How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Suicidal Tendencies. Seu lançamento oficial ocorreu em 13 de setembro de 1988, através do selo Epic. As gravações aconteceram em abril daquele mesmo ano, no Cherokee Studios, na Califórnia, Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Mark Dodson em conjunto com a banda.
Origem
O Suicidal
Tendencies foi formado em 1980, como um grupo punk, em Venice, na
Califórnia. A formação original da banda consistia em Mike Muir nos vocais,
Mike Ball na guitarra, Carlos "Egie" Egert na bateria e Mike Dunnigan
no baixo.
Após a gravação de sua primeira demo, Carlos
Egert deixou a banda e foi substituído pelo irmão de Dunnigan, Sean. Muir, na
época um estudante do Santa Monica College, originalmente pretendia que o Suicidal Tendencies fosse uma
"banda de festa", mas à medida que sua notoriedade crescia, ele logo
encontrou a banda no centro de sua vida.
Havia muitos rumores de que os membros da
banda, bem como seus amigos e seguidores estariam envolvidos com gangues
(especialmente Venice 13, gangue mexicano-americana daquela área), com a
bandana com marca registrada de Muir e a violência nas apresentações do
conjunto como evidências.
Em uma foto da formação original, que pode
ser vista dentro de seu álbum de estreia homônimo, o baterista Amery Smith está
usando um chapéu virado para cima e com a marca "V13", que
provavelmente seriam as iniciais de Venice 13. Smith não era um membro do V13 e
o chapéu usado na foto foi emprestado por um membro do V13, Steve Mayorga,
irmão do baixista do Suicidal Tendencies,
Louiche Mayorga.
O Suicidal
Tendencies rapidamente ganhou seguidores e começou a se apresentar em shows
maiores. Eles gravaram uma demo em 1982 e participaram do LP de compilação Slamulation da Mystic Records. A música
apresentada era "I Saw Your Mommy", que mais tarde foi incluída em
seu álbum de estreia autointitulado.
Os irmãos Dunnigan sairiam após essas
gravações, com Mike Dunnigan mais tarde se juntando à banda de Tony Alva, o Skoundrelz, para voltar com Mike Ball
na guitarra e Bela Horvath na bateria. Ball permaneceu na banda por 2 anos e
meio antes de se juntar ao Skoundrelz
e foi substituído por Dunnigan.
O guitarrista Rick Battson gravou a demo
antes do primeiro álbum. Grant Estes aprendeu aquela demo substituindo-o na
guitarra e tocando no primeiro álbum do Suicidal
Tendencies.
Mike Muir |
Primeiro
Álbum
Em 1983, o Suicidal Tendencies assinou com o selo independente Frontier
Records e lançou seu primeiro álbum autointitulado. A música
"Institutionalized", que apresentava um videoclipe que se tornou um
dos primeiros vídeos de hardcore a receber substancial airplay na MTV, expandiu
enormemente a base de fãs da banda.
Logo após o lançamento de seu álbum de
estreia, Estes deixou a banda e foi substituído por Jon Nelson, ex-empresário
do Neighbourhood Watch. Nelson tocou
com o Suicidal Tendencies em todos
os primeiros shows de 1983 a 1984. Embora Nelson não tenha aparecido em nenhum
dos lançamentos do Suicidal Tendencies,
ele aparece em algumas gravações ao vivo da música "War Inside My
Head", bem como em outras.
Todas as músicas compostas por Jon Nelson
foram compradas por Muir após sua saída da banda por uma pequena quantia em
dinheiro e uma guitarra Flying V. Ele é creditado nos álbuns apenas como
compostas por (Suicidal Tendencies)
e em 1987 foi erroneamente listado como guitarrista na reedição de seu álbum de
estreia, Suicidal Tendencies, que
logo foi corrigido para dar o devido crédito a Grant Estes.
Hiato
Naquele mesmo ano, deu-se o início do hiato
de quatro anos de gravação do Suicidal
Tendencies e Mike Muir e o baixista Louiche Mayorga formaram o selo
Suicidal Records, bem como a banda Los
Cycos.
