16 de junho de 2023

NUCLEAR ASSAULT - GAME OVER (1986)

 


Game Over é o álbum de estreia da banda norte-americana Nuclear Assault. O lançamento oficial do disco aconteceu em 7 de outubro de 1986, através do selo Combat Records. As gravações ocorreram Pyramid Sound, em maio daquele mesmo ano. A produção ficou a cargo de Alex Periallas, Steve Sinclair e da própria banda.


O RAC traz mais um álbum do Thrash Metal norte-americano para nossas páginas, agora abordando a ótima banda Nuclear Assault.





Antecedentes


O Nuclear Assault foi uma banda formada na cidade de Nova York em 1984. Parte do movimento thrash metal dos meados dos anos 1980, o grupo foi um dos expoentes do gênero a emergir da Costa Leste norte-americana, com nomes do calibre de Overkill, Whiplash, Toxik, Carnivore e Anthrax, a última das quais foi co-fundada pelo baixista do Nuclear Assault, Dan Lilker, que deixou o Anthrax logo após o lançamento de seu primeiro álbum.


Daniel A. Lilker nasceu em 18 de outubro de 1964, em New York City, nos Estados Unidos. Além de ser o baixista da banda de thrash metal Nuclear Assault, foi membro fundador do Anthrax com Scott Ian.


Lilker tocou guitarra base e baixo, coescreveu (e gravou) no primeiro álbum do Anthrax, Fistful of Metal. Ele também fundou a banda crossover Stormtroopers of Death com Scott Ian e Charlie Benante (do Anthrax) e Billy Milano (roadie do Anthrax, vocal do M.O.D.).


Logo após a gravação de Fistful of Metal, Lilker foi demitido do Anthrax. Ele decidiu seguir um estilo de música ainda mais agressivo e formou o Nuclear Assault com o guitarrista e vocalista John Connelly, o qual esteve envolvido em uma versão inicial do Anthrax. Eles se juntaram ao guitarrista Mike Bogush e ao baterista Scott Duboys.


John Connelly



Primeiros Movimentos


Esta formação gravou a primeira de duas demos, que incluíam as canções "Stranded in Hell", "The Plague" e "Hang the Pope".


A primeira apresentação ao vivo do grupo foi no Union Jack em South River, New Jersey, no final de 1984.


Posteriormente, Bogush foi substituído por Anthony Bramante. O primeiro show de Bramante com o grupo foi no L'Amour, no Brooklyn, em Nova York, no mês de abril de 1985.


Logo após a apresentação, foi Duboys quem deixou a banda e foi substituído pelo baterista Glenn Evans, ex-integrante da banda T.T. Quick.


A segunda demo, Live Suffer Die, foi gravada ainda em 1985 e a banda começou a fazer turnês pelos Estados Unidos de forma consistente. A banda assinou um contrato de vários álbuns com o selo Combat Records e gravou o álbum Game Over, lançado com aclamação da crítica no final daquele ano.


Dan Lilker



Mais precisamente, Game Over foi lançado em 7 de outubro de 1986, pelo selo Combat Records e com produção de Alex Perialas, do Nuclear Assault e de Steve Sinclair. As gravações ocorreram em maio daquele mesmo ano, no Pyramid Sound, nos Estados Unidos.


Vamos às faixas:


LIVE, SUFFER, DIE


Pequena faixa instrumental que já dita como será o disco.


SIN


Thrasheira básica, sem nenhuma firula, diretíssima ao ponto em seu início, dando vazão a um interlúdio bem bonito do meio para o fim.


A letra é maligna:


I fight o loosing battle now

To keep myself controlled

But it seems like no one cares

I'm about to lose my soul

Selling that whith God gave me

For a price of gold

To travel freely into Hell

Has become my goal


COLD STEEL


Thrash Metal baseado em um riff visceral e certeiro.


A letra é bem violenta:


My name is evil

Soon you shall see

You will obey me

Or wetch your self bleed


BETRAYAL


Betrayal” põe o pé no freio, mas sem abrir mão do peso.


A letra fala sobre traição:


I always thought you were my friend

But it seems that in the end

You're a backstabbing fool

I always trust you with me

You're the mistress of deceit

You're a backstabbing fool


RADIATION SICKNESS


Radiation Sickness” mantém a pegada do álbum, um Thrash Metal simples, mas cativante.


A letra tem um tom ambiental:


Fading fast

Your flesh shall rot

Life of pain

Is all you've got

There's no one left

To bury the dead

People hide

Behind walls of lead


HANG THE POPE


Faixa com menos de 1 minuto, furiosíssima.


A letra é em tom satírico:


Hang the Pope hang the Pope hang the Pope

Hang the Pope hang the Pope hang the Pope

Hang him with a fucking rope


AFTER THE HOLOCAUST


Mais uma canção que explora a velocidade e a intesidade como marcas.


