Frolic Through the Park é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana Death Angel. Seu lançamento oficial aconteceu em 5 de julho de 1988, através dos selos Restless/Enigma. As gravações ocorreram em março daquele mesmo ano, no Fantasy Studios, na Califórnia, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Davy Vain, Rob Cavestany e Andy Galeon.
Hora do Blog visitar mais uma banda do Thrash Metal norte-americano, a fabulosa Death Angel.
Antecedentes
O Death Angel foi formado na área da baía de São Francisco, na Califórnia (Estados Unidos), em 1982, pelos primos Rob Cavestany (guitarra principal, backing vocals), Dennis Pepa (vocal principal, baixo), Gus Pepa (guitarra base) e Andy Galeon (bateria) - todos descendentes de filipinos.
Depois de considerarem vários nomes diferentes para a banda, incluindo Dark Fury, Cavestany e D. Pepa escolheram o nome Death Angel, após encontrarem um livro com esse título em uma livraria.
Em 1983, a banda lançou sua primeira demo, Heavy Metal Insanity, com Matt Wallace atuando como produtor. De acordo com Mark Osegueda, o grupo era então "mais como uma banda de metal, como Iron Maiden, Tygers of Pan Tang e coisas assim", já que o chamado movimento thrash, da Bay Area, estava apenas começando a ganhar destaque naqueles tempos.
Osegueda, primo de segundo grau dos outros quatro membros e que trabalhava como roadie, tornou-se o vocalista principal do grupo em 1984 e fez seu primeiro show com a banda em um show com o Megadeth, em abril daquele ano (em um dos quatro shows da banda de Mustaine com Kerry King nas guitarras).
O Death Angel continuou a fazer shows em clubes na área da baía de São Francisco por quase dois anos, compondo canções e refinando seu repertório no palco. Em 1985, a banda gravou a demo Kill as One, produzida por Kirk Hammett, do Metallica, que eles conheceram em uma sessão de autógrafos em uma loja de discos em 1983. A onda de troca de fitas underground da década de 1980 levou a uma ampla distribuição da demo, atraindo a atenção para a banda.
The Ultra-Violence
O sucesso de Kill as One levou a um contrato com a gravadora Enigma Records, que lançou o álbum de estreia do Death Angel, The Ultra-Violence, em 1987. A banda gravou o álbum quando todos os membros ainda tinham menos de 20 anos (com o baterista Andy Galeon sendo o mais novo aos 14 anos), e, posteriormente, embarcou em sua primeira turnê, abrindo para bandas como Exodus, Destruction, Voivod, Sacrifice e Whiplash.
Um videoclipe foi filmado para "Voracious Souls", uma música sobre um bando de canibais, mas nunca foi ao ar na MTV norte-americana devido à natureza da letra.
Frolic Through the Park, o segundo álbum de estúdio do grupo, seria lançado em 5 de julho de 1988, pelo selo Enigma, com produção de Davy Vain, Rob Cavestany e Andy Galeon. As gravações ocorreram em março de 1988, no Fantasy Studios, em Berkeley, na Califórnia.
Vamos às faixas:
3RD FLOOR
“3rd Floor” já inicia o álbum com uma trilha Thrash bem intensa.
As letras são bem macabras:
Force fed medication
The more I take the sooner I'm free
Contributing to my mind's abduction
Can't they see it's tearing me
Can't they see it's killing me
ROAD MUTANTS
“Road Mutants” possui ótimos vocais de Osegueda e riffs certeiros.
A letra é angustiante e sem desesperança:
Enter the human race
But no one's winning
You do what you can
This is what they believe
WHY YOU DO THIS
“Why You Do This” aposta em na quebra de ritmos e na imprevisibilidade, sem jamais abrir mão do peso.
A letra é em tom de ressentimento:
When I was sad and down
You suddenly came around
Like a guiding light
No need for me to fight
I told you everything
Brought me up again
BORED
Cavestany cria um excelente riff principal na ótima “Bored”.
A letra é em tom de frustração:
I'm bored
Life it's not so fair
Nothing here and nothing there
I'm waiting constantly
It's not the way life's meant to be
“Bored” foi lançada como single para promover o disco, mas sem maiores repercussões.
CONFUSED
“Confused” supera a casa dos 7 minutos e tira o pé do acelerador, sendo uma faixa bem criativa e com mais possibilidades melódicas.
A letra é sobre sanidade:
Let me tell you something about myself
I got problems only I can tell
Please listen to me I don't want to be
Confused anymore
GUILTY OF INNOCENCE
“Guilty of Innocence” volta ao básico do Thrash Metal, embora de forma bem competente.
