21 de janeiro de 2022

FORBIDDEN - FORBIDDEN EVIL (1988)

 


Forbidden Evil é o álbum de estreia da banda norte-americana Forbidden. Seu lançamento oficial aconteceu em 30 de setembro de 1988, através do selo Combat Records. As gravações ocorreram naquele mesmo ano, nos estúdios Alpha & Omega Recording and Studio 245 (San Francisco), e Prairie Sun Recording Studios (Cotati), ambos nos Estados Unidos. A produção ficou sob responsabilidade de John Cuniberti e de Doug Caldwell.

 

Em nosso segundo post de 2022, o Rock: Álbuns Clássicos vai trazer para suas páginas a estreia da banda Forbidden. Primeiramente, vai se tratar brevemente das origens do grupo para depois se ater ao disco propriamente dito.




 

Origens

 

Originalmente chamado de Forbidden Evil, o grupo foi criado no início de 1985, em San Francisco (Califórnia), pelo baterista Jim Pittman e pelo guitarrista Robb Flynn (Vio-lence e Machine Head), com a formação original sendo completada por Craig Locicero (guitarra), Russ Anderson (vocal) e John Tegio (baixo).

 

Flynn batizou a banda em homenagem a uma música da banda War Cry, da cidade de Chicago, que estava presente na coletânea Metal Massacre 4.

 

A banda gravou algumas ‘demos’ e chegou a aparecer no álbum ao vivo The Eastern Front - Live At Ruthie's Inn, ainda com a formação original.

 

Ainda em 1986, Jim Pittman, John Tegio e Robb Flynn deixaram a banda e foram substituídos por Paul Bostaph (bateria), Matt Camacho (baixo) e Glen Alvelais (guitarra). Logo depois, o nome da banda foi encurtado para Forbidden, com a intenção de evitar que a banda fosse erroneamente confundida como um conjunto de black metal.


Glen Alvelais


 

Depois de analisar propostas de diferentes selos, o conjunto acabou assinando contrato com a Combat Records, no ano de 1988, e logo depois já começou a se preparar para gravar seu primeiro álbum.

 

Forbidden Evil

 

O disco foi produzido por Doug Caldwell e por John Cuniberti (mais conhecido por trabalhar com Joe Satriani). As gravações se deram no Alpha & Omega Recording, Studio 245 (ambos localizados em San Francisco) e no Prairie Sun Recording em Cotati. As sessões de gravação do álbum ocorreram principalmente em 1988.

 

O álbum apresenta o futuro baterista do Slayer, Paul Bostaph, e três das músicas foram coescritas por Robb Flynn, que mais tarde tocou no Vio-lence e é o líder do Machine Head (embora ele não tenha tocado neste disco).

 

É o único álbum clássico do Forbidden a contar com o guitarrista Glen Alvelais, que saiu em 1989 e mais tarde iria para o Testament (que também contou com Bostaph). Ele foi substituído por Tim Calvert, que permaneceria com a banda até sua separação em 1997.


Russ Anderson


 

A arte da capa, que é bem legal, sendo obra de Kent Mathieu. Vamos às faixas:

 

CHALICE OF BLOOD

 

A verdadeira porrada “Chalice of Blood” abre o disco com extrema violência.

 

A letra é uma crítica à religião:

 

Unfaithful priest an evil man,

Mark of death fills his hand,

Black and white turn to grey,

In blaspheme he will pray,

Deceived by religion he will see,

Run in panic you will flee,

Out of heaven he will fall,

Fame to riches says it all

 

OFF THE EDGE

 

O talento de Paul Bostaph já fica em evidência na segunda faixa do álbum, a extrema “Off the Edge”.

 

A letra fala sobre autocontrole:

 

Lend me a dime 'cause I'm running out of time,

I'm living, I'm snapping, I'm falling off the edge,

Don't know what to do, off the edge I flew,

I'm falling, falling, falling off the edge,

I'm near the edge, I'm on the edge,

I'm off the edge,

Jump

 

THROUGH EYES OF GLASS

 

“Through Eyes of Glass” é um ótimo exemplo de como o Thrash californiano pode ser matador.

 

A letra fala sobre um certo despertar:

 

I drift into abyss fast asleep,

Guarded by the spirits over me,

I walked along a winding path of gold,

Which led me to a world of my lost soul,

I've seen the light flash through my eyes,

Deep inside another stirred,

Telling where they've been and what they've seen,

Who is this that lives inside my dreams

 

FORBIDDEN EVIL

 

A clássica “Forbidden Evil” alterna em pequenas variações de seu riff principal e seu resultado final é contagiante.

 

A letra fala sobre um apocalipse diabólico:

 

Bloody angel, trapped in sin,

Ripped down to blistered skin,

It's wings became fallen prey,

Holy Lord please end this day

 

Paul Bostaph



MARCH INTO FIRE

 

A trilha Thrash continua forte em “March Into Fire”, mas a música é mais cadenciada e com uma pequena dose de groove.

 

A letra é sobre uma condenação:

 

The game is done there's nothing left,

Our necks now hang we've met our death

A curse in on our souls, we have no choice,

We are but toys marching into fire

March!

