in the Trenches (Busic/Busic/Aradanuy) – 4:05
05.
Down in the Trenches (pt. II) (Busic/Busic/Aradanuy) – 2:10
06.
Fire (Busic/Busic/Aradanuy) – 3:37
07.
Inner Voices (Busic/Busic/Aradanuy) – 3:18
08.
Child of Sin (Busic/Busic/Aradanuy) – 4:02
09.
Hey You (Busic/Busic/Aradanuy) – 4:52
10.
Kizumba (Busic/Busic/Aradanuy) – 1:04
11.
Someone to Blame (Busic/Busic/Aradanuy) – 4:30
12.
Third World (Busic/Busic/Aradanuy) – 5:15
13.
Shed Your Skin (Busic/Busic/Aradanuy) – 3:30
14.
Years Gone (Busic/Busic/Aradanuy) – 2:39
15.
War (Busic/Busic/Aradanuy) – 3:35
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/dr-sin/
Opinião
do Blog:
Nestes quase 7 anos de existência, o Rock: Álbuns Clássicos vem apresentando alguns álbuns que perfazem a coleção de seu idealizador. Quem nos acompanha sabe que o Blog é voltado para o Rock Internacional, mas a responsabilidade é muito maior quando se mostra uma banda brasileira.
Demorou bastante para o Dr. Sin aparecer nas nossas páginas, mas é bom que o tenha acontecido com um disco tão bom quanto Brutal.
Não há o que se discutir sobre a qualidade dos músicos que compõem o conjunto. Os irmãos Busic formam uma seção rítmica de alto padrão, com Andria ainda arrasando nos vocais. E a guitarra de Eduardo Ardanuy é sensacional tanto nos riffs quanto nos solos.
Brutal é uma amostra muito eficiente das maiores qualidades do Dr. Sin como banda.
Não apenas pelo fato de também ser um "power Trio", mas o Rush se apresenta como uma das essenciais influências do Dr. Sin. Em Brutal, o grupo apresenta um Hard Rock, com boas doses de Heavy Metal, mas sempre apostando em construções técnicas e que fogem da trivialidade, algo comum na banda canadense.
O Dr. Sin evidentemente apresenta seu Hard Rock de extremo bom gosto, com melodias cativantes e de extremo bom gosto, por vezes relembrando o Glam Metal oitentista, como em "Third World". Nos momentos mais pesados, como em "Fire", o Judas Priest é uma fácil referência de ser percebida.
E nesta grande soma de ótimas influências com a alta capacidade de seus músicos, o resultado é o empolgante Brutal. As letras também são um fator agregador, confira-as.
"Fire" é um petardo, uma paulada certeira para orgulhar qualquer headbanger. "Third World" também se apresenta extremamente cativante e as duas partes de "Down in the Trenches" fazem um Hard Rock de primeira linha.
Mas há muito tempo que o clássico "Silent Scream" e a maliciosa "Isolated" são as preferidas do RAC.
É realmente com grande pesar que o Blog afirma que o Dr. Sin jamais teve o reconhecimento midiático e comercial a que o seu talento fazia jus. Uma banda extremamente técnica e talentosa, capaz de realizar um álbum tão bom quanto Brutal. E, com muito orgulho, um grupo brasileiro, como o RAC. Disco mais que recomendado, obrigatório!
Nestes quase 7 anos de existência, o Rock: Álbuns Clássicos vem apresentando alguns álbuns que perfazem a coleção de seu idealizador. Quem nos acompanha sabe que o Blog é voltado para o Rock Internacional, mas a responsabilidade é muito maior quando se mostra uma banda brasileira.
Demorou bastante para o Dr. Sin aparecer nas nossas páginas, mas é bom que o tenha acontecido com um disco tão bom quanto Brutal.
Não há o que se discutir sobre a qualidade dos músicos que compõem o conjunto. Os irmãos Busic formam uma seção rítmica de alto padrão, com Andria ainda arrasando nos vocais. E a guitarra de Eduardo Ardanuy é sensacional tanto nos riffs quanto nos solos.
Brutal é uma amostra muito eficiente das maiores qualidades do Dr. Sin como banda.
Não apenas pelo fato de também ser um "power Trio", mas o Rush se apresenta como uma das essenciais influências do Dr. Sin. Em Brutal, o grupo apresenta um Hard Rock, com boas doses de Heavy Metal, mas sempre apostando em construções técnicas e que fogem da trivialidade, algo comum na banda canadense.
O Dr. Sin evidentemente apresenta seu Hard Rock de extremo bom gosto, com melodias cativantes e de extremo bom gosto, por vezes relembrando o Glam Metal oitentista, como em "Third World". Nos momentos mais pesados, como em "Fire", o Judas Priest é uma fácil referência de ser percebida.
E nesta grande soma de ótimas influências com a alta capacidade de seus músicos, o resultado é o empolgante Brutal. As letras também são um fator agregador, confira-as.
"Fire" é um petardo, uma paulada certeira para orgulhar qualquer headbanger. "Third World" também se apresenta extremamente cativante e as duas partes de "Down in the Trenches" fazem um Hard Rock de primeira linha.
Mas há muito tempo que o clássico "Silent Scream" e a maliciosa "Isolated" são as preferidas do RAC.
É realmente com grande pesar que o Blog afirma que o Dr. Sin jamais teve o reconhecimento midiático e comercial a que o seu talento fazia jus. Uma banda extremamente técnica e talentosa, capaz de realizar um álbum tão bom quanto Brutal. E, com muito orgulho, um grupo brasileiro, como o RAC. Disco mais que recomendado, obrigatório!
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