Beautiful
Mess é o quarto álbum de estúdio do vocalista norte-americano Jeff
Scott Soto. Seu lançamento oficial aconteceu em 23 de fevereiro de
2009, através do selo Frontiers Records. As gravações ocorreram no
ano anterior, no Mendo Studio, em Gothenburg, na Suécia. A produção
ficou a cargo do próprio Jeff Scott Soto junto ao músico Paulo
Mendonça.
O
RAC fica feliz em resgatar novamente o brilhante
(e extramente subestimado) vocalista Jeff Scott Soto, desta
feita com um disco de sua carreira solo.
Origens
Jeff
Scott Soto nasceu em 4 de novembro de 1965, em Nova York, Estados
Unidos. Embora seja norte-americano, Soto tem ascendentes
porto-riquenhos.
Carreira
Soto
começou a ganhar algum destaque quando fez os vocais para as faixas
“Far Beyond the Sun” e “As Above, So Below” no álbum Rising
Force, do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen, lançado em 1984. No
ano seguinte, ele também seria o vocalista em Marching Out, do
Malmsteen.
Em
1989, Soto participa do EP Deliver Us from Evil, da banda
Kryst the Conqueror, a qual contava com o baixista Jerry Only
e o guitarrista Doyle Wolfgang von Frankenstein, ambos do Misfits.
Além
disso, Soto fez backing vocals em vários álbuns de artistas como
Lita Ford, Steelheart, Fergie Frederiksen, Glass
Tiger, House of Lords, Stryper, Saigon Kick,
entre outros.
Durante
os anos 90, Soto esteve envolvido com diferentes projetos.
Jeff Scott Soto |
Pela
banda Talisman, gravou os álbuns Talisman (1990),
Genesis (1993), Humanimal (1994), Humanimal Part II
(1994), Life (1995), Truth (1998), Cats and Dogs
(2003) e 7 (2006).
Pelo
grupo Takara, Jeff esteve nos discos Eternal Faith
(1993), Taste of Heaven (1995) e Blind in Paradise
(1998). Com o conjunto Human Clay participou dos trabalhos
Human Clay (1996) e u4ia (1997).
Ainda
nos anos 90, Soto foi vocalista em álbuns da carreira solo do
ótimo guitarrista alemão Axel Rudi Pell, cantando em Eternal
Prisoner (1992), The Ballads (1993), Between the Walls
(1994), Made In Germany (1995), Black Moon Pyramid
(1996) e Magic (1997).
Em
1994, Soto lançou seu primeiro esforço solo, Love Parade.
Nos
anos 2000, Soto investiu mais em sua carreira solo, lançando
os álbuns Prism (2002) e Lost in the Translation
(2004), além dos EP’s Holding On (2002) e Believe in Me
(2006). Claro, ele continuou participando de diferentes projetos como
Humanimal, Soul SirkUS e Redlist.
Jeff
também cantou na banda fictícia Steel Dragon, que contava com Zakk
Wylde, Jeff Pilson e Jason Bonham, para a trilha sonora do filme Rock
Star, juntamente com Michael Matijevic, da banda Steelheart,
cujo segundo álbum contou com Soto nos backing vocals.
Ele
também cantou em um álbum inspirado na série de TV Biker Mice
From Mars.
Soto
se apresentou no anual OIQFC 'Freddie Mercury Birthday Party',
no ano de 2000, em Reading no Reino Unido, onde ele cantou “Dragon
Attack” com Brian May.
Soto, novamente |
Desde
aquele primeiro encontro, Soto e May se tornaram amigos, e
Soto se apresentou com a banda SAS (Spike's All Stars),
do vocalista Spike Edney. Jeff também apareceu com Brian May
e Roger Taylor no 'Hollywood Walk of Fame' para o International
Official Fan Club.
Em
2006, Soto substituiu Steve Augeri no Journey depois
que Augeri deixou a turnê devido a uma infecção aguda na garganta.
Em 19 de dezembro, Soto foi confirmado como o vocalista oficial do
Journey e um comunicado à imprensa publicado no site oficial da
banda. Em 12 de junho de 2007, foi anunciado no mesmo site que o
Journey havia descartado Soto como seu vocalista.
Soto
abordou a questão dizendo: “Eu estava ansioso para um futuro longo
e próspero com esses caras, mas parece que eles queriam algo
diferente do que eu trouxe para a mesa. Nenhum amor perdido, eles
sabem o que é melhor para a preservação de seu legado. Desejo tudo
de bom para eles, mas agora é hora de continuar trabalhando no meu
caminho novamente”.
Desde
sua saída do Journey, Soto continuou a se apresentar e
a fazer turnê por conta própria e como parte de outros grupos. Ele
excursionou com Talisman, Tempestt e com uma nova banda
para promover o álbum Beautiful Mess, lançado em fevereiro
de 2009.
Vamos
às faixas:
21ST
CENTURY
"21st Century" possui toques de modernidade, embora seja baseada em um bom riff básico de guitarra, com uma nítida pegada AOR. A voz de Jeff é o grande destaque da faixa.
