13 de abril de 2022

MANOWAR - BATTLE HYMNS (1982)

 


Battle Hymns é o álbum de estreia da banda norte-americana chamada Manowar. Seu lançamento oficial aconteceu em 7 de maio de 1982, através do selo Liberty Records. As gravações ocorreram no Criteria Studios, em Miami, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Joey DeMaio e de Ross the Boss.


O Rock: Álbuns Clássicos traz a estreia do Manowar para suas páginas. Vai-se contar um breve histórico das origens do grupo para depois se ater às músicas.





Origens


A história do Manowar começou em 1980, quando Joey DeMaio, o futuro baixista da banda, conheceu o guitarrista Ross the Boss (nome artístico de Ross Friedman) enquanto trabalhava como técnico de baixo e diretor de fogos de artifício do Black Sabbath, na turnê de Heaven & Hell.


Ross the Boss, ex-membro da banda de punk rock The Dictators, era o guitarrista da banda de apoio da turnê do Black Sabbath, Shakin' Street. Os dois tiveram afinidades por seus interesses musicais comuns, tornaram-se amigos e decidiram formar uma banda pela sugestão e pelo conselho de Ronnie James Dio, durante a turnê.


No final da turnê com o Black Sabbath, a dupla se reuniu para formar o Manowar.Para completar o elenco, eles contrataram o baterista Donnie Hamzik e o cantor Eric Adams, ex-colega de classe e amigo de DeMaio. O nome Manowar foi sugerido a Joey DeMaio e Ross the Boss por seu designer de instrumentos, John "Dawk" Stillwell.


Ross nasceu no Bronx, Nova York, e formou a banda punk The Dictators com Andy Shernoff em 1973. Antes disso, Friedman havia tocado em uma banda local, chamada Total Crudd.


Joey DeMaio



Depois de gravar três álbuns com o The Dictators, Friedman foi para a França e trabalhou por um ano na banda Shakin' Street, de Fabienne Shine, que foi citada como conjunto de apoio do Sabbath.


Eric Adams é o nome artístico de Louis Marullo, o qual nasceu em 12 de julho de 1952. Ainda adolescente, Marullo e alguns colegas formaram uma banda de garagem, The Kids, em 1965. O grupo fez shows em meados da década de 1960, com músicas geralmente focadas no amor juvenil. A banda lançou a música "Lovin' Everyday", em 1965, a qual foi lançada como single para o álbum de 1966, Class of '66.


Álbum de estreia


Por conta de sua primeira demo, o Manowar conseguiu um contrato de gravação com a Liberty Records em 1981. A gravadora pressionou a banda a produzir um bom número de músicas em pouco tempo para um álbum de estreia.


Ross the Boss



O resultado seria Battle Hymns. Os próprios John DeMaio e Ross the Boss seriam os produtores do disco, cuja capa seria obra do artista Gary Ruddell.


Vamos às faixas:


DEATH TONE


O som das motocicletas dá o tom agressivo de “Death Tone”, uma amostra do que é o Manowar.


A letra relata um soldado que foi para a guerra:


Now, you were sittin' home
And I got sent to Nam
I went to the big house
You just worked at job


METAL DAZE


Metal Daze” apresenta um som mais cadenciado e com boa dose de peso.


A letra fala sobre ser um ‘rock star’:


Baby I was born to play music
I'm a man with a screaming guitar
There's a light in the middle of the stage
In a minute I'll be wearing it all
I don't know another way of living
Baby I don't really care
Give me a pair of chains aim the whiplash at me
The girls I'd Love to share


FAST TAKER


Fast Taker” se apresenta com uma sonoridade metal mais convencional, com a cara do início daquela década.


A letra tem conotação sexual:


Mama is having troubles,
It always comes from me
Your daddy said that drink is
Is not yours for the free


SHELL SHOCK


Shell Shock” é pesada, caminhando na tênue linha entre o Hard e o Heavy, com vocais muito bons de Adams.


A letra fala sobre a guerra do Vietnã:


I got it!
Well, there's no charge for the haircut
And the bullets come free
My Uncle Sam send a letter, said:
He's got a mission for me
Now I'm a ranger, not a stranger
And I live in Saigon
We've got a team of special forces
And we deliver napalm


Eric Adams



MANOWAR


Manowar” traz um Heavy Metal bem direto, baseada em um bom riff e vocais bem legais.


