Queen
II é o segundo álbum de estúdio da banda britânica Queen. Seu
lançamento oficial aconteceu em 8 de março de 1974, através dos
selos EMI/Elektra Records. As gravações ocorreram em agosto de
1973, no Trident Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção
ficou a cargo de Roy Thomas Baker, Robin Geoffrey Cable e do próprio
Queen.
O
lendário Queen retorna às páginas do RAC
com mais uma de suas obras memoráveis: Queen II. Vai-se
tratar dos fatos que se antecederam ao lançamento do disco para
depois se passar ao já tradicional faixa a faixa.
Brian
May
Brian
Harold May nasceu em Hampton, Middlesex (na Inglaterra), em 19 de julho de 1947, filho
único de Ruth e Harold May, o qual trabalhou como desenhista no
Ministério Britânico da Aviação. Sua mãe era escocesa, enquanto
seu pai era inglês.
May
freqüentou a escola local, Hampton Grammar e em seguida uma escola
de ajuda voluntária. Durante esse tempo, ele formou sua primeira
banda com o vocalista e baixista Tim Staffell, chamada 1984, depois
de ler o romance de mesmo nome, de George Orwell. (Nota do Blog:
Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudônimo George Orwell, foi
um escritor, jornalista e ensaísta político inglês, nascido na
Índia Britânica. Sua obra é marcada por uma inteligência
perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças
sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela
clareza da escrita. Apontado como simpatizante da proposta
anarquista, o escritor faz uma defesa da autogestão ou autonomismo).
Na
Hampton Grammar School, May alcançou dez níveis ordinários do GCE
e três níveis avançados do GCE em Física, Matemática e
Matemática Aplicada. Ele estudou Matemática e Física no Imperial
College London, graduando-se com um título de Bacharel em Física,
em 1968, com honras. (Em 2007, May recebeu o título de PhD em
astrofísica do Imperial College London, pelos trabalhos iniciados em
1971 e concluídos em 2007).
May
formou a banda Smile em 1968. O grupo incluía Tim Staffell como
vocalista e baixista, e depois, o baterista Roger Taylor.
A
banda durou apenas dois anos, de 1968 a 1970, quando Staffell saiu em
1970, deixando o grupo com um catálogo de nove músicas.
Brian May |
Roger
Taylor
Roger
Meddows Taylor nasceu no West Norfolk & Lynn Hospital, Exton's
Road, em King's Lynn, Norfolk, Inglaterra, em 26 de julho de 1949. A nova
maternidade foi aberta pela (então) futura rainha Elizabeth II, a
qual foi apresentada a 16 novas mães, incluindo a Sra. Winifred
Taylor, mãe de Roger.
A
primeira escola de Taylor foi a Rosebury Avenue. Ele se mudou para
Truro, na Cornualha, sudoeste da Inglaterra, com sua mãe Winifred, o
pai Michael e a irmã mais nova Clare. Quando ele tinha sete anos de
idade, formou sua primeira banda com alguns amigos, a Bubblingover Boys, na
qual tocava ukulele.
Ele
frequentou brevemente a Escola da Catedral de Truro; depois, aos 13
anos, ingressou na Truro School. Aos 15 anos, Taylor tornou-se membro
da Reaction, uma banda de rock semiprofissional formada
principalmente por garotos da Truro School.
Taylor
originalmente havia aprendido guitarra, mas se tornou um baterista
quando percebeu que ele tinha uma aptidão mais natural para isso.
Taylor aprendeu a afinar sua bateria, inspirado em Keith Moon, do The
Who, por conta do que chamou de ‘grandes sons de bateria’ nos
primeiros discos daquele grupo.
Outra
influência importante em Taylor foi o baterista Mitch Mitchell, do
The Jimi Hendrix Experience, a quem Taylor declarou ser seu
primeiro modelo.
Em
1967, Taylor foi para Londres para estudar odontologia no London
Hospital Medical College, mas logo ficou entediado com o curso e
mudou para Biologia, obtendo um bacharelado na East London
Polytechnic.
Roger Taylor |
Smile,
entre 1968 e 1970
Como
foi afirmado, Taylor conheceu Brian May e Tim Staffell em 1968,
depois que um amigo viu um anúncio, em um quadro de avisos do
Imperial College, procurando por um baterista.
O
Smile incluía May na guitarra principal, Staffell nos vocais e
baixo, e, depois, Taylor na bateria. A banda durou apenas dois anos, antes de Staffell sair para se juntar ao Humpy Bong, deixando
a banda com um catálogo de nove músicas. (Nota do Blog: o Humpy
Bong foi uma banda inglesa de folk rock, formada em
Londres, em 1970, pelo ex-baterista do Bee Gees, Colin Petersen, e
pelo cantor de folk rock irlandês Jonathan Kelly).
Em
1969, Taylor estava trabalhando com Freddie Bulsara no Kensington
Market (eles moravam em um mesmo apartamento na época). Freddie era
um ávido fã da Smile.
