Hellbound
é o segundo álbum de estúdio da banda alemã Warlock. Seu
lançamento oficial ocorreu em 29 de maio de 1985, através dos selos
Vertigo e Mercury. As gravações aconteceram entre fevereiro e abril
daquele mesmo ano, no Country Lane Studios, em Munique, na Alemanha.
A produção ficou por conta Henry Staroste e Rainer Assmann.
O
RAC traz pela primeira vez o grupo alemão
Warlock. Primeiramente, o Blog vai abordar as origens da banda
para depois se passar para o álbum em si.
Doro
Pesch
Dorothee
Pesch nasceu em Düsseldorf, na Alemanha, em 3 de junho de 1964,
filha única de Walter, um motorista de caminhão, e Barbara Pesch.
A
primeira lembrança de Doro sobre a música rock é a canção
“Lucille”, de Little Richard, que ela cantou quando tinha
apenas três anos de idade. Ela aprendeu a tocar piano e começou a
cantar aos dez anos de idade, quando foi exposta ao glam rock de
bandas como T. Rex, Sweet e Slade. (Nota do
Blog: Richard Wayne Penniman, mais conhecido por Little Richard,
é um cantor, compositor e pianista dos Estados Unidos. Foi eleito
pela Rolling Stone o 8º maior artista da música de todos os
tempos).
Quando
ela tinha dezesseis anos e depois de contrair uma forma de
tuberculose com risco de vida, ela decidiu se dedicar mais tempo e
energia para cantar, sem desistir de seu estudo de design gráfico.
Em
1980, ela foi aceita em sua primeira banda, chamada Snakebite,
a qual tocava rock em um porão de Düsseldorf, usado como espaço de
ensaio por muitos outros grupos underground. (Nota
do Blog: Underground (subterrâneo, em inglês) é uma expressão
usada para designar um ambiente cultural que foge dos padrões
comerciais, dos modismos e que está fora da mídia. Também
conhecido como Cultura Underground ou Movimento Underground, para
designar toda produção cultural com estas características, ou Cena
Underground, usado para nomear a produção de cultura underground em
um determinado período e local).
A
primeira gravação com Doro nos vocais foi uma demo
barata de 7 faixas lançada pelo Snakebite para sua promoção.
Quando o Snakebite se separou, em 1981, Doro passou a
cantar em bandas de garagem, como Beast e Attack, antes de formar o
Warlock com Peter Szigeti, Rudy Graf, Thomas Studier e Michael
Eurich, em 1982.
Doro Pesch |
Warlock
em formação
O
primeiro núcleo da banda foi formado sob o nome de Snakebite
em Düsseldorf, na Alemanha Ocidental, em 1980, e era composto por
Doro Pesch nos vocais, Michael Bastian na guitarra, Frank Rittel no
baixo e Thomas Franke na bateria, este último vindo da banda
Stallion.
Franke
foi logo substituído por Michael Eurich e, pouco antes de se
separar, o Snakebite adquiriu o canhoto Peter Szigeti como
segundo guitarrista, oriundo da banda Beast. Snakebite e Beast
eram duas das muitas bandas que tocavam nos clubes e bares locais e
gravavam demos baratas para promoverem sua música.
Pesch,
Szigeti e Eurich fizeram testes com outros grupos, mas, em outubro de
1982, formaram uma nova banda, com Thomas Studier no baixo e o
guitarrista Rudy Graf, o qual sugeriu o nome Warlock e chegou
cheio de músicas.
A
nova banda encontrou um gerente em Peter Zimmermann, quem organizou
shows de abertura com o conjunto alemão Trance, contribuindo
para construir uma sólida reputação do Warlock na cena
underground local.
Warlock
se estabelece e primeiro álbum
Depois
de gravar uma demo com quatro faixas e enviá-la para
várias gravadoras e revistas musicais, a banda conseguiu um contrato
com a gravadora independente belga Mausoleum Records.
O
baixista Frank Rittel se juntou ao Warlock antes do conjunto
começar a gravar seu álbum de estreia, Burning the Witches,
em 1984, com o produtor Axel Thubeauville, um caçador de talentos
dos grupos de heavy metal alemães.
Burning
the Witches foi gravado em apenas seis dias e remixado por Rainer
Assmann e Henry Staroste antes do lançamento.
