In-A-Gadda-Da-Vida é o segundo álbum de estúdios da banda norte-americana Iron Butterfly. Seu lançamento oficial ocorreu em 14 de junho de 1968 através do selo Atco/Atlantic Records. As gravações ocorreram em 1968 nos estúdios Gold Star, Hollywood e no Ultra-Sonic, Hempstead, ambos nos EUA. A produção ficou a cargo de Jim Hilton.
Hora de tratarmos sobre o álbum mais clássico do Iron Butterfly, In-A-Gadda-Da-Vida.
Antecedentes
Em janeiro de 1968, o grupo lançava sua estreia, o ótimo Heavy.
Todos os membros do conjunto, exceto Doug Ingle e Ron Bushy, deixaram a banda após completarem o álbum no meio de 1967. Os dois músicos restantes, diante da possibilidade do disco não ser lançado, rapidamente encontraram substitutos no baixista Lee Dorman e no guitarrista de 17 anos Erik Brann (também conhecido como "Erik Braunn" e "Erik Braun") e retomaram a turnê.
Em uma entrevista de 1986 com o fanzine do fã-clube do IB, The Butterfly Net, Brann declarou que Jeff Beck, Neil Young e Michael Monarch (que viria a se juntar ao Steppenwolf) também haviam expressado interesse em se juntar ao grupo para substituir o guitarrista anterior, Danny Weis.
Depois que Brann foi escolhido, o baixista Jerry Penrod e o vocalista Darryl DeLoach, desconfortáveis com a pouca idade de Brann e frustrados com o tempo que ele estava levando para aprender o repertório da banda, deixaram o grupo depois que Weis já o tinha feito. Weis e Penrod formaram o grupo Rhinoceros.
Em 1970, DeLoach formou o Flintwhistle junto com Jerry Penrod e Erik Brann. Eles se apresentaram ao vivo por cerca de um ano antes de se separarem.
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Ron Bushy |
Disco
“In-A-Gadda-Da-Vida”, a faixa clássica que ocupa todo o lado B do LP original, foi gravada separadamente em 27 de maio de 1968.
Poucas músicas na história do rock são tão emblemáticas e representativas quanto “In-A-Gadda-Da-Vida”, do Iron Butterfly. A música, fortemente marcada pela presença do órgão e também bastante conhecida pelo seu riff reconhecível de guitarra e baixo, é uma das grandes obras do gênero. No entanto, é fácil ouvir isso e se perguntar: o que significa “In-A-Gadda-Da-Vida”?
E essa música é praticamente uma obra animal, na qual a banda se deixou levar durante a gravação a ponto de a música inteira durar impressionantes 17 minutos e cinco segundos. Na época, isso era o suficiente para preencher um lado inteiro do LP.
A música vem do álbum de mesmo nome, lançado em 1968. Nem é preciso dizer que, naquela época, havia muitos músicos que, por inspiração ou simplesmente como um modo de vida, experimentavam álcool e drogas, especialmente psicodélicas. Isso significa que a banda teve uma visão que os fez dar esse título à música? Alguém descobriu uma linguagem oculta? Há algo “místico” no nome desta música?
Não, na verdade é exatamente o oposto. Às vezes, uma farra ou um barato é apenas isso, embora o uso de drogas tenha sido romantizado ao longo da história.
A realidade deste título, pura e simples, é que alguém fez seu trabalho bêbado. A lenda popular, passada de boca em boca, diz que o autor da música, Doug Ingle, tecladista e vocalista do Iron Butterfly, estava extremamente bêbado e/ou chapado durante a gravação da demo. Ele estava tão bêbado que o que originalmente deveria ser cantado como “In The Garden Of Eden” acabou soando exatamente como “In-A-Gadda-Da-Vida”.
No entanto, se nos atermos às fontes escritas, o Songfacts nos diz que o título original seria de fato "In The Garden Of Eden", mas que alguém, insistimos, possivelmente bêbado, escreveu o título errado em uma cópia da demo.
Por sorte, um executivo da gravadora que administrava a banda o leu e achou o título ainda melhor que o original. Não é difícil entender o porquê, já que os Beatles e os Rolling Stones estavam, naquela época, experimentando música e instrumentos asiáticos. Do ponto de vista de vendas, se o título da música soasse mais exótico e, portanto, pudesse vender mais, o que importaria se estivesse escrito errado?
O que inicialmente poderia ter sido um erro acabou se tornando exatamente o oposto. O restante do disco foi gravado durante os meses iniciais de 1968.
Vamos às faixas:
MOST ANYTHING YOU WANT
Canção que apresenta um mergulho no Rock Psicodélico, com forte presença da guitarra de Brann.