O
Smile se separou em 1970. No mesmo ano, Taylor recusou a chance de se
tornar o baterista do Genesis, levando Phil Collins a assumir
o posto. Bulsara convenceu os dois membros remanescentes da Smile a
continuarem e ele finalmente se juntaria à banda posteriormente.
Freddie
Mercury
Mercury
nasceu Farrokh Bulsara, em Stone Town, no protetorado britânico do
Sultanato de Zanzibar, na África Oriental (agora parte da Tanzânia),
em 5 de setembro de 1946.
Seus
pais, Bomi e Jer Bulsara, eram parses da região de Gujarat, da então
província da presidência de Bombaim na Índia britânica. Como
parses, Mercury e sua família praticavam a religião zoroastriana.
(Nota do Blog: Um Parsi (ou Parsee) significa ‘persa’ na
‘língua persa’, hoje refere-se principalmente a um membro da
comunidade zoroastriana que migrou da Pérsia durante a invasão
árabe de 636-651; um dos dois (sendo o outro o Iranis), localizado
principalmente na Índia, com alguns poucos no Paquistão. De acordo
com o Qissa-i Sanjan, os parsis migraram do Grande Irã para Gujarat,
onde foram refugiados, entre os séculos VIII e X, para evitar a
perseguição após a conquista muçulmana da Pérsia).
A
família Bulsara mudou-se para Zanzibar para que seu pai pudesse
continuar seu trabalho como caixa no British Colonial Office. Ele
tinha uma irmã mais nova, Kashmira.
Mercury
passou a maior parte de sua infância na Índia e começou a ter
aulas de piano, aos sete anos de idade. Em 1954, aos oito anos de
idade, Mercury foi enviado para estudar na St. Peter's School, um
internato em estilo britânico para meninos, em Panchgani, perto de
Bombaim (hoje Mumbai).
Na
idade de 12 anos, ele formou uma banda de escola, The Hectics, e fazia versões de artistas de rock and roll como Cliff Richard e Little Richard.
Tem sido dito que uma de suas influências musicais formadoras, na
época, era a cantora de Bollywood, Lata Mangeshkar, mas um dos
ex-colegas de banda de Mercury (da Hectics) afirmou que “isso é
muito lixo. A única música que ele ouviu, e tocava, era música pop
ocidental”.
Um
amigo da época recorda que Mercury tinha “uma habilidade incomum
de ouvir o rádio e repetir o que ouvia no piano”. Foi também na
St. Peter’s School onde ele começou a se chamar ‘Freddie’, e,
em fevereiro de 1963, voltou para Zanzibar, onde se juntou a seus
pais em seu apartamento.
Na
idade de 17 anos, Mercury e sua família fugiram de Zanzibar por
razões de segurança devido à Revolução de Zanzibar de 1964, na
qual milhares de árabes e indianos foram mortos.
A
família mudou-se para uma pequena casa, na 22 Gladstone Avenue,
Feltham, Middlesex, Inglaterra. Mercury matriculou-se na Isleworth
Polytechnic (hoje West Thames College), no oeste de Londres, onde
estudou arte.
Ele
obteve um diploma em Arte e Design Gráfico na Ealing Art College
(agora o campus Ealing da University of West London), mais tarde
usando essas habilidades para projetar os braços heráldicos do
Queen.
Após
sua formatura, Mercury se juntou a uma série de bandas e vendia
roupas de segunda mão no Kensington Market, em Londres, com a
namorada Mary Austin. Ele também realizou um trabalho no aeroporto
de Heathrow. Amigos da época se lembram dele como um jovem quieto e
tímido e que demonstrava grande interesse pela música.
Freddie Mercury |
Em
1969, ele se juntou a uma banda de Liverpool chamada Ibex, mais tarde
renomeada para Wreckage. Ele viveu brevemente em um apartamento acima
do pub de Liverpool, The Dovedale Towers. Quando esta banda não
conseguiu decolar, ele se juntou a outra chamada Sour Milk Sea. No
entanto, no início de 1970, esse grupo havia se separado também.
Em
abril de 1970, Mercury se juntou ao guitarrista Brian May e ao
baterista Roger Taylor, que já haviam estado em uma banda chamada
Smile.
De
Smile a Queen
Enquanto
frequentava o Ealing Art College, Tim Staffell tornou-se amigo de
Farrokh Bulsara, um colega que assumiu o nome em inglês de Freddie.
Bulsara sentiu que ele e a banda tinham os mesmos gostos e logo se
tornou um grande fã da Smile.
Em
1970, depois que Staffell saiu para se juntar à banda Humpy Bong, os
membros restantes do Smile, encorajados por Bulsara, mudaram seu nome
para ‘Queen’ e fizeram seu primeiro show, em 18 de julho.
A banda teve um número bem considerável de baixistas durante este
período, mas nenhum deles se encaixava com a química do conjunto.
Foi
em torno de fevereiro do ano de 1971 que o conjunto se estabeleceu
com o baixista John Deacon e começou a projetar o primeiro álbum.