O
disco foi bem recebido pelos críticos e pelos fãs e o Warlock
fez uma turnê, pela primeira vez, fora da Alemanha para divulgá-lo,
frequentemente ao lado de seus companheiros de gravadora, o Steeler.
Infelizmente,
a má distribuição e o baixo financiamento para a turnê, por parte
da gravadora, prejudicaram o potencial comercial do disco, deixando a
banda profundamente insatisfeita com a Mausoleum Records.
Warlock nos palcos |
Hellbound
No
início de 1985, a banda assinou um contrato com uma gravadora maior,
a Phonogram Inc.
Já
em fevereiro de 1985, o Warlock se reuniria em Munique, no sul
da Alemanha, no Country Lane Studios, para trabalhar no que se
tornaria seu segundo disco, Hellbound.
Para
a produção, os escolhidos foram Henry Staroste e Rainer Assmann. A
arte da capa, simples, possui uma fotografia com o conjunto.
Vamos
às faixas:
HELLBOUND
A bateria de Michael Eurich frenética anuncia o ritmo acelerado da faixa-título, "HellBound". Guitarras conduzindo um riff veloz e pesado se casam perfeitamente com os vocais agressivos de Doro Pesch. Heavy Metal em essência!
A
letra é sobre magia:
I
swear... I've been under a spell
The
time is right
I
will flee from this hell
Ooh
everywhere I see
Ghosts
all around
(I'm
hellbound) (I'm hellbound)
ALL
NIGHT
O peso continua em alta na segunda faixa do disco, "All Night". Desta feita, a banda aposta em um ritmo mais cadenciado e contido, com o baixo de Frank Rittel no comando. O refrão é empolgante, contando com uma atuação impecável de Doro. Um verdadeiro clássico!
A
letra fala sobre paixão:
I
feel the danger
I
can't break loose
You
are the son of the devil
I'm
longing for you
“All
Night” foi lançada como single para promover Hellbound, mas
não repercutiu em termos das principais paradas de sucesso.
EARTHSHAKER
ROCK
A velocidade alucinante da seção rítmica, no início da música, revela uma inegável influência da NWOBHM e do, então, nascente Power Metal. As guitarras estão bem presentes, mas o destaque é o perfeito trabalho de Doro.
A
letra é uma ode ao Heavy Metal:
Higher,
higher
Set
your light on fire
You
get higher
Bang
your head, bang your head
WRATHCHILD
"Wrathchild" permanece naquela linha tênue e efêmera entre o Hard e o Heavy. Sua pegada é cativante e o ritmo cadenciado também envolve. Os vocais agressivos de Doro são muito bons, em um dos grandes destaques do disco.
A
letra fala sobre um destino:
This
is your story
It's
all about you
Yeah
it's all about you
-
Wrathchild
You
beat up everyone in your way
-
Never satisfied
With
a wall all around you
DOWN
AND OUT
"Down and Out" possui uma melodia que remete a bandas como o Dokken, o que é ótimo. O trabalho dos guitarristas Rudy Graf e Peter Szigeti é realmente cativante. O baixo de Rittel continua ditando o ritmo.
A
letra menciona medo e condenação:
When
you start to explain
That
you did it just for me
I
tell you straight: "Too far out !"
Forget
all your fears
Cry
out all your tears
It's
the only chance to save your soul
OUT
OF CONTROL
"Out of Control" continua a pegada mais pesada e intensa do álbum. Indo direto ao ponto, a canção se mostra pesada e com guitarras afiadas, contando com um riff principal bem interessante. Os solos de guitarra são bem legais.
A
letra é sobre guerra:
Out
of control
I
can hear the warlord calling :
Give
your soul
TIME
TO DIE
"Time to Die" se revela como outra música que remete à urgência da NWOBHM ao mesmo tempo que apresenta a velocidade do Power Metal, especialmente na atuação frenética da seção rítmica. Doro é ótima, mais uma vez.
A
letra possui uma temática aterrorizante:
Tonight
it's time to die
The
shadows take me
To
the damned in the darkness
Tonight
it's time to die
All
my nightmares will come true
SHOUT
IT OUT
"Shout It Out" flerta fortemente com o Hard Rock oitentista, apresentando uma canção pesada, mas cadenciada e, ao mesmo tempo, repleta de uma melodia muito malemolente. Os solos de guitarra são muito legais.