A letra é uma autobiografia criativa:


We met on English ground
In a backstage room
We heard the sound
And we all knew

What we had to do


DARK AVENGER


Dark Avenger” é mais lenta, sem abrir mão do peso, mas com um clima mais soturno e mais escuro, descambando para uma apoteose catártica no seu fim.


A letra fala sobre um guerreiro:


I take the lives of all that
I once knew
The torn flesh
of a slow death waits for you


WILLIAM’S TALE


William’s Tale” é apenas uma abertura para a faixa seguinte.


BATTLE HYMN


Battle Hymn” encerra o álbum com um clima bem épico e dando o tom do futuro do conjunto.


A letra fala sobre uma batalha:


Gone are the days when freedom shone
Now blood and steel meet bone
In the light of the battle's way
The sands of time will shade
How proud our soldiers stand
With mace and chain in hand
Sound of charge into glory ride
Over the top of the vanquished pride


Considerações Finais


Battle Hymns não causou maiores repercussões em termos das principais paradas de sucesso da época.


Eduardo Rivadavia, do site AllMusic, dá a Battle Hymns uma nota 3 em 5, apontando: “E, no entanto, letras machistas de lado, a musicalidade de qualidade do guitarrista Ross the Boss e do baixista Joey DeMaio é inegável, assim como as poderosas flautas do vocalista Eric Adams”. Por fim, Rivadavia conclui: “Um começo muito promissor, Battle Hymns continua sendo um dos álbuns mais consistentes do Manowar”.


Martin Popoff deu uma nota 8 (em 10) ao disco, em seu The Collector's Guide to Heavy Metal: Volume 2: The Eighties.


Logo após o lançamento do álbum, o Manowar iniciou sua primeira turnê. A banda tocou como apoio para o Ted Nugent, mas sua colaboração durou apenas alguns meses.


O Manowar então fez uma pequena turnê por conta própria e todos os arranjos foram feitos em poucas semanas pelo seu empresário. Apesar desses contratempos, a banda ganhou fama nacional nesta curta turnê e também começou a conquistar seus primeiros fãs europeus, principalmente no Reino Unido e na Alemanha.


Estressado com a tensão das apresentações contínuas, Hamzik decidiu deixar a banda no final desta turnê e foi substituído por Scott Columbus.


O segundo álbum da banda sairia em 1983, com Into Glory Ride.





Formação:

Eric Adams – Vocal
Ross the Boss – Guitarras, Teclados
Joey DeMaio – Baixo
Donnie Hamzik – Bateria, Percussão
Músicos Adicionais:
Orson Welles - narração em "Dark Avenger"


Faixas:

1. Death Tone (Boss/DeMaio) - 4:48

2. Metal Daze (DeMaio) - 3:43

3. Fast Taker (Boss/DeMaio) - 4:18

4. Shell Shock (Boss/DeMaio) - 4:00

5. Manowar (Boss/DeMaio) - 6:05

6. Dark Avenger (Boss/DeMaio) - 6:20

7. William's Tale (G. Rossini) - 1:52

8. Battle Hymn (DeMaio) - 6:55


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/manowar/


Opinião do Blog:

Goste-se ou não, o Manowar conquistou relevância dentro do cenário Heavy Metal, também por sua postura “morte ao falso metal” e coisas do gênero. O discurso não é determinante para o site e vai-se ater à música.


Em Battle Hymns, o Manowar aposta em uma sonoridade Heavy Metal básica, com reminiscências da década de 1970, mas já com influências do Metal oitentista. Assim, o ouvinte está diante de uma banda que ainda procura por sua identidade, mas já demonstra bons atributos para o futuro.


Os destaques mais evidentes ficam para a boa parceria entre as guitarras de Boss e o baixo de DeMaio, bem como para os vocais sempre inspirados de Adams. Não há um sentido de inovação, mas o que a banda se propõe a fazer é bem executado. As letras não são um ponto de destaque.


O Blog escolhe a pesada “Dark Avenger” e a derradeira faixa-título como suas favoritas.


Enfim, Battle Hymns ainda não é o apogeu do Manowar, mas nem por isso é descartável. O disco traz faixas cativantes para fãs mais tradicionais de Heavy Metal e é uma amostra do potencial que o conjunto apresentaria em álbuns posteriores.

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