John
Deacon
John
Richard Deacon nasceu em Leicester, Inglaterra, em 19 de agosto de 1951, filho de
Arthur Henry e Lilian Molly Deacon. Sua irmã mais nova, Julie,
nasceu cinco anos depois. Seu pai trabalhava na companhia de seguros
Norwich Union e, em 1960, a família se mudou para a
cidade-dormitório de Oadby.
Deacon
era conhecido por seus amigos e colegas de banda como ‘Deaks’ ou
‘Deaky’ e frequentava a Linden Junior School, em Leicester; e a
Gartree High School e a Beauchamp Grammar School, em Oadby.
Ele
se interessou por eletrônica, lendo revistas sobre o assunto e
construindo pequenos dispositivos, incluindo a modificação de um
toca-fitas para gravar músicas diretamente do rádio. Ele estudou
bastante e alcançou 8 níveis de GCE e 3 níveis de A, todos na
gradação A.
Ele
também demonstrava gosto pela soul music em particular. (Nota do
Blog: Soul é um gênero musical dos Estados Unidos que nasceu do
rhythm and blues e do gospel durante o final da década de 1950 e
início da década de 1960 entre os negros. Durante a mesma época, o
termo soul já era usado nos Estados Unidos como um adjetivo usado em
referência ao afro-americano, como em ‘soul food’ (‘comida de
alma’). Esse uso apareceu justamente numa época de vários
movimentos sociais, tanto com a revolução dos jovens, como os
movimentos antiguerra e antirracistas. Por consequência, a ‘música
soul’ nada mais era que uma referência à música negra,
independentemente de gênero).
Deacon
se juntou à sua primeira banda, a Opposition, em 1965, aos 14 anos
de idade. A banda tocava covers de sucessos das paradas; Deacon era o
guitarrista base usando um instrumento que ele havia comprado com
dinheiro emprestado do fundador do grupo, Richard Young. Ele mudou
para o baixo no ano seguinte, depois que o baixista original foi
demitido por não melhorar seu desempenho tanto quanto os outros
membros.
Além
de músico dedicado, Deacon também era o arquivista da banda,
guardando recortes de jornais e até mesmo dos comerciais que
apresentavam a Opposition.
Depois
de ficar na banda por quatro anos, Deacon tocou seu último show com
o grupo (então chamado The Art) em agosto de 1969. Ele saiu porque
havia sido aceito para estudar no Chelsea College, em Londres (hoje
parte do King's College London), onde ele obteve uma licenciatura de
primeira classe em Eletrônica, em 1971.
Fã
do Deep Purple, ele viu o grupo fazer o lendário show
Concerto for Group and Orchestra, com a Royal Philharmonic
Orchestra, no Royal Albert Hall, em setembro de 1969.
Embora
John tenha deixado seu baixo e amplificador em casa, em Oadby, depois
de menos de um ano estudando em Londres, ele decidiu que queria se
juntar a uma banda.
Em
1970, Freddie Mercury, Brian May e Roger Taylor já haviam formado o
Queen; Deacon os viu em outubro daquele mesmo ano, mas não
ficou imediatamente impressionado.
No
final de 1970, ele formou brevemente um grupo chamado Deacon o qual
fez uma apresentação ao vivo, no Chelsea College.
No
início de 1971, Deacon foi apresentado a Taylor e May por um amigo
(em uma discoteca) que lhe disse que eles estavam em uma banda a qual
havia acabado de perder seu baixista.
Dias
depois, ele fez um teste em uma sala de aula no Imperial College
London e se tornou o último membro do Queen. Deacon foi
selecionado por seu talento musical, seu comportamento quieto e suas
habilidades elétricas.
Uma
lenda persistente afirma que Deacon foi o sétimo baixista que fez o
teste, mas fontes mais recentes mostram que os baixistas do Queen
foram, em ordem: Mike Grose, Barry Mitchell, Doug Bogie e Deacon.
John Deacon |
À
procura do crescimento
O
grupo gravou quatro de suas próprias canções (“Liar”, “Keep
Yourself Alive”, “The Night Comes Down” e “Jesus”), para
uma fita demo; mas nenhuma gravadora demonstrou interesse.
Foi
também nessa época em que Freddie mudou seu sobrenome para
‘Mercury’, inspirado no verso “Mother Mercury, look what
they've done to me” da música “My Fairy King”, composta por
ele mesmo.
Em 2
de julho de 1971, o Queen fez seu primeiro show com o clássico
line-up Mercury, May, Taylor e Deacon, em uma faculdade de Surrey,
nos arredores de Londres.
Tendo
frequentado a faculdade de artes, Mercury também desenhou o logo do
Queen, batizado Queen crest, pouco antes do lançamento
do primeiro álbum da banda.
O
logotipo combina os signos do zodíaco de todos os quatro membros do
conjunto: dois leões para Leão (Deacon e Taylor), um caranguejo
para Câncer (May) e duas fadas para Virgem (Mercury). Os leões
abraçam uma letra estilizada Q, o caranguejo repousa sobre a carta
com chamas subindo diretamente acima dela, e as fadas estão cada uma
se abrigando abaixo de um leão. Há também uma coroa dentro do Q e
todo o logotipo é sombreado por uma enorme fênix.
