9 de outubro de 2018

FIREHOUSE - FIREHOUSE (1990)



FireHouse é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, ou seja, o FireHouse. Seu lançamento oficial aconteceu em 11 de setembro de 1990, através do selo Epic. As gravações ocorreram durante o ano de 1990 e a produção ficou por conta do produtor David Prater.

Hoje é dia do RAC contar um pouco da história da banda norte-americana FireHouse e, também, sobre seu autointitulado álbum de estreia, incluindo nosso tradicional faixa a faixa.


Primórdios do grupo

A história do FireHouse pode ser rastreada até 1984, quando a banda do guitarrista Bill Leverty, White Heat, precisava de um baterista. Após mais de 20 testes e audições, o baterista Michael Foster respondeu ao anúncio e deixou Leverty impressionado com sua habilidade, que rapidamente o contratou.

Quando o White Heat não estava em turnê, Leverty e Foster visitavam clubes onde bandas de rock se apresentavam e foi em um desses clubes em que eles viram um grupo chamado Maxx Warrior.

O vocalista do conjunto era C. J. Snare e o baixista, Perry Richardson. Leverty e Foster ficaram impressionados com a habilidade vocal de Snare e se decidiram por unirem as bandas.

Assim que o Maxx Warrior encerrou suas atividades, Leverty enviou a Snare algumas de suas canções e pediu que ele as cantasse em sua demo. Foster e Leverty ficaram novamente impressionados, então trouxeram Snare para ser o vocalista da banda em um show na Virgínia, semanas depois.

CJ Snare

FireHouse toma forma

O grupo, agora com três membros, levou sua fita para Perry Richardson, ex-baixista do Maxx Warrior, que disse ter gostado do material, mas já havia feito um compromisso, de seis meses, com a banda na qual estava na época.

Quando o compromisso terminou, Richardson e seus novos companheiros de banda mudaram-se para Charlotte, no estado da Carolina do Norte, e começaram a gravar demos no quarto de Leverty.

A banda gravava o dia todo e fazia shows até mesmo em hotéis, à noite, para angariar dinheiro. Como o nome da banda de Leverty e Foster, White Heat, era uma marca registrada, a banda escolheu FireHouse.

Em dezembro de 1989, Michael Caplan, da gravadora Epic Records, voou para Charlotte, para assistir a um show do FireHouse, e disse à banda, imediatamente após a performance, que o grupo estava pronto para um contrato com a gravadora.

Bill Leverty

O álbum de estreia

O conjunto se consolidou com CJ Snare nos vocais, Bill Leverty na guitarra, Perry Richardson no baixo e Michael Foster na bateria.

Já estamos em 1990 e a banda entrou no estúdio com David Prater como produtor. Prater, mais tarde, produziu bandas como o Dream Theater e tocou bateria com o Santana.

A capa é simples e remete ao nome da banda. Vamos às faixas:

ROCK ON THE RADIO

O bom trabalho do baterista Michael Foster faz a introdução de "Rock on the Radio" se tornar mais empolgante. O ritmo é cadenciado e a guitarra de Bill Leverty está pesada e muito presente. Um bom começo de disco.

A letra é uma ode ao Rock ‘n’ Roll:

Rock on the radio
You turn it up 'till your speakers blow
Rock on the radio
Come on, come on everybody let's go



ALL SHE WROTE

"All She Wrote" combina melodia e peso da melhor forma que o Glam Metal encontrou nos anos 80. Desta forma, a maliciosa canção se desenvolve, contando com outro bom trabalho do guitarrista Leverty e uma atuação convincente do vocalista C.J. Snare.

A letra fala sobre um fim de romance:

I got home late on a Saturday night
And I knew right away something wasn't right
I knew she was gone
She took all I had, but left a hole in my heart
Should've known it'd go bad right from the start
What did I do wrong

A faixa foi lançada como single, atingindo a boa 58ª posição da principal parada norte-americana desta natureza.



SHAKE & TUMBLE

"Shake & Tumble" combina um peso extraordinário com um andamento bem arrastado, formando uma faixa interessante. O destaque são os bons vocais de Snare que, sem dúvida, permitem um sabor diferente à peça.

A letra é divertida:

Turn up the jukebox
We're gonna tear this damn place down
Lookin' for action
Yeah, wherever it can be found

A canção também foi lançada como single, mas não repercutiu nas principais paradas desta natureza.



DON’T TREAT ME BAD

"Don't Treat Me Bad" ameniza o peso do FireHouse que somente se intensifica no seu pegajoso refrão, na melhor acepção da palavra. O solo de Leverty empolga, embora pudesse ser mais longo. Boa canção.

A letra é sobre um relacionamento amoroso:

But I won't cry no more 'cause the tears are all in vain
We can pick up the pieces and start it all again
Let's just get back to the way it was before
Oh, girl I can't take anymore



“Don’t Treat Me Bad” é um clássico do FireHouse.

