Forbidden Evil é o álbum de estreia da banda norte-americana Forbidden. Seu lançamento oficial aconteceu em 30 de setembro de 1988, através do selo Combat Records. As gravações ocorreram naquele mesmo ano, nos estúdios Alpha & Omega Recording and Studio 245 (San Francisco), e Prairie Sun Recording Studios (Cotati), ambos nos Estados Unidos. A produção ficou sob responsabilidade de John Cuniberti e de Doug Caldwell.
Em nosso segundo post de 2022, o Rock: Álbuns
Clássicos vai trazer para suas páginas a estreia da banda Forbidden. Primeiramente, vai se tratar brevemente das origens do
grupo para depois se ater ao disco propriamente dito.
Origens
Originalmente chamado de Forbidden Evil, o
grupo foi criado no início de 1985, em San Francisco (Califórnia), pelo
baterista Jim Pittman e pelo guitarrista Robb Flynn (Vio-lence e Machine Head),
com a formação original sendo completada por Craig Locicero (guitarra), Russ
Anderson (vocal) e John Tegio (baixo).
Flynn batizou a banda em homenagem a uma
música da banda War Cry, da cidade de Chicago, que estava presente na coletânea
Metal Massacre 4.
A banda gravou algumas ‘demos’ e chegou a
aparecer no álbum ao vivo The Eastern
Front - Live At Ruthie's Inn, ainda com a formação original.
Ainda em 1986, Jim Pittman, John Tegio e Robb
Flynn deixaram a banda e foram substituídos por Paul Bostaph (bateria), Matt
Camacho (baixo) e Glen Alvelais (guitarra). Logo depois, o nome da banda foi
encurtado para Forbidden, com a
intenção de evitar que a banda fosse erroneamente confundida como um conjunto
de black metal.
Glen Alvelais |
Depois de analisar propostas de diferentes
selos, o conjunto acabou assinando contrato com a Combat Records, no ano de
1988, e logo depois já começou a se preparar para gravar seu primeiro álbum.
Forbidden
Evil
O disco foi produzido por Doug Caldwell e por
John Cuniberti (mais conhecido por trabalhar com Joe Satriani). As gravações se
deram no Alpha & Omega Recording, Studio 245 (ambos localizados em San
Francisco) e no Prairie Sun Recording em Cotati. As sessões de gravação do
álbum ocorreram principalmente em 1988.
O álbum apresenta o futuro baterista do Slayer, Paul Bostaph, e três das
músicas foram coescritas por Robb Flynn, que mais tarde tocou no Vio-lence e é o líder do Machine Head (embora ele não tenha tocado
neste disco).
É o único álbum clássico do Forbidden a contar com o guitarrista
Glen Alvelais, que saiu em 1989 e mais tarde iria para o Testament (que também contou com Bostaph). Ele foi substituído por
Tim Calvert, que permaneceria com a banda até sua separação em 1997.
Russ Anderson |
A arte da capa, que é bem legal, sendo obra
de Kent Mathieu. Vamos às faixas:
CHALICE OF BLOOD
A verdadeira porrada “Chalice of Blood” abre
o disco com extrema violência.
A letra é uma crítica à religião:
Unfaithful priest an evil man,
Mark of death fills his hand,
Black and white turn to grey,
In blaspheme he will pray,
Deceived by religion he will see,
Run in panic you will flee,
Out of heaven he will fall,
Fame to riches says it all
OFF
THE EDGE
O talento de Paul Bostaph já fica em
evidência na segunda faixa do álbum, a extrema “Off the Edge”.
A letra fala
sobre autocontrole:
Lend me a dime 'cause I'm running out of time,
I'm living, I'm snapping, I'm falling off the edge,
Don't know what to do, off the edge I flew,
I'm falling, falling, falling off the edge,
I'm near the edge, I'm on the edge,
I'm off the edge,
Jump
THROUGH
EYES OF GLASS
“Through Eyes of Glass” é um ótimo exemplo de
como o Thrash californiano pode ser matador.
A letra fala sobre um certo despertar:
I drift into abyss fast asleep,
Guarded by the spirits over me,
I walked along a winding path of gold,
Which led me to a world of my lost soul,
I've seen the light flash through my eyes,
Deep inside another stirred,
Telling where they've been and what they've seen,
Who is this that lives inside my dreams
FORBIDDEN EVIL
A clássica “Forbidden Evil” alterna em
pequenas variações de seu riff principal e seu resultado final é contagiante.
A letra fala sobre um apocalipse diabólico:
Bloody angel, trapped in sin,
Ripped down to blistered skin,
It's wings became fallen prey,
Holy Lord please end this day
MARCH INTO FIRE
A trilha Thrash continua forte em “March Into
Fire”, mas a música é mais cadenciada e com uma pequena dose de groove.
A letra é sobre uma condenação:
The game is done there's nothing left,
Our necks now hang we've met our death
A curse in on our souls, we have no choice,
We are but toys marching into fire
March!
FEEL NO PAIN
“Feel No Pain” não alivia na agressividade e
conta com bom solo de guitarra.
