Spellbound é o segundo álbum de estúdios da banda britânica Tygers of Pan Tang. Olançamento oficial do disco aconteceu em 10 de abril de 1981 pelo selo MCA. As gravações ocorreram em janeiro daquele mesmo ano, no Morgan Studios, em Londres. A produção ficou a cargo de Chris Tsangarides.
O Tygers of Pan Tang foi formado em 1978, em Whitley Bay, Inglaterra, e esteve ativa até 1987 em um primeiro momento, reformando-se em 1999 e seguindo na ativa desde então.
O nome da banda derivado de Pan Tang, um arquipélago fictício da série de fantasia Elric of Melniboné, de Michael Moorcock, cujos magos mantêm tigres como animais de estimação.
Emergindo em 1978 como parte da New Wave of British Heavy Metal, os roqueiros ingleses Tygers of Pan Tang empregam uma mistura muscular de melodia e poder que fica em algum lugar entre Def Leppard e Saxon.
O Tygers of Pan Tang foi formado pelo guitarrista Robb Weir (nascido Robert Mortimer Weir, 1958), Richard "Rocky" Laws (baixo), Jess Cox (vocal) e Brian Dick (bateria). O grupo tocava em clubes masculinos e foi contratado pela gravadora local independente Neat Records antes que a MCA lhe oferecesse um grande contrato.
Depois do lançamento de vários singles, "Don't Touch Me There" (1979), "Rock 'N' Roll Man" (1980) e "Suzie Smiled" (1980), o conjunto lançou seu primeiro álbum, Wild Cat, em 1980. O disco alcançou a 18ª posição na principal parada britânica de álbuns em sua primeira semana de seu lançamento.
Posteriormente, John Sykes (ex-Streetfighter, mais tarde em Badlands, Thin Lizzy, Whitesnake e Blue Murder) foi adicionado como segundo guitarrista.
John James Sykes nasceu em 29 de julho de 1959, em Reading, Berkshire, na Inglaterra. Ele se interessou pela guitarra aos quatorze anos, quando seu tio lhe mostrou como tocar alguns dos licks de Eric Clapton.
Naquela época, Sykes e sua família moravam em Ibiza, na Espanha, onde seu pai e seu tio eram donos de uma discoteca. Nos dois anos seguintes, Sykes treinava canções de blues em um velho violão de cordas de náilon. Após três anos na Espanha, a família Sykes voltou para Reading. Lá, John iniciou um relacionamento e basicamente desistiu da música por um ano e meio.
Sykes não voltaria a tocar até se mudar para Blackpool, quando foi convidado a entrar na banda Streetfighter, através de seu amigo Mervyn Goldsworthy, que mais tarde seria baixista em bandas como Diamond Head, Samson e FM.
Jess Cox teve um desentendimento com os outros caras do grupo e saiu do conjunto, sendo substituído pelo vocalista do Persian Risk, um cara chamado Jon Deverill.
Spellbound é o segundo álbum de estúdio do Tygers of Pan Tang e como já citado, é o primeiro trabalho da banda com o guitarrista John Sykes e o vocalista Jon Deverill.
GANGLAND
“Gangland” é o típico som da NWOBHM, abrindo o álbum com uma porrada.
A letra é criativa e faz alguns trocadilhos:
Oh, yeah, yes
No easy come, easy go
Not too fast, not too slow
Must get up, but you've pulled back down
If you mess around with fire
You're gonna get yourself burnt
TAKE IT
“Take It” flerta mais com o Hard Rock, com um riff bem contagiante.
A letra é uma autossugestão:
Hold on
Don´t you double cross your dealer, oh no
'Cos I´m the only one
To make your dreams real, I´ll make it real
I will, so take it
MINOTAUR
Uma curtíssima vinheta.
HELLBOUND
“Hellbound” é rápida e furiosa, indo bem diretamente ao clímax.
A letra é bem legal:
I´m hellbound, spellbound
Shot down, heading for the ground
“Hellbound” foi lançada como single, atingindo a 48a posição da principal parada britânica desta natureza.
MIRROR
“Mirror” é uma faixa mais cadenciada e conta com uma atmosfera mais angustiante.