Jon Nelson deixou o grupo e o Suicidal Tendencies foi proibido de
fazer shows em LA em um incidente no Perkins Palace (seus fãs rasgaram dez
fileiras de assentos e os promotores não conseguiram o seguro adequado para
contratá-los).
Muir também estava prestes a tentar produção,
bem como no início da nova gravadora. Los
Cycos era originalmente Mike Muir (vocal), Bob Heathcote (baixo), Anthony
Gallo (guitarras) e Amery Smith (bateria). Após alguns ensaios, Amery Smith
deixou a formação para se juntar a Jon Nelson e formar sua própria banda (The Brood).
Los
Cycos eventualmente incluiu Grant Estes na guitarra e as
escolhas originais Bob Heathcote e Amery Smith foram substituídas por Louiche
Mayorga (baixo) e Sal Troy (bateria). Eles gravaram a música "It's Not
Easy" escrita por Muir. "Welcome to Venice" foi a primeira gravação
a ser lançada pela Suicidal Records, mas os originais foram destruídos em um
incêndio.
A faixa do Los Cycos, "A Little Each Day", foi regravada para o
lançamento do Suicidal Tendencies,
em 1987, Join the Army e novamente em
Still Cyco After All These Years,
lançado em 1993.
Segundo
Álbum
Com a formação de Muir, Louiche Mayorga,
George e Herrera, o grupo lançou seu segundo álbum, Join the Army, em 1987. O álbum foi recebido com uma reação mista
de fãs de longa data devido ao seu som consideravelmente mais metal (elemento
trazido à mesa por Rocky George), já que esperavam mais um álbum punk.
Mesmo assim, Join the Army traz músicas clássicas como a faixa-título, "War
Inside My Head" e "Possessed to Skate".
Pouco depois, a banda fez algumas mudanças
importantes. As influências do metal de Rocky George começaram por sua vez a
influenciar Muir, que substituiu Keven Guercio como vocalista da banda de speed
metal No Mercy, de Mike Clark, antes
disso.
Muir contratou Clark do No Mercy como guitarrista do Suicidal. Clark ajudou a lidar com
muitas das composições da banda, que progrediram em uma direção musical mais
orientada para o thrash.
Ele demitiu Mayorga, que vinha tentando
manter a banda em território punk, e foi substituído brevemente pelo baixista
do No Mercy, Ric Clayton, que foi
substituído por Bob Heathcote. Pouco depois, a banda foi contratada pelo
produtor do Anthrax, Mark Dodson, e
assinou com a Epic Records, subsidiária da Columbia.
As mudanças de estilo e a assinatura com uma
grande gravadora indignaram alguns fãs de longa data, mas o Suicidal Tendencies começou a atrair
mais fãs da comunidade do heavy metal.
Mike Clark |
How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile
Today
How
Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today é o
terceiro álbum de estúdio do conjunto, lançado em 13 de setembro de 1988 pela Epic
Records, seu primeiro nessa gravadora.
Foi também o primeiro disco da banda gravado
com o guitarrista Mike Clark, e seu único lançamento com o baixista Bob
Heathcote, que foi substituído por Robert Trujillo em 1989.
How
Will I Laugh... é crucial para o desenvolvimento estilístico
do Suicidal Tendencies, pois vê a
banda abandonando a maior parte de suas influências punk em favor de um som
mais orientado ao thrash. Podem-se ver essas mudanças estilísticas no
antecessor deste disco, Join the Army,
mas o terceiro álbum tem um som metal distintamente mais definido; canções mais
complexas e longas, bem como melhores valores de produção.
A adição de um guitarrista base, Mike Clark,
mudou o estilo da banda fortemente também. Clark compôs grande parte da música
para este álbum e dá ao guitarrista Rocky George mais tempo solando. Assim,
outro fator neste álbum apresenta um som mais voltado para o metal.
Vamos às faixas:
TRIP AT THE BRAIN
“Tripa t the Brain” apresenta uma pegada
indiscutivelmente Thrash Metal, baseada em um riff bem característico do
estilo.