A letra narra uma seção de tortura:
Give him strength to help block the pain,
In his mind that screams,
For mercy he will not give in
Feel no pain, feel no pain
Pain!
AS
GOOD AS DEAD
As guitarras afiadas são o grande destaque da
também ótima “As Good as Dead”.
A letra é uma crítica sobre as guerras:
Evil lives in minds of those
Who fill our lives with war,
Making sure the lines are guarded,
We're closing all the doors,
Mad desire fills your head,
Your mind id brain dead,
What you've seen you'll never forget
Your child is dead
FOLLOW
ME
“Follow Me” encerra o disco com intensidade e
mais influências de Heavy Metal tradicional, especialmente nos vocais de Russ
Anderson.
A letra fala sobre uma sedução diabólica:
Now I find out what is mine,
A kingdom of my divine,
My love had turned to lust,
As diamonds turned to rock the dust
Considerações
Finais
Forbidden
Evil
não teve qualquer tipo de repercussão em termos das principais paradas de
sucesso. Entretanto, o público deste tipo de sonoridade e a crítica
especializada receberam muito bem o trabalho.
Com o passar do tempo, Forbidden Evil foi ganhando ainda mais crédito e hoje possui um
status de clássico ‘cult’.
Por exemplo, Eduardo Rivadavia, do site
AllMusic, em um review em retrospectiva, dá uma nota 4 (em 5) para o disco. Em
seu texto, o crítico aponta para o tipo de fã que o disco vai cativar: “E
enquanto os não iniciados podem achar seu som um tanto unidimensional, essa
estreia foi considerada bastante impressionante após seu lançamento durante o
auge do thrash metal da Bay Area”.
Por fim, Rivadavia conclui: “Os fãs casuais
são quase garantidos para não "compreendê-lo", mas os completistas de
thrash metal vão querer começar sua descoberta do Forbidden com este lançamento”.
O álbum foi promovido em turnê pelos EUA e pela
Europa, no restante de 1988 e durante 1989, dividindo o palco com bandas como Testament, Exodus, Holy Moses, Sepultura,
Death Angel, Sacred Reich, Voivod, Savatage,
Vio-lence, Dark Angel, entre outras.
Quando a turnê de Forbidden Evil terminou, Alvelais deixou a banda e foi substituído
pelo guitarrista Tim Calvert.
O único álbum ao vivo da banda, o EP chamado Raw Evil - Live at the Dynamo, também
foi lançado em 1989.
O segundo álbum de estúdio do Forbidden, Twisted Into Form, seria lançado em 1990.
Formação:
Russ Anderson – Vocal
Craig Locicero – Guitarra solo
Glen Alvelais – Guitarra rítmica
Matt Camacho – Baixo
Paul Bostaph –
Bateria
Faixas:
1. Chalice of
Blood (Anderson/Flynn) – 4:27
2. Off the Edge
(Anderson/Alvelais/Locicero) – 4:12
3. Through Eyes
of Glass (Anderson/Alvelais/Locicero) – 6:18
4. Forbidden
Evil (Anderson/Locicero/Flynn) – 5:35
5. March into
Fire (Locicero/Anderson) – 5:05
6. Feel No Pain (Alvelais/Locicero) – 5:05
7. As Good as
Dead (Anderson/Locicero/Flynn) – 4:11
8. Follow Me
(Locicero/Anderson/Alvelais) – 7:00
Letras:
Para o conteúdo completo das letras,
recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/forbidden/
Opinião
do Blog:
Forbidden
(proibido, em uma tradução livre) me parece um nome muito apropriado ao grupo
californiano.
Não que o nome se refira a uma
impossibilidade de se conhecer a banda, mas em um sentido de que o sucesso não
lhe foi permitido. É realmente lamentável que um conjunto com vários predicados
passe despercebido até mesmo para uma parte de fãs de Metal.
Forbidden
Evil
é um álbum que traz consigo a essência do Thrash Metal norte-americano, ou
seja, agressivo e intenso, mas sem abrir mão de uma certa dose de senso
melódico. Para quem nunca ouviu, o Exodus
oitentista é uma boa referência para quem ainda não conhece esta obra.
Desta forma, o disco traz composições em que
os riffs são rápidos e pesados, contando com solos eficientes e as guitarras
são mesmo onipresentes. Os vocais são muito competentes e a seção rítmica é
ótima, especialmente baseada no talento indiscutível do ótimo Paul Bostaph.
As letras estão voltadas para questões mais
violentas, tendo, algumas vezes como pano de fundo (e em outras explicitamente)
a questão da culpa. A visão crítica a religiões é uma tônica no trabalho.
Em um álbum tão consistente e sem faixas
desnecessárias, o site escolhe “Chalice of Blood” e a clássica “Forbidden Evil”
como suas favoritas.
Ouvintes ocasionais de Thrash Metal poderão acusar uma certa “veia monocromática” em Forbidden Evil, mas isto não corresponde à realidade. Claro, o disco é mais indicado para fãs de Thrash Metal, pois nele encontrarão uma joia quase esquecida do estilo.
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