A letra é em tom fantástico:
Mirror, mirror on the wall
You stare at me and share my thoughts
Mirror, mirror, I hear your call
You have my soul and body caught
SILVER AND GOLD
“Silver and Gold” retorna a um típico riff galopante da NWOBHM.
A letra é divertida:
No less, but the best
Is all you talk about
Got plenty of money
You'll never go without
BLACKJACK
“Blackjack” possui uma inegável pegada Judas Priest.
A letra usa da metáfora de um jogador:
I am I am
I'm a gambling man
I try to win every game
I play for keep
It's all that I seek
I am I am a gambling man
THE STORY SO FAR
“The Story So Far” possui um riff bem legal e uma pegada que lembra o Thin Lizzy.
A letra fala sobre um flerte:
Tell me that you understand
I never told you no lies
Anyone can criticise me
It's better to realise
TYGER BAY
“Tyger Bay” segue a linha de Heavy Metal intenso e pesado.
A letra é divertida:
The street claims, one more,
Life's got no direction,
Can't depend on the law,
Too much frustration....
Women gaze from red windows,
In expensive rags,
Selling themselves to shadows,
Can't hide their scars.…
DON’T STOP BY
A pesada “Don’t Stop By” encerra o disco em nível elevado.
A letra fala sobre solidão:
The darkness comes so fast
Reminds me of the past
It's hard to sleep alone
How long will this last
I see your face everywhere
It's there, then dissapears
Only my imagination
You're nowhere near
Considerações Finais
Spellbound atingiu a 33ª colocação na principal parada britânica de discos. O single, “Hellbound”, alcançou a 48ª posição na parada britânica de singles.
"Hellbound" foi gravada pela banda americana de thrash metal Heathen como uma faixa bônus para o álbum Victims of Deception, bem como pelo tributo alemão à NWOBHM Roxxcalibur em seu segundo lançamento de 2011, Lords of the NWOBHM, enquanto "Gangland" foi gravada pelos gigantes do thrash metal alemão, a banda Kreator, em 1987, no seu single "Behind the Mirror" e no EP, Out of the Dark ... Into the Light, em 1988.
Eduardo Rivadavia, do site AllMusic, dá uma nota 4,5 (em 5), ao trabalho, mencionando: “Spellbound representou uma evolução incrível para o Tygers of Pan Tang, especialmente considerando que foi lançado apenas seis meses após sua estreia muito grosseira e não polida. Simplificando, a adição do novo vocalista versátil Jon Deverill e do brilhante guitarrista John Sykes ajudou a melhorar a musicalidade e as habilidades de composição do Tygers sem fim, permitindo que o produtor Chris Tsangarides exigisse um desempenho infinitamente superior (...) da banda de uma perspectiva técnica”.
E Rivadavia concluiu: “E apesar de conter estranhezas (...), como o interlúdio instrumental inútil "Minotaur" e a bastante unidimensional "Silver and Gold", Spellbound ainda se classifica como um dos primeiros álbuns mais consistentes e impressionantes da New Wave of British Heavy Metal, e deve satisfazer todos os ouvintes iniciantes”.
Esta mesma formação do grupo lançaria, ainda em novembro de 1981, o terceiro álbum da banda, Crazy Nights, o último com o guitarrista John Sykes.
Formação:
Jon Deverill – Vocal
Robb Weir – Guitarras, Backing vocals
John Sykes – Guitarras, Backing vocals
Richard "Rocky" Laws – Baixo, Backing vocals
Brian "Big" Dick – Bateria
Faixas:
Todas as faixas foram creditadas à banda Tygers of Pan Tang.
01. Gangland - 3:43
02. Take It - 4:27
03. Minotaur - 0:22
04. Hellbound - 3:30
05. Mirror - 4:34
06. Silver and Gold - 3:35
07. Blackjack - 3:15
08. The Story So Far - 3:29
09. Tyger Bay - 3:28
10. Don't Stop By - 4:04
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/tygers-of-pan-tang/
Opinião do Blog:
A banda Tygers of Pan Tang é uma das grandes dádivas que a NWOBHM ofereceu aos ouvintes de Metal.
