CAMEL - MIRAGE (1974)

 

Mirage é o segundo álbum de estúdios da banda britânica Camel. O lançamento oficial aconteceu em 1º de março de 1974. As gravações ocorreram durante novembro de 1973 nos seguintes estúdios: Island, Decca e AIR, todos na Inglaterra. O selo foi o Deram e a produção ficou a cargo de David Hitchcock.

Hoje é dia de retornar à banda Camel, um ícone do Rock Progressivo.

Antecedentes

O Camel lançou sua estreia em 1973.

O álbum foi saudado com um sucesso silencioso e a MCA não aceitou uma opção para um segundo álbum.

Andrew Latimer

Após isso, o grupo adquiriu a equipe de gerenciamento de Geoff Jukes e Max Hole, da Gemini Artists (mais tarde, a GAMA Records) e se mudou para a Deram Records, uma divisão da Decca Records, onde permaneceriam nos próximos 10 anos.

O Camel saiu em turnê por 9 meses no ano de 1973, estabelecendo uma boa reputação como banda ao vivo, em lugares como Reino Unido, Suíça, Bélgica e Holanda.

Durante este período, o grupo compartilhou o palco com outros artistas como Gong, Hawkwind, Pink Fairies, entre outros.

Andy Ward

Processo

A Gama Records estava procurando uma saída para seus projetos e rapidamente assinou um acordo de longo prazo com o selo filial da Decca/London, a Deram Records. Um dos primeiros frutos dessa colaboração foi Mirage.

Doug Ferguson

Para esta primeira parcela, a gravadora Gama Records fez um esforço de produção bem acima do primeiro álbum com a MCA. O primeiro passo foi ter um produtor de peso como David Hitchcock (Genesis, Caravan) e meia dúzia de engenheiros de som, incluindo John Burns, Bill Price ou Howard Kilgour e distribuídos entre os estúdios Island, Decca Studios e Air Studios.

Vamos às faixas:

FREEFALL

Linda faixa que mostra a potência do Camel: forte presença dos teclados, seção rítmica pulsante e guitarra afiada.

A letra faz uma analogia da vida com a queda livre:

I'm in a freefall, like a snowflake falling

Down, down, down, down, down

I close my eyes inside my head I start fall

Helpless to the ground

Down, down, down, down, down, oh, yeah

SUPERTWISTER

Música instrumental muito interessante, dominada pela flauta de Latimer.

THE WHITE RIDER

Uma suíte incrível, composta por 3 peças, e uma variação de dinâmicas muito azeitada.

A letra se refere ao livro O Senhor dos Anéis:

Once he wore grey, he fell and slipped away

From everybody's sight

The wizard of them all, came back from his fall

This time wearing white

Peter Bardens

EARTHRISE

Canção extraordinária, a qual demonstra todo potencial dos músicos que compunham o Camel.

LADY FANTASY

É a maior suíte do disco, também composta por 3 partes, oscilando entre calmaria e ataques de peso. Sensacional.

A letra fala de um amor:

Saw you sitting on a sunbeam

In the middle of my daydream

Oh my Lady Fantasy

I love you

Considerações Finais

Mirage não conseguiu entrar na parada britânica, atingindo apenas a 149ª colocação na parada de álbuns na parada norte-americana.

Não houve single promocional e nem entrou nas paradas do Reino Unido, mas a resposta geral da mídia ao disco finalizado foi muito promissora. A prestigiosa revista Sounds foi uma das primeiras a elogiar o trabalho e Andy Ward e Doug Ferguson foram descritos como uma máquina bem lubrificada. Ainda mais longe foi a The Beat Magazine que declarou Mirage "Álbum do Mês", e finalmente veio a surpresa quando o disco entrou no Top 200 da Billboard e permaneceu visível por nada menos que 13 semanas.

Daevid Jehzen, do AllMusic, dá uma nota 2 (em 5) à Mirage, mas aponta: “Camel ainda está aparando algumas peculiaridades em seu som em Mirage, mas é evidente que eles estão se destacando”.

Hoje, Mirage é considerado um dos álbuns essenciais de Prog Rock de todos os tempos, ocupando a posição 21 na lista dos 50 Álbuns Essenciais de Rock Progressivo da revista Rolling Stone. O álbum foi eleito o nº 51 no Top 100 de álbuns de Prog de todos os tempos pelos leitores da revista Prog em 2014.

A Prog Sphere considerou Mirage o melhor álbum da banda, escrevendo que é um clássico do prog que deveria ser obrigatório para qualquer um que seja fã de rock progressivo.

Embora pequeno, o grupo obteve sucesso nos Estados Unidos, o que motivou uma turnê de três meses por lá.

Lançado em 1975, o terceiro álbum da banda seria o conceitual instrumental The Snow Goose.

Formação:

Andrew Latimer – Guitarra, Flauta; Vocal em 3 e 5

Peter Bardens – Órgão, Piano, Minimoog, Mellotron, Piano Elétrico, Teclados; Vocal em 1 e 5

Doug Ferguson – Baixo

Andy Ward – Bateria, Percussão

Faixas:

1. Freefall (Bardens) - 5:53

2. Supertwister (Bardens) - 3:22

3. The White Rider (Latimer) – 9:16

a. "Nimrodel"

b. "The Procession"

c. "The White Rider"

4. Earthrise (Bardens/Latimer) - 6:40

5. Lady Fantasy (Bardens/Latimer/Ward/Ferguson) - 12:44

a. "Encounter"

b. "Smiles for You"

c. "Lady Fantasy"

Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:

https://www.letras.mus.br/camel/

Opinião do Blog:

O Camel retorna a nossas páginas com uma obra memorável: Mirage.

Com a mesma formação que gravou a estreia do grupo, o Camel desenvolve sua sonoridade anterior de maneira assombrosa: as melodias são mais complexas, o instrumental é mais sofisticado e as alternâncias de dinâmicas são mais abruptas, mas igualmente naturais.

Dispensável dizer da categoria dos músicos que compõem a banda e, até por conta disto, o Camel aposta ainda mais em trechos instrumentais no disco. Mirage possui letras, mas muitas passagens – e faixas – são totalmente de música instrumental.

Difícil mencionar canções favoritas em um álbum tão homogêneo, mas ficamos com as extraordinárias suítes: “The White Rider” e “Lady Fantasy”.

Concluindo, Mirage nem é tido como o melhor do Camel, mas é um disco essencial de Rock Progressivo, daqueles que os fãs deste estilo precisam ouvir.