9 de dezembro de 2021

SLAYER - SEASONS IN THE ABYSS (1990)

 


Seasons in the Abyss é o quinto álbum de estúdio da banda norte-americana Slayer. Seu lançamento oficial aconteceu em 9 de outubro de 1990 pelo selo Def American. As gravações ocorreram nos estúdios Hit City West, Hollywood Sound e Record Plant, em Los Angeles, nos Estados Unidos, entre março e junho daquele mesmo ano. A produção ficou por conta de Rick Rubin, Andy Wallace e do próprio Slayer.





Antecedentes


Em julho de 1988, o Slayer havia lançado seu quarto álbum de estúdio, South of Heaven, o qual havia recebido críticas mistas, tanto por parte de fãs quanto da mídia, mas que, ao mesmo tempo, representou o maior sucesso comercial do grupo até aquele momento.


Para promoção do trabalho, o conjunto saiu em turnês acompanhando bandas do calibre de Judas Priest, Motörhead e Nuclear Assault.


Tom Araya



Há relatos de que o guitarrista Kerry King não tenha gostado de seu desempenho em South of Heaven, ao mesmo tempo em que o baixista/vocalista Tom Araya goste do trabalho. Fato é que o disco ultrapassa a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos EUA.


Seasons in the Abyss


Para o que se tornaria Seasons in the Abyss, o Slayer se reuniu com o produtor Andy Wallace para construir um novo material, mas levando em conta as reações ao seu trabalho anterior. A proposta seria retomar a agressividade insana de Reign in Blood, mas com o senso melódico de South of Heaven.


O álbum foi gravado de março a junho de 1990, em dois estúdios separados: Hit City West, Hollywood Sound e Record Plant, em Los Angeles, Califórnia. Seasons in the Abyss teve a produção final de Rick Rubin, que também havia produzido seus dois álbuns anteriores.


A temática das letras gira em torno dos “infernos terrestres”, com muita ferocidade. A capa é obra do australiano Lawrence Carroll.


Kerry King



Vamos às faixas:


WAR ENSEMBLE


War Ensemble” abre o disco brilhantemente com a fúria única do Thrash Metal do Slayer.


A letra demonstra os horrores da guerra:


Propaganda war ensemble
Burial to be
Bones shining by the night
In blood laced misery
Campaign of elimination
Twisted psychology
When victory is to survive
And death is defeat


BLOOD RED


Embora mais cadenciado, o riff genial de “Blood Red” fascina.


A letra demonstra faces da opressão pela violência:


You cannot hide the face of death
Oppression rules by bloodshed
No disguise can hide the evil
That stains the primitive sickle


SPIRIT IN BLACK


Spirit in Black” oscila entre momentos mais velozes e outros mais cadenciados, possuindo um refrão bem legal!


O eu lírico apresenta-se com um espírito de resignação:


Living nightmare can't you see
You really have no choice
Faded memories haunt you
Listen clearly to my voice
Feed me all your hatred
Empty all your thoughts to me
I can fill your emptiness
With immortality


EXPENDABLE YOUTH


Expendable Youth” coloca o pé no freio, mas não abre mão de um peso intenso.


As letras refletem um eu lírico em violência:


Inured soul lies on the ground
Head blown off face down
Lying in a pool of blood
An accidental death homicide


DEAD SKIN MASK


Dead Skin Mask” é um das mais geniais faixas do Heavy Metal, contando com um riff maravilhoso e vocais angustiantes de Tom Araya.


A letra fala sobre o “serial killer” norte-americano Ed Gein:


Dance with the dead in my dreams
(Hello? Hello Mr. Gein?)
Listen to their hollowed screams
(Mr. Gein?)
The dead have taken my soul
(Let me out of here mr gein)
Temptation's lost all control
(Mr. Gein? I don't wanna play anymore mr gein)
Dance with the dead in my dreams
(Mr. Gein, it's not any fun anymore)
Listen to their hollowed screams
(I don't want to play anymore Mr. Gein)
The dead have taken my soul
(Mr. Gein? Let me out of here Mr. Gein)
Temptation's lost all control
(Let me out, let me out!)


Jeff Hanneman



HALLOWED POINT


Simples e direta, “Hallowed Point” retoma as origens do Slayer.


O tema da letra é novamente a violência:


The power of a gun
Used with conviction
Dispersed on excursions
Randomly kills its victims


SKELETONS OF SOCIETY


Outro excelente riff é a base de “Skeletons of Society”.


A letra descreve um eu lírico vivendo em um presente apocalíptico:


Minutes seem like days
Corrosion fills the sky
Morbid dreams of anarchy
Brought judgment in disguise
Memories linger in my brain
Life with nothing more to gain
Perpetual madness remains


TEMPTATION


Temptation” traz a já conhecida fúria do Thrash Metal californiano.