A canção foi lançada como single, alcançando a ótima 19ª posição da principal parada norte-americana desta natureza. Ainda atingiu as 35ª e 71ª colocações em suas correspondentes do Canadá e do Reino Unido.



OUGHTA BE A LAW

Já em "Oughta Be a Law", o FireHouse abusa, para os seus padrões, do peso, em uma construção que relembra bastante os áureos tempos do Mötley Crüe. O resultado final é uma música intensa e empolgante para fãs do estilo.

A letra fala sobre uma mulher estonteante:

Oh the lady is cool
And she's breaking the rules
If only looks could kill
She'd be killing me
Guilty, murder one
In the first degree



LOVER’S LANE

"Lover's Lane" conta com um bom riff inicial e depois se desenvolve com peso e malícia em doses bem compensadas. Novamente, o baterista Foster consegue se destacar com um trabalho correto.

A letra possui sentido sexual:

My motor's runnin', yeah it's gettin' hot
I get overloaded, overheated, could explode
I can't believe it, we just gotta stop



HOME IS WHERE THE HEART IS

Os teclados no início desta canção já anunciam que o grupo pisaria no freio, no entanto, sem abrir mão do peso. A musicalidade flerta com o AOR, especialmente no refrão. Música que funciona bem.

A letra pode ser interpretada como a busca por segurança:

Home is where the heart is
But I'm always on the run
Home is where the heart is
Though my journey's just begun
Home's where the heart is



DON’T WALK AWAY

"Don't Walk Away" continua com a pegada desenvolvida pela banda em todo este trabalho. Um andamento cadenciado, mas com os pesos da guitarra e da seção rítmica bem intensos. Snare esbanja competência nos vocais.

A letra é sobre amor:

Girl, you and I've been together
As long as I can remember
We've come too far to throw it all away
But you tell me that you're leavin'
Oh and I just can't believe it
You know I'd do anything if only you would stay

A música “Don't Walk Away” foi usada em uma cena do filme The Wrestler, de 2008, dirigido por Darren Aronofsky.



SEASONS OF CHANGE

Apenas uma pequena faixa instrumental, bem intimista.



OVERNIGHT SENSATION

"Overnight Sensation" é uma canção bem direta, contando com um andamento mais acelerado (para os padrões do grupo). Bons vocais e uma guitarra agressiva perfazem uma música que empolga os ouvintes.

A letra fala sobre tocar:

The stage is ready for you, can't wait another day
There is no limit you can take it all the way
Just take your chance forever, and make your dreams come true
You know it's now or never, it's up to you

“Overnight Sensation” faz parte da trilha sonora do videogame Brütal Legend.



LOVE OF A LIFETIME

"Love of a Lifetime" é uma típica balada das bandas oitentistas de Glam Metal, contando com um andamento arrastado e uma melodia suave. O resultado é bastante eficiente e agrada fãs deste tipo de musicalidade.

A letra é uma declaração de amor:

I finally found the love of a lifetime
A love to last my whole life through
I finally found the love of a lifetime
Forever in my heart
I finally found the love of a lifetime



A música foi lançada como single e atingiu a extraordinária 5ª posição da Billboard, a principal parada de sucessos desta natureza. Também ficou com o 30º lugar na parada canadense.

“Love of a Lifetime” é a primeira e mais popular balada do FireHouse. A música foi composta pelo vocalista C.J. Snare e pelo guitarrista Bill Leverty.

A música é, indiscutivelmente, aquela pela qual o FireHouse é mais conhecido. Em uma entrevista, de 2005, Snare comentou “agora que tenho o benefício do tempo para olhar para trás, não há um show que passe por onde as pessoas não vêm até nós e peçam 'Love of a Lifetime' - nos casamos com essa música!”.

A canção foi inicialmente escrita por C.J. Snare; ele a compôs enquanto tocava sozinho em um hotel da rede Holiday Inn. Quando a banda trouxe as demos para seu primeiro álbum, até a Epic Records, a gravadora sentiu que o álbum precisava de uma balada mais forte.

Snare disse: “Eu me lembro de levantar a mão timidamente e dizer ‘bem, eu tenho uma música...', então tocamos para eles, eles amaram e se tornou um grande sucesso”.

O projeto Collage gravou a música em 1998 e a lançou como single. Também a cantora country Katie Armiger gravou uma versão cover, em seu primeiro álbum homônimo, em 2007.



HELPLESS

A décima-segunda - e última - faixa de FireHouse é "Helpless". O disco se encerra com uma canção direta e pesada, com andamento rápido e guitarras afiadas. Os bons vocais de Snare complementam um encerramento digno para o trabalho.

Novamente, a letra possui temática romântica:

Can't get enough, without your love, I'm helpless
I need so much, without your touch, I'm helpless
I want you so, don't let me go, I'm helpless
Gotta have you, without you; I'm helpless



Considerações Finais

Embalado especialmente pelo sucesso do single “Love of a Lifetime”, o álbum FireHouse também obteve grande repercussão.

O disco FireHouse atingiu a muito boa 21ª posição da principal parada norte-americana desta natureza, a Billboard.

Daevid Jehnzen, do site AllMusic, dá ao álbum uma nota 3 (de 5), constatando: “A estréia autointitulada do Firehouse era uma coleção polida de ‘metal pop’. Enquanto números mais altos como “Don't Treat Me Bad” soavam bem no rádio, a verdadeira força do disco era o talento do grupo para baladas poderosas, como o hit Top 10 “Love of a Lifetime””.

Entretanto, FireHouse foi muito aclamado pela crítica, propiciando que o conjunto vencesse várias premiações.

A banda ganhou o American Music Award na categoria Best New Hard Rock/Heavy Metal Band, de 1991, o Best New Band of 1991 da revista Metal Edge, o Best Newcomer de 1991 da revista Young Guitar e o prêmio Best Newcomer of the Year 1992, em uma pesquisa dos leitores da revista Music Life.

O terceiro single retirado do disco, “Love of a Lifetime”, vendeu mais de 500 mil cópias. O álbum foi sucesso comercial em países como Canadá, Cingapura e Japão.

A banda seguiu sua impressionante estreia com Hold Your Fire, segundo disco do FireHouse, lançado em 1992.

FireHouse supera a casa de 2 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
C.J. Snare - Vocal, Teclado
Bill Leverty - Guitarras
Perry Richardson - Baixo
Michael Foster - Bateria, Percussão

Faixas:
01. Rock on the Radio (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 4:45
02. All She Wrote (Leverty/Snare) - 4:27
03. Shake & Tumble (Foster/Leverty/Richardson/Snare) - 3:30
04. Don't Treat Me Bad (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 3:55
05. Oughta Be a Law (Ellis/Leverty/Snare) - 3:54
06. Lover's Lane (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 4:02
07. Home Is Where the Heart Is (Leverty/Snare) - 4:48
08. Don't Walk Away (Leverty/Snare) - 4:31
09. Seasons of Change (Leverty/Snare) - 1:29
10. Overnight Sensation (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 3:56
11. Love of a Lifetime (Leverty/Snare) - 4:46
12. Helpless (Leverty/Snare) - 4:25

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/firehouse/

Opinião do Blog:
O RAC traz mais uma banda do estilo o qual se convencionou chamar de Glam Metal para suas páginas, desta feita com a banda FireHouse.

O álbum de estreia do grupo, também denominado FireHouse, apresenta todas as virtudes do conjunto, demonstrando uma banda coesa e sedenta pelo sucesso.

E o conjunto é bem competente. Os destaques ficam mesmo por conta do vocalista C.J. Snare e do guitarrista Bill Leverty, bem como o talento do baterista Michael Foster, que é uma constante nas canções.

O álbum aposta na sonoridade típica do Glam Metal, com toda a sua simplicidade, mas feita de maneira harmoniosa e com bom gosto e, embora com 12 canções, a audição não se torna cansativa.

Assim, o trabalho oscila entre pauladas diretas como "Overnight Sensation" e "Helpless" e outras mais cadenciadas, embora também pesadas, como "Shake & Tumble" e "Don't Walk Away".

As letras são absolutamente simples.

Claro, "Love of a Lifetime" é, bem possivelmente, a canção mais conhecida do grupo e seu maior sucesso. Mas o RAC escolhe a ótima "Oughta Be a Law" como sua predileta.

Concluindo, FireHouse não é inovativo e nem de vanguarda, bem longe disso, mas não deixa de ser um álbum que deva ser conhecido, especialmente para ouvintes que apreciem o Glam Metal. O FireHouse apresentou sua estreia quando o estilo já dava claros sinais de esgotamento, mas o grupo oferece um disco de estreia muito competente. Recomendado para fãs deste tipo de sonoridade.

3 comentários:

  1. Estréia promissora de um dos grandes grupos do rock americano, mas que hoje em dia não é visto com bons olhos pela crítica, podendo assim considerar o Firehouse uma daqueles bandas "injustiçadas" pelo público fã de rock. E pelo pouco que eu conheço e sei a respeito do Firehouse, a música mais conhecida deles é "I Live my Life for You", gravada no terceiro disco da banda lançado em 1995 (foi até tema da novela global A Próxima Vítima, também de 1995), e não "Love of a Lifetime", registrada no debut dos caras resenhado aqui de forma exemplar por você, meu caro chefe Daniel. Simplesmente isso!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom como single, "Love of a Lifetime" atingiu posições bem mais altas e, comercialmente, vendeu bem mais que "I Live my Life for You". De qualquer forma, obrigado pelo comentário e pelos elogios. Saudações.

      Excluir
    2. Pelo menos, este é o meu ponto de vista a respeito do assunto. Mando-te outras saudações cordiais de minha parte, chefe!

      Excluir