A letra é uma metáfora sobre
autoconhecimento:
I took a wrong turn and ended up at my heart
I t could barely even pump no blood it was so thrashed
and
torn apart
Thank it for working overtime in pain and misery
Then I set back on the trail, headed for my destiny
A canção foi lançada como single, mas não obteve maior repercussão em termos de paradas de sucesso.
HEARING VOICES
“Hearing Voices” segue a mesma tendência da
primeira canção, construindo uma trilha Thrash através da força das guitarras.
A letra revela uma espécie de loucura:
I tried to get real brave, tried to look around
I tried to find out where came that sound
The re I looked, the less I could see
But the voices keep calling, calling out to me
PLEDGE YOUR ALLEGIANCE
“Pledge Your Allegiance” aposta em uma pegada
mais cadenciada, mais arrastada e abusando do peso. Canção muito boa.
A letra faz uma espécie de questionamento:
I never said I don't like religion, I just don't like
TV
You say I got a bad attitude, around you that comes
naturally
You say I need more compassion, I can forgive, I just
can't forget
You say control my temper, but when I feel like shit,
I feel like shit
HOW
WILL I LAUGH TOMORROW
A faixa-título do trabalho é também a mais
longa, com quase sete minutos. A música começa bebendo na fonte do Heavy Metal
tradicional até desembocar num Thrash Metal bem intenso. Ótima canção.
A letra possui uma perspectiva pessimista:
Here I sit and watch my world come crumbling down
I cry for help, no one's around
Silently screaming as I bang my head against the wall
It seems like no one cares at all
THE MIRACLE
“The Miracle” é bem diversificada, contando
com passagens bem agressivas e outras mais suavizadas, sem abrir mão do peso
jamais.
Novamente a letra é em tom crítico:
I sailed forever, I sailed so far, and now I know
just what the consequences are
I laughed out loudy, while I cried inside
But I didn't haave the strength to say enough of this
ride
Like a fool-I believed in a miracle
I wanted to forget, of what I'm not sure
But I found an answer-it seemed to be a perfect cure
SURF
AND SLAM
Pequena faixa instrumental, com menos de três
minutos. Divertida.
IF I
DON’T WAKE UP
Esta canção é muito boa. Um ritmo frenético
que surfa no limite entre o Heavy e o Thrash.
A letra contém outro conteúdo pessimista:
I guess I'll try, I just wanna sleep
Slip away in a trance so deep
Feel my soul floating free, no more pain left in me
And then I sleep until tomorrow, when I wake again I
wake up in sorrow
Another person, another day
I probably won't remember it anyway, well
SORRY?!
“Sorry?!” bebe nas antigas fontes do grupo,
sendo mais próxima do Hardcore.
A letra discute uma relação:
Well, I know it sounds crazy to say
But in everything I do, I think about that day
Last time I talked to her was on the telephone
She said: I know it's been a while, but I don't feel
like being alone
I slammed down the phone on the last thing I'd hear
her say
Now it's getting harder to live with it every day
And I pray, I pray that you can hear me say
ONE
TOO MANY TIMES
“One Too Many Times” possui um andamento
veloz, mas, particularmente, sinto falta de peso.
A letra fala
sobre solidão:
Too many times-I felt so sad and lonely
Too many times-I needed someone there
Too many times-I tried to tell you something
Too many times-It seemed like no one cared
THE FEELING’S BACK
A derradeira música do disco oscila entre o
Heavy e o Thrash, com predominância do último, e encerra o álbum de maneira
positiva.
A letra possui uma mensagem positiva:
I fought a thousand times-I never knew the meaning of
the word fear
Till that one day when I stood alone-staring straight
into the mirror
It's not a pretty sight-and even worse it's so hard to
face
Until I realize I'm the only one that put me in this
place
Considerações
Finais
How
Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today não
foi um grande sucesso em termos das principais paradas de sucesso, muito
embora, tenha ficado com o 111º lugar na parada norte-americana da Billboard
200 em 1988.
