Black Country Communion é o álbum de estreia da banda anglo-americana de mesmo nome, por óbvio, a Black Country Communion. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 20 de setembro de 2010 através dos selos Mascot e J&R Adventures. As gravações ocorreram entre janeiro e abril daquele mesmo ano no Shangri-La Studios (Malibu, California), The Cave Studio (Malibu, California) e Germano Studios (Nova Iorque); todos nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Kevin Shirley.
Origens
do Supergrupo
Glenn Hughes (ex-Trapeze e ex-Deep Purple)
e Joe Bonamassa se conheceram no 2006 NAMM Show em Anaheim, Califórnia, após o
qual eles tocaram juntos no estúdio de Hughes, em Hollywood, com a ideia de
fazerem música juntos no futuro.
Bonamassa também trabalhou com Jason Bonham
(filho do lendário baterista do Led
Zeppelin, John Bonham) naquele ano, quando o baterista tocou no quinto
álbum de estúdio do guitarrista, You
& Me, por recomendação do produtor e amigo em comum Kevin Shirley.
Hughes e Bonamassa se reuniram três anos
depois, em novembro de 2009, tocando juntos no House of Blues, em Los Angeles,
para o Guitar Center. Foi neste ponto que os dois decidiram formar uma nova
banda.
A ideia de convocarem Bonham e o tecladista
Derek Sherinian (ex-Dream Theater)
para completarem a formação da banda foi sugerida por Shirley, após um segundo
guitarrista foi brevemente considerado em vez de um tecladista.
O quarteto completo se apresentou pela
primeira vez junto durante o encore em um dos shows solo de Bonamassa em
Riverside, Califórnia, em 17 de março de 2010, tocando "One Last
Soul" e uma versão cover da música "Mistreated" do Deep Purple.
O nome Black
Country Communion não foi finalizado até maio de 2010, depois que a ameaça
de uma ação legal de outra banda impediu o grupo de usar o nome Black Country.
Glenn Hughes |
Hughes mais tarde revelou que a banda em
questão, de Baltimore, Maryland, supostamente exigiu 500 mil dólares pelo
direito de usar o nome Black Country, um movimento que ele rapidamente condenou
como "simplesmente rude". O baixista mais tarde elaborou melhor a
situação em uma entrevista de 2016, explicando que seu grupo havia comprado com
sucesso o nome Black Country da banda de Baltimore (por menos do que os 500 mil
dólares inicialmente anunciados), embora, na época em que o caso foi resolvido,
já era tarde demais para usar o nome e, em vez disso, tiveram que continuar
usando o apelido mais longo Black
Country Communion.
Álbum
de Estreia
A banda gravou seu álbum de estreia no
Shangri-La Studios de Los Angeles no início de 2010, agendando um lançamento em
setembro através da Mascot Records (na Europa) e do selo J&R Adventures, de
Bonamassa (na América do Norte).
Hughes descreveu o álbum como "uma
grande declaração do rock britânico", comparando o som da banda ao de seus
grupos anteriores Deep Purple e Black Sabbath, bem como ao Led Zeppelin.
"One Last Soul" foi a primeira
música a ser lançada, recebendo sua estreia mundial na estação de rádio britânica
Planet Rock em 2 de agosto de 2010. A faixa foi lançada posteriormente como um
download digital gratuito no site oficial da banda.
Pouco antes do lançamento do álbum, a Planet
Rock também transmitiu um documentário de uma hora com entrevistas exclusivas
com a banda e uma seleção de faixas do disco.
Joe Bonamassa |
Trabalho
de Composição
O baixista Glenn Hughes e o guitarrista Joe
Bonamassa escreveram a maior parte do álbum de estreia da banda juntos, em
questão de dias. O produtor Kevin Shirley, o baterista Jason Bonham e o
tecladista Derek Sherinian também contribuíram para a composição de várias
faixas.
Falando sobre o processo de composição em uma
entrevista com EspyRock, Hughes explicou que escreveu quatro canções em
dezembro de 2009 e as apresentou ao resto da banda no ano novo, acrescentando
que mais tarde "trancou Joe em minha casa por três tardes em três
quintas-feiras diferentes por três horas de cada vez ... e nós apenas nos
sentamos e escrevemos todas as músicas que você está ouvindo no meu estúdio".
Adicionada às faixas originais está uma
versão cover de "Medusa", originalmente gravada pela banda Trapeze, de Hughes, em 1970, em seu
álbum de mesmo nome.
A gravação também foi concluída rapidamente,
devido às agendas e compromissos de cada membro da banda, bem como à
preferência do grupo - Hughes notou que gosta de trabalhar "under the
gun", enquanto Bonamassa sugeriu que ele e Shirley não acreditam em
"passar muito tempo vagando no estúdio".
Nas notas do encarte do álbum, Bonham afirma
que "Demorou apenas 4 dias para estabelecer as faixas básicas e 10 dias
para gravar e mixar o álbum inteiro". Da mesma forma, Hughes afirma que
"O álbum foi gravado, totalmente, em cinco ou seis dias com vocais e
instrumentos".