A
letra pode ser inferida como uma mensagem sobre determinação:
So
pave the way for
Pave
the way for
What
you wanna do
So
do it
What
you wanna do
So
go and do it
Try
to find your destination
Things
can get you so high
When
you know what's life
Then
you can get enough
CATCH
MY HEART
A nona - e última - faixa de Hellbound é "Catch My Heart". Uma introdução mais suave e bem arrastada apresenta uma faceta mais contida do grupo e uma atuação comovente de Doro. A balada encerra o disco de um modo diferente, mas não menos comovente. O solo de guitarra é muito bom.
A
letra possui uma mensagem melancólica:
Tomorrow
sleeps in the same old lonely places
Just
an empty dream filled with yesterday's faces
Can
you tell me, where are my memories?
Considerações
Finais
A
qualidade de Hellbound auxiliou ao Warlock em estabelecer
uma base de fãs no Heavy Metal, especialmente na Europa.
O
disco atingiu a modesta 53ª posição na principal parada alemã
desta natureza, não repercutindo em termos das principais paradas
mundiais, a britânica e a norte-americana.
Em
retrospectiva, os críticos especializados têm o álbum em boa
conta. O canadense Martin Popoff, em seu renomado Collector's
Guide to Heavy Metal, dá ao trabalho uma nota 6 em 10. Já o
site AllMusic atribui a nota 3 (em 5) ao trabalho.
O
Warlock, então, começou a receber atenção da mídia e
apareceu em programas de TV, no Reino Unido e na Alemanha. Sua
primeira turnê europeia completa os levou ao Camden Palace Theatre,
em Londres, na Inglaterra, onde o show foi filmado para o primeiro
vídeo do Warlock, Metal Racer.
A
performance ao vivo do Warlock foi bem recebida com uma
crítica da revista britânica Kerrang!
e o grupo sendo eleito ‘Best New Band’ de 1985, em
pesquisa dos leitores daquela revista.
Doro
Pesch também foi eleita a melhor cantora pelos leitores da
revista de música Metal Forces,
no final daquele ano.
A
banda tocou no Metal Hammer Festival, em Loreley, na Alemanha,
em setembro, ao lado de Metallica, Venom, Running
Wild, Pretty Maids, Nazareth e Wishbone Ash.
Mais
tarde, naquele mesmo ano, após a turnê de Hellbound, o
guitarrista Rudy Graf deixou o conjunto e foi substituído por Niko
Arvanitis, um ex-companheiro de banda de Rittel no Stormwind.
True
as Steel, terceiro álbum do Warlock, seria lançado em 18
de agosto de 1986.
Formação:
Doro
Pesch - Vocal
Rudy
Graf - Guitarra
Peter
Szigeti - Guitarra
Frank
Rittel - Baixo
Michael
Eurich - Bateria
Faixas:
01.
Hellbound (Szigeti/Staroste/Pesch/Rittel/Eurich/Graf) - 3:42
02.
All Night (Szigeti/Staroste/Maué/Graf/Rittel/Eurich/Pesch) - 4:06
03.
Earthshaker Rock (Graf/Rittel/Pesch/Szigeti/Eurich) - 3:27
04.
Wrathchild (Szigeti/Staroste/Pesch/Rittel/Eurich/Graf) - 3:35
05.
Down and Out (Graf/Rittel/Pesch/Szigeti/Eurich) - 4:06
06.
Out of Control (Graf/Staroste/Pesch/Maué/Rittel/Szigeti/Eurich) -
4:50
07.
Time to Die (Graf/Staroste/Pesch/Rittel/Szigeti/Eurich) - 4:28
08.
Shout It Out (Szigeti/Staroste/Pesch/Rittel/Eurich/Graf) - 4:20
09.
Catch My Heart (Szigeti/Maué/Pesch/Rittel/Eurich/Graf) - 4:55
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/warlock/
Opinião
do Blog:
Quem acompanha o RAC desde o seu início sabe que o Blog começou praticamente como um site voltado ao Heavy Metal. Então, é até estranho que o Warlock tenha demorado tanto tempo para aparecer por aqui.
Mas, como se diz, "antes tarde do que nunca". E, finalmente, o RAC traz a banda que revelou a grande vocalista Doro Pesch para um post especial.