Em Spellbound, fica evidente que a adição de um vocalista muito bom como Jon Deverill aumentou as possibilidades do grupo, bem como a chegada do ótimo John Sykes elevou o patamar das composições. Quando faz seu Heavy Metal, o grupo é certeiro e, embora não crie nada novo, o que faz é muito bem-feito como nas faixas “Take It”, “Blackjack” e na clássica “Hellbound”.
Entretanto, é quando flerta com outras possibilidades é que o disco traz novo brilho: “Mirror” (a qual me lembra bastante “Remember Tomorrow” do Maiden) e a “Lizzyana”, “The Story So Far” são as minhas canções preferidas do disco.
Enfim, Spellbound é um ótimo álbum da NWOBHM que, se não traz nenhuma novidade – e isso não é demérito algum, executa aquilo que propõe com maestria. Talvez o Tygers of Pan Tang merecesse muito mais reconhecimento.
Adoro esse disco, provavelmente o melhor que o Tygers gravou em toda a sua carreira, e uma das obras primas da NWOBHM. "Take it", "Hellbound" e "The Story So Far" são minhas favoritas no álbum, que é praticamente todo bom (só "Mirror" não me agrada muito). Este foi um dos muitos discos que durante anos só ouvia falar e não tinha acesso, porque era muito difícil conseguir um importado na minha cidade - e quando aparecia um, custava mais do que a mesada dava para pagar! Já ouviu "Bloodlines", o novo (saiu agora em 2023) deles? Achei bem interessante, ainda que não chegue aos pés de "Spellbound".
ResponderExcluirNó, Marcello, por causa do meu Canal no YouTube eu tenho mais escutado o que eu já tenho mesmo, nem procurei este disco novo da banda. Na verdade, nem sabia que existia, pra ser bem sincero.
ExcluirMarcello, por incrível que pareça o Spellbound foi lançado aqui no Brasil pela MCA Records em 83, o meu vinil esta gasto de tanto que ouvi nos anos 80's... kkk. Concordo com você, apesar de não ser possível compara-lo com os clássicos da banda, achei o Bloodlines um bom disco! A capa é muito, mas muito bonita!!!
ExcluirUm Abraço.
Daniel, conheci o site por causa do seu canal no youtube, inclusive, sempre que posso comento por lá, acho até que já falei isso, mas considero o Simplesmente Rock o meu canal preferido quando o assunto é música.
ResponderExcluirDemorei mais para comentar aqui, pois pra isso teria que colocar a senha do google e sempre acabava deixando para depois. Mas sobre o post, acho que o Spellbound é sem dúvida o melhor disco da banda e concordo quando você cita que a entrada de Deverill e Sykes eleva o grupo a um patamar muito mais alto, além disso também acho que The Story So Far tenha sido a faixa com maior potencial de se tornar o hit gravado pelo Tygers of Pan Tang. Me lembro de ter lido uma entrevista do John Sykes, acho que já nos anos 2000’s, onde perguntado qual o seu melhor solo, ele responde: Love Potion n. 9
Entendo que hoje em dia com a popularização do youtube, sites como Álbuns Clássicos, tendem a ficar mais no ostracismo, porém para mim, que cresci lendo resenhas de revistas como Rock Brigade, isso nos remete a memorias afetivas e com toda a certeza é extremamente gratificante.
Mais uma vez gostaria de parabenizá-lo pelo excelente trabalho e desejar-lhe tudo de bom e muito sucesso tanto aqui quanto no Simplesmente Rock. Sempre que puder tentarei comentar por aqui também, já que existem vários posts que me chamaram muito a atenção, mas escolhi particularmente este porque a N.W.O.B.H.M. é o movimento dentro no Heavy Metal que mais aprecio.
Um abraço.
Jose Jr.
Muito obrigado pela força, José. Acho que o site acabou cumprindo bem o seu papel, mas é impossível continuar o mantendo com o Canal, pois este me demanda quase o tempo todo livre. Faltou muita coisa pra aparecer por aqui, mas o Canal, eu espero, vai suprir estas ausências.
ExcluirAgradeço as palavrs sobre o Simplesmente Rock, espero ter saúde e otivação para atender as expectativas de expectadores tão bons quanto você. Valeu mesmo.
Grande abraço!