The Final Countdown é o terceiro álbum de estúdio da banda sueca Europe. O lançamento oficial aconteceu em 26 de maio de 1986, através do selo Epic. As gravações ocorreram entre setembro de 1985 e março de 1986, em diversos estúdios. A produção ficou a cargo de Kevin Elson.
Após quase 9 anos, o Blog traz o maior clássico da banda Europe: The Final Countdown.
Antecedentes
Em 1985, o Europe gravou a trilha sonora do filme On the Loose, que lhes deu o hit "Rock the Night". Vários meses depois, Joey Tempest foi convidado a compor uma música para o projeto de caridade Swedish Metal Aid. Ele escreveu "Give a Helping Hand", que contaria com as maiores estrelas do rock e metal suecos. A renda das vendas do single, que foi produzido pelo guitarrista do Easy Action, Kee Marcello, foi doada ao povo da Etiópia.
Em setembro de 1985, o Europe foi abordado por um executivo da Epic Records. A gravadora ajudou o conjunto a começar a gravação de seu próximo álbum com o produtor do Journey, Kevin Elson. O resultado foi The Final Countdown.
Joey Tempest
Composição
O disco foi gravado em diversos estúdios: Powerplay Studios em Zurique, Soundtrade Studios em Estocolmo, Mastersound Studios em Atlanta e Fantasy Studios em Berkeley.
The Final Countdown é o primeiro álbum a apresentar o tecladista Mic Michaeli e o baterista Ian Haugland e o último com o guitarrista John Norum até Start from the Dark, de 2004.
"Rock the Night" e "Ninja" foram as primeiras músicas compostas para o álbum e estrearam na turnê do disco anterior, Wings of Tomorrow, de 1984. "Rock the Night" foi lançada como single na Suécia em 1985, chegando ao número 4 na parada, e também foi apresentada no EP da trilha sonora do filme sueco On the Loose no mesmo ano, junto com as músicas "On the Loose" e "Broken Dreams".
"Rock the Night" e "On the Loose" seriam regravadas para a inclusão em The Final Countdown junto a "Ninja", todas com letras ligeiramente diferentes.
Devido ao sucesso de On the Loose e "Rock the Night" na Suécia, o Europe fez uma nova turnê pela Suécia em 1985, com novas músicas "Danger on the Track", "Love Chaser" e a balada "Carrie" incluídas no setlist e prontas para serem gravadas para o álbum.
"Carrie" foi coescrita por Tempest e o tecladista Mic Michaeli durante uma jam session. A versão inicial da música consistia apenas em teclados e vocais e foi tocada dessa forma na turnê de 1985, mas a versão do álbum contaria com a banda inteira.
A música "The Final Countdown" foi baseada em um antigo riff de teclado que Tempest compôs em 1981-82. "Cherokee" foi a última música composta para o álbum, sendo escrita apenas uma semana antes da banda ir para a Suíça começar a gravá-lo. Tempest disse que se inspirou na história dos nativos americanos para suas letras.
John Norum
Gravação
A gravação do álbum começou em setembro de 1985 no Powerplay Studios em Zurique, Suíça. Por sugestão da gravadora Epic Records, a banda decidiu trabalhar com o produtor americano Kevin Elson, que havia trabalhado com bandas como Journey e Lynyrd Skynyrd.
Originalmente, a banda havia abordado o produtor do Scorpions, Dieter Dierks, e o produtor do Bon Jovi, Bruce Fairbairn, para produzir o álbum, mas no final eles se decidiram por Elson.
Durante as sessões de gravação, o vocalista Joey Tempest teve uma forte reação alérgica a algum produto, o que atrasou a gravação por um tempo e forçou Joey a fazer mudanças em sua dieta para que ele pudesse concluir seu trabalho no álbum.
Os vocais da faixa-título foram gravados no Soundtrade Studios, Estocolmo, Suécia, enquanto o resto dos vocais foram gravados no Mastersound Studios, Atlanta e Fantasy Studios, Berkeley, Califórnia.
John Levén
O álbum foi mixado em março de 1986 no Fantasy Studios. O guitarrista John Norum não gostou do resultado, alegando que os teclados "enterraram" as guitarras-base na mixagem final.
The Final Countdown
Como características de “The Final Countdown”, temos a introdução clássica e os vocais potentes de Tempest, que são facilmente reconhecíveis por qualquer um que já tenha ouvido esta canção.
As letras são inspiradas no clássico de David Bowie, “Space Oddity”:
We're leaving together
But still it's farewell
And maybe we'll come back
To Earth, who can tell?
I guess there is no one to blame
We're leaving ground (leaving ground)
Will things ever be the same again?
“The Final Countdown” é o maior clássico do Europe. Atingiu a 1ª posição da principal parada britânica de singles e a 8ª em sua correspondente dos EUA.
ROCK THE NIGHT
Em “Rock the Night”, as guitarras estão um pouco mais presentes, sendo uma canção mais rock.
A letra fala sobre seus próprios limites:
I know my limit
Just what it takes
When things ain't good enough
I just pull the brake
Sometimes it's easy
Sometimes so tough
But just have one thing clear
I can't get enough
Lançada como single, atingiu a 12ª colocação na parada britânica e a 30ª posição na parada norte-americana.
CARRIE
“Carrie” é uma balada daquelas, típica dos anos 1980.
A letra tem uma pegada romântica:
I read your mind
With no intentions of being unkind
I wish I could explain
It all takes time, a whole lot of patience
If it's a crime, how come I feel no pain?