A letra fala sobre um romance:
Girl 'cause, I just wanna make you happy
That's all I'm trying to do
Yes, I just wanna make you happy
And spend my lifetime with you
FLOWERS AND BEADS
A música traz uma sonoridade bem influenciada pelos Beatles.
A letra traz um eu lírico apaixonado:
(Girl, he just knows he loves you now)
You're all I talk about and ev'rything I say and
Girl, I just know I love you now
Girl, I love you, I love you and need you in my lifetime
MY MIRAGE
A faixa traz forte presença dos teclados e conta com um viés mais Progressivo.
Outra letra apaixonada:
My mirage, I'll be drawing you soon
Then all of the beautiful people
That come to our home...
They'll be seeing you too
My mirage
I'll be drawing you soon
My mirage
I'll be seeing you soon
TERMINATION
“Termination” é mais pesada e mais intensa e o trabalho da bateria de Ron Bushy é notável.
A letra é bastante reflexiva:
Spinning in circles
Miracles happen
As lower life shows me in to my doom
Spirits be stricken
The end will come soon
ARE YOU HAPPY
“Are You Happy” também traz uma pegada forte, ao estilo do que o Cream fazia naquela mesma época.
A letra fala sobre uma garota:
I met a pretty girl on a date last night
And let me tell you now, she was groovy (She was groovy)
And I kissed the pretty girl, and I held her tight
Let me tell you now, she was groovy
IN-A-GADDA-DA-VIDA
A veia Prog do Iron Butterfly aparece na suíte que encerra o disco, contando com variações de sonoridades, um peso considerável para aquela época e vocais bem marcantes de Doug Ingle.
A letra tem uma conotação de romance:
In-a-gadda-da-vida, honey
Don't you know that I'm loving you?
In-a-gadda-da-vida, baby
Don't you know that I'll always be true?
Uma versão reduzida de “In-A-Gadda-Da-Vida” foi lançada como single e atingiu a 30ª colocação da principal parada norte-americana desta natureza.
Considerações Finais
Um enorme sucesso comercial, o álbum In-A-Gadda-Da-Vida atingiu o 4º lugar na parada de álbuns da Billboard e foi oficialmente certificado como álbum de ouro nos Estados Unidos em 1968.
Em uma análise retrospectiva para a AllMusic, Stephen Thomas Erlewine chama a faixa-título de "o epítome do excesso psicodélico pesado" e sente que o resto das músicas "se qualificam como bons artefatos".
O disco foi eleito o 783º lugar no All Time Top 1000 Albums de Colin Larkin.
Durante esse tempo, a banda foi representada pela William Morris Agency, que agendava todos os seus shows.
O Iron Butterfly fez sua primeira turnê nacional no meio de 1968 ao lado do Jefferson Airplane. Ao final de 1968, a banda estava de volta ao estúdio trabalhando em seu próximo álbum.
O terceiro álbum do Iron Butterfly, Ball, foi lançado em janeiro de 1969.
Formação:
Erik Brann – Guitarras, Backing vocals; Vocal (4)
Ron Bushy – Bateria, Percussão
Lee Dorman – Baixo, Backing vocals
Doug Ingle – Órgão Vox Continental, Vocal
Faixas:
01. Most Anything You Want (Ingle) – 3:44
02 Flowers and Beads (Ingle) – 3:09
03. My Mirage (Ingle) – 4:55
04. Termination (Brann/Dorman) – 2:53
05. Are You Happy (Ingle) – 4:31
06. In-A-Gadda-Da-Vida (Ingle) – 17:05
Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://genius.com/albums/Iron-butterfly/In-a-gadda-da-vida
Opinião do Blog:
In-A-Gadda-Da-Vida é, com sobras, um disco importante e seminal para a história do Rock.
Nesta obra do Iron Butterfly, os vocais sombrios de Doug Ingle e seu Órgão Vox são presenças constantes nas canções, ao lado da infernal guitarra de Erik Brann. Lee Dorman sempre foi um grande baixista e formava boa dupla com Ron Bushy.
A enorme suíte, com 17 minutos, é a peça central do disco. Uma Jam que se transformou em um clássico que tem o uso pesado do órgão de Ingle e um riff absurdo de Brann, apontando para o Prog e o Hard que ainda estavam em seus estágios iniciais. Simplesmente fantástico.
Nas canções restantes, In-A-Gadda-Da-Vida também se sai bem. A sonoridade é um Rock Psicodélico com muita personalidade e a presença forte da guitarra de Brann em faixas pesadas como “Termination” e “Are You Happy”.
Enfim, embora seja uma palavra que caiu na boçalidade, clássico é um termo que se encaixa perfeitamente para definir um disco como In-A-Gadda-Da-Vida.
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