O
símbolo possui uma semelhança passageira com o brasão real do
Reino Unido. O logotipo original, encontrado no verso da capa do
primeiro álbum da banda, era um simples desenho. Capas posteriores
trouxeram versões mais intrincadas do logo.
Em
1972, o Queen entrou em discussões com o Trident Studios
depois de uma apresentação no De La Lane Studios, vista por John
Anthony. Após essas discussões, Norman Sheffield ofereceu à banda
um contrato de gestão com a Neptune Productions, uma subsidiária da
Trident, para gerenciá-la e permitir que usasse as instalações da
Trident para gravação de novos materiais, enquanto a diretoria
procurava uma gravadora para contratá-la.
Isso
funcionou para ambas as partes, à medida que a Trident se expandia
para a administração e, sob o acordo, o Queen pode usar as
instalações de gravação de alta tecnologia utilizadas por outros
músicos, como os Beatles e Elton John, para produzir novo material.
Em
1973, o Queen assinou um contrato com a Trident/EMI.
O
primeiro álbum, Queen
Em
julho de 1973, o Queen lançou seu álbum de estreia, Queen,
um esforço influenciado pelo heavy metal e pelo rock progressivo.
O
álbum foi bem recebido pelos críticos; Gordon Fletcher, da revista
norte-americana Rolling Stone, chamou-o de “soberbo”, e o
jornal Daily Herald, de Chicago, chamou-a de “estreia acima
da média”.
No
entanto, o trabalho atraiu pouca atenção do mainstream e o single
“Keep Yourself Alive” vendeu mal. Retrospectivamente, o single é
citado como o destaque do álbum, e em 2008, a Rolling Stone o
classificou em 31º lugar entre as ‘100 Melhores Canções de
Guitarra de Todos os Tempos’, descrevendo-o como “um álbum
inteiro de riffs abarrotado em uma única canção”.
Mesmo
assim, o disco atingiu o 47º lugar da principal parada britânica,
alcançando a 83ª posição de sua correspondente norte-americana.
Próximos
passos
Depois
que seu álbum de estreia autointitulado, Queen, foi gravado e
mixado, no final de novembro de 1972, o Queen começou a turnê
e a sua promoção.
Problemas
de gerenciamento forçaram o álbum a ser lançado pela gravadora
independente Trident, mas somente após oito meses desde a sua
conclusão. Durante esse tempo, o Queen estava compondo
material novo e ansioso para gravá-lo.
Começa
a surgir Queen II
Várias
novas músicas foram compostas após o primeiro álbum e algumas eram
mesmo de antes. “See What a Fool I've Been” havia sido abandonada
dos dias do Smile. “Ogre Battle” foi escrita durante as sessões
do álbum de estreia, bem como “Father To Son”, mas a banda
decidiu esperar por gravá-las até que tivessem mais liberdade no
estúdio.
Em
agosto de 1973, a banda estava nos estúdios Trident, agora
autorizados a agendar horas adequadas, com um álbum sob sua mira.
Para o que, geralmente, é considerado um trabalho complexo (com
vocais em camadas, harmonias e instrumentos), demorou-se muito pouco
tempo - apenas um mês - para se gravar Queen II.
Uma
versão completa de “Seven Seas of Rhye” foi gravada e lançada
com a intenção específica de ser o primeiro single do novo álbum.
Após o fracasso comercial de “Keep Yourself Alive”, o Queen
decidiu que precisava de um single que não demorasse “muito tempo
para acontecer” (sem uma longa introdução de guitarra). Então,
tanto o Queen quanto o produtor Roy Thomas Baker se certificaram de
que ‘Rhye’ começasse de um jeito que atraísse pessoas.
Mitologia
e arte eram paixões de Mercury, e a pintura de Richard Dadd, The
Fairy Feller's Master-Stroke (que atualmente está na Galeria
Tate), despertou sua criatividade.
Mick
Rock foi contratado para fazer todo o trabalho de fotografia
artística do álbum. Esta única imagem do Queen, usada na
capa de Queen II, se tornaria uma das imagens mais icônicas
da banda, revisitada e trazida à vida para o filme promocional
‘Bohemian Rhapsody’.
Robin
Cable, com quem Mercury trabalhou durante a sessão “I Can Hear
Music”, foi recrutado para reproduzir o som da produção de
Spector em “Funny How Love Is”.
Queen
II não é um álbum conceitual, mas uma coleção de músicas
com um tema livre por toda parte. Os dois lados do LP original foram
rotulados como ‘Side White’ e ‘Side Black’ (em vez dos lados
convencionais A e B), com fotos correspondentes do grupo vestido de
branco ou preto em ambos os lados do encarte.
O
lado branco tem músicas com um tema mais emocional e o lado negro é
quase inteiramente sobre fantasia, geralmente com temas bastante
sombrios.