Steve Huey, do AllMusic, premia o álbum com
quatro estrelas e meia (de cinco), e o descreve como "um de seus melhores
esforços". Para a direção musical, Huey afirma: "A fusão thrash da
banda de suas raízes hardcore com speed metal foi totalmente desenvolvida a
partir deste ponto, e os comentários sociais e auto-análise de Mike Muir foram
extremamente convincentes e divertidos como sempre".
Em uma análise feita dois meses após o
lançamento do álbum, os editores da RPM consideraram a banda uma das melhores
da safra daquela época.
“Trip at the Brain” e a faixa-título foram
aos singles lançados para promoção do disco.
Em agosto de 2014, a Revolver colocou o álbum
em sua lista de "14 álbuns Thrash que você precisa possuir".
No início de 1989, o baixista Bob Heathcote
(que na época já era pai) deixou a banda para sustentar sua família e foi
substituído por Robert Trujillo, que se juntou ao Suicidal Tendencies pouco antes de sua turnê de verão pela Europa
com o Anthrax. Mais tarde naquele
ano, o Suicidal Tendencies lançou
seu quarto álbum (também conhecido como uma compilação de dois EPs), Controlled By Hatred / Feel Like Shit
...Déjà Vu.
Formação:
Mike Muir - Vocal
Rocky George - Guitarra solo
Mike Clark - Guitarra base
R.J. Herrera - Bateria
Bob Heathcote - Baixo
Faixas:
01. Trip at the Brain
(Clark/Muir) - 4:32
02. Hearing
Voices (Mayorga/Muir) - 4:13
03. Pledge Your
Allegiance (Mayorga/Muir) - 4:32
04. How Will I
Laugh Tomorrow (Clark/Muir) - 6:44
05. The Miracle
(Clark/Muir) - 5:28
06. Surf and
Slam (George/Suicidal Tendencies) - 2:51
07. If I Don't
Wake Up (Clark/Muir) - 4:53
08. Sorry?! (George/Muir)
- 3:47
09. One Too Many
Times (Clark/Muir) - 3:13
10. The
Feeling's Back (Clark/Muir) - 4:04
Letras:
Para o conteúdo completo das letras,
recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/suicidal-tendencies/
Opinião
do Blog:
Pessoalmente, eu não sou fã dos estilos Punk
e Hardcore, tanto que o leitor pode observar que eles não são visitados por
este site.
A fase do Suicidal Tendencies que eu particularmente ouço, embora não com
tanta frequência, é esta em que How Will
I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today está situado: aquela em que
o grupo navega nas ondas do Thrash Metal.
E o disco faz isto com muita competência. Em
alguns momentos, o conjunto chega a construir passagens muito interessantes de
Heavy Metal mais tradicional.
A faixa-título, “Pledge Your Allegiance” e “If
I Don't Wake Up” são bons exemplos da mescal que a banda constrói em sua
sonoridade. Mas a favorita deste escrevinhador é “The Miracle”.
Enfim, How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today não mudará a vida de ninguém que o ouvir, mas isto não significa que seja um disco ruim: muito pelo contrário. É um álbum criativo, com letras diversificadas e sonoridade bem interessante.
Muito feliz com o seu retorno. Sucesso!
ResponderExcluirMuito obrigado, Reinaldo.
ExcluirPassei por problemas terríveis de saúde, mas as coisas estão se ajeitando.
Saudações!
Gostaria que comentasse o Album "Art of Rebellion".
ResponderExcluirObrigado
Opa, obrigado pela sugestão. Vou tentar atendê-la no próximo ano. Saudações!
ExcluirÓtima resenha, poderia comentar no futuro o álbum lights, camera, revolution? Parabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirObrigado pelo elogio. Então, este ano foram 2 resenhas do Suicidal Tendencies, assim vai demorar um tempo para eles aparecerem novamente por aqui.
ExcluirMas a do Art of Rebellion acabou de sair, dá uma olhada lá. Saudações!