A
letra reflete em como se deve levar a vida:
These
are the days where anything goes
If
you know the way when you're trying to save your soul
These
are the days yeah yeah,
21st
centuty
CRY
ME A RIVER
"Cry Me A River" é mais contida, com a força das guitarras mais presentes apenas no refrão. Há um toque bluesy, contido, mas com Soto explorando as possibilidades de sua potente voz. Boa canção.
A
letra fala sobre sacrifícios:
Cry
me a river cuz a cried one for you
There
ain't no mountain i wouldn't climb for you
What
kinda fool am i to think that you'll stay
I
hold the cup cuz i miss the taste
GIN
& TONIC SKY
Já em "Gin & Tonic Sky", Jeff aposta em uma balada suave, com melodia extremamente amena, em uma abordagem mais introvertida. Até mesmo seus vocais, de maneira muito sábia, conformam-se com a sonoridade. O resultado final é bonito.
A
letra possui uma conotação romântica:
I'm
just watching the world go by
I'm
easy as a summer breeze in a gin and tonic sky
I'm
just watching the world go by
Wishing
i was someone else tonight
HEY
"Hey" é um Rock com toques acústicos, graças a um violão bem sutil. O ritmo é alegre e combina bem com a mensagem positiva da letra. Outra boa música.
A
letra possui uma mensagem positiva:
Let
yourself go, you can do it
Now
the whole world knows, that you can hold your own now
Pass
on that vibe, give it up
If
it's positive share the love you decide
BROKEN
MAN
"Broken Man" também se aproxima bastante de uma balada, apostando em excelentes vocais de Soto, os quais, outra vez, estão mais contidos, mas igualmente eficientes. A guitarra aparece episodicamente, mas bem empregada.
A
letra é claramente sobre consequências:
Oh,
i'm so sorry for what i have done
All
i can do now is pick up and go home
The
cross that i carry, i carry alone
So
save your pity cuz i should have known
MOUNTAIN
"Mountain" se constrói através de elementos eletrônicos e com toques de Hip Hop, mas também com a presença do Rock como elemento unificador. O resultado final é apenas curioso.
A
letra é sobre destino:
There's
a man sittin' on a sanctuary
With
nothing on his mind
Got
nothing but his dignity, he ain't got no dime
He's
going nowhere but he doesn't want to leave
Feeling
easy cuz he's got his peace
OUR
SONG
"Our Song" é mais tradicional, um Rock/Hard que lembra os tempos de Soto no Talisman o que, por si só, é um sinal de boa qualidade. Um Rock simples, tradicional, mas com boa dose de emoção e de inspiração.
A letra
é sobre amor:
Now
don't you wanna believe in a love song
You
know they're singing 'bout u & me
Now
don't you wanna believ we could be strong
This
is as good as it's gonna be
Now
don't you wanna believe in a love song
Or
the love that'll set it free
Don't
you wanna believe this is our song
EYE
"Eye" é outra faixa com alguns toques modernosos, mas se configura na praia do AOR. Seu maior destaque é o eficiente refrão, o qual explora muito bem a capacidade de Soto.
Outra
letra apaixonada:
Your
heart is crying fom the emptiness
Too
many years spent all alone
Just
take my hand & let me take you in
I'll
bring back the days when you
Believed
that love was yours to own, and i say
BRING
IT HOME
As guitarras presentes em "Bring It Home" têm uma pegada bem legal, com a musicalidade mais intensa, embora seja uma canção suave e divertida.
A
letra é em flerte:
I
can see that you want to,
You
got that little look in your eye
To
show me what you can do,
This
is not the place to be shy
I
love the way your lips move
The
sexy way you flick your hair
I'm
losing inhibitions baby and i really don't give a damn
TESTIFY
"Testify" é mais pesada, com as guitarras bem presentes e muito marcantes, embora os vocais sejam diversificados - em alguns momentos eles empregam a métrica Hip Hop. Mesmo assim, a música pode ser considerada um ponto alto do trabalho.
A
letra é sobre fé:
Shake
it like it was your birthday , spin it round
Round
, colour my soul
This
is my religion , decision , my vision , gonna
Make
it last , Lord have mercy
WHEREVER
YOU WANNA GO
"Wherever You Wanna Go" é uma 'super' balada AOR, com todos os elementos que as consagraram, ou seja, refrão grudento, estrutura construída em crescendo, melodia suave e acessível, etc. A ótima atuação de Soto nos vocais é certeza de sucesso.
É
uma letra apaixonada:
Foolin'
around ain't always right
Fallin'
in love ain't for everyone , no no
But
we own it tonight
KICK
IT
"Kick It" é a décima-segunda - e última - faixa de Beautiful Mess. O encerramento do disco investe em uma canção que alterna passagens acústicas e outras elétricas, mas, ambas, com bela atuação de Soto.