Derek Sherinian |
A maior parte da gravação ocorreu no
Shangri-La Studios em Malibu, Califórnia, com overdubs adicionais registrados no
estúdio de Shirley em Malibu (The Cave) e no German Studios na cidade de Nova
York.
A arte da capa é obra da Dennis Friel Art
Studios.
Vamos às faixas:
BLACK COUNTRY
“Black Country” abre o disco com força e
muita intensidade, flertando até mesmo com o Metal.
A letra é uma ode à própria banda:
I am a messenger
Listen my prophecy
I'm goin' back
To the Black Country
ONE
LAST SOUL
“One Last Soul” é um Hard Rock bem legal,
baseado em um riff eficiente e pesado, embora mais cadenciado.
A letra fala sobre resiliência:
You're the one last soul
Who can win it
You're the one last soul
If you try
You're the one last soul
If you live it
You're the one last soul
Tell you why
THE GREAT DIVIDE
“The Great Divide” continua com um andamento
mais cadenciado e ótimo trabalho das guitarras.
A letra possui um sentimento de culpa:
I can't fake it
And I crucify myself
I've been shot down
By a stone
I'm gonna walk
Across the stateline
Gotta take a higher road
DOWN
AGAIN
“Down Again” possui uma ótima pegada
Hard/Blues Rock, com a guitarra brilhando intensamente.
A letra define uma volta por cima:
My caravan
Has gone and departed
And the wind
Cried in my face
I have walked
Upon the wasteland
Tied and bound
To the killing floor
BEGGARMAN
“Beggarman” é um Hard mais padrão, indo
diretamente ao ponto, sem muitas firulas.
A letra novamente aborda um espírito de volta
por cima:
You Kill me like an Animal
You kill me
And I won't, no I won't
I won't be no Beggarman
I won't be no Beggarman
And I won't, no I won't
I won't be no Beggarman
No more, no more...
SONG
OF YESTERDAY
Contando com ótimos vocais de Bonamassa,
“Song of Yesterday” é uma belíssima canção, mesclando passagens mais intimistas
com outras bem intensas.
A letra fala
sobre vingança:
Code of silence of a dying heart
Don't know where the end begins
And the truth starts
When the hammer falls
It falls on you
I sit here waiting, waiting to you
Jason Bonham |
NO TIME
“No Time” é um petardo Hard, com andamento
mais rápido e boa dose de peso.
A letra tem um sentido de urgência:
I open my mind
And I'm healed by the Sun
I pull down the Blind
And I wait, for the Gun
MEDUSA
“Medusa” é uma versão para o clássico da
banda Trapeze, presente no segundo álbum da banda, de 1970.
A letra tem referência ao mito grego de
Medusa:
I've got myself to blame
Through talking to your brother
Too late to say I'll stay
Too late to say I'll bother
THE
REVOLUTION IN ME
“The Revolution in Me” é mais lenta, sem
abrir mão do peso, mas acaba não deslanchando.
A letra pondera
sobre o passado:
Now it's mind over matter
Story of legends, you'll see
Like the fields of Dunkirk
Still The Revolution In Me
STAND
(AT THE BURNING TREE)
“Stand (at the Burning Tree)” é outro Hard
Rock mais cadenciado, com outro bom riff, mas que acaba exagerando no ponto.
A letra é uma metáfora sobre permanência:
I'm ten miles away
And I won't
Be afraid
I've been locked in this dream
Far too long
And I lie awake
And the hurt
Breaks my fall
All alone, in this world
With my symphony
SISTA JANE
“Sista Jane” possui uma pegada com forte
influência Blues, mas tem um refrão pesado e teclados bem legais.
A letra fala sobre contradições internas:
You get your faith
And your therapy
But your mind's spun
A lie in your head
And you're full
Of contradiction
You never heard
A word that I said
I can stay until the mornin'
You know the hour
Is late
Now you're walkin' on a wire
Don't it make your big day
TOO
LATE FOR THE SUN
“Too Late for the Sun” encerra o disco como
sua faixa mais extensa, com mais de 11 minutos, sendo uma canção bastante
inspirada.
A letra pode ter uma interpretação ambiental:
Slowly I lay down this burden
Beside me
And I start to stumble
And rise to my feet
It's all that I have
I cannot wander
So hard to swallow
It's
so bittersweet
Considerações
Finais
O álbum Black
Country Communion teve uma boa repercussão. Ele ficou com a 54ª posição na
principal parada norte-americana, bem como com a 13ª colocação em sua
correspondente britânica.
Nos Estados Unidos, o disco vendeu mais de 7
mil cópias na semana de lançamento.
A resposta da mídia à estreia do Black Country Communion foi geralmente
positiva. Muitos críticos focaram seus elogios na alta qualidade do álbum em
comparação com os esforços de estreia lançados por outros supergrupos no mesmo
período, incluindo Them Crooked Vultures
e Chickenfoot.