“Carrie” é outro grande sucesso do Europe. A faixa atingiu a excepcional 3ª posição na Billboard Hot 100, enquanto ficou com o 22º lugar na correspondente britânica.
DANGER ON THE TRACK
“Danger on the Track” é uma faixa com forte presença dos teclados, mas conta com mais guitarras.
A letra fala de uma ameaça a um amor:
I knew that you were waiting
For me to share your life
Cause I told you when I left, that
When I come back you'll be my wife
NINJA
“Ninja” é mais pesada que as músicas anteriores, sendo uma das preferidas no disco.
A letra se refere ao personagem lendário:
A handful of sayings are more than a reason
For me to feel this way
I'd like to be near you
Maybe for just one day
So tell me the legend, tell me the story
Tell me the tales of war
Tell me just one time
What it was like before
CHEROKEE
“Cherokee” é uma faixa com uma forte pegada AOR, lembrando o Journey.
A letra fala sobre o povo originário dos EUA:
The white man's greed, in search of gold
Made the nation bleed
They have lost their faith
And now they had to learn
There was no place to return
Nowhere they could turn
Lançada como single, ficou com a 72ª colocação na principal parada norte-americana.
TIME HAS COME
“Time Has Come” segue a pegada de sua antecessora, com bons vocais de Tempest.
A letra é um apelo:
Pray for the soldier, who's wounded bad
Pray for the dreamer, he's still so sad
Pray for the stranger you know so well
HEART OF STONE
“Heart of Stone” ainda tem presença dos teclados, embora seja uma música mais forte.
A letra é sobre perseverança:
Time after time I'm wondering why
Am I to be all alone
Day after day I pray that you'll stay
Cause you've got a heart of stone
ON THE LOOSE
Mais pesada e mais direta, “On the Loose” é uma das melhores faixas do disco.
A letra fala sobre um perdedor:
Dreaming, dreaming about
All the things he'd like to do
Trying, trying so hard
To make it all up to you
LOVE CHASER
“Love Chaser” é uma canção com boa presença das guitarras de John Norum.
A letra fala sobre sedução:
Love chaser - If you look deep in his eyes
Then you're in for a big surprise
He can take your breath away
There's nothing you can do or say
“Love Chaser” foi lançada como single, mas apenas no Japão.
Considerações
The Final Countdown foi o álbum que deu ao Europe reconhecimento internacional. Após seu lançamento em maio de 1986, vendeu muito bem na maioria dos países europeus e alcançou a 8ª posição na parada de álbuns dos EUA e a 9ª na parada britânica.
O disco recebeu críticas mistas após seu lançamento. Enquanto JD Considine considerou o álbum derivado, porém eficaz. Já Howard Johnson, da revista Kerrang!, tratou o álbum como “chato” e “nauseante”. Doug Stone do AllMusic dá uma nota 4,5 (em 5) ao álbum e Martin Poppof considera o disco soa muito bom, embora comercial.
Não satisfeito com a produção dominada pelos teclados nem com a imagem comercializada da banda, John Norum decidiu deixar o Europe em outubro de 1986 para seguir carreira solo. "Eu realmente não gostava da direção que a banda estava tomando", disse Norum.
Kee Marcello foi convidado para substituí-lo e, após alguma consideração, decidiu se juntar à banda, coincidindo com o pico comercial do grupo. 1987 incluiu turnês de sucesso pela Europa e EUA.
Segundo algumas estimativas, The Final Countdown supera a casa de 3 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
Formação:
Joey Tempest – Vocal
John Norum – Guitarras, Backing vocals
John Levén – Baixo
Mic Michaeli – Teclados, Backing vocals
Ian Haugland – Bateria, Backing vocals
Faixas:
01 The Final Countdown (Tempest) - 5:11
02. Rock the Night (Tempest) - 4:03
03. Carrie (Tempest/Michaeli) - 4:30
04. Danger on the Track (Tempest) - 3:45
05. Ninja (Tempest) - 3:46
06. Cherokee (Tempest) - 4:13
07. Time Has Come (Tempest) - 4:00
08. Heart of Stone (Tempest) - 3:46
09. On the Loose (Tempest) - 3:08
10. Love Chaser (Tempest) – 3:27
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomendamos o acesso a:
https://www.letras.mus.br/europe/
Opinião do Blog:
Sem sombras de dúvidas, The Final Countdown é o maior sucesso do Europe.
Entretanto, ser o maior sucesso nem sempre corresponde a ser o melhor (em toda carga de subjetividade que há neste termo). Em The Final Countdown, o Europe abraça a sonoridade Glam Metal, mas não apenas, suas músicas são recheadas de influências AOR – o produtor Kevin Elson, do Journey – é uma importante peça neste quebra-cabeça.
No entanto, as minhas faixas preferidas deste trabalho são as que apostam mais na sonoridade antiga do Europe, com as guitarras de John Norum mais presentes e mais potentes.
Os teclados estão mais vibrantes que nunca, apostando na tendência musical daqueles tempos e que caiu no gosto do público norte-americano. Os vocais de Tempest me agradam e são o ponto alto do disco.
Claro, a faixa-título e “Carrie” são as mais conhecidas, mas estão longe de serem minhas preferidas do álbum. “Ninja”, “Rock the Night” e “On the Loose” ocupam este posto.
Enfim, The Final Countdown é um registro fiel do tempo em que foi criado, mas não representa aquilo de melhor que o Europe produziu. Possui bons momentos, mas não me agrada como os álbuns da fase mais recente do grupo ou como o excelente Wings of Tomorrow.
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