Na letra, o eu lírico brinca com a ambição:


Have you ever danced with the devil?
His temptation ever summoned you
Ever penned your name in blood
Let possession slowly swallow you
When you stand under full moonlight
The attraction mesmerizes you
Have you ever wondered why
It seems that evil you're attracted to


BORN OF FIRE


Born of Fire” é um novo resgate, bem competente, das origens do Slayer.


O eu lírico fala sobre um ser ameaçador:


Prince of all darkness initiation
Ritually baptized in flames
Next to the throne my abomination
Spreads horror throughout the domain
Master the art that controls the impure
Inherit the infamous keys
Thousands of centuries I will endure
Tyrant of all the prophecies


SEASONS IN THE ABYSS


O álbum é encerrado com um clássico do Slayer (e do Metal), a espetacular “Seasons in the Abyss”.


A letra fala sobre insanidade:


Close your eyes
And forget your name
Step outside yourself
And let your thoughts drain
As you go insane...go insane!


Considerações Finais


Seasons in the Abyss manteve a curva ascendente de sucesso e popularidade do Slayer. Em termos das principais paradas de sucesso, conquistou a 40ª e a 18ª posições nos ‘charts’ de Estados Unidos e Reino Unido, respectivamente. O disco vendeu mais de 500 mil cópias apenas nos EUA.


O álbum recebeu críticas muito positivas, em geral, da mídia especializada. Steve Huey dá ao álbum uma nota 4,5 (em 5), apontando: “"War Ensemble" e a faixa-título representavam lados opostos da moeda, e ambos valeram ao Slayer seu airplay mais intenso na MTV até o momento. Na verdade, Seasons in the Abyss é provavelmente o álbum mais acessível, exibindo toda a gama de suas habilidades em um só lugar, com uma produção nítida e limpa. Já que a banda está refinando ao invés de progredir ou experimentar, Seasons não tem exatamente o frescor de seus predecessores, mas além dessa desvantagem, é forte (em) quase todo o caminho (...)”


O álbum gerou o primeiro videoclipe do Slayer para a faixa-título do disco, e que foi filmado em frente às pirâmides de Gizé, no Egito.


O Slayer voltou às turnês em setembro de 1990, para coliderar a turnê European Clash of the Titans com Megadeth, Suicidal Tendencies e Testament. Com a popularidade do thrash americano em seu ápice, a banda fez uma turnê com o Testament no início de 1991 e triplamente estrelou a versão norte-americana da turnê Clash of the Titans no meio daquele ano, com Megadeth, Anthrax e banda de abertura Alice in Chains.


A banda lançou um álbum duplo, ao vivo, Decade of Aggression, em 1991, para comemorar dez anos de sua formação.





Formação:

Tom Araya - Baixo, Vocal
Kerry King - Guitarras
Jeff Hanneman - Guitarras
Dave Lombardo - Bateria


Faixas:

01. War Ensemble (Hanneman/Araya) - 4:51

02. Blood Red (Araya/Hanneman) - 2:47

03. Spirit in Black (King/Hanneman) - 4:07

04. Expendable Youth (Araya/King) - 4:09

05. Dead Skin Mask (Araya/Hanneman) - 5:20

06. Hallowed Point (Hanneman/Araya/King) - 3:23

07. Skeletons of Society (King) - 4:40

08. Temptation (King) - 3:25

09. Born of Fire (Hanneman/King) - 3:07

10. Seasons in the Abyss (Araya/Hanneman) - 6:34


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/slayer/


Opinião do Blog:

Não se precisa aqui discutir a importância e a relevância de uma banda como o Slayer. Basta-se dizer que não existiriam as vertentes mais extremas do Heavy Metal sem o grupo californiano.


Seasons in the Abyss demonstra o conjunto ainda mais certeiro, com sua trilha Thrash Metal afiadíssima, ao mesmo tempo em que as canções mais cadenciadas exploram um peso absurdo, em conjunto com uma interpretação vocal perfeita de Tom Araya.


Toda a angústia e o desespero expressos nas letras são vocalizados de maneira angustiante por Araya, trazendo nova dimensão ao peso descomunal do álbum. Brilhante.


O disco não possui faixas de enchimento e todas as músicas são excelentes, mas o site elege a espetacular “Dead Skin Mask” como sua predileta.


Enfim, o Slayer é uma banda essencial para se conhecer o Heavy Metal e sua agressividade. Seasons in the Abyss é uma das provas de como o Metal pode ser um estilo brutal e fascinante, ao mesmo tempo.

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