O Warlock apresenta uma formação com muito talento. Rudy Graf e Peter Szigeti formam uma afiada dupla de guitarristas. O baixo de Frank Rittel é um elemento dominante e a bateria de Michael Eurich é um dos destaques do disco.
Claro, a fantástica Doro Pesch é o maior destaque do trabalho. Sua capacidade de interpretação aliada a sua voz incrível são os grandes diferenciais da banda. Em Hellbound, Doro está em uma grande performance.
Aliás, Hellbound apresenta o Warlock com seu Heavy Metal agressivo e vibrante. Mas, longe de ser unicamente constante, o disco mostra influências marcantes da NWOBHM e Power Metal em sua sonoridade. O grupo, também, flerta com o Hard e o Glam Metal, como em "Down and Out".
As letras são na média em geral.
Um álbum de qualidade homogênea traz canções empolgantes para fãs de sonoridade Heavy Metal tradicional.
Pauladas como "Hellbound" e "Wrathchild" conquistam facilmente 'headbangers' tradicionais. "Catch My Heart" é bem mais que uma balada comovente.
Mas o RAC elege a sensacional "All Night" e o petardo "Shout It Out" como suas prediletas no disco.
Concluindo, o Warlock não tenta recriar a roda, mas apresenta um Heavy Metal muito bem tocado e verdadeiramente empolgante em Hellbound. Suas composições são muito bem constituídas e, de quebra, traz a atuação impecável da fantástica Doro Pesch. Tanto a banda quanto o álbum são muito bem recomendados pelo Blog.
Quem acompanha o RAC desde o seu início sabe que o Blog começou praticamente como um site voltado ao Heavy Metal. Então, é até estranho que o Warlock tenha demorado tanto tempo para aparecer por aqui.
Mas, como se diz, "antes tarde do que nunca". E, finalmente, o RAC traz a banda que revelou a grande vocalista Doro Pesch para um post especial.
O Warlock apresenta uma formação com muito talento. Rudy Graf e Peter Szigeti formam uma afiada dupla de guitarristas. O baixo de Frank Rittel é um elemento dominante e a bateria de Michael Eurich é um dos destaques do disco.
Claro, a fantástica Doro Pesch é o maior destaque do trabalho. Sua capacidade de interpretação aliada a sua voz incrível são os grandes diferenciais da banda. Em Hellbound, Doro está em uma grande performance.
Aliás, Hellbound apresenta o Warlock com seu Heavy Metal agressivo e vibrante. Mas, longe de ser unicamente constante, o disco mostra influências marcantes da NWOBHM e Power Metal em sua sonoridade. O grupo, também, flerta com o Hard e o Glam Metal, como em "Down and Out".
As letras são na média em geral.
Um álbum de qualidade homogênea traz canções empolgantes para fãs de sonoridade Heavy Metal tradicional.
Pauladas como "Hellbound" e "Wrathchild" conquistam facilmente 'headbangers' tradicionais. "Catch My Heart" é bem mais que uma balada comovente.
Mas o RAC elege a sensacional "All Night" e o petardo "Shout It Out" como suas prediletas no disco.
Concluindo, o Warlock não tenta recriar a roda, mas apresenta um Heavy Metal muito bem tocado e verdadeiramente empolgante em Hellbound. Suas composições são muito bem constituídas e, de quebra, traz a atuação impecável da fantástica Doro Pesch. Tanto a banda quanto o álbum são muito bem recomendados pelo Blog.
Homenagem super justa do blog não apenas ao Warlock, uma das mais lendárias bandas da Alemanha (juntamente com Accept e Scorpions, por exemplo), mas também para a grande estrela revelada por esta banda: genial e fantástica vocalista e compositora Doro Pesch, talvez a voz feminina mais conhecida e emblemática do heavy metal mundial.
ResponderExcluirPois é, meu caro, nem eu mesmo acredito que demorei tanto tempo a escrever sobre o Warlock e a Doro.
ExcluirSim, patrão, mas posso dizer que finalmente essa demora compensou. Qualquer álbum seja do Warlock e da carreira solo de Doro Pesch é sempre muito bem-vindo por aqui. Valeu mesmo por me responder, meu caro chefe Daniel!
ExcluirÉ isso mesmo, meu caro! Disponha!
Excluir