 

FEEL NO PAIN

 

“Feel No Pain” não alivia na agressividade e conta com bom solo de guitarra.

 

A letra narra uma seção de tortura:

 

Give him strength to help block the pain,

In his mind that screams,

For mercy he will not give in

Feel no pain, feel no pain

Pain!

 

AS GOOD AS DEAD

 

As guitarras afiadas são o grande destaque da também ótima “As Good as Dead”.

 

A letra é uma crítica sobre as guerras:

 

Evil lives in minds of those

Who fill our lives with war,

Making sure the lines are guarded,

We're closing all the doors,

Mad desire fills your head,

Your mind id brain dead,

What you've seen you'll never forget

Your child is dead

 

FOLLOW ME

 

“Follow Me” encerra o disco com intensidade e mais influências de Heavy Metal tradicional, especialmente nos vocais de Russ Anderson.

 

A letra fala sobre uma sedução diabólica:

 

Now I find out what is mine,

A kingdom of my divine,

My love had turned to lust,

As diamonds turned to rock the dust

 

Considerações Finais

 

Forbidden Evil não teve qualquer tipo de repercussão em termos das principais paradas de sucesso. Entretanto, o público deste tipo de sonoridade e a crítica especializada receberam muito bem o trabalho.

 

Com o passar do tempo, Forbidden Evil foi ganhando ainda mais crédito e hoje possui um status de clássico ‘cult’.

 

Por exemplo, Eduardo Rivadavia, do site AllMusic, em um review em retrospectiva, dá uma nota 4 (em 5) para o disco. Em seu texto, o crítico aponta para o tipo de fã que o disco vai cativar: “E enquanto os não iniciados podem achar seu som um tanto unidimensional, essa estreia foi considerada bastante impressionante após seu lançamento durante o auge do thrash metal da Bay Area”.

 

Por fim, Rivadavia conclui: “Os fãs casuais são quase garantidos para não "compreendê-lo", mas os completistas de thrash metal vão querer começar sua descoberta do Forbidden com este lançamento”.

 

O álbum foi promovido em turnê pelos EUA e pela Europa, no restante de 1988 e durante 1989, dividindo o palco com bandas como Testament, Exodus, Holy Moses, Sepultura, Death Angel, Sacred Reich, Voivod, Savatage, Vio-lence, Dark Angel, entre outras.

 

Quando a turnê de Forbidden Evil terminou, Alvelais deixou a banda e foi substituído pelo guitarrista Tim Calvert.

 

O único álbum ao vivo da banda, o EP chamado Raw Evil - Live at the Dynamo, também foi lançado em 1989.

 

O segundo álbum de estúdio do Forbidden, Twisted Into Form, seria lançado em 1990.




 

Formação:

Russ Anderson – Vocal

Craig Locicero – Guitarra solo

Glen Alvelais – Guitarra rítmica

Matt Camacho – Baixo

Paul Bostaph – Bateria

 

Faixas:

1. Chalice of Blood (Anderson/Flynn) – 4:27

2. Off the Edge (Anderson/Alvelais/Locicero) – 4:12

3. Through Eyes of Glass (Anderson/Alvelais/Locicero) – 6:18

4. Forbidden Evil (Anderson/Locicero/Flynn) – 5:35

5. March into Fire (Locicero/Anderson) – 5:05

6. Feel No Pain (Alvelais/Locicero) – 5:05

7. As Good as Dead (Anderson/Locicero/Flynn) – 4:11

8. Follow Me (Locicero/Anderson/Alvelais) – 7:00

 

Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/forbidden/

 

Opinião do Blog:

Forbidden (proibido, em uma tradução livre) me parece um nome muito apropriado ao grupo californiano.

 

Não que o nome se refira a uma impossibilidade de se conhecer a banda, mas em um sentido de que o sucesso não lhe foi permitido. É realmente lamentável que um conjunto com vários predicados passe despercebido até mesmo para uma parte de fãs de Metal.

 

Forbidden Evil é um álbum que traz consigo a essência do Thrash Metal norte-americano, ou seja, agressivo e intenso, mas sem abrir mão de uma certa dose de senso melódico. Para quem nunca ouviu, o Exodus oitentista é uma boa referência para quem ainda não conhece esta obra.

 

Desta forma, o disco traz composições em que os riffs são rápidos e pesados, contando com solos eficientes e as guitarras são mesmo onipresentes. Os vocais são muito competentes e a seção rítmica é ótima, especialmente baseada no talento indiscutível do ótimo Paul Bostaph.

 

As letras estão voltadas para questões mais violentas, tendo, algumas vezes como pano de fundo (e em outras explicitamente) a questão da culpa. A visão crítica a religiões é uma tônica no trabalho.

 

Em um álbum tão consistente e sem faixas desnecessárias, o site escolhe “Chalice of Blood” e a clássica “Forbidden Evil” como suas favoritas.

 

Ouvintes ocasionais de Thrash Metal poderão acusar uma certa “veia monocromática” em Forbidden Evil, mas isto não corresponde à realidade. Claro, o disco é mais indicado para fãs de Thrash Metal, pois nele encontrarão uma joia quase esquecida do estilo.

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