A letra descreve um mundo apocalíptico:


Peoples lives are ruined

By man they've ever seen

A choice of death made for man

By leaders behind the scenes

The end result of a Nuclear War

That laid waste to us all

Our civilization crumbled down

By nightmares that destroy


Anthony Bramante



MR. SOFTEE THEME


Mr. Softee Theme” é interlúdio de 25 segundos no disco.


STRANDED IN HELL


Retorno ao Thrash Metal básico e clássico, com bastante intensidade.


A letra novamente é maligna:


Stranded in Hell

Ring Satan's bell

There's nothing else you can do

Stranded in Hell

Hear your death knell

'Cause the Master is coming for you


NUCLEAR WAR


Nuclear War” é um dos pontos mais altos do disco, apostando em um Metal um pouco mais cadenciado, com o baixo muito presente.


A letra fala do fim de tudo:


Looking at the future

There's no much to see

Your homeland lies under

Radioctive debris


MY AMERICA


My America” é bem curtinha, menos de 30 segundos.


A letra é curtinha:


My America

My America

My America

My America

My America


VENGEANCE


Vengeance” é a típica música do estilo Thrash metal norte-americano.


A letra fala sobre vingança:


Running through cities

Not fearing their lives

Never retreating before living eyes

Burning in Hell is a small price to pay

Now that my vengeance shall have its decay


BRAIN DEATH


Com mais de 7 minutos, “Brain Death” conta com boas mudanças de dinâmicas e ótimo ritmo.


A letra fala sobre um paciente terminal:


Help me

Save me

As I take my last breath

From these

Madmen

Licensed to give death





A faixa foi o único single retirado de Game Over.


Considerações Finais


Game Over não foi um sucesso em termos das principais paradas de sucesso de discos. O mesmo ocorreu com seu single, “Brain Death”.


A mídia especializada em música não foi tão entusiasmada de início, cabendo, à época, o destaque em mídias voltadas ao Heavy Metal. Por exemplo, a revista britânica Kerrang!, em 1986, deu ao disco uma nota 3,5 (em 5).


Com o passar do tempo, no entanto, o álbum foi valorizado devidamente. Em 2005, Game Over foi colocado na 287ª posição da lista da revista alemã Rock Hard em sua lista The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time.


A versão em cassete de Game Over trazia uma faixa intitulada "Lesbians", que não aparecia na versão em CD. No entanto, esta faixa foi posteriormente incluída em seu álbum ao vivo de 1992, Live at the Hammersmith Odeon.


Após Game Over, o Nuclear Assault lançou um EP chamado The Plague, estrategicamente concebido para coincidir com uma turnê europeia, em 1987, com as bandas Agent Steel e Atomkraft.


Na sequência, sentindo-se limitado pelo contrato com a Combat, o Nuclear Assault assinou com a I.R.S. Records e lançou seu segundo álbum de estúdios, Survive, em 1988.





Formação:

John Connelly – Vocal, Guitarra

Anthony Bramante – Guitarra

Danny Lilker – Baixo

Glenn Evans – Bateria

Músicos Adicionais:

Chad McGloughlin – convidado em "Brain Death"


Faixas:

Todas as canções creditadas ao Nuclear Assault.

01. Live, Suffer, Die (instrumental) - 1:08

02. Sin - 3:25

03. Cold Steel - 2:41

04. Betrayal - 3:01

05. Radiation Sickness - 2:49

06. Hang the Pope - 0:46

07. After the Holocaust - 3:44

08. Mr. Softee Theme (instrumental) - 0:25

09. Stranded in Hell - 3:39

10. Nuclear War - 3:47

11. My America - 0:29

12. Vengeance - 2:51

13. Brain Death - 7:16


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/nuclear-assault/


Opinião do Blog:

O Nuclear Assault é uma das boas bandas de Thrash Metal surgidas nos Estados Unidos durante a década de oitenta.


Em sua estreia, Game Over, é preciso calibrar suas expectativas ao ouvir o álbum para sua melhor apreciação. Não espere um disco mais eclético de Thrash Metal, na linha que bandas como Metallica, Megadeth e o Testament, por exemplo, faziam.


Game Over é mais unidimensional, não contando com variações entre passagens mais melódicas e/ou intrincadas de Heavy Metal tradicional. A imensa maior parte do disco é thrasheira pura, sem firulas e direto ao ponto.


E isto não é negativo. O Thrash desenvolvido pelo Nuclear Assault é muito bem tocado, com riffs certeiros, muita velocidade e muita intensidade. Fãs mais fiéis ao estilo não terão do que reclamar.


As letras possuem uma visão mais realista, por vezes pessimista, da humanidade, mas são um ponto alto do trabalho.


Entre nossas faixas preferidas estão “Stranded in Hell”, “Nuclear War” e, claro, “Brain Death”.


Enfim, Game Over é um trabalho muito bom, mas que vemos ser mais indicado a fãs mais “hardcore” do Thrash Metal, pois é bem direcionado e devotado ao estilo.

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