O
lado ‘branco’ é muito diversificado: quatro das cinco faixas
foram compostas por Brian May, onde uma é instrumental, uma é
cantada por Freddie Mercury e Roger Taylor (com May ao piano), a seguinte é cantada por Mercury, e a última por May. A faixa de
encerramento do ‘White Side’ é a única composição de Taylor
no álbum, em que ele também canta. John Deacon tocou violão em
“Father to Son”, além de seus deveres normais no baixo.
O
vocalista Freddie Mercury compôs todo o lado ‘negro’,
contribuindo com peças de piano e cravo e uma ampla gama de
performances vocais distintas.
Icônica
capa de Queen II
A
capa do álbum Queen II apresenta uma fotografia tirada por
Mick Rock, que, de acordo com a VH1, “Queen em formação de
diamante, cabeças inclinadas para trás como estátuas da Ilha de
Páscoa” contra um fundo preto.
A
banda contratou Rock porque eles queriam, nas palavras de Rock,
“enxertar algumas das [marcas registradas] sensações 'glam'
decadentes”, por conta de seu trabalho com artistas como David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed.
Posteriormente,
o resumo que o fotógrafo recebeu do Queen deveria ter um tema preto
e branco para toda a arte de Queen II. De acordo com Rock, o grupo
estava procurando atrair a atenção das pessoas com a capa,
especialmente desde que seu primeiro álbum falhou em o fazer.
Imagem icônica |
“Eles
perceberam que, se você conseguisse pegar os olhos das pessoas,
poderia interessá-las para música”. Descrevendo-a como uma
espécie de ‘tipo de nocaute por uma velha foto de Marlene
Dietrich’, o fotógrafo inspirou-se em uma fotografia da atriz no
filme de 1932, Shanghai Express. (Nota do Blog: Marlene
Dietrich, nome artístico de Marie Magdelene Dietrich von Losch foi
uma atriz e cantora alemã. Dietrich manteve grande popularidade ao
longo de sua longa carreira no show business, por continuamente
reinventar-se, profissionalmente. Em 1920, em Berlim, ela atuou nos
palcos e em filmes mudos. Seu desempenho como Lola-Lola em O Anjo
Azul (1930), dirigido por Josef von Sternberg, lhe trouxe fama
internacional, resultando em um contrato com a Paramount Pictures.
Dietrich estrelou em filmes de Hollywood tais como Marrocos (1930), O
Expresso de Xangai (1932) e Desejo (1936)).
“E
claro que ninguém nunca foi mais ‘glam’ que a divina Ms.
Dietrich”, brincou Rock.
Embora
a banda quase rejeitasse a foto, pois a sentia muito pretensiosa,
Rock a convenceu do contrário: “Isso os fez parecer um negócio
muito maior do que eram na época, mas foi um verdadeiro reflexo de
sua música”.
A
imagem seria reutilizada pelo Queen para os vídeos
promocionais de seus singles “Bohemian Rhapsody”, de 1975, e “One
Vision”, de 1985.
Vamos
às faixas:
PROCESSION
Pequena introdução instrumental para o disco...
FATHER
TO SON
"Father to Son" é uma bela faixa, contando com um belo arranjo e ótimo trabalho da bateria de Roger Taylor e do piano tocado por Freddie Mercury. O peso da guitarra de Brian May aparece a partir do segundo minuto e é de arrepiar!
A
letra é na perspectiva de um pai pensando sobre o filho:
And
the voice is so clear
Time
after time it keeps
Calling
you calling you on
Don't
destroy what you see
Your
country to be
Just
keep building on the ground
That's
been won
Kings
will be crowned
The
word goes around
From
father to son to son
WHITE
QUEEN (AS IT BEGAN)
Com um início mais intimista e melancólico, "White Queen" se desenvolve de modo bem ameno, mas com alto teor de dramaticidade. O trabalho acústico de Brian May é envolvente e a composição é uma amostra daquilo que o Queen se tornaria já no ano seguinte.
A
letra é inspirada na obra The White Goddess, de Robert Graves:
How
did thee fare, what have thee seen
The
mother of the willow green
I
call her name
And
'neath her window have I stayed
I
loved the footsteps that she made
And
when she came
White
queen how my heart did ache
And
dry my lips no word would make
So
still I wait
SOME
DAY ONE DAY
Nesta canção, os vocais são liderados pelo guitarrista Brian May. A suavidade é uma tônica na bela melodia e o aspecto acústico novamente é uma força dominante.
A
letra fala sobre juventude:
The
rest may not be sung
So
still the cloud it hangs
Over
us and we're alone
But
some day, one day
THE
LOSER IN THE END
Já nesta faixa, é o baterista Roger Taylor quem providencia os vocais (e de maneira bem mais satisfatória que May, registre-se). A composição flerta de modo mais intenso com o Hard Rock, com a seção rítmica imprimindo mais peso e a guitarra de May bem mais distorcida.
A
letra fala sobre consequências:
So
listen mothers everywhere
To
just one mother's son
You'll
get forgotten on the way
If
you don't let them have their fun
Forget
regrets, and just remember
It's
so long since you were young
OGRE
BATTLE
"Ogre Battle" é uma música sensacional. Ela apresenta o uso de camadas vocais as quais se tornaram um marco na carreira do Queen. A guitarra de Brain May está enfurecida, contando com um riff principal espetacular. Os vocais de Mercury dispensam maiores comentários.
A
letra é sobre uma batalha de ogros:
He
gives a great big cry
And
he can swallow up the ocean
With
mighty tongue he catches flies
And
the palm of his hand incredible size
One
great big eye
Has
to focus in your direction
Now
the battle is on
Yeah
yeah yeah
THE
FAIRY FELLER’S MASTER-STROKE
Esta composição é muito interessante, bastante experimental, com um pé no Progressivo. O efeito catártico e divertido de sua sonoridade tem a faceta magistral do grupo.
A
letra é inspirada na tela homônima, obra de Richard Dadd:
Ploughman,
Waggoner Will, and types
Politician
with senatorial pope, he's a dilly-dally-o
Pedagogue
squinting, wears a frown
And
a satyr peers under lady's gown, dirty fellow
NEVERMORE
"Nevermore" possui pouco mais de 1 minuto, mas apresenta a genial voz de Mercury em estado puro enquanto ele mesmo toca piano.
A
letra é sobre o fim de um relacionamento:
There's
no living in my life anymore
The
seas have gone dry and the rain stopped falling
Please,
don't you cry anymore
Can't
you see?
Listen
to the breeze, whisper to me, please
Don't
send me to the path of nevermore
THE
MARCH OF THE BLACK QUEEN
Já em "The March of the Black Queen", o conjunto continua com seu rock repleto de influências diversas, misturando corais de vozes, piano, guitarra distorcida e uma seção rítmica imprimindo bastante peso e intensidade à canção. A alternância entre passagens calmas e outras "caóticas" é incrível.
A
letra é com o tema de fantasia:
Here
comes the Black Queen, poking in the pile
Fie-fo
the Black Queen, marching single file
Take
this, take that, bring them down to size
(March
to the Black Queen)
FUNNY
HOW LOVE IS
Nesta faixa, o grupo faz uma abordagem mais suave, com a percussão bem presente e May abusando de seu bom gosto. Ótimos vocais de Mercury.
A
letra fala sobre o amor:
Tomorrow
brings love in the shape of things
At
any time, anywhere
If
you gotta make love do it everywhere
That's
what love is, that's what love is
SEVEN
SEAS OF RHYE
A décima-primeira - e última - faixa de Queen II é "Seven Seas of Rhye". Um clássico indiscutível da banda encerra o álbum de maneira épica. Peso, criatividade e talento se misturam em um dos grande momentos do início de carreira do Queen!
A
letra é em tom fantástico:
Storm
the master marathon I'll fly through
By
flash and thunder fire, I'll survive (I'll survive, I'll survive)
Then
I'll defy the laws of nature
And
come out alive!
Begone
with you, you shod and shady senators
Give
out the good, leave out the bad evil cries
I
challenge the mighty titan and many troubadours
And
with a smile
I'll
take you to the seven seas of Rhye
“Seven
Seas of Rhye” foi lançada como single para promover Queen II,
alcançando a boa 10ª posição da principal parada britânica,
embora não tenha repercutido na sua correspondente norte-americana.
Inicialmente,
“Seven Seas of Rhye” foi um ‘esboço musical instrumental que
fechava seu primeiro álbum’. Uma versão expandida, planejada para
inclusão no álbum Queen II, foi inaugurada publicamente
quando o Queen teve uma oportunidade repentina de aparecer no
famoso programa da TV britânica, Top of the Pops, em fevereiro de
1974, sendo levada às pressas para o vinil dois dias depois, em 23
de fevereiro.
Tornou-se
a primeira música da banda nas paradas, após ganhar tempo na BBC
Radio 1, alcançando, conforme dito, o número 10 na parada inglesa,
o que por sua vez persuadiu Freddie Mercury a assumir o Queen
como sua carreira em tempo integral.
A
música foi abandonada do set ao vivo, em 1976, e não foi tocada
novamente em concerto até a The Works Tour oito anos depois.
A versão presente em Queen II termina em um ‘cross fade’,
com os instrumentos se misturando ao grupo cantando ‘I Do Like To
be Beside the Seaside’, acompanhados por um stylophone tocado por
Roy Thomas Baker, que foi uma única exceção à regra ‘no
synths’, estabelecida pelo conjunto.
Em
uma entrevista de rádio de 1977, Freddie Mercury descreveu o tema da
música como um ‘produto de sua imaginação’. No musical We Will
Rock You, os Seven Seas of Rhye é um lugar onde os boêmios são
levados após serem drenados pelo cérebro de Khashoggi.
Considerações
Finais
Queen
II serviu para aumentar o nível de sucesso do grupo, tanto
crítica quanto comercialmente.
O
álbum atingiu a excelente 5ª posição da principal parada
britânica, atingindo a 49ª colocação em sua correspondente
norte-americana. Ainda ficou com os 19º e 40º lugares nas paradas
de Noruega e Canadá, respectivamente.
Queen
II recebeu uma reação crítica mista da imprensa musical
contemporânea. A revista britânica NME opinou que o disco
exibia “todo o poder e força, seus talentos de escrita e toda
qualidade que os tornam únicos”; enquanto o extinto jornal Sounds
escreveu, “Simplesmente intitulado Queen II, este álbum a
captura em suas melhores horas”.
A
revista norte-americana Rolling Stone, a qual elogiou muito o
primeiro LP da banda, premiou o álbum com 2,5 estrelas (em 5).
Enquanto a revista tinha pouco entusiasmo pelo ‘Side Black’, eles
aplaudiram ‘Side White’, descrevendo que ele apresentava a “graça
salvadora de acordes de poder oportunos e bem escolhidos e algumas
melodias bastante bonitas”.
A
revista britânica Melody Maker teve poucos elogios para o
disco, escrevendo: “É reputado que o Queen teve algum
sucesso nos Estados Unidos, (e) está atualmente na balança se eles
realmente vão acontecer por aqui. Se eles fizerem isso, então eu
vou ter que comer meu chapéu ou algo do tipo. Talvez o Queen
tente demais, não há profundidade ou sentimento no seu som”.
Outra
extinta revista britânica, Record Mirror, afirmou: “É
isso, a essência do glam rock. Fraca e superproduzida, se esta banda
é nossa mais esperançosa esperança para o futuro, então estamos
cometendo o suicídio do rock and roll”. O famoso crítico musical,
Robert Christgau, detestou o disco.
Stephen
Thomas Erlewine, do site AllMusic, em uma análise atual, dá
ao disco uma nota 4 (de 5), afirmando: “Mas esse tipo de drama
insular é bastante atraente, e é por isso que Queen II é um
dos favoritos de seus fãs mais fanáticos. No mínimo, isso ilustra
que o Queen estava começando a puxar todas as suas ambições
e influências para um som de assinatura, e é bastante poderoso a
esse respeito”.
Após
a conclusão do álbum, no final de agosto de 1973, o Queen
adicionou “Ogre Battle”, “Procession” e “Father to Son”
aos seus setlists imediatamente e excursionou extensivamente.
Mais
uma vez, no entanto, a gravadora Trident atrasou o LP, pois o
primeiro álbum do Queen havia acabado de ser lançado no
Reino Unido e ainda precisava ser lançado nos EUA.
Outros
problemas afetam o lançamento do álbum: as medidas de conservação
de energia postas em prática durante a crise do petróleo, em 1973,
atrasaram sua fabricação por vários meses e, quando liberado, John
Deacon foi creditado como ‘Deacon John’, e a banda insistiu que
isto precisava ser corrigido.
Quando
1974 chegou ao fim, a reação pública à Queen II foi entusiástica.
O álbum também foi classificado pela revista britânica Disc
como o 5º melhor do ano. Embora o disco continue a ser uma das obras
menos conhecidas da banda, desde então tem mantido um culto de
seguidores e sido citado recentemente por uma série de publicações
musicais, artistas e fãs como uma das melhores obras do Queen.
Em
2003, a revista britânica Q incluiu Queen II em uma
lista de cinquenta álbuns pouco conhecidos recomendados pela revista
para complementar sua pesquisa The 50 Best British Albums Ever.
Em 2005, na revista Kerrang!, seus leitores votaram em Queen
II como o 72º maior álbum de rock britânico de todos os
tempos.
Em
2006, o álbum foi apresentado na lista The 200 Greatest Albums of
the 70s, feita em conjunto pelas revistas Classic Rock e Metal
Hammer, sendo listado, ao lado de Sheer Heart Attack, como
um dos 20 maiores álbuns de 1974.
Entre
outras premiações, junto aos álbuns Queen, Sheer Heart Attack e A
Night at the Opera, Queen II é apresentado no livro 1001 Albums
You Must Hear Before You Die, onde é descrito como “um álbum
distintamente sombrio” e que “mostrou sua diversidade” em
contraste com os seus posteriores “hinos expansivos e agradáveis
ao estádio”.
Entre
fãs famosos de Queen II estão Axl Rose, da banda Guns N’ Roses, e Billy Corgan, do Smashing Pumpkins.
Sobre
o conceito de Side White e Side Black, Freddie Mercury afirmou:
“Bem... esse foi um conceito que nós desenvolvemos na época...
não tem nenhum significado especial. Mas ficamos fascinados com
esses tipos de coisas... o guarda-roupa que usamos na época
descreveu perfeitamente bem...”. Já Brian May foi cirúrgico:
“Quando
o Queen II saiu, não se conectou com todos. Muitas pessoas
pensaram que abandonaríamos o rock. Eles disseram: ‘Por que vocês
não tocam coisas como ‘Liar’ e ‘Keep Yourself Alive’? Tudo o
que podíamos dizer era, escute outra vez, está lá, mas está tudo
em camadas, é uma nova abordagem. Hoje em dia as pessoas dizem: ‘Por
que vocês não tocam como em Queen II’? Muitos dos nossos fãs
mais próximos pensam isso, e eu ainda gosto muito desse álbum. Não
é perfeito, tem as imperfeições da juventude e os excessos da
juventude, mas acho que esse foi o nosso maior passo”.