Revendo o lançamento pelo AllMusic, Eduardo
Rivadavia afirmou que a banda "entrega os frutos em grande parte deste
álbum", sugerindo que "a estreia do Black Country Communion tira o pavor da equação do
supergrupo". Da mesma forma, Greg Moffitt, para a BBC, sugeriu que a banda
"desafiou as probabilidades de entregar uma coleção que é toda dourada e
sem albatroz", destacando faixas como "Black Country" e
"One Last Soul".
Paul Elliott, da revista Mojo, diferenciou o Black Country Communion do Them Crooked Vultures ao elogiar as
"ótimas canções" da banda, particularmente "One Last Soul"
e "Song of Yesterday", concluindo que "Black Country Communion é um supergrupo que realmente faz jus às
suas expectativas". Paul Cole, do Sunday Mercury, saudou Black Country Communion como "um
ótimo álbum de rock and roll e a estreia garantida que você só consegue de
jogadores no topo de seu jogo".
Após o lançamento do disco, Black Country Communion foi reconhecido
em várias categorias da Enquete de Fim de Ano da Planet Rock, em 2010 - o álbum
ficou em terceiro lugar na enquete de Álbum do Ano, enquanto a banda ganhou Banda
do Ano e Melhor Banda Nova.
Ao anunciar os resultados, a Planet Rock
elogiou a banda destacando "Um excelente álbum, vários músicos no auge e
um monte de canções que colocam o clássico no rock clássico".
Black
Country Communion também foi incluído na lista Álbuns do Ano
2010, publicada no final do ano, pela revista Metal Hammer, classificando-se em
16º lugar na lista.
Conversas sobre um segundo álbum começaram a
circular já em outubro de 2010, apenas um mês após o lançamento de Black Country Communion, quando Bonham
estimou que a banda começaria a gravar novamente em janeiro de 2011.
Em dezembro, Hughes já havia escrito nove
faixas para o álbum, que ele sugeriu que serviriam como uma sequência direta
para o primeiro. O disco foi agendado para lançamento em junho de 2011, com a
banda definida para embarcar em uma turnê promocional para coincidir com seu
lançamento.
Black
Country Communion 2 foi lançado em junho de 2011.
Formação:
Glenn Hughes - Baixo, Vocal (exceto nas
faixas 6 e 9)
Joe Bonamassa - Guitarra, Vocal (nas faixas 6
e 9)
Jason Bonham - Bateria
Derek Sherinian - Teclados
Faixas:
01. Black
Country (Hughes/Bonamassa) - 3:15
02. One Last
Soul (Hughes/Bonamassa) - 3:52
03. The Great
Divide (Hughes/Bonamassa) - 4:45
04. Down Again (Hughes/Bonamassa/Sherinian)
- 5:45
05. Beggarman (Hughes)
- 4:51
06. Song of
Yesterday (Bonamassa/Hughes/Shirley) - 8:33
07. No Time (Hughes)
- 4:18
08. Medusa (Hughes)
- 6:56
09. The
Revolution in Me (Bonamassa/Sherinian) - 4:59
10. Stand (At
the Burning Tree) (Hughes/Bonamassa) - 7:01
11. Sista Jane (Hughes/Bonamassa)
- 6:54
12. Too Late for
the Sun (Hughes/Bonamassa/Sherinian/Bonham/Shirley) - 11:21
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se
o acesso a: https://www.letras.mus.br/black-country-communion/
Opinião
do Blog:
Supergrupos surgem cercados de grandes
expectativas e não são poucas as vezes em que eles são grandes decepções.
Mas o Black
Country Communion, em sua estreia, pode ser considerado um sucesso. De
fato, seu homônimo álbum inicial, supera as esperanças nele depositadas, pois
entrega um trabalho homogêneo, inspirado e muito competente.
Black
Country Communion, o disco, é baseado principalmente na
guitarra de Joe Bonamassa, o que é um grande acerto. Sua sonoridade gira em
torno do Hard Rock e Bonamassa entrega riffs e solos muito certeiros. Os
teclados também são eficientes e a seção rítmica é competente.
Um ponto que não prejudica o álbum, mas
poderia ser melhor, são os vocais de Glenn Hughes. Sim, ele é um ótimo
vocalista e eu gosto bastante do seu trabalho, mas em Black Country Communion ele soa exagerado, forçando vocais
“gritados” em passagens que funcionariam melhores com interpretações mais
amenas.
As letras são na média geral.
O disco não possui faixas de enchimento e é
muito consistente, sendo que o site destaca a excepcional “Song for Yesterday”
como seu principal destaque.
Superando – e muito – as expectativas, Black Country Communion foi uma
gratíssima surpresa e continua sendo um álbum de destaque deste século na cena
Hard Rock. Foi muito bom ver a banda seguindo em frente e lançando mais
trabalhos de qualidade posteriormente.
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