A letra é sobre objetividade:
No choice
I had to do it
Or else it was my ass on the floor
I had to even up the score
So I shot down the bloody
OPEN UP
“Open Up” é bem criativa, oscilando em passagens mais aceleradas com outras mais lentas. Uma ótima canção.
A letra revela um desejo:
Open up your eyes
And see the light
Just do it
SHORES OF SIN
“Shores of Sin” une o Thrash e o Heavy tradicional bem criativamente.
A letra é sombria:
Decipher the runes of earth
We travel forth to the lake of death
The guardian says that we must pay
The price is high for he demands a life
So it's he we must slay
COLD GIN
Uma criativa e eficiente para o clássico “Cold Gin”.
A letra é divertida:
Ooh, it's cold gin time again
You know it'll always win
Cold gin time again
You know it's the only thing
That keeps us together, ow
Obviamente, trata-se de uma versão cover para o clássico do Kiss.
MIND RAPE
“Mind Rape” encerra o álbum de maneira tradicional, uma trilha thrash bem competente.
Outra vez, a letra é obscura:
Your minds are filled with his lies
And soon reality's deprived
From your life
No sense makes sense
In this world
He has your brainwashed mind
Under control
Considerações Finais
Frolic Through the Park marcou uma mudança de estilo para o Death Angel e é considerado por muitos como um dos trabalhos mais sombrios da banda. Mantendo as raízes speed e thrash de seu antecessor, The Ultra-Violence, o álbum viu a banda implementar uma direção mais experimental e diversificada, desenhando elementos e influências do funk, do rock progressivo, do hard rock, do hardcore/punk. A banda continuaria essa experimentação em seu próximo álbum, Act III (1990).
Osegueda revelou, em uma entrevista de 2003, que a origem do título "Why You Do This" era uma frase do filme O Exorcista. Já "Bored" foi usada em uma cena do filme Leatherface: The Texas Chainsaw Massacre III, de 1990.
Frolic Through the Park ncluiu uma versão cover da música "Cold Gin" do Kiss. A banda lançou um vídeo para o single "Bored", que foi tocado regularmente no Headbangers Ball da MTV dos estados Unidos. A música foi escrita sob a influência aparentemente improvável do U2, e da guitarra de The Edge em particular.
Apesar do sucesso de Frolic Through the Park, os membros do Death Angel criticaram um pouco o álbum (incluindo sua produção e direção musical), e no documentário da banda de 2015, A Thrashumentuary, Cavestany o chamou de "álbum bastardo" da banda e um "álbum ímpar". Para além de "3rd Floor" e "Bored", o Death Angel raramente tocou músicas deste álbum ao vivo desde que se reuniram em 2001.
Em 1990 sairia o terceiro disco do grupo, Act III, e que precederia um hiato de 10 anos do grupo, o qual se reuniria novamente apenas em 2001.
Formação:
Mark Osegueda – Vocal
Rob Cavestany – Guitarra Solo, Backing vocals
Gus Pepa – Guitarra
Dennis Pepa – Baixo, Backing vocals
Andy Galeon – Bateria, Backing vocals
Músicos adicionais:
Bob Ross – "Shores of Sin" intro/outro
Faixas:
01. 3rd Floor (Osegueda/Cavestany) - 4:58
02. Road Mutants (Cavestany/Dennis Pepa) - 3:45
03. Why You Do This (Osegueda/Cavestany) - 5:33
04. Bored (Cavestany) - 3:29
05. Confused (Cavestany/Gus Pepa) - 7:26
06. Guilty of Innocence (Cavestany) - 4:26
07. Open Up (Cavestany) - 5:45
08. Shores of Sin (Cavestany/D. Pepa) - 6:30
09. Cold Gin (Ace Frehley) - 4:23
10. Mind Rape (Galeon/Cavestany) – 5:32
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/death-angel/#R
Opinião do Blog:
O Death Angel é das bandas mais talentosas oriundas do Thrash Metal norte-americano e que não obteve todo o sucesso a que fazia jus, por uma série de razões.
Em Frolic Through the Park, a banda demonstra sua capacidade de produzir canções competentes dentro do Thrash: “3rd Floor”, “Road Mutants” e “Mind Rape” são bons exemplos desta afirmação.
No entanto, o grupo apresenta, simultaneamente, seu talento para abordar diferentes sonoridades – com a mesma competência: “Open Up”, “Shores of Sin” e, sobretudo, “Confused”, possivelmente a melhor do trabalho.
As letras fogem do lugar mais comum, mas com um olhar angustiante. Instrumentalmente, a banda é homogênea e extremamente competente.
Em suma, Frolic Through the Park mostra uma banda talentosa e extremamente competente, compondo música pesada e agressiva, sem abrir mão da criatividade.
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