A
letra é divertida:
(If
u got some time , we can kick it together
Alright
, it's alright , it's alright
I'll
be your fool for life , come on let's kick it forever
So
right , it's so right , it's so right)
Considerações
Finais
Embora
seja um trabalho de qualidade inquestionável, Beautiful Mess
não repercutiu em termos das principais paradas de sucesso, a
norte-americana e a britânica.
Soto
excursionou com a Trans-Siberian Orchestra em suas turnês de
inverno (da Europa) de 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012 e os shows da
primavera da Beethoven's Last Night em 2010 e 2011 (incluindo
a Europa). Ele foi destaque na Winter Tour de 2013, na European Tour
de 2014 e no Wacken de 2015 também.
Com
os músicos do Work of Art e Eclipse, Soto
ajudou a criar a nova banda W.E.T. (as iniciais são a
primeira letra de cada banda envolvida, sendo o T de Talisman).
A nova banda lançou um álbum de estreia autointitulado, em novembro
de 2009.
Um
novo álbum solo só viria em 2012, com Damage Control.
Formação:
Jeff
Scott Soto – Vocal
Paulo
Mendonca – Guitarras, Baixo, Bateria, Teclados, Backing Vocals
Peter
Strandberg – Bateria
Karl
Guner – Bateria
Ben
Carey – Guitarra
Sammy
Sims – Baixo
Faixas:
01.
21st Century (Mendonça/Martin) - 3:53
02.
Cry Me A River (Mendonça/Martin) - 3:43
03.
Gin & Tonic Sky (Mendonça/Martin) - 3:55
04.
Hey (Mendonça/Richardson/Bharadia/Farquharson) - 3:36
05.
Broken Man (Mendonça/Kennedy) - 3:36
06.
Mountain (Mendonça/Martin/Soto) - 3:49
07.
Our Song (Mendonça/Martin) - 3:19
08.
Eye (Mendonça/Klein/Soto) - 2:49
09.
Bring It Home (Mendonça/La Spina/Farquharson) - 3:52
10.
Testify (Soto/Carey) - 4:10
11.
Wherever You Wanna Go (Mendonça/Soto) - 3:25
12.
Kick It (Soto/Carey) – 4:04
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/jeff-scott-soto/
Opinião
do Blog:
Jeff Scott Soto já apareceu outras vezes aqui no RAC, sempre demonstrando seu talento como vocalista.
Soto possui uma voz que agrada bastante, mesclando potência, suavidade e uma ótima capacidade de interpretar as letras, com a emoção que a musicalidade lhe exige. Para o RAC, o talento de Soto é um dos mais subestimados que existem na área do Rock-Hard-AOR.
Beautiful Mess, quarto álbum da carreira solo do vocalista, reflete a versatilidade de Soto como cantor. Há faixas mais suaves, outras mais intensas e aquelas com toques de modernidade (para a época), com Jeff se adaptando perfeitamente a cada uma dessas exigências. A banda que o acompanha se revela muito eficiente.
Desta maneira, pode-se afirmar que o disco é um trabalho de Rock que investe com mais ênfase na veia AOR, sempre presente na carreira de Soto, especialmente quando esteve no Talisman. Um ponto alto do trabalho é sua produção, com ótima qualidade sonora.
As letras são absolutamente simples.
Faixas de destaque, para o RAC, são as boas baladas "Gin & Tonic" e "Broken Man", a roqueira "Our Song" e a contida "Wherever You Wanna Go", esta, com uma atuação ímpar de Soto.
Concluindo, Beautiful Mess não vai mudar a vida de ninguém que o ouvir, mas é uma boa diversão, especialmente para os fãs da bela voz do subestimado Jeff Scott Soto. Assim, trata-se de uma oportunidade de entretenimento para fãs de sons com uma pegada mais AOR.
Soto possui uma voz que agrada bastante, mesclando potência, suavidade e uma ótima capacidade de interpretar as letras, com a emoção que a musicalidade lhe exige. Para o RAC, o talento de Soto é um dos mais subestimados que existem na área do Rock-Hard-AOR.
Beautiful Mess, quarto álbum da carreira solo do vocalista, reflete a versatilidade de Soto como cantor. Há faixas mais suaves, outras mais intensas e aquelas com toques de modernidade (para a época), com Jeff se adaptando perfeitamente a cada uma dessas exigências. A banda que o acompanha se revela muito eficiente.
Desta maneira, pode-se afirmar que o disco é um trabalho de Rock que investe com mais ênfase na veia AOR, sempre presente na carreira de Soto, especialmente quando esteve no Talisman. Um ponto alto do trabalho é sua produção, com ótima qualidade sonora.
As letras são absolutamente simples.
Faixas de destaque, para o RAC, são as boas baladas "Gin & Tonic" e "Broken Man", a roqueira "Our Song" e a contida "Wherever You Wanna Go", esta, com uma atuação ímpar de Soto.
Concluindo, Beautiful Mess não vai mudar a vida de ninguém que o ouvir, mas é uma boa diversão, especialmente para os fãs da bela voz do subestimado Jeff Scott Soto. Assim, trata-se de uma oportunidade de entretenimento para fãs de sons com uma pegada mais AOR.
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