Em 8
de novembro daquele mesmo ano, o Queen já lançaria seu
terceiro álbum de estúdio, Sheer Heart Attack.
Queen
II supera a casa de 600 mil cópias vendidas.
Formação:
Freddie
Mercury - Vocal, Backing Vocals, Piano, Cravo
Brian
May – Guitarra, Backing Vocals, Violão, Piano, Vocal em 04
Roger
Taylor - Bateria, Backing Vocals, Marimba, Percussão,Vocal em 05
John
Deacon - Baixo, Violão
Faixas:
01.
Procession (May) - 1:12
02.
Father to Son (May) - 6:14
03.
White Queen (As It Began) (May) - 4:34
04.
Some Day One Day (May) - 4:23
05.
The Loser in the End (Taylor) - 4:02
06.
Ogre Battle (Mercury) - 4:10
07.
The Fairy Feller's Master-Stroke (Mercury) - 2:40
08.
Nevermore (Mercury) - 1:15
09.
The March of the Black Queen (Mercury) - 6:33
10.
Funny How Love Is (Mercury) - 2:50
11.
Seven Seas of Rhye (Mercury) - 2:50
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/queen/
Opinião
do Blog:
O Queen finalmente retorna ao RAC com um álbum menos badalado, mas igualmente genial: Queen II.
Já em seu segundo disco, o grupo dava amostras de que seria um dos melhores conjuntos que o Rock já presenciou: Brian May demonstra a habitual competência na guitarra e acusticamente, Roger Taylor é um ótimo baterista e John Deacon abusa do 'groove'.
Freddie Mercury dispensa maiores elogios: tanto sua voz quanto sua interpretação das letras são impecáveis. Ao piano, Freddie também apresenta desenvoltura.
Queen II é uma clara evolução em relação à estreia do conjunto. O peso do Hard/Heavy está presente, mas a banda apresenta algumas de suas marcas registradas: uso de camadas de vozes, o flerte com a musicalidade erudita, uma gama de influências diferentes nas canções.
Tudo é construído com absoluto talento e bom gosto, o exemplo são os arranjos, muito eficientes. E isto permite que cada músico brilhe individualmente, mas o conjunto soe sempre harmonioso. As letras também são interessantes.
Desta maneira, Queen II é uma pequena obra de arte. Apreciá-lo é poder constatar uma banda em franco desenvolvimento.
Aqui não existem músicas de enchimentos, todas são no mínimo muito boas. Mas o RAC destaca ao menos 4 canções muito acima da média: "Father to Son", "The March of the Black Queen", "Seven Seas of Rhye" e a predileta "Ogre Battle".
Enfim, o Queen começava sua caminhada para o Olimpo do Rock and Roll, apresentando uma criatividade e uma capacidade poucas vezes observadas. Queen II é um álbum especial e apontando para o que seria um futuro inexplicavelmente soberbo de seus criadores.
O Queen finalmente retorna ao RAC com um álbum menos badalado, mas igualmente genial: Queen II.
Já em seu segundo disco, o grupo dava amostras de que seria um dos melhores conjuntos que o Rock já presenciou: Brian May demonstra a habitual competência na guitarra e acusticamente, Roger Taylor é um ótimo baterista e John Deacon abusa do 'groove'.
Freddie Mercury dispensa maiores elogios: tanto sua voz quanto sua interpretação das letras são impecáveis. Ao piano, Freddie também apresenta desenvoltura.
Queen II é uma clara evolução em relação à estreia do conjunto. O peso do Hard/Heavy está presente, mas a banda apresenta algumas de suas marcas registradas: uso de camadas de vozes, o flerte com a musicalidade erudita, uma gama de influências diferentes nas canções.
Tudo é construído com absoluto talento e bom gosto, o exemplo são os arranjos, muito eficientes. E isto permite que cada músico brilhe individualmente, mas o conjunto soe sempre harmonioso. As letras também são interessantes.
Desta maneira, Queen II é uma pequena obra de arte. Apreciá-lo é poder constatar uma banda em franco desenvolvimento.
Aqui não existem músicas de enchimentos, todas são no mínimo muito boas. Mas o RAC destaca ao menos 4 canções muito acima da média: "Father to Son", "The March of the Black Queen", "Seven Seas of Rhye" e a predileta "Ogre Battle".
Enfim, o Queen começava sua caminhada para o Olimpo do Rock and Roll, apresentando uma criatividade e uma capacidade poucas vezes observadas. Queen II é um álbum especial e apontando para o que seria um futuro inexplicavelmente